Folclore da Nação Desperdiçada, o álbum de estreia da Wasted Nation, completa 20 anos em 2024. Para celebrar, a banda lança uma versão remasterizada nas plataformas digitais, com faixas emblemáticas como “Sociedade Rubéola”, “Mais” e “Morte Cerebral”. O público colecionador também poderá adquirir o disco em CD e K7. Na época de seu lançamento, quando bandas independentes se promoviam através de redes como MySpace e Orkut, o álbum se destacou por sua fusão única de “grunge psicodélico”, de acordo com a revista Comando Rock.
“É uma ‘passada de régua’ na minha carreira, homenageando meu primeiro lançamento, que foi marcante para me posicionar pela primeira vez na cena do rock de SP – até hoje o pessoal daquela época lembra de versos como ‘vejo os defeitos da sociedade sem deixar de estar doente também’, de Sociedade Rubéola, e principalmente ‘ela disse não! ela disse não!’ de Morte Cerebral”, relembra Fábio Cardelli, um dos fundadores da Wasted Nation e responsável pelo relançamento do disco.
“Folclore da Nação Desperdiçada” foi lançado pelo coletivo Escárnio e Osso! no I Festival Sinfonia de Cães, ao lado de bandas como Dominatrix, Ludovic e Hurtmold. Na ocasião, a turnê do disco durou dois anos e circulou por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Bandas como Vanguart, Culto ao Rim, Ecos Falsos, Seminal, SomoS e Gado em Repouso, outros grandes nomes da cena independente de rock, também marcaram presença ao lado da Wasted Nation nestas apresentações.
Cardelli adianta, em primeira mão, que a partir deste lançamento, sua discografia oficial estará completa para ser ouvida nos streamings. A boa fase é motivo de comemoração: “E já estou de olho no futuro, trabalhando em novos lançamentos do meu projeto solo, previsto para sair em 2025”, celebra o multi-instrumentista.
Sobre a Wasted Nation
A formação da banda foi iniciada por Fábio Cardelli ao lado de Dods e Emiliano, em 2000, quando tinham 16 anos. Participaram ativamente de fóruns e sites de música punk e alternativa pelo mundo afora. Assim, foram abrindo novos horizontes para além do grunge/punk do Nirvana, incluindo em sua sonoridade referências como Sonic Youth, Pixies, College Rock dos anos 80 e 90, The Velvet Underground, The Doors, Os Mutantes, Violeta de Outono, dentre outras influências psicodélicas.
Entre os anos de 2000 e 2002, os músicos gravaram demos. A primeira demo, em K7 e em inglês, foi distribuída gratuitamente na fila do Rock in Rio III e nunca mais foi vista (!). A partir deste momento, a banda se conectou com outros artistas independentes do Brasil por meio de sites como independence.com.br e democlub.com. Já em 2003, compondo em português, começaram as gravações de “Folclore da Nação Desperdiçada”, com a produção do pai de Fábio Cardelli, nos estúdios FC Produções (SP).
Além de Fábio (guitarra e voz) e Dods (baixo), a formação do álbum contou com o baterista Thika Calil e o guitarrista Emiliano, co-fundador da banda, que saiu no início de 2004, um pouco antes do lançamento. O guitarrista Guilherme “Sabão” Jordão ocupou o lugar de Emiliano, e consolidou a formação principal da Wasted Nation, de 2004 a 2006. De 2006 a 2014, a banda passou a se chamar Visitantes.
Ficha técnica
Fábio Cardelli – guitarra e voz, piano em “Morte Cerebral” e “Seresta”, teclado em “Cidade Submersa”, violão em “Varanda da Chácara” e “Cidade Submersa”
Marcelo “Dods” Mortari – baixo e backing
Emiliano Monteiro – guitarra
Thika Calil – bateria, meia lua em “Ao Sul do Equador”
Participação especial
Karina Vilarino – violino em “Seresta”
vários amigos – coro final em “Sobre a Terra”
Produção: Fábio Cardelli pai (Fábio Leonel Cardelli)
Mixagem: Fábio Cardelli pai / Fábio Cardelli
Masterização (CD 2004): Fábio Cardelli pai
Remaster (K7 e streamings): Fábio Cardelli
Arte CD (2004): Dods e Fábio Cardelli
Arte K7 (2024): Fábio Cardelli
Lançamento independente – 2004
Apoios: Sinfonia de Cães e coletivo Escárnio e Osso
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