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Saúde

A era do rejuvenescimento consciente: por que o novo luxo é parecer bem, sem parecer “feito”

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Cresce no Brasil o número de pessoas que buscam rejuvenescer o rosto com naturalidade, técnica e bom senso. Cirurgiã plástica explica por que a beleza agora caminha lado a lado com autenticidade — e não mais com transformações drásticas.

A obsessão pela juventude ainda não acabou, mas está mudando de forma. Após uma década marcada por preenchimentos exagerados, harmonizações que alteravam profundamente os traços e a busca por “rostos instagramáveis”, uma nova tendência está ganhando espaço nos consultórios de cirurgia plástica: o rejuvenescimento consciente.

Mais do que apagar sinais do tempo, o desejo agora é manter a identidade, suavizar os traços e preservar a essência do rosto. A era do “rosto plastificado” dá lugar ao conceito do “natural look”, que já domina os principais congressos de estética no mundo.

Segundo dados recentes da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery), procedimentos minimamente invasivos como preenchimentos com ácido hialurônico e bioestimuladores de colágeno cresceram 25,8% no mundo em 2023. Já as cirurgias faciais com técnicas menos agressivas, como a blefaroplastia (cirurgia das pálpebras) e o lifting com vetores anatômicos, tiveram aumento de 18,4% no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).

Para a Dra. Pamela Massuia, cirurgiã plástica especializada em face e corpo, com mais de 3 mil cirurgias realizadas, essa mudança tem raízes não apenas estéticas, mas emocionais e culturais:

“Estamos entrando em uma fase em que as pessoas querem se cuidar, mas sem perder a história que carregam no rosto. O novo luxo é parecer bem, descansado, com autoestima — e não parecer outra pessoa. A cirurgia plástica deixa de ser uma ferramenta de transformação para se tornar uma ferramenta de reconexão com a própria imagem.”

Entre os procedimentos mais procurados nesse contexto estão a blefaroplastia com técnica precisa, que remove o excesso de pele das pálpebras superiores e inferiores sem alterar o olhar, o lifting facial com vetores naturais, que reposiciona tecidos com leveza, além de tecnologias como o Ultraformer e bioestimuladores como Sculptra, que estimulam colágeno e melhoram a firmeza da pele de forma gradual.

Um dos diferenciais da abordagem de Pamela está justamente no olhar global e estratégico sobre o rosto. Muitas vezes, ela associa pequenos procedimentos no mesmo momento da cirurgia principal, aproveitando a sedação da paciente para realizar, por exemplo, preenchimento labial, aplicação de colágeno ou outras correções pontuais, o que garante mais conforto, evita múltiplas recuperações e potencializa os resultados.

“Quando a paciente já está sedada para uma cirurgia como a das pálpebras, aproveito para resolver detalhes que fariam diferença no todo — sempre com bom senso e respeitando o que é natural para ela. Isso reduz desconforto, evita sessões repetidas e entrega um rejuvenescimento mais integrado e harmônico”, explica a médica.

A estética como expressão de identidade

A mudança no comportamento do paciente acompanha uma transformação cultural mais ampla. Em um mundo cada vez mais atento à diversidade e à autenticidade, a padronização estética começa a ser questionada. Celebridades como Andie MacDowell, Paulina Porizkova e até Nicole Kidman, que apareceu recentemente com aparência mais natural, reforçam esse novo movimento: a beleza real, com rugas, expressão e verdade.

“O excesso já não inspira. Hoje, inspira quem consegue envelhecer bem, com dignidade estética e equilíbrio. Estamos falando de um novo perfil de paciente: mais informado, mais exigente, e menos disposto a apagar sua trajetória em nome de um padrão”, reforça a Dra. Pamela.

Esse paciente — muitas vezes mulheres entre 35 e 60 anos — não busca milagres. Querem procedimentos com recuperação mais rápida, menos cicatrizes, e sobretudo resultados duradouros que não precisem ser escondidos.

Menos filtro, mais realidade

O movimento também dialoga com o declínio do uso excessivo de filtros nas redes sociais. Plataformas como Tik Tok e Instagram passaram a destacar conteúdos mais reais, com menos edição e mais vulnerabilidade. O conceito de “beauty transparency” já é tratado como tendência pela consultoria de inovação WGSN, e começa a influenciar até campanhas publicitárias de marcas de cosméticos.

“O rejuvenescimento não é mais sobre negar a idade. É sobre viver bem cada fase. A cirurgia plástica entra como uma aliada da autoestima, mas precisa ser feita com ética e com arte. Técnica sem estética vira exagero. E estética sem responsabilidade, virá risco”, pontua Pamela.

No fim, o recado é claro: não é sobre ter o rosto da juventude de volta, mas sobre ter orgulho da mulher que você se tornou — com ou sem rugas.

Saúde

Planos de saúde poderão abater dívidas ao atender pacientes do SUS

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© Valter Campanato/Agência Brasil

Planos de saúde terão a possibilidade de abater dívidas de ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) ao atender pacientes da rede pública. A portaria que oficializa a medida foi apresentada nesta segunda-feira (28) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, e pela presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Carla de Figueiredo Soares.

A expectativa é que os pacientes do SUS sejam atendidos na rede privada a partir de agosto. A medida faz parte do programa Agora Tem Especialistas, e priorizará seis áreas com mais carência por serviços especializados: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.

Segundo o Ministério da Saúde, também será considerada a demanda dos estados e municípios, que vão apresentar suas necessidades. Estima-se que, inicialmente, R$ 750 milhões em dívidas das operadoras privadas sejam convertidos em consultas, exames e cirurgias.

As dívidas ocorrem porque os planos de saúde têm que ressarcir o SUS quando os beneficiários dos planos de saúde usam serviços públicos e estes constam na cobertura contratual assinada.

As operadoras que desejarem participar do programa devem aderir ao edital conjunto do Ministério da Saúde e da ANS. É preciso comprovar capacidade técnica e operacional e disponibilizar uma matriz de oferta que atenda às necessidades do SUS. Segundo a pasta, as vantagens da adesão ao edital são a regularidade fiscal, o uso da total capacidade dos hospitais conveniados e a redução de litígios administrativos e judiciais.

Os valores a serem convertidos em atendimento terão que ser negociados com a ANS ou com a Procuradoria-Geral Federal, no caso de dívidas ativas. Os planos de saúde precisam realizar mais de 100 mil atendimentos por mês. De forma excepcional, será considerado valor mínimo de R$ 50 mil por mês para planos de saúde de menor porte.

“É a primeira vez na história do SUS que implementamos um mecanismo como este. As dívidas, que antes iam para o Fundo Nacional de Saúde, mas não se convertiam em atendimento, agora viraram ações concretas para reduzir filas e dar dignidade a quem mais precisa”, disse o ministro Alexandre Padilha.

Plataforma de integração

O Ministério da Saúde também anunciou que os dados dos atendimentos realizados pela rede pública e pela rede de saúde suplementar estarão integrados na Rede Nacional de Dados em Saúde.

A partir de outubro, a promessa é de que os pacientes tenham mais autonomia e facilidade para acessar o histórico clínico. Será possível consultar exames, prescrições médicas, diagnósticos e tratamentos realizados no SUS e nos hospitais, clínicas e laboratórios conveniados aos planos de saúde.

Segundo a pasta, as informações da rede suplementar evitarão a repetição de exames, reduzirão custos e melhorarão diagnósticos e tratamentos.

A integração com a plataforma do SUS ocorrerá em etapas. Entre 1º de agosto e 30 de setembro, a Rede Nacional de Dados em Saúde receberá dados da população dos períodos de 2020 a 2025. A partir de outubro, a transferência será automática, conforme os atendimentos forem realizados.

Dados dos planos de saúde serão visualizados pela população no aplicativo Meu SUS Digital. Profissionais e gestores do SUS poderão acessá-los nas plataformas SUS Digital Profissional e SUS Digital Gestor, respectivamente.

O Ministério da Saúde espera que o volume na Rede Nacional de Dados em Saúde passe dos atuais 2,8 bilhões de registros para mais de 5,3 bilhões. A plataforma do SUS já conta com informações referentes a atendimentos públicos: mais de 80% dos estados e 68% dos municípios brasileiros usam a rede para organizar e planejar ações.

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Ministério da Saúde abre inscrições para o Agora Tem Especialistas

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© Valter Campanato/Agência Brasil

Profissionais interessados em participar do programa Agora Tem Especialistas podem se inscrever na plataforma da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde a partir desta segunda-feira. O programa vai selecionar médicos especialistas para atuar em unidades públicas, com o objetivo de reduzir o tempo de espera por esses atendimentos. As inscrições vão até o dia 10 de agosto e as atividades começam em setembro, com duração de um ano.

O edital oferece 635 vagas imediatas, além de 1.143 para cadastro de reserva. Do total de vagas, 20% serão reservadas para pessoas negras, indígenas ou quilombolas e 6% para pessoas com deficiência. Para participar, é preciso ter Registro de Qualificação de Especialista – RQE ou estar em processo de solicitação, desde que a residência médica tenha sido concluída, ou o título de especialista já tenha sido emitido pela Associação Médica Brasileira – AMB.

Os médicos selecionados vão dedicar 16 horas semanais de assistência à população, e outras 4 horas a itinerários formativos teórico-práticos, conduzidos por profissionais dos hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde – Proadi-Sus e da Rede Ebserh. Em troca, receberão uma bolsa mensal que varia entre R$10 mil e R$20 mil reais, conforme a vulnerabilidade social da cidade onde irão atuar.

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No momento da inscrição, o candidato já deverá escolher em qual município e estabelecimento de saúde de sua preferência, podendo indicar até dois locais. A seleção será feita por pontuação, de acordo com as titulações de especialização e tempo de formação comprovados.

“Pela primeira vez, o Ministério da Saúde lança um programa com o intuito de trazer médicos especialistas para a Atenção Especializada da rede pública de saúde. Depois do sucesso do Programa Mais Médicos, que possibilitou formar e contratar médicos de família e comunidade, chega a vez do Agora Tem Especialistas, que vai investir no desenvolvimento desses profissionais já especializados”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

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Manicômios judiciários unem o pior da prisão e do hospício, diz CFP

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© Rovena Rosa/Agência Brasil

Inspeções em manicômios judiciários do país, realizadas pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), revelaram o uso de choque elétrico, medicalização forçada, violência física e psicológica, isolamento punitivo e outras práticas de tortura e violações. As conclusões estão no Relatório de Inspeção Nacional: Desinstitucionalização dos Manicômios Judiciários, lançado nesta segunda-feira (28) pela entidade, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“É uma denúncia pública e técnica que escancara o que o Brasil insiste em esconder através dos muros e grades dos estabelecimentos de custódia e tratamento psiquiátricos: a continuidade de práticas de tortura, abandono, medicalização forçada e o encarceramento que pode equivaler, na prática, com prisões perpétuas”, disse a presidenta do CFP, Alessandra Almeida, durante evento de divulgação do relatório. 

Os manicômios judiciários são destinados a pessoas com transtorno mental ou deficiência psicossocial em conflito com a lei e estão no foco da Resolução nº 487/2023 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que criou a Política Antimanicomial do Poder Judiciário e indicou a necessidade de fechamento desses locais.

Segundo Almeida, foi observado um contexto de violações sistemáticas e institucionalizadas nas instituições asilares, como contenções físicas e químicas sem respaldo clínico, agressões físicas e verbais, isolamento punitivo, violação de vínculos familiares e ausência de canais de denúncia.

A inspeção identificou 2.053 pessoas com deficiência psicossocial em conflito com a lei ainda institucionalizadas nesses locais de caráter asilar – que é centrado na exclusão e isolamento. 

“São práticas que contrariam frontalmente a prescrição de cuidado e atenção à saúde que devem ser direcionadas à essa população, conforme o que estabelece a Lei 10.216/2001 [Lei da Reforma Psiquiátrica], Convenções Internacionais das quais o Brasil é signatário e uma série de dispositivos e normativas que orientam a política de saúde mental no país”, disse.

Equipes do CFP fizeram inspeção presencial em 42 instituições, de janeiro a março de 2025, em 21 unidades federativas, das cinco regiões do país. Realizado dez anos após o primeiro diagnóstico feito pela entidade sobre o tema, o novo relatório concluiu que esses locais continuam reproduzindo “o pior da prisão com o pior do hospício”.

“A negligência, a lógica do castigo, a violação e o abandono estatal que chega a resultar em prisões perpétuas são marcas dessas instituições”, apontou a entidade.

O documento pontua ainda que as instituições têm problemas como infraestrutura degradada, restrições severas à circulação, falta de acessibilidade e superlotação; o acesso à água potável e à alimentação é limitado e insalubre; e faltam itens básicos para a higiene pessoal e roupas de cama. Segundo o CFP, foram identificadas também diversas formas de precarização do trabalho.

Racismo e capacitismo

“Quando olhamos para os manicômios judiciários, vemos pessoas que não são punidas pelo que fizeram mas pelo que se teme que possam fazer. Esse é o conceito de periculosidade, uma noção subjetiva e frequentemente enviesada, racializada e capacitista”, disse a presidenta do conselho.

Com base no pensamento de Franz Fanon, ela mencionou que a psiquiatria pode servir como ferramenta de opressão quando trata os sujeitos como problemas a serem corrigidos e não como pessoas a serem compreendidas. “Fanon, que foi psiquiatra e revolucionário, já advertia que a colonialidade habita os discursos da normalidade, do diagnóstico e do controle”. 

“No Brasil, essa colonialidade se expressa de forma aguda na vida das pessoas negras, pobres, periféricas e com sofrimento psíquico. Ana Flauzina [doutora em Direito] afirma que o sistema prisional brasileiro é um sistema de desaparecimento de corpos negros, uma tecnologia de morte lenta e silenciosa”, acrescentou. 

Ao citar ainda Carla Akotirene, autora da obra Interseccionalidade, Alessandra Almeida ressalta os cruzamentos entre raça, gênero, classe e deficiência no contexto da construção do que seria um “sujeito perigoso”. 

“Isso nos faz reafirmar que, pelo menos, para as análises, investigações e práticas psicológicas, já não é possível – diante das complexidades sociais impostas – que não utilizemos a interseccionalidade como um elemento importante da nossa práxis”, concluiu.

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