Cultura
Aclamado por público e crítica, espetáculo “Solo da Cana” volta ao Rio de Janeiro em curtíssima temporada

Apresentações acontecem no Futuros – Arte e Tecnologia, no Flamengo, de 14 a 24 de agosto, de quinta a domingo, às 19h
Após rodar o Brasil, a peça “Solo da Cana”, estrelada por Izabel de Barros Stewart e dirigida por João Saldanha, retorna ao Rio de Janeiro em curtíssima temporada no centro cultural Futuros – Arte e Tecnologia, no Flamengo, de 14 a 24 de agosto, de quinta a domingo, sempre às 19h.
A montagem provocadora apresenta ao público o depoimento ficcional de uma cana-de-açúcar – símbolo máximo da monocultura no Brasil – que ganha voz e protagonismo para refletir sobre os vínculos coloniais e o racismo ambiental que moldaram nossa relação com a terra e os corpos que nela vivem. A peça se configura como uma marcante alegoria sobre os modos de habitar o mundo e os efeitos dessa herança histórica nas práticas contemporâneas.
Izabel de Barros Stewart, com trajetória reconhecida na dança, assume neste trabalho também os papéis de atriz e dramaturga. Em cena, seu corpo dá forma e voz a esse vegetal-símbolo, propondo um deslocamento sensível e político: não se trata de humanizar a cana-de-açúcar, mas de criar condições para que ela seja percebida como sujeito ativo nas relações, com agência própria.
“É um convite para a gente se escutar e compostar afetos juntos”, afirma Izabel.
A montagem, com produção de Ana Paula Abreu e Renata Blasi, propõe um manifesto poético e contramonocultural. Trata-se de uma luta simbólica entre o avanço da fronteira agrícola e o colapso das sensibilidades, entre o lucro e a escassez, em busca de um terreno – literal e simbólico – onde seja possível reconstruir um cosmo de coexistência interespécies.








Retorno ao Rio
O espetáculo volta ao Rio de Janeiro após apresentações em Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco. Izabel Stewart destaca a importância da interação com novos públicos, em especial nas cidades de interior por onde passou.
“Foram como pequenas navegações de amplo alcance. A gente percorreu interiores, nos aproximamos e nos relacionamos com plateias que têm mais intimidade com a terra do que com teatros, e a gente se alimentou desses encontros. Volto pro Rio, mais uma vez, transformada”, revela Izabel.
O diretor João Saldanha também enaltece as novas conexões e perspectivas criadas nas viagens da peça: “Circular é arejar, enxergar outros olhares, surpreender e ser surpreendido, ver e rever, sentir o efeito do tempo e ter a chance de um novo encontro.”
“O Futuros – Arte e Tecnologia é um palco para as grandes reflexões sobre a história de nosso país. Um espetáculo provocante como ‘Solo da Cana’, que aborda questões como o colonialismo, racismo ambiental e as consequências das escolhas do homem para as próximas gerações, está em total convergência com a proposta do centro cultural. O público vai sair da peça tendo muito para refletir”, aponta Victor D’Almeida, gerente de cultura do instituto Oi Futuro.
De peça a livro
A reestreia também contará com o lançamento do livro “Solo da Cana”, de autoria da própria Izabel de Barros Stewart. O texto dança pelas páginas insinuando as nuances e os estados de humor experimentados em cena junto com o público. O livro traz ainda um prefácio de João Saldanha, que além de dirigir a encenação, acompanha de perto a trajetória da autora. Aza Njeri, professora do Departamento de Letras da PUC-Rio e crítica teatral e literária, assina a apresentação situando o trabalho como uma “ecodramaturgia”, “reivindicando e construindo novas propostas de relações ecossistêmicas”, declara. Um posfácio escrito pela própria Izabel, oferece a dimensão do processo de criação e, por fim, tem o testemunho de Kelli Mafort, que coloca em perspectiva a peça em relação à sua experiência pessoal como assentada da reforma agrária.
Ficha técnica (cenacultores):
Texto e atuação: Izabel de Barros Stewart
Direção: João Saldanha
Direção de produção: Ana Paula Abreu e Renata Blasi
Assistente de produção: Flavio Moraes
Trilha sonora: Antonio Saraiva
Preparação vocal: Pedro Lima
Figurinos e adereços: Mauro Leite
Costureira: Maria de Jesus
Iluminação: João Saldanha
Design Gráfico: Roberto Unterladstaetter
Gestão de Mídias Sociais: Top na Mídia Comunicação
Assessoria de Imprensa: Carlos Pinho
Fotos: Carol Pires
Fomento e coordenação administrativo-financeira: Associação de Fomento Saúva
Produção: Diálogo da Arte Produções Culturais
Perfil Instagram: @solodacana
Serviço:
Solo da Cana
Temporada: de 14 a 24 de agosto, de quinta a domingo, às 19h
Local: Teatro Futuros | Futuros – Arte e Tecnologia
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo, Rio de Janeiro – RJ
Ingressos: R$ 60 (inteira), R$ 30 (meia) e R$ 39 (desconto GIRO CARD), vendas no local ou no site Sympla https://bileto.sympla.com.br/event/109117/d/331711/s/2259909
Lotação: 63 lugares
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 12 anos
Rede social: https://www.instagram.com/solodacana
Sobre o Futuros – Arte e Tecnologia
Inaugurado há 20 anos, o centro cultural Futuros – Arte e Tecnologia é um espaço de exibição, criação e inovação artística. Com uma programação gratuita voltada a todos os públicos, o espaço promove e recebe exposições, apresentações artísticas, espetáculos teatrais, entre outros eventos que convidam o público a refletir sobre temas que norteiam sua linha curatorial, como meio ambiente, ancestralidade, diversidade, educação e tecnologia. O Futuros abriga galerias de arte, um teatro multiuso e o Musehum – Museu das Comunicações e Humanidades, que mantém um acervo de mais de 130 mil peças históricas sobre as comunicações no Brasil e atividades interativas sobre o impacto das tecnologias nas relações humanas.
O centro cultural foi fundado pela Oi e tem gestão do instituto Oi Futuro. Por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro – Lei do ISS, o projeto Vem, Futuro! Ano 2 é realizado pela Zucca Produções, em parceria com o Oi Futuro, no centro cultural, com patrocínio da Serede, Oi, Tahto e Prefeitura do Rio de Janeiro/SMC, oferecendo programação cultural, ações educativas e abrangendo infraestrutura de apoio nas galerias, no teatro e no Musehum.
Sobre o instituto Oi Futuro
Fundado em 2001, o instituto Oi Futuro desenvolve e cocria projetos de Cultura e Educação pelo Brasil, impulsionando a construção de futuros mais inclusivos e sustentáveis. Além da gestão de Futuros – Arte e Tecnologia, o instituto Oi Futuro também atua no fomento e desenvolvimento do ecossistema da Economia Criativa, promovendo ciclos de aceleração de iniciativas que têm a transformação social como propósito principal. Na área de educação, é responsável pelo NAVE (Núcleo Avançado em Educação), parceria público-privada com as Secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e Pernambuco, que há 19 anos promove formação profissional e tecnológica de qualidade como resposta aos desafios da atualidade.
Cultura
Grupo Nós do Morro promove Mostra de Leitura Dramatizada com entrada gratuita

Evento recebe “O Pequeno Príncipe Preto”, “A Revolução na América do Sul”, “Hoje é Dia de Rock” e “Ópera do Malandro”
A Mostra de Leitura Dramatizada do Grupo Nós do Morro vai até o dia 10 de agosto com a apresentação gratuita da “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque de Hollanda. O clássico será encenado no sábado, 09, e domingo, 10, às 19h.
As turmas do aclamado grupo já levaram ao palco da mostra as obras “O Pequeno Príncipe Preto”, de Rodrigo França, “A Revolução na América do Sul”, de Augusto Boal, e “Hoje é Dia de Rock”, de João Vicente, dirigidas, respectivamente, por Paula Almeida, Fernando Melvin e Fátima Domingues. A turma de “Ópera do Malandro” é dirigida por Paulo Guidelly.
A Mostra de Leitura Dramatizada integra o Projeto “ARTE QUE EDUCA E TRANSFORMA, no âmbito do Termo de Fomento n° 964868/2024 decorrente da emenda parlamentar Nº 2024 14680014, proposta nº 5773/2024, celebrado por intermédio entre este e a FUNDAÇÃO NACIONAL DAS ARTES – FUNARTE.


Serviço:
Local: Casarão do Nós do Morro — Rua Doutor Olinto de Magalhães, 54, Vidigal, Rio de Janeiro – RJ
Entrada: GRATUITA (Retire o ingresso 1 hora antes)
Dia e hora: 09 e 10/08, sábado e domingo, 19h — Ópera do Malandro
Classificação: Livre
Rede social: https://www.instagram.com/gruponosdomorrooficial/
Cultura
Projeto Cria lança Oficinas Artísticas para impactar mais de 1.200 crianças e jovens no Complexo do Caju (RJ)

Teatro e Pedagogia se unem em iniciativa premiada que promove cultura, educação e transformação social em uma das regiões mais vulneráveis do Rio de Janeiro
Em meio a um dos cenários mais desafiadores da cidade, o Projeto Cria anuncia a realização do CRIA – Oficinas Artísticas, uma potente ação cultural e educacional que impactará 1.200 crianças e adolescentes em situação de risco social no Complexo de Favelas do Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro.
Atuando desde 2018 no território, o Projeto Cria tem como missão desenvolver o pensamento autônomo e crítico por meio do teatro, combinando uma metodologia inovadora que une a arte cênica a elementos inspirados na Pedagogia Waldorf. Reconhecido com o 1º lugar na categoria Arte Educação no Estado do Rio de Janeiro em 2024, o projeto já alcançou mais de 3 mil estudantes da rede pública.
Agora, com o lançamento das Oficinas Artísticas, o Cria amplia sua atuação em 6 escolas públicas parceiras da região, promovendo 30 oficinas entre os meses de agosto e dezembro de 2025. Serão oferecidas mais de 120 horas de atividades culturais, incluindo Jogos Teatrais, Improvisação, Interpretação, Musicalização, Contação de Histórias, Escrita e Leitura Dramatúrgica, sempre respeitando as fases de desenvolvimento de cada faixa etária.
Educação e cultura como instrumentos de resistência e transformação
Localizado em uma área com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do Estado do Rio, o Caju enfrenta desafios profundos como a violência armada, o abandono escolar, a pobreza extrema e a falta de infraestrutura básica. Neste contexto, o Projeto Cria atua como uma intervenção cultural urgente, principalmente na favela Parque Conquista, considerada a mais vulnerável do Complexo.
Segundo dados do IBGE, o índice de alfabetização no Caju é de apenas 79% e apenas 3% da população possui escolaridade superior. A precariedade educacional é agravada pela falta de atividades extracurriculares e de espaços culturais acessíveis, o que torna os jovens ainda mais suscetíveis à evasão escolar e à violência.
– Muitos alunos vivem em barracos de madeira, sem saneamento básico. A realidade social de inúmeras famílias é de extrema gravidade, com pobreza e miséria sendo uma preocupação constante. Desprovidas de políticas públicas eficazes, essas famílias buscam se sustentar em trabalhos informais, como a reciclagem de lixo, que é a principal fonte de renda para a maioria delas – conta Laura Campos Braz, fundadora e diretora do projeto.
Uma nova perspectiva para o território
As Oficinas Artísticas visam fortalecer os laços entre arte e educação, atuando diretamente na formação de jovens sujeitos críticos e criativos. Por meio do Método Cria, os participantes desenvolvem raciocínio, equilíbrio emocional, empatia e iniciativa, abrindo novas possibilidades de futuro para si mesmos e para a comunidade.
De acordo com Laura, o objetivo da iniciativa é romper as barreiras impostas pela desigualdade social, conectando crianças e adolescentes com a cultura como forma de resistência e construção de identidade. O CRIA – Oficinas Artísticas também marca o início de uma nova fase do projeto, com a ampliação do seu método educacional e o fortalecimento da cultura periférica como eixo de transformação social.
















– O Porto do Rio de Janeiro, um local com um passado histórico rico, está cheio de crianças e jovens cheios de potencial que precisam ser desenvolvidos para quebrar o ciclo vicioso de pobreza e violência. O Cria acredita na potência do território e quer colocar o a região novamente no mapa como um lugar de esperança e oportunidade – reforça.
Sobre o Projeto Cria
Fundado em 2018, o Projeto Cria é uma iniciativa independente sediada no Complexo do Caju, Rio de Janeiro. Utiliza o teatro como ferramenta pedagógica e social, unindo-o a elementos inspirados na Pedagogia Waldorf para impactar positivamente comunidades em vulnerabilidade. Em seis anos de atuação, já formou centenas de jovens e tornou-se referência em arte-educação no estado do Rio de Janeiro.
Instagram: @projetocria
Cultura
Exposição fotográfica ‘Até Quando?’ denuncia crimes contra pessoas LGBTQIA+ no Brasil

“Até Quando?” é o nome da exposição do fotógrafo baiano Genilson Coutinho, questionamento de pessoas LGBTQIA+ aos diversos casos de violência contra a comunidade. A exposição, que retrata a importância do combate a LGBTfobia no país, será aberta ao público em 15 de agosto, às 19h, no Museu Histórico de Jequié. A mostra continua em cartaz até 28 de setembro.
Cada imagem traz a história de uma vida perdida para LGBTfobia, apresentando a história familiar e o impacto das dores causadas pelas perdas. Na exposição, o público vai poder conhecer o primeiro caso de homofobia documentado no Brasil, em 1614, com a execução do indígena Tibira do Maranhão, tema de livro lançado em 2014 pelo antropólogo e fundador do Grupo Gay da Bahia (GGB), Luíz Mott. Tibira do Maranhão foi executado com um tiro de canhão em 1614, por ser homossexual. O indígena da etnia tupinambá teve seu destino definido por lideranças religiosas católicas em missão no Brasil.
“‘Até Quando?’ é um grito de alerta para a LGBTfobia. Levar essa exposição a Jequié é fundamental para fortalecer a luta em prol da comunidade LGBTQIAPN+ no combate às violências contra a comunidade por meio da minha arte. A arte aqui não é só estética — é denúncia, é resistência e é sonho de um futuro mais justo para todos”, afirma Genilson Coutinho, idealizador da mostra.
Na exposição, também há referências à morte do estudante Itamar Ferreira, na fonte da Praça do Campo Grande; ao assassinato da artista transformista Andressa Larmac, nas proximidades da Estação da Lapa; e à morte de Teu Nascimento na sua residência, em Cajazeiras. Além desses crimes ocorridos na capital baiana, a mostra retrata o assassinato do jovem ativista Alex Fraga, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.
“A exposição ‘Até Quando?’, em Jequié, é um marco relevante para a cultura e para os direitos humanos em nosso município. A mostra reforça a promoção do respeito, da diversidade e da inclusão. A arte tem o poder de transformar realidades e provocar reflexões profundas, e o evento alerta contra a violência e o preconceito que ainda persistem no Brasil. Para nós, é uma honra recebermos essa exposição na nossa cidade e uma oportunidade única de oferecer à população um conteúdo artístico de forte relevância social. Que essa exposição seja uma semente para um diálogo mais empático, mais justo e mais humano”, declara o secretário de Cultura e Turismo de Jequié, Domingos Ailton.
A curadoria da exposição é do professor Leandro Colling, que faz parte do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Culturas, Gêneros e Sexualidades (NuCus) do Instituto de Humanidades da Universidade Federal da Bahia (Ufba). A exposição foi contemplada nos Editais da Política Nacional Aldir Blanc Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.
Serviço
Exposição “Até Quando?” – Reflexão e grito de alerta sobre a LGBTfobia no Brasil
Data: 15 de agosto
Horário: 19h
Local: Museu Histórico de Jequié (Av. Rio Branco – Centro, Jequié)
Gratuito