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Antiga sede do Dops em Belo Horizonte pode virar memorial

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© UFMG/Divulgação

Movimentos sociais e partidos políticos ocuparam a antiga sede da Delegacia da Ordem Política e Social (Dops), em Belo Horizonte, para transformar o centro de repressão e torturas da ditadura militar em um memorial de preservação da democracia e dos direitos humanos.

No último dia 1º de abril, data da efetivação do golpe de Estado que tomou o país em 1964, movimentos sociais e partidos políticos ocuparam o imóvel, que estava abandonado, na zona central da capital mineira.

Depois do fim da ditadura, o prédio do Dops, que foi inaugurado em 1958, foi transformado em delegacia de polícia e em uma cadeia feminina, justamente no local onde funcionava a carceragem da repressão. Em 2016, o prédio foi desocupado pela polícia.

O jornalista Pablo Matta Machado faz parte da Comissão de Movimentos em Apoio à Ocupação do Prédio do Dops. Ele explica que o memorial é uma luta histórica dos movimentos de direitos humanos:

“A luta, então, para que esse prédio seja um memorial, vem desde o final dos anos 80, com todo esse movimento de luta por memória, verdade e justiça. E aí, a primeira lei que trata da criação do memorial nesse espaço, ela é de 1999, do então deputado estadual Rogério Correia. Então, por fim, no final do mandato do governador Fernando Pimentel, ele fez uma inauguração um tanto quanto protocolar do espaço. Porém, ele foi totalmente fechado. Aos poucos, ele foi sendo abandonado pelo governo Zema”. 

O espaço deveria funcionar como um memorial desde 2018, quando foi inaugurado como a “Casa da Liberdade”, mas foi abandonado gradualmente pelo governo de Minas Gerais.

Desde o início da ocupação dos movimentos sociais, ocorreu a limpeza do espaço, que estava infestado de ratos e morcegos. Nas últimas semanas, os movimentos sociais abriram as portas para a realização de visitas guiadas, principalmente para grupos de estudantes. Em cinco dias, mais de 250 visitantes passaram pelo local.

Grupos ligados aos direitos humanos também passaram a ocupar o espaço, com atividades políticas e culturais.

Desde o dia 2 de abril, a Polícia Militar (PM) mineira vem impedindo o acesso ao prédio, que é tombado pelo patrimônio histórico. A restrição aumentou desde a semana passada. A PM montou um cerco ao edifício, impedindo o acesso dos manifestantes que ocupam o espaço e de visitantes.

Pablo Matta Machado afirma que os movimentos pedem o fim do cerco policial, para a realização de atividades para a população. 

“A pauta imediata para a gente é o fim do cerco policial, porque, com a garantia do fim do cerco policial, a gente tem a tranquilidade para, ainda que o governo não queira dialogar, não queira conversar com a gente, a gente vai manter o memorial aberto”. 

Uma audiência pública na Assembleia de Minas em abril também discutiu a situação do memorial que deveria funcionar no local.

Em nota, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais afirmou que está finalizando as etapas administrativas para a criação do Memorial de Direitos Humanos no antigo prédio do Dops. O governo mineiro não se manifestou sobre o cerco policial à ocupação dos movimentos socais.

 

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Ativista trans é assassinada no Rio de Janeiro

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© bennybriolly/Instagram

A ativista trans Dannelly Rocha foi assassinada na madrugada dessa sexta-feira (2), na Lapa, no Rio de Janeiro. Ela era cozinheira da CasaNem, um centro de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social, na capital fluminense.

Danny, como era conhecida, tinha 38 anos e foi encontrada morta após chegar em casa acompanhada de um homem ainda não identificado

A morte foi informada pela deputada estadual, Danieli Balbi (PCdoB), primeira mulher trans eleita para o cargo no estado, a partir de imagens divulgadas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro.

“Ela entrou em casa acompanhada de um homem que, horas depois, saiu sozinho. Depois disso, Danny foi encontrada morta. É inaceitável. É revoltante. E é urgente. Queremos saber quem é. Queremos investigação séria. Queremos justiça. A cada mulher trans ou travesti assassinada, é o Estado que falha. É a sociedade que se cala. E nós que gritamos: isso não pode continuar!”, escreveu a deputada em uma rede social.

A deputada disse ainda irá acompanhar o caso de perto, além de se colocar a disposição de familiares e amigos. “Danny Rocha presente! Que Danny descanse em paz. Que o nosso luto se transforme em justiça”, acrescentou. 

Quem também se manifestou foi a vereadora de Niterói, Benny Briolly (PSOL), primeira travesti eleita e reeleita no estado. Benny cobrou uma apuração séria do caso.

“Queremos saber quem é esse homem. Queremos investigação séria, comprometida, queremos justiça”, cobrou. “Gritamos por Danny, por todas que vieram antes, e pelas que lutam hoje para sobreviver. Isso não pode continuar. Danny Rocha presente, agora e sempre.” 

À Agência Brasil, amiga de Danny, Manoela Menandro, relatou ter chegado em casa e já se deparado com viaturas da polícia. Ela, que era amiga próxima, contou que um vizinho repetiu a versão de que a ativista chegou com um rapaz, desconhecido, que teria saído pouco depois.

A movimentação foi gravada por câmera de segurança de uma borracharia.

“Segundo as imagens das câmeras de segurança, acontece um estrondo muito forte na porta, de dentro para fora. Os borracheiros alegaram ter escutado como se fosse algo caindo, algo sendo empurrado contra a porta. Logo em seguida, as câmeras mostram esse rapaz abrindo bem devagarzinho, olhando para trás, olhando para um lado e para o outro da rua, pegando um objeto, guardando no bolso dele de trás da bermuda, indo embora, assim, de maneira meio ressabiada, de maneira meio desconfiada”, contou Manoela, que diz acreditar ser o celular de Danny o objeto guardado pelo suspeito.

Amigas há cerca de dez anos, Manoela e Danny tinham uma ligação forte, descrita pela amiga como de mãe e filha.

“Para mim, a Dannielly sempre foi como uma mãe, sabe. Não vou nem dizer que ela era como uma irmã mais velha, porque a Dannielly era como se fosse uma mãe. Todo dia, pra eu trabalhar, tanto eu quanto a Ana Luísa, que é a nossa terceira amiga, ela que fazia a quentinha para gente poder levar para o trabalho e esquentar no dia seguinte no microondas para poder ter o que comer”, contou.

“Era ela que cuidava dos meus bichos, junto comigo dentro de casa, porque lá em casa nós temos tanto cachorro quanto gato. E ela que me ajudava, ela que limpava a casa, ela limpava, cozinhava, ajudava com tudo”, continuou Manoela.

Manoela disse ainda que a amiga era uma pessoa divertida, que irradiava alegria e que cativava as pessoas. “Ela era uma pessoa muito, mas muito divertida  Era uma pessoa que a qualquer momento topava sair, topava se divertir, gostava de beber a cervejinha dela. Não tinha tempo ruim para ela”, afirmou Manoela.

O corpo de Danny, informou Manoela, segue no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro. Segundo a amiga, a informação é de que são necessários três dias úteis para reconhecimento e liberação do corpo. 

CasaNem

Primeiro lar de acolhimento para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais (LGBTI) do Rio de Janeiro, o projeto nasceu em 2015, do pré-vestibular comunitário Prepara Nem, voltado para esse público.

A casa, que já sofreu com vários processos de despejo, já chegou a abrigar cerca de 80 pessoas, que sofreram violência doméstica, familiar e foram expulsas de casa pelos pais por causa da orientação sexual ou por outros motivos que os levaram a morar na rua.

Mortes

A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) aponta que, em 2024, 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas no Brasil, sendo que cinco eram defensoras de direitos humanos. Esse número é 16% menor do que em 2023, quando se teve notícia de 145 assassinatos, mas mostra ainda que o país é bastante inseguro para pessoas trans, especialmente as mulheres.

A Antra destaca que 117 (95,9%) das vítimas eram travestis e mulheres trans/transexuais. Somente cinco eram homens trans e pessoas transmasculinas.

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Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 11 milhões

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© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil/ARQUIVO

As seis dezenas do concurso 2.858 da Mega-Sena serão sorteadas a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa.

O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 11 milhões.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.

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São Paulo inicia ocupação da dupla infantil Palavra Cantada

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© Palavra Cantada/Divulgação

A Ocupação: Palavra Cantada começa hoje (3), no Itaú Cultural, em São Paulo, e vai até 3 de agosto. A curadoria ficou com a própria dupla, formada por Sandra Peres e Paulo Tatit. Cada espaço da mostra foi inspirado na própria casa dos músicos, com quintal, sala, cozinha e garagem.

Propostas musicais e sensoriais convidam os visitantes a explorar a música e recordar as composições marcantes dos artistas, que estão no universo infanto musical por mais de 30 anos.

Para Sandra, é um grande presente o reconhecimento de receber uma exposição sobre seu trabalho. “Nós estamos há 30 anos de mãos dadas com as crianças. Nunca fizemos outras incursões, então é um presente”, disse. Paulo arremata: “nunca fizemos uma exposição antes, a gente sempre faz show. É uma oportunidade rara”, acentua.

Apesar da onda nostálgica para as pessoas que cresceram com a Palavra Cantada, a exposição é pensada para o público infantil.

Textos didáticos

“[A iniciativa] foi pensada para as crianças, tanto em relação a ludicidade do espaço, quanto em relação a conteúdos. Abaixamos o ponto focal de toda a exposição e os textos são mais didáticos para elas terem mais facilidade de acessar esse conteúdo. As crianças podem interagir diretamente com os conteúdos. Abrir um forno e sair uma música, abrir um pote e tocar uma música. A gente brinca com as crianças para ensinar o que é música”, disse Luciana Rocha, co-curadora da exposição.

A Palavra Cantada surgiu da união de Sandra e Paulo no final dos anos 80. Inicialmente fazendo trabalhos de trilha sonora em filmes e comerciais, em 1994 eles lançaram o primeiro CD Canções de Ninar, voltado para o público infantil e que rendeu o então Prêmio Sharp (hoje Prêmio da Música Brasileira). Ao longo da carreira, a Palavra Cantada conta com 20 discos, 11 DVDs e nove livros. Em 2024, foi lançado o disco Cenas Infantis.

A exposição fica na Av. Paulista, 149 – bairro Bela Vista, em São Paulo. 

*Com informações do estagiário Matheus Crobelatti, sob supervisão de Eduardo Luiz Correia.

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