Empresas & Negócios
As novidades com o Open Investments
Com o início em setembro da Open Investments – a fase 4 do Open Finance –, os investidores brasileiros já podem compartilhar informações de investimentos em fundos, renda fixa e renda variável com as instituições financeiras participantes do sistema. Com isso, elas terão a possibilidade de terem uma visão mais completa de seus usuários, podendo avaliar perfil e outras características como o patrimônio de um cliente em outros Bancos ou Corretoras de Investimentos, podendo, com isso, ofertar produtos financeiros mais adequados e benefícios que façam sentido para o consumidor.
Até o início da fase 2, só era possível o compartilhamento de dados de transações em conta corrente, cartão de crédito e contratos como financiamento e empréstimo. Com a fase 4, a visão de informações será ampliada, como uma espécie de due diligence do investidor, possibilitando ainda mais competição e melhoria nos serviços e todos aqueles que possuem investimentos em uma instituição financeira/banco ou corretora poderão compartilhar também esse tipo de dado.
Mesmo com os avanços e com quase três anos desde o lançamento do sistema, temos ainda muitos desafios para superar. Especificamente esse ano, tem sido bastante desafiador para as instituições, seja por conta da inadimplência apresentada no primeiro semestre — que assustou a todos (tanto que fez o governo criar o Desenrola) — como também pela agenda de inovação no Banco Central, que incluem melhorias no PIX, Open Financie e a criação do DREX.
Para se ter ideia dos investimentos já feitos até aqui, de acordo com dados do Relatório Anual 2022, divulgado pelo Banco Central, no Brasil, já foram gastos R$ 124 milhões na produção e no desenvolvimento desse ecossistema. O montante foi liberado entre o segundo semestre de 2020 e dezembro de 2022.
Apesar disso, esse foi o primeiro ano em que as instituições passaram a se preocupar menos com as frentes de infraestrutura exigidas pelo Open Finance e a atuar mais na visão de possibilidade de negócios que sistema traria. Passaram a entender que se trata do meio para atingir determinados objetivos e que traria benefícios não apenas ligados ao crédito e educação financeira, mas vinculados a hiperpersonalização de ofertas. Isso tudo está no começo, exatamente pelos desafios regulatórios, melhorias nas APIs e até mesmo a implantação de jornadas que gerem menos fricção com o usuário para compartilhar seus dados e realizar transações.
Outro desafio que tem feito as IFs quebrarem a cabeça é a implantação de sistemas de inteligência de dados que gerem insights relevantes para o processo de tomada de decisão. Isso porque, cada instituição tem nomenclaturas de transações distintas, além disso, os sistemas legados por vezes compartilham dados que são de difícil compreensão, fazendo com que o desafio da instituição seja maior que apenas coletar dados de seus usuários.
Mas o que falta para mudar esse cenário? A compreensão pelos próprios investidores de que o Open Finance é o meio com o qual as IFs entenderão melhor o seu perfil e, com isso, poderão fazer ofertas que fazem sentido para eles mesmos. Além disso, é preciso facilitar a jornada de consentimento para compartilhamento dos dados. Hoje, ao ser redirecionado para uma IF para compartilhar os dados, muitas pessoas entendem aquilo como possível ataque de segurança e não concluem com o compartilhamento. Portanto, é necessário conscientizar os usuários da segurança dessa jornada. Fazer ações massivas é essencial para que todos entendam a importância do Open Finance, além de comunicar e tangibilizar benefícios, bem como aprimorar o processo de inteligência de dados.
Porém, ainda vejo um cenário otimista, visto que o modelo brasileiro segue muito a linha do Reino Unido. Mas, apesar do pouco tempo no Brasil, já ultrapassamos os britânicos em volume de compartilhamento de dados, e as aplicações financeiras têm uma tendência de inovação maior que a de lá, exatamente pelo sistema financeiro do Brasil ser altamente inovador e a aceitação da população a novas práticas digitais ser uma cultura já consolidada.
Esperança
Para uma futura expansão, reforço que os bancos e fintechs precisam mostrar para o usuário que ele terá benefícios. Explicar e detalhar isso é essencial, principalmente com uma linguagem direta e compreensível a todos. Levanto aqui até uma questão, qual a melhor opção? Falar para o consumidor compartilhe seus dados de Open Finance é uma boa estratégia? Ou simplificar essa fala comentando com seus usuários: autorize-nos a conhecer melhor seu perfil financeiro compartilhando dados de outras instituições que você tem conta?
Além disso, campanhas massificadas de conscientização de que o ambiente é seguro e que os dados são trafegados de forma adequada é essencial para que o consumidor entenda a importância e a segurança de todo o processo. Daqui para frente, acredito que a popularização e a promoção de benefícios que o compartilhamento de dados pode trazer serão importantes para o sucesso do projeto no Brasil. Além disso, precisamos que cada vez mais IFs estejam aptas a compartilharem dados e a estudá-los. O investimento regulatório é enorme para não se colher nenhum valor dele.
*Por Bruno Moura, diretor de negócios da klavi
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Franquias e pequenos negócios impulsionam a retomada econômica no RS em 2025
Nos últimos meses, o cenário econômico do Rio Grande do Sul tem mostrado sinais claros de recuperação, especialmente no ecossistema de pequenos negócios e franquias.
A combinação de digitalização acelerada, novas linhas de crédito e expansão de modelos de negócio escaláveis tem fortalecido o mercado regional.
Entre as estratégias que ganharam protagonismo está a criação de sites profissionais, que se tornou um dos pilares mais importantes para marcas que buscam crescer de forma sustentável no ambiente digital.
A retomada pós-pandemia revelou que empresas com presença digital bem estruturada tiveram mais resiliência e capacidade de adaptação.
Isso inclui desde pequenos comerciantes até franquias consolidadas, que passaram a depender menos do fluxo físico de clientes e mais de canais de comunicação eficientes, como sites com boa navegabilidade, SEO e atendimento integrado.
No RS, cidades como Caxias do Sul, Canoas, Bento Gonçalves e Passo Fundo registram maior abertura de novos pequenos negócios desde 2023.
O setor de franquias também apresentou movimento contínuo de crescimento, impulsionado pela busca de segurança operacional e suporte estratégico que esses modelos oferecem.
Redes voltadas a alimentação, serviços automotivos, estética, educação e tecnologias emergentes continuam dominando a preferência dos empreendedores iniciantes.
Além disso, a chegada de novas ferramentas digitais e programas de capacitação para empreendedores têm impulsionado um ciclo virtuoso.
Entidades regionais e municipais têm investido em programas de inovação e modernização, oferecendo treinamentos focados em marketing digital, gestão de redes sociais, reputação online e presença comercial nas principais plataformas de busca.
Especialistas indicam que o crescimento observado no mercado gaúcho não é pontual.
O movimento deve se intensificar ao longo de 2025, com novas tendências impulsionando ainda mais a expansão dos pequenos negócios.
Entre elas, destaca-se a integração de sistemas de pagamento digital, logística otimizada para pequenas operações e ferramentas de relacionamento com o cliente baseadas em inteligência artificial.
A digitalização também tem permitido que negócios regionais ultrapassem barreiras geográficas.
Pequenas marcas que antes vendiam apenas em suas cidades agora alcançam clientes em todo o país — e em alguns casos até no exterior — por meio de catálogos virtuais, anúncios segmentados e plataformas de e-commerce.
Outro fator relevante é o fortalecimento da economia local através da geração de empregos e movimentação da cadeia produtiva.
Pequenos negócios, especialmente franquias, têm papel fundamental nesse processo, uma vez que atuam como veículos de profissionalização e treinamento de mão de obra em diversas áreas.
Para os especialistas, o sucesso nessa nova fase depende de três fatores principais: profissionalização, presença digital sólida e acompanhamento contínuo das tendências do mercado.
A criação de sites profissionais, por exemplo, deixou de ser vista como um luxo e passou a ser considerada o primeiro passo para quem deseja atrair clientes, transmitir credibilidade e competir em igualdade com grandes marcas.
Em um ambiente cada vez mais digitalizado e competitivo, pequenos negócios que investem em estrutura online robusta e estratégias modernas têm maiores chances de expandir sua presença, aumentar o faturamento e se consolidar no mercado regional.
O Rio Grande do Sul vive um momento favorável, e franquias e pequenos empreendedores continuam sendo protagonistas na construção de um novo ciclo econômico sustentável.
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Como o ‘boom’ turístico das férias de verão turbina o varejo de alimentação no Nordeste
O Nordeste brasileiro se consolida anualmente como um dos destinos mais procurados por turistas, tanto do Brasil quanto do exterior, um movimento que atinge seu ápice com a chegada do pré-verão e as tradicionais festas de final de ano. O fluxo intenso de visitantes não impacta apenas a hotelaria e o setor aéreo; ele atua como um poderoso motor de crescimento para o Varejo de Alimentação e Bebidas (A&B), um setor que precisa se reestruturar rapidamente para atender à demanda exponencial.
Cidades de forte apelo turístico, como Fortaleza, Recife, Salvador e Natal, veem seus shoppings e centros urbanos serem tomados por visitantes. Nesse contexto, a alimentação fora de casa se torna parte essencial da experiência de viagem, exigindo que redes de restaurantes preparem uma logística robusta para garantir qualidade e rapidez.
O otimismo dos empresários do setor de alimentação e bebidas no Nordeste é amplamente confirmado por dados recentes da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Um levantamento na Bahia aponta que 85% dos empresários esperam crescimento nas vendas no fim de ano em relação a 2024. Este dado é reflexo direto do calendário de confraternizações e do início da alta temporada de turismo.
- O otimismo se traduz em projeções ambiciosas: cerca de 40% dos empresários esperam alta de até 10%, enquanto outros 29% projetam avanços entre 11% e 30%.
- Um grupo ainda mais confiante, 17% dos entrevistados, acredita em um aumento acima de 30% nas vendas.
- O cenário positivo se reflete no mercado de trabalho: 24% dos empresários baianos pretendem contratar novos funcionários para atender à demanda da temporada. As zonas litorâneas e polos turísticos são esperadas para liderar essa retomada, com a projeção de que o turismo continue crescendo no verão, movimentando a economia local e impulsionando o setor de bares e restaurantes. A chegada de visitantes de outras regiões e do exterior traz oportunidades importantes, desde o aumento no consumo até a geração de novos empregos.
A Sal e Brasa Grill Express, com mais de 40 unidades presentes estrategicamente em áreas de alto fluxo e grandes shoppings da região, serve como um estudo de caso e um termômetro preciso desse movimento. A rede precisa otimizar seus processos, desde a cadeia de suprimentos até o atendimento, para lidar com a diferença de volume entre a baixa e a alta temporada.
A preparação envolve o reforço nas equipes, treinamentos focados em alta performance e a garantia de estoque para manter a oferta de pratos variados, que agradam tanto o paladar local quanto o do turista em busca de conveniência e sabor.
Segundo Fernando Ribeiro, CEO da Sal e Brasa Grill Express, a sinergia entre o turismo e o varejo de alimentação é inegável e crucial para a economia regional: “O Nordeste é um destino turístico global, e isso tem um impacto direto e imediato na nossa operação. O turista busca mais do que um prato; ele busca a qualidade e a experiência do serviço que complementam o lazer. Para nós, o aumento do fluxo de clientes neste período, especialmente em nossas unidades localizadas em shoppings e áreas turísticas, é um termômetro que mede a força e a atratividade da região.”
O CEO destaca ainda que o período de férias de verão (dezembro à março) exige uma coordenação minuciosa: “A sinergia entre o movimento de compras de Natal e as férias de verão exige uma logística impecável. Estamos preparados, com reforço nas equipes e otimização dos processos, para garantir que a alta demanda seja atendida sem comprometer a qualidade que é marca registrada do Sal e Brasa. É o turismo turbinando o nosso varejo.”
A capacidade do setor de A&B de absorver esse “boom” de turistas, oferecendo serviços de excelência, não só eleva o faturamento das empresas, mas também contribui para a consolidação da região como um destino que combina beleza natural com uma oferta gastronômica de alto padrão, reforçando sua importância na geração de empregos e no fortalecimento da economia nordestina.
Sobre a Sal e Brasa Grill Express
A Sal e Brasa Grill Express é uma empresa do Grupo Sal e Brasa, com mais de 32 anos de experiência no setor de alimentação e referência no segmento de carnes grelhadas. Atualmente, o Grupo está presente em 13 estados brasileiros e possui em seu portfólio 13 churrascarias, 5 restaurantes Rancho do Cupim e 45 unidades da Sal e Brasa Grill Express, modelo de franquia, com 43 em shoppings centers, uma em home center e outra em um posto de combustíveis nas regiões Nordeste e Norte do país. O Grupo sempre apostou em produtos e serviços diferenciados e desde 2010 reforça sua expansão no segmento fast food e tem Fernando Ribeiro, diretor regional da ABF Norte / Nordeste, como CEO da marca SB Franquias.
Mais informações: https://salebrasagrill.com.br/
Linkedin: https://www.linkedin.com/company/sal-e-brasa-grill-express/about/
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Da demissão ao empreendedorismo, hoje ela é líder no mercado B2B
Como Fernanda de Freitas transformou recomeços em estratégia e construiu resultados em um setor dominado por homens
Foi no setor financeiro que a trajetória profissional de Fernanda de Freitas começou, onde passou 15 anos atuando no atendimento corporativo e liderando equipes em bancos de grande porte. A estabilidade parecia definitiva, até que a maternidade coincidiu com uma mudança de diretoria e resultou em seu desligamento. O que poderia ter sido um ponto final acabou abrindo espaço para um recomeço.
Com o valor da rescisão, empreendeu no litoral paulista e viveu, pela primeira vez, a dinâmica de um negócio próprio. “Nesse negócio lidei com sazonalidade, estoque e fluxo de caixa e aprendi, no dia a dia, que gestão é feita de ritmo, previsibilidade e relacionamento”, comenta Fernanda.
Essa experiência se tornou o alicerce da virada que veio a seguir. Ao migrar para o mercado B2B, Fernanda começou com uma carteira vazia e precisou construir reputação em um universo altamente competitivo. Representando marcas e produtos do setor alimentício, inseriu-se em um ecossistema que movimenta mais de R$ 1,1 trilhão por ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), e que figura entre os mais relevantes setores da economia nacional.
Como representante comercial, passou a atuar junto a redes varejistas, padarias, distribuidores e supermercados, conectando indústria à pontos de vendas com foco em expansão. Inserir-se nesse mercado exigiu método, disciplina e capacidade de adaptação.
Em pouco tempo, construiu uma base sólida de clientes e alcançou um volume mensal de vendas superior a seis dígitos, em uma grande distribuidora no setor de panificação e confeitaria.
Com performance crescente, passou a liderar negociações com grandes redes varejistas e instituições de alimentação coletiva, áreas tradicionalmente ocupadas por homens. A participação feminina no setor ainda é baixa: dados do Sebrae mostram que, embora as mulheres representem 42% dos empreendedores do país, elas são minoria em segmentos B2B ligados à indústria e ao abastecimento corporativo.
A projeção anual de vendas da sua carteira ultrapassa a casa dos milhões, resultado que vem cada vez mais consolidando novos projetos e expandindo mercados. Para Fernanda, o crescimento tem pouco a ver com acasos e muito com método. “Eu insisto, acompanho e entrego resultado. Aprendi a estar perto do cliente e a transformar problema em oportunidade. Essa constância é o que sustenta o desempenho em mercados competitivos e de margens estreitas”, afirma.
Além da performance, sua presença no setor carrega peso simbólico. Em um ambiente majoritariamente masculino, tornou-se referência por romper barreiras estruturais e abrir caminho para outras profissionais no B2B. “Ainda é um desafio ser mulher nesse tipo de mercado. Mas quando o resultado chega, ele fala por si”, resume.
A força que sustenta essa trajetória começou a ser moldada na infância. Filha única, cresceu observando a mãe reconstruir a vida após o fim de um relacionamento marcado por desafios. Nesse ambiente, aprendeu, pelo exemplo da matriarca, o valor da resiliência, do foco e do propósito. “Ela me ensinou a não depender das circunstâncias, a ter fé e a trabalhar com consistência”, afirma. Sua base continua sendo a fé em Deus, que considera seu principal alicerce. A estrutura familiar também teve papel essencial ao longo do caminho. “Meu esposo sempre me apoiou, confiando no meu potencial”, destaca.
Entre recomeços e conquistas, Fernanda representa uma nova geração de profissionais que transformam experiência em estratégia e fazem da adaptação uma competência central. Ela sintetiza o espírito empreendedor contemporâneo: aprender em movimento, crescer co


