Tecnologia
Ataques hackers causam lentidão e perda de serviços de internet por todo o Brasil

A crise dos ataques DDoS no setor de comunicação e provedores de internet no país
Nos últimos anos, o setor de comunicação e provedores de internet no Brasil tem enfrentado um aumento preocupante no número de ataques cibernéticos, com destaque para os ataques de negação de serviço distribuído (DDoS). Esses ataques, que têm como objetivo sobrecarregar as redes e derrubar os serviços, estão prejudicando gravemente a operação de provedores de internet, afetando a qualidade e a estabilidade dos serviços prestados aos consumidores.
O crescimento dos ataques DDoS (2019-2024)
A partir de 2019, o Brasil testemunhou um aumento sem precedentes na frequência e intensidade dos ataques DDoS, refletindo uma tendência global. Apenas entre 2019 e 2020, houve um crescimento de 967% nos ataques de grande escala (acima de 100 GB/s), e esse aumento continuou nos anos subsequentes.
Em 2024, os provedores de internet brasileiros continuaram entre os principais alvos desses ataques. O setor de telecomunicações e provedores de serviços de internet figurou entre os três setores mais visados no país, com mais de 372.000 ataques documentados no primeiro semestre de 2024. Esses números colocam o Brasil entre os cinco principais países afetados por esses ataques globalmente, ao lado de potências como Estados Unidos, Alemanha e China.
Provedores de internet: o alvo principal
Os provedores de internet têm sido consistentemente visados devido à natureza crítica de seus serviços. Ataques DDoS sobrecarregam seus sistemas ao gerar tráfego massivo, causando interrupções no serviço, o que resulta em dificuldades para os consumidores que dependem da conectividade. Em 2024, ataques com volumes de dados de até 798 Gbps foram registrados, atingindo a infraestrutura de provedores no Brasil e forçando quedas significativas no serviço.
Esses ataques muitas vezes utilizam botnets – redes de dispositivos comprometidos que enviam tráfego massivo – combinados com técnicas multivetoriais, como amplificação DNS, TCP SYN e floods ICMP, que sobrecarregam os sistemas de defesa convencionais. Para os provedores, isso não apenas gera uma sobrecarga técnica, mas também afeta diretamente sua reputação e a confiança dos clientes.
“Nossa empresa foi alvo de ataques em larga escala, conhecidos como ataques de negação de serviço (DDoS). Esses ataques sobrecarregam nossos servidores com requisições massivas e tráfego malicioso, o que gerou lentidão e interrupções temporárias no acesso à internet e em nossos serviços online. Mesmo com um sistema de proteção já contratado, os ataques chegaram a impactar nossa rede com volumes de 15 a 30 gigabytes. Felizmente, nossa equipe tem trabalhado incansavelmente para mitigar esses impactos e restaurar os serviços o mais rápido possível, mas o ataque teve um custo significativo para a empresa em termos de performance e disponibilidade”, afirma o representante de uma empresa brasileira que prefere não ser identificada com receio do aumento desses ataques.
Sofisticação e frequência dos ataques
Ao longo de 2024, os ataques DDoS se tornaram mais curtos, mas extremamente intensos. Muitos ataques duram menos de 10 minutos, mas são poderosos o suficiente para derrubar sistemas e interromper serviços essenciais. Essa mudança tática reflete a capacidade dos atacantes de testar as defesas dos provedores antes de lançar ofensivas ainda maiores e mais devastadoras. O resultado é uma pressão constante sobre os provedores, que precisam reagir em tempo real para proteger seus serviços.
Além disso, ataques baseados em requisições HTTP também têm crescido. Esses ataques simulam tráfego legítimo, o que dificulta ainda mais a mitigação por parte dos provedores, que lutam para separar o tráfego legítimo do malicioso sem prejudicar o acesso dos usuários finais.
“Ataques DDoS são uma realidade cada vez mais comum no Brasil. Esses ataques ocorrem quando várias máquinas infectadas, controladas remotamente, são instruídas a gerar um tráfego massivo de acessos a um determinado site ou servidor. Isso acaba derrubando a aplicação ou serviço, deixando empresas completamente offline. O impacto de um ataque desses vai muito além da indisponibilidade temporária dos serviços: para empresas que dependem de seus sistemas online, como folhas de pagamento, servidores de dados e plataformas de venda, a queda pode gerar grandes prejuízos financeiros e até impactar seus acionistas. Por isso, é fundamental investir em soluções de proteção e prevenção,” relata Ataíde Junior, conhecido como Ofjaaah, especialista em cibersegurança que trabalha identificando falhas em sistemas e protegendo grandes empresas globais contra ataques cibernéticos.
Tecnologia
Mitos e verdades sobre o Código Aberto no Brasil

O uso de código aberto, traduzido do termo em inglês “open source”, é um modelo de desenvolvimento de software de qualquer tipo de propriedade intelectual, onde o código-fonte ou projeto é disponibilizado publicamente para que qualquer pessoa possa acessá-lo, modificá-lo e redistribuí-lo, é uma realidade presente em grandes companhias como Google e Microsoft. Esta solução tende a se tornar cada vez mais usual por empresas brasileiras.
Apesar de desempenhar um papel no desenvolvimento tecnológico das empresas, infelizmente muitas pessoas ainda apresentam resistência ao seu uso, como explica Marcos Lacerda, presidente da SUSE América Latina, empresa líder em código aberto para empresas. “O open source é um dos pilares da inovação tecnológica no mundo. Porém, ainda existe uma certa resistência, muitas vezes por falta de conhecimento ou por mitos sobre segurança e suporte. O papel da SUSE é mostrar que o código aberto não apenas é seguro e confiável, como também acelera a transformação digital ao oferecer liberdade, flexibilidade e uma comunidade vibrante de colaboração. À medida que mais empresas percebem os ganhos em agilidade e custo-benefício, essa resistência tende a diminuir.”
Confira abaixo alguns mitos e verdades sobre o código aberto elencados pela SUSE:
- Códigos abertos não são seguros
MITO. Ao contrário dos softwares proprietários em que é necessário confiar apenas nos fornecedores, o código aberto permite que a empresa tenha liberdade para revisar o que está sendo usado, retomar uma versão anterior se for mais seguro, propor mudanças ou até desligar uma função que esteja gerando problemas, até que se tenha certeza sobre ela. Ou seja, o código aberto permite infinitas possibilidades;
- É mais fácil encontrar bugs
VERDADE. Uma das grandes vantagens do código aberto é contar com muitas pessoas envolvidas, o que aumenta as chances de identificar e corrigir problemas com rapidez. Já em softwares fechados, as equipes costumam ser menores e nem sempre contam com todos os especialistas necessários para detectar falhas, o que pode deixar o sistema mais vulnerável.
- O uso de código aberto pode reduzir custos
VERDADE. O código aberto ajuda a reduzir custos pois dispensa licenças caras, permitindo personalizações sem depender de fornecedores, além de contar com uma comunidade que mantém o software atualizado gratuitamente. Isso corta gastos com tecnologia tanto no curto quanto no longo prazo.
- Soluções open source carecem de suporte e atendimento
MITO. A maioria das soluções open-source contam com comunidades e fóruns colaborativos, facilitando a resolução de problemas. Isso permite que mais pessoas contribuam com soluções e ajudem profissionais de várias áreas a enfrentar problemas comuns nas empresas. “O diferencial da SUSE não é apenas a tecnologia open source, mas também o suporte de alto padrão, disponível globalmente e localmente, desenhado para ajudar grandes empresas a resolver questões complexas de escalabilidade, alta disponibilidade, segurança, soberania da informação e observabilidade em ambientes de missão crítica”, reforça Lacerda.
Hoje as soluções SUSE abrangem sistemas Linux corporativos, gerenciamento de contêineres e soluções de borda, com foco em transformação digital e ambientes de nuvem híbrida. Elas incluem o SUSE Linux Enterprise Server, SUSE Rancher, soluções para SAP, entre outros. Clique aqui e saiba mais.
Sobre a SUSE
A SUSE é líder global em soluções corporativas de código aberto inovadoras, confiáveis e seguras, incluindo o SUSE® Linux Suite, o SUSE® Rancher Suite, o SUSE® Edge Suite e o SUSE® AI Suite. Mais de 60% das empresas da Fortune 500 confiam na SUSE para alimentar suas cargas de trabalho de missão crítica, permitindo-lhes inovar em todos os lugares — do data center à nuvem, à borda e além. A SUSE devolve o “aberto” ao código aberto, colaborando com parceiros e comunidades para oferecer aos clientes a capacidade de enfrentar os desafios da inovação hoje e a liberdade de desenvolver suas estratégias e soluções amanhã. Para mais informações, visite www.suse.com.
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Por que aprender inteligência artificial desde cedo é essencial para o futuro profissional

Com a tecnologia presente em tarefas do cotidiano e ambientes de trabalho, aprender a usá-la desde a formação amplia a criatividade, a autonomia e o pensamento crítico
A modernização e transformação digital estão remodelando o mercado de trabalho em um ritmo acelerado, impulsionados por avanços em Inteligência Artificial (IA), automação e ciência de dados. Temas como automação e algoritmos deixaram de ser exclusividade das empresas de tecnologia. Eles estão no nosso dia a dia, mesmo que a gente nem perceba: nas redes sociais, nas sugestões de filmes, nos textos que o celular “completa sozinho” e até nas ferramentas usadas no trabalho.
Com esse avanço, entender como a IA funciona virou quase uma habilidade básica, assim como aprender a usar um editor de texto ou fazer uma apresentação de slides há alguns anos. Para muitos jovens, é fundamental saber criar textos, vídeos e imagens com a ajuda da IA, entender como dar comandos claros (os famosos “prompts”) e até discutir temas como ética e segurança digital.
Isso não só amplia a criatividade, como também prepara para um futuro profissional onde essas ferramentas serão cada vez mais presentes. “Não é sobre ensinar uma criança a virar especialista em tecnologia, mas sim dar a ela as ferramentas para pensar criticamente, criar com autonomia e entender o mundo ao seu redor”, diz Marco Giroto, fundador da SuperGeeks, primeira e melhor escola de programação, robótica, tecnologia e inovação, voltada a crianças, adolescentes e jovens do Brasil.
A IA está moldando como vivemos, e quem entende como ela funciona consegue se posicionar melhor em qualquer área. Essa não é só uma escolha estratégica para quem quer trabalhar com tecnologia. É uma forma de se preparar para um mundo onde ela estará presente em tudo, do trabalho à vida pessoal.
Informações sobre o curso de IA da SuperGeeks:
Neste curso, os alunos aprenderão os principais fundamentos da Inteligência Artificial aplicada ao dia a dia, explorando ferramentas e técnicas para criar conteúdos com eficiência e criatividade. Serão abordados temas como: o que é IA e como ela funciona, elaboração de bons prompts para obter resultados precisos, criação e aprimoramento de textos com IA, geração de imagens, vídeos e áudios, além da construção de sites com ferramentas inteligentes. Também serão discutidas boas práticas no uso da IA, ética e segurança digital. Os alunos serão capacitados com conhecimentos práticos e habilidades essenciais para utilizar a IA de forma consciente e produtiva em contextos pessoais, acadêmicos e profissionais.
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App brasileiro usa inteligência artificial para transformar mobilidade urbana de pessoas com deficiência visual

No Brasil, cerca de 19% da população convive com algum grau de deficiência visual, segundo dados recentes do IBGE. Entre eles, mais de 6 milhões enfrentam comprometimento severo da visão, e outros 16,5 milhões não encontram solução nem mesmo com o uso de óculos. Para essas pessoas, deslocar-se pelas cidades é uma tarefa que vai muito além do simples ato de caminhar.
Falta de calçadas acessíveis, ausência de sinalização tátil e a escassez de semáforos sonoros tornam o ambiente urbano um obstáculo constante. “Caminhar em um mundo em silêncio visual significa se deparar diariamente com incertezas que a maioria desconhece”, explica Adriana Duarte, especialista em inteligência artificial aplicada à acessibilidade e deficiente visual.
É justamente a partir dessa experiência que ela criou o ViCop, aplicativo que pretende ampliar a autonomia de quem tem baixa acuidade visual, oferecendo rotas adaptadas, alertas em tempo real e integração com pontos de apoio próximos, como estações e comércios acessíveis.
Mais que um GPS com comando de voz, o ViCop é um copiloto que acompanha o ritmo do usuário e interpreta o ambiente. Ele identifica obstáculos como buracos, degraus e veículos, além de fornecer informações detalhadas sobre o entorno, desde a leitura de placas e fachadas até a indicação de espaços adaptados. “Desenvolvemos o ViCop ‘de dentro para fora’. Quem vive a deficiência sabe o quanto pequenos detalhes fazem diferença. Nossa proposta respeita o tempo e o ritmo de cada pessoa, promovendo uma navegação segura e inclusiva”, diz Adriana.
A tecnologia do ViCop está em fase de desenvolvimento com usuários reais e deve ser lançada em versão beta ainda em 2025. Adriana optou por não acelerar o processo com pressa de mercado. O objetivo, segundo ela, é escalar com responsabilidade e escuta ativa. “O uso da inteligência artificial só faz sentido quando serve para incluir. Quando olhamos para acessibilidade como prioridade, a tecnologia deixa de ser um recurso e passa a ser uma ponte para a liberdade”, afirma.
O contexto global confirma essa urgência. Segundo relatório da OMS, menos de 3% dos aplicativos disponíveis em lojas digitais oferecem recursos nativos de acessibilidade. Isso significa que, mesmo na era da tecnologia, pessoas com deficiência ainda são invisibilizadas nas soluções mais básicas de mobilidade.
Com base nos primeiros testes, o ViCop já começa a atrair atenção de instituições públicas e privadas comprometidas com acessibilidade. O app também está alinhado às diretrizes da ONU para Cidades Inteligentes Inclusivas e Sustentáveis, que colocam mobilidade e equidade no centro da inovação.
Para Adriana, mais do que uma solução tecnológica, o ViCop é um manifesto. “A autonomia não pode ser um privilégio. Mobilidade com dignidade é um direito e é isso que a gente está construindo”, conclui.