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Ato no Rio pede volta de memorial de crianças mortas por bala perdida

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Ato no Rio pede volta de memorial de crianças mortas por bala perdida
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos cartões postais do Rio de Janeiro, presenciou neste sábado (4) o encontro de dezenas de parentes de crianças que foram mortas por balas perdidas no estado ao longo dos últimos anos. O protesto foi convocado pela organização sem fins lucrativos Rio de Paz.

Todos seguravam cartazes com retratos de 49 vítimas. Além de ser um grito contra a violência, a manifestação serviu para cobrar da prefeitura o direito de manter um memorial numa área turística, que fica na zona sul, região mais nobre da cidade.

ao saber que a prefeitura retirou as fotos que ficavam presas em um gradil e formavam o memorial no trecho da Lagoa chamado de Curva do Calombo. Cartazes com nomes de policiais assassinados, afixados pela organização na mesma grade, não foram retirados pela administração municipal.

A dona de casa Thamires Assis segurava a foto da filha, Ester Assis, morta ao ser atingida por uma bala perdida na cabeça, enquanto voltava da escola no dia 5 de abril de 2023, em Madureira, zona norte da cidade. A menina tinha apenas nove anos. Na ocasião, havia um confronto entre traficantes.

Thamires Assis, mãe de Ester, vítima de bala perdida, protestou na Lagoa Rodrigo de Freitas – Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Para a mãe de Ester, manter a homenagem na Lagoa é uma forma de “pedir ajuda e justiça pelas crianças”.

“É a única forma de nós, pais, gritarmos por ajuda. Isso aqui é para mostrar para o prefeito, governador, para quem [quer que seja], que nossas crianças merecem ser respeitadas, em qualquer lugar em que elas morem”, disse Thamires à Agência Brasil.

Blusa de escola

Ser atingido por um tiro no trecho entre a escola e a casa foi também o destino de Marcus Vinicius da Silva, que tinha 14 anos, quando morreu em 2018., que tinha 14 anos.

que o filho usava quando foi baleado. A mãe conta que o garoto foi ferido durante uma operação da Polícia Civil no conjunto de favelas da Maré, na zona norte. A família acusa a polícia pela morte de Marcus Vinicius.

Ela reforça o pedido para que o prefeito do Rio permita a existência do memorial. “Com tanta coisa para ele fazer, mudar e melhorar nesse Rio de Janeiro, que ele não venha se preocupar com o rosto dessas crianças. Por que essas crianças estão incomodando?”, desabafou.

Ação policial

do jovem Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, em agosto de 2023, na Cidade de Deus, comunidade na zona oeste do Rio. Quatro policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) chegaram a ser indiciados pelo assassinato durante uma troca de tiros.

A tia do rapaz, Ana Cláudia Araújo, defende que a exposição dos rostos na Lagoa é uma forma de chamar a atenção da sociedade carioca para a violência. “A gente está aqui para dar visibilidade aos nossos parentes porque a gente acha importante que esse tipo de ato aconteça. As pessoas da Zona Sul não têm noção da nossa realidade dentro das comunidades”, declarou.

Visibilidade

O fundador da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, classificou como “falta de sensibilidade” a decisão do prefeito Eduardo Paes de remover o memorial sem qualquer comunicação prévia com a organização ou com os pais das crianças.

Costa explicou que a exposição existia na Curva do Calombo havia nove anos, mas sem retratos, apenas cartazes contendo os nomes das vítimas. Só no sábado passado (28) os nomes foram trocados pelas fotos.

Ele chamou de “quebra de simetria” a decisão de retirar apenas as fotos das crianças e manter os nomes dos policiais mortos. “Temos que chorar pela morte dos nossos policiais, mas não podemos nos esquecer de chorar também por essas crianças”, avaliou.

Para Costa, o prefeito ordenou a remoção das fotos em menos de 24 horas após sofrer algum tipo de pressão. “As imagens chegaram a pessoas que não têm interesse na vida dessas crianças, que demonstraram uma estranha preocupação com a ordem pública”, disse.

“É pior para a imagem do Rio de Janeiro [a série] de mortes de crianças por balas perdidas na nossa cidade do que as fotos das crianças mortas por bala perdida no cartão postal do Rio de Janeiro”, declarou.

O fundador da Rio de Paz explicou que a escolha de um cartão postal para fazer o memorial é uma forma de a mensagem chegar a formadores de opinião e representantes do poder público. “Estamos deliberadamente criando um baita de um constrangimento para as autoridades públicas do nosso estado. Elas precisam ser confrontadas”, opina.

Pais participaram da manifestação na Lagoa Rodrigo de Freitas, onde a prefeitura retirou faixas. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Além das fotos das 49 crianças mortas entre 2020 e 2024, a Rio de Paz expôs na Lagoa uma faixa com a frase “Morte de crianças: a face mais hedionda da guerra”. Ao fim do ato, todo o material foi recolhido pelos organizadores.

“Vamos respeitar a decisão que o prefeito tomou. Só vamos retornar as fotos para esse local se ele assim o permitir. Mas fica aqui a expressão da nossa mais profunda indignação”, afirmou Costa.

“Não há a mínima chance de essas mortes continuarem contando com o nosso silêncio”, adiantou ele, que responsabiliza o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, por mortes relacionadas a operações letais em comunidades.

Prefeitura

A Agência Brasil solicitou comentários à prefeitura do Rio sobre o ato deste sábado, mas não recebeu retorno até a conclusão da reportagem. No fim de semana passado, quando houve a remoção do material, a prefeitura informou, por meio de nota, que reconhecia a importância e a necessidade da homenagem às crianças vítimas da violência, mas que retirou o material por não ter sido consultada pelos organizadores para autorizar a montagem da exposição em um local público.

A prefeitura acrescentou que avaliava a pertinência de manter no mesmo local a homenagem aos policiais militares assassinados, “que também é justa e necessária”.

“O município tem total interesse em combater a violência, prestar justas homenagens às suas vítimas e está aberto para debater qualquer tipo de iniciativa, desde que seja previamente consultado”, finalizou o comunicado.

Além das manifestações na Lagoa Rodrigo de Freitas relacionadas às mortes de policiais e crianças, a Rio de Paz é notória por realizar atos de protestos silenciosos nas areias da praia de Copacabana, geralmente com placas, cartazes e cruzes.

 De acordo com a organização, os atos provisórios na orla são feitos sem solicitação prévia de autorização. Apenas uma manifestação teve resistência da prefeitura, quando guardas municipais removeram réplicas que simbolizavam barracos, em 2016. O protesto questionava o legado da Olimpíada, realizada na cidade naquele ano.

 A Agência Brasil procurou o governo do estado sobre a ocorrência de confrontos e balas perdidas, mas não recebeu resposta. A segurança pública é uma das atribuições dos governos estaduais.

Segundo o site Agenciabrasil.ebc,

Com informações: Agenciabrasil.ebc

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Defesa Civil de São Paulo alerta para temporais em parte do estado 

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© Paulo Pinto/Agência Brasil

Pancadas de chuva forte, acompanhadas por raios, rajadas de vento e até granizo podem ocorrer em diversas regiões do estado de São Paulo entre hoje (26) e quinta-feira (28). O alerta é da Defesa Civil do Estado de São Paulo, que prevê mudança no tempo, com possibilidade de temporais e queda na temperatura, para a região metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e para as regiões de Itapeva, Registro, Sorocaba, Campinas, Vale do Paraíba, Litoral Norte e Serra da Mantiqueira.

Segundo a Defesa Civil, os modelos meteorológicos têm indicado acumulados de chuva moderados, porém, eles podem ser suficientes para provocar transtornos pontuais.

Por causa desse alerta, a distribuidora de energia elétrica Enel Distribuição ativou seu plano de contingência para evitar falta de luz em decorrência de temporais ou ventanias. 

“A companhia reforçou, antecipadamente, suas equipes em campo. Os times foram mobilizados e estão de prontidão para atender a eventuais ocorrências que envolvam o fornecimento de energia em toda área de concessão, que engloba 24 municípios da Grande São Paulo, incluindo a capital paulista”.

No restante do estado, o tempo deve seguir seco, principalmente em regiões como Presidente Prudente, Marília, Bauru, Araraquara, Araçatuba, São José do Rio Preto, Franca, Barretos e Ribeirão Preto.

Baixa umidade

A Defesa Civil também emitiu um alerta para baixos índices de umidade relativa do ar para diversas regiões do estado. Segundo o órgão, as regiões de Franca, Barretos, Ribeirão Preto, Presidente Prudente e Marília registraram valores críticos de baixa umidade nos últimos dias, com valores de até 12%, considerados como nível de emergência.

Algumas regiões do estado apresentarão melhora com a mudança de tempo, mas ainda permanecem diferentes graus de atenção:

  • Baixada Santista, Litoral Norte, Região Metropolitana, Serra da Mantiqueira, Vale do Ribeira, Vale do Paraíba, Sorocaba, Campinas, Bauru e Araraquara: seguem em observação para baixa umidade, com índices próximos de 30%.
  • Presidente Prudente, Marília, Araçatuba e São José do Rio Preto: deve permanecer a situação de atenção, com umidade variando entre 20% e 29%. 
  • Franca, Barretos e Ribeirão Preto: seguem em alerta, com índices que podem variar de 12% a 19%. 

Para essas áreas com baixa umidade, a Defesa Civil informa que é essencial manter-se hidratado, umidificar os ambientes e evitar atividades físicas sob sol forte.

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Polícia Civil prende suspeito de matar três mulheres em Ilhéus

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© appisindicato/Instagram

A Polícia Civil da Bahia deteve, no último domingo (24), um homem em situação de rua que confessou ter participado do assassinato de três mulheres cujos corpos foram encontrados em um matagal junto à orla da zona sul de Ilhéus,  na Bahia, no último dia 16.

Thierry Lima da Silva, 23 anos, foi preso em flagrante por tráfico de drogas, mas, segundo a Polícia Civil, estava sendo investigado por ser considerado suspeito de matar, a facadas, as professoras e amigas Alexsandra Suzart, 45, e Maria Helena Bastos, 41, além de Mariana Bastos da Silva, 20 anos, filha de Maria Helena.

Autoria dos crimes é assumida

“Durante o depoimento, ele assumiu a autoria do triplo homicídio e relatou à polícia que golpeou as vítimas durante uma tentativa de roubo”, informou a Polícia Civil, em nota.

Ainda segundo a polícia, Silva entrou em contradição durante o depoimento e, por conta disso, outras hipóteses seguem sendo investigadas a fim de esclarecer as circunstâncias do triplo homicídio e se há outros envolvidos, embora Silva tenha dito que agiu sozinho, sob o efeito de drogas e com o intuito inicial de roubar as vítimas. 

Alexsandra, Maria Helena e Mariana desapareceram no fim da tarde do último dia 15, enquanto passeavam pela Praia dos Milionários, uma das mais frequentadas praias de Ilhéus.

Câmeras de segurança registraram as três caminhando na faixa de areia, em meio a outras pessoas que aproveitavam o fim de tarde, momentos antes de desaparecerem próximo à área de vegetação nativa onde foram encontradas sem vida.

Ao lado dos corpos, amarrado a uma árvore, estava o cachorro de estimação de Mariana, resgatado com vida e entregue a parentes da vítima.

Segundo a Polícia Civil, mais de uma dezena de depoimentos foi colhida e imagens de ao menos 15 câmeras de segurança, bem como exames periciais (testes de DNA, necropsia, confrontos de digitais e análises das lesões corporais que as vítimas sofreram) continuam sendo analisadas. Além disso, quem tiver informações que possam ajudar no esclarecimento do crime pode colaborar, de forma anônima, ligando para o telefone local do Disque-Denúncia (181).

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Quarta vítima

Ainda de acordo com a Polícia Civil, Silva também revelou seu envolvimento em um quarto homicídio. A vítima, Lucas dos Santos Nascimento, morreu no último dia 21, no Hospital Costa do Cacau, onde estava internado desde o último dia 7, com politraumatismo – supostamente, causados por uma briga com Silva.

“O homem [Silva] confessou o [quarto] crime na delegacia, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e passou por audiência de custódia”, acrescentou a Polícia Civil, garantindo que o investigado tem diversas passagens por crimes variados, incluindo furtos, lesão corporal, violência doméstica, ameaças e danos.

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MPF cobra ações para localizar acervo de Chico Mendes

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© Fundação Chico Mendes/Divulgação

O Ministério Público Federal (MPF) enviou uma representação para que o Ministério Público do Acre (MPAC) investigue o desaparecimento do acervo do líder seringueiro e ambientalista Chico Mendes (foto). 

Documentos e objetos que registram a história da luta ambiental e social na Amazônia estão desaparecidos desde 2019, quando foi realizada uma reforma na Biblioteca da Floresta, em Rio Branco, que tinha a guarda do acervo. Em maio de 2022, um incêndio também afetou parte do prédio da biblioteca.

Para o MPF, o desconhecimento sobre o paradeiro do acervo, de valor inestimável para a memória e a identidade cultural do povo acreano, representa uma “iminente lacuna na memória coletiva” e “dano e prejuízo concreto à coletividade”. 

A representação foi assinada pelo procurador regional dos Direitos do Cidadão, Lucas Costa Almeida Dias, que ressaltou que cabe ao MP estadual a competência para investigar o desaparecimento do acervo. 

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Líder dos seringueiros

Chico Mendes foi um líder sindicalista dos seringueiros do Acre, cuja atividade depende da manutenção da floresta nativa e das árvores das seringueiras de pé.

Ele ganhou projeção nacional e internacional por sua militância ambientalista iniciada nos anos 1970, quando passou a lutar pela preservação natural e a melhoria nas condições de vida dos povos da floresta. 

O ambientalista foi assassinado em 22 de dezembro de 1988, uma semana depois de fazer 44 anos de idade. Ele foi alvo de tiros de escopeta nos fundos da própria casa, em Xapuri, no Acre (AC). 

Réu confesso, o assassino Darci Alves Pereira foi condenado em 1990, juntamente com o pai, Darly Alves da Silva, a 19 anos de prisão pelo assassinato de Chico Mendes. 

Pouco antes de morrer, Chico Mendes havia sido agraciado com o prêmio Global 500, da Organização das Nações Unidas (ONU), por sua atuação para proteger o meio ambiente. 

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