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Beija-Flor vai homenagear Laíla, mestre dos carnavais

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© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um dos carnavais da Beija-Flor de Nilópolis que causaram maior impacto foi o de 1989, quando a escola da Baixada Fluminense desfilou com o enredo Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia. Uma das alegorias, que viria com um Cristo de braços abertos e com vários componentes aos pés, representando mendigos, provocou, antes do desfile, forte polêmica com a Igreja Católica, que não aceitou a imagem no carro alegórico. Aí, surgiu a ideia de o Cristo passar pela avenida coberto por plástico preto e com uma faixa extensa onde se lia: Mesmo Proibido, Olhai por Nós!. Até hoje não se sabe se a autoria é de Joãosinho Trinta, carnavalesco da escola na época, ou de Laíla que era diretor de carnaval.

“É uma discussão que não tem fim. Para mim, o que interessa é que a Beija-Flor fez o maior carnaval da história e que o Joãosinho Trinta é o maior carnavalesco de todos os tempos, assim como o Laíla é um dos maiores sambistas de todos os tempos”, disse à Agência Brasil, o atual carnavalesco da escola, João Vitor Araújo. Segundo o carnavalesco, naquele ano, Laíla retornou à escola a pedido de Joãosinho, que precisava deste suporte para o enredo que considerava importante para a Beija-Flor. O esforço foi recompensado pelo vice-campeonato em 1989.

Esta é uma das histórias da azul e branco de Nilópolis que têm o envolvimento de Laíla, morto em 18 de junho de 2021. O artista é o homenageado da escola em 2025, com o enredo Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas. Para contar essa história, o Cristo não poderia faltar. “Faremos aí uma encenação bem legal. É um carnaval revolucionário”, adiantou João Vitor. 

Enredo

O carnavalesco João Vitor, no barracão da escola – Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Beija-Flor vai mostrar na Sapucaí a trajetória do menino pobre do Morro do Salgueiro, na zona norte do Rio. Nascido Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, se tornou Laíla quando começou a enxergar o carnaval de outra forma. “O Laíla demorou muito a ser reconhecido, por conta do sistema, por conta do racismo. Era para ter sido reconhecido no meio de toda aquela turma [de carnavalescos], que foi lançada no final da década de 60, como [Fernando] Pamplona, Maria Augusta, Rosa Magalhães, Arlindo [Rodrigues], Joãosinho [Trinta], Viriato. Ele estava lá com eles, mas o racismo não deixou ele ser reconhecido. Era muito mais interessante, com respeito a todos esses mestres, mas o Laíla estava ali, até porque ele foi o suporte de todos. Ele lançou aqueles mestres e não teve o reconhecimento que merecia”, lembrou o carnavalesco.

Durante o desenvolvimento do enredo, João Vitor teve uma entrevista com Maria Augusta, carnavalesca responsável por apresentações memoráveis no carnaval carioca, como Domingo e O Amanhã, ambas na União da Ilha do Governador. Na entrevista, Maria Augusta enfatizou a importância de Laíla naquele grupo de grandes carnavalescos.

“Emocionadíssima, ela disse que quem escolhia os tecidos, os materiais para o Salgueiro, era Laíla. Não eram esses artistas. Era ele quem saía para as ruas para ver o que era melhor esteticamente para o carnaval, e ele não teve esse reconhecimento. Talvez pelo autodidatismo, porque foi a [época da] febre dos alunos oriundos da Escola de Belas Artes [EBA – da Universidade Federal do Rio de Janeiro]. Então foi esse embranquecimento artístico do carnaval que acabou dando uma espécie de crachá para o evento dizendo: ‘opa! o carnaval não é mais o oba-oba. Ele agora é assinado, tem direção artística de alunos da EBA, e o Laíla ficou jogado para o lado”, completou.

“Ele foi o Laíla com todas essas qualidades de forma autodidata. Ele não teve chance de estudar, não teve tempo. Não teve esse aporte familiar e teve que trabalhar. Essa é a realidade de muita gente. Então, a escola de samba para ele, o Salgueiro, foi um refúgio de crescimento, e acho que até de autoconhecimento”, acrescentou.

Questões sociais

Foi o reforço da cultura preta, de críticas sociais e religiosidade, temas que Laíla gostava de ver desenvolvidos nos enredos da escola e que estarão presentes também em 2025. “A genialidade do Laíla é incontestável e, a partir daí, era sempre o cara que estava à frente da escolha dos enredos e sempre pautando o protagonismo preto dentro dos enredos e sempre enredos ligados às raízes nilopolitanas, de uma cidade da Baixada Fluminense, predominantemente, e a religiosidade”, afirmou.

João Vitor comentou que, diferentemente da época em que Laíla começou a inserir a religiosidade nos enredos da Beija-Flor, hoje é frequente as escolas trazerem esse tema. “É preciso lembrar que, quando o Laíla começou a trazer este tipo de enredo para o carnaval, todo mundo dizia que a Beija-Flor era uma escola que só falava de macumba, só falava de África. Hoje todo mundo [nas escolas] faz o que Laíla fazia. Acho maravilhoso, na era da intolerância religiosa, o carnaval é uma forma de protesto, é um ato de resistência. Quando se pegam as 12 escolas [do Grupo Especial] e dez estão com enredo de temática África, trazendo religiosidade para a avenida, muita gente está reclamando. Ah! é só enredo afro, é só orixá. Não, isso é maravilhoso. Essas pessoas não estão enxergando o que está acontecendo aí fora, e o carnaval tem voz.”

“O Laíla tem esse histórico de pioneirismo social dentro de uma escola de samba, principalmente, dentro da Beija-Flor de Nilópolis. Tem uma outra coisa também muito importante sobre o Laíla. Olha o tamanho da Beija-Flor de Nilópolis. É a terceira escola com mais títulos no carnaval carioca. Enquanto o Laíla esteve na Beija-Flor, ele tinha todas as ferramentas e carta branca para trazer quem ele quisesse e sempre trazia artistas profissionais novos, desconhecidos. Ele nunca fez questão, nunca quis trazer medalhões para dentro da Beija-Flor. Tanto na parte de criação na comissão de carnaval e na parte artística, como nos outros segmentos”, destacou João Vitor.

Segundo o carnavalesco, Laíla começou a ter a projeção devida a partir da década de 90, quando isso deveria ter acontecido nos anos 60. Nessa época, ele adota o esquema de comissão de carnaval no lugar de um único carnavalesco e dá oportunidade a diversos profissionais em início de carreira e pouco conhecidos como Fran Sérgio, Amarildo de Mello e Cid Carvalho.

Divisão do enredo

Laíla é o homenageado deste ano na Beija-Flor, terceira escola com mais títulos no carnaval do Rio de Janeiro – Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil

Para João Vitor, o enredo da Beija-Flor é um dos mais fáceis de compreender neste carnaval de 2025. “Por que Laíla de Todos os Santos? Porque eu pego ali três setores falando da religiosidade do Laíla, da fé. Tenho ali o ori ancestral, já que ele era um filho de Xangô com Iansã; segundo setor, a múltipla fé do Laíla, porque ele dizia que era católico apostólico romano, candomblecista e umbandista; e terceiro setor, a África como fundo de conhecimento e origem da ancestralidade. Então, eu fecho Laíla de todos os santos.
No quarto, quinto e sexto setores, são o Laila de todos os sambas, quando falo do Laila produtor musical, muita gente não sabia. O Laíla responsável pelo sucesso de outras escolas de samba fora Beija-Flor e o último setor, o Laíla da Beija-Flor de Nilópolis e o reencontro dele com Joãosinho Trinta”, adiantou o carnavalesco.

João Vitor disse que chegou a ouvir o questionamento se Laíla poderia ser o tema de um enredo. “É porque as pessoas têm preguiça e, infelizmente, vivemos em um país preconceituoso. E é assustador quando uma pessoa olha para você e pergunta: ‘o Laíla dá enredo?’ Para mim, isso é puro preconceito. Elas associam à imagem rústica do Laíla, aquela cara fechada, semblante pouco amigável como uma pessoa que não merecia estar ali. Parece que a Beija-Flor é demais para o Laíla. Tudo que ele fez pelo carnaval e pela Beija-Flor de Nilópolis é digno de um, dois, três, quatro enredos. A Beija-Flor tem 14 títulos, 13 com Laíla. É muita coisa”, concluiu.

Um fato que muitas pessoas não devem conhecer é que, mesmo sendo um grande sambista, Laíla era um amante da música clássica, e essa parte da vida dele será representada por uma alegoria que mostrará uma orquestra. “Prodígio com o dom de um ouvido absoluto – habilidade fenomenal que é a percepção singular da musicalidade, tinha a música clássica como fonte de inspiração e estudo para o aperfeiçoamento de seu talento exacerbado”, definiu o texto que explica o enredo.

Repercussão

O anúncio do tema para 2025 funcionou como uma forma de acalmar os ânimos dentro da escola. João Vitor contou que a escola vinha de um oitavo lugar e havia uma onda de protesto grande pelas redes sociais. Alguns componentes chegaram a ameaçar não participar do tradicional desfile que ocorre depois das apresentações no Sábado das Campeãs, na Estrada da Mirandela, via importante de Nilópolis com integrantes fantasiados. “Foi muito difícil, foi um momento horroroso para a gente, o pós-carnaval. Quando a gente anuncia um enredo logo depois do desfile e do resultado do carnaval de 2024 é como se você estivesse entrando ali com uma UPP na Beija-Flor, Unidade de Polícia Pacificadora. A coisa se acalmou de uma tal forma, porque pegou no coração”, avaliou.

“A notícia de que o enredo seria o Laíla foi uma notícia que chegou na hora certa. Tinha que ver a Mirandela lotada. Os componentes todos lá. Aqueles boatos, aquelas ameaças já não existiam mais. Virou o jogo”, dpontuou.

Samba

Segundo João Vitor, o clima de empolgação se deu também na disputa do samba-enredo. “Foi uma das melhores disputas que eu já participei na vida, nessa minha carreira. O samba era unanimidade na quadra. Tínhamos dois, três sambas. É muito bom quando as semanas vão passando, e as pessoas vão apontando para um determinado samba. A gente vai prestando atenção e não pode esboçar nenhum tipo de sentimento, embora tenha preferência.

“Quando é um samba que a torcida e a comunidade abraçam, não tem jeito. O outro samba que perdeu era muito bom, era o famoso sentido do tanto faz. Samba 1 ou samba 5. Só que, quando o samba 5 entrou para se apresentar, a quadra toda começou a cantar antes. Você percebia nitidamente que aquilo não era torcida. Era Beija-Flor”, acrescentou.

Também não é à toa que na letra do samba há uma referência de Laíla como um griô, que, na cultura africana, é a pessoa mais antiga de uma comunidade responsável por passar todo o seu conhecimento para os mais jovens. “Exatamente. Ele parece de fato um griô, não só fisicamente, porque parece de fato, mas por todo o conhecimento que tinha. O melhor de tudo é que ele ensinava tudo. Exatamente o que o griô fazia, sentava-se aos pés do baobá e contava histórias para os mais novos”, afirmou.

Barracão

Artesão confecciona fantasia da Beija-Flor – Tânia Rego/Agência Brasil

O empenho está nos mínimos detalhes. Dentro do barracão, Mauro de Oliveira, chamado no mundo do carnaval de Cara Preta, trabalha na realização de esculturas. O amor pela função não vem de agora. Faz 33 anos que ele cumpre a sua função onde o desfile é preparado. Saber que está fazendo tudo isso para contar a história de Laíla, com quem trabalhou durante muito tempo, é motivo de orgulho. “É uma emoção muito grande. Eu acompanhei a trajetória dele de 89 pra cá e é uma coisa que estou esperando muito. Acho que é o carnaval mais esperado da escola. É sobre o mestre Laíla. É gratidão por tudo que ele fez pela escola”, dividiu a sua memória, destacando que o ensaio técnico que a Beija-Flor fez na Sapucaí no dia 1º de fevereiro já deu uma mostra do que vem pela frente. “A gente espera uma explosão de alegria”.

João Vitor também está confiante em um bom desfile, com possibilidade de ganhar o título. “O Laíla nos abençoou. Quando esse enredo foi apresentado para mim, eu não sei o que eu senti, se era um sentimento de felicidade, de medo. Só sei que saí daqui congelado. Fui para casa e, quando dormi, sonhei com ele, sonhei com ele na Praça da Apoteose. Ele me olhava, sorria e fazia um gesto de abraço. Então eu falei: ‘isso vai dar certo’. É o que ele quer e quer que eu faça. Ele veio confirmar. Foi o único sonho que tive com ele”, revelou.

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Três das cinco linhas da CPTM em SP têm interrupções neste domingo 

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Três das cinco linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) de São Paulo têm interrupções no funcionamento na manhã deste domingo (30). Às 10h30, as linhas 10 Turquesa, 11 Coral e 13 Jade operavam parcialmente. Apenas as linhas 7 Rubi e 12 Safira funcionavam normalmente. 

Segundo a CPTM, na Linha 10 Turquesa, em razão de problemas no sistema de energia, a circulação dos trens entre as estações Prefeito Celso Daniel, em Santo André, e Prefeito Walter Braido, em São Caetano do Sul, estava interrompida.

A companhia informou que o sistema Paese, que utiliza ônibus para o transporte da população, foi acionado. 

Na linha 11 Coral e na linha 13 Jade, as interrupções ocorriam entre as estações Palmeiras Barra Funda e Luz em razão de serviços de manutenção. 

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Hoje é Dia: Dezembro Vermelho, pessoas com deficiência e samba em foco

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© TV Brasil

Iniciamos esta semana falando da mobilização mais importante do mês. O Dezembro Vermelho começa no dia 1º, com o Dia Mundial de Combate à Aids. A campanha mundial de prevenção e controle da doença é celebrada com iluminação vermelha em monumentos de vários países do mundo. A efeméride recebe amplo destaque dos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) todos os anos, como nesta reportagem da Radioagência Nacional e nesta da Agência Brasil, ambas de 2024.

Na TV Brasil, o tema foi abordado no Brasil em Dia e no Repórter Brasil, em edições de 2022. E a Rádio Nacional falou sobre a importância da testagem no Tarde Nacional Amazônia, em 2023, e sobre a criação da efeméride, em 2017, no História Hoje

Também no dia 1º de dezembro a TV Brasil, veículo integrante da EBC, faz aniversário. A primeira transmissão da emissora completa 18 anos nesta data. Criada em 2007, a TV Brasil veio atender à demanda da sociedade brasileira por uma televisão pública nacional, independente e democrática. Sua finalidade é ofertar conteúdos de qualidade, oferecendo uma programação de natureza informativa, cultural, artística, científica e formadora da cidadania. Saiba mais neste vídeo especial exibido pela emissora em 2020. A Agência Brasil também deu destaque à TV Brasil, publicando esta reportagem no ano passado, por ocasião dos 17 anos da emissora. 

Direitos Humanos

O dia 1º de dezembro registra um acontecimento que marcou o início da luta contra a segregação racial nos Estados Unidos. Nessa data, em 1955, Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks, tornou-se conhecida por ter-se recusado a ceder seu lugar no ônibus a um branco, tornando-se o estopim do movimento que foi denominado “boicote aos ônibus de Montgomery”, liderado por Martin Luther King Jr., líder conhecido mundialmente pela defesa da igualdade racial. A coragem de Rosa Parks foi destacada nesta edição do História Hoje, da Rádio Nacional, de 2021. E a Agência Brasil analisou o cenário da discriminação racional nos EUA 70 anos após o episódio, nesta reportagem de 2015.

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro, foi criado em 1992 pela ONU para promover a conscientização sobre as barreiras que esta parcela da população enfrenta, além de salientar a importância da inclusão social. Dados do Censo 2022 mostram que o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, ou seja, 7,3% da população do país, como destacou esta reportagem da Agência Brasil deste ano.

O Revista Brasil, da Rádio Nacional, abordou os desafios da inclusão nesta edição de 2020. O Repórter Brasil, da TV Brasil, falou sobre mobilidade, em 2015. A emissora também exibiu um capítulo do Caminhos da Reportagem sobre adaptação à deficiência, em 2009.

A Radiogência Nacional veiculou, em 2022, uma série especial de três reportagens por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, abordando legislação, mercado de trabalho e direitos. Confira abaixo:

Reportagem 1

Reportagem 2

Reportagem 3

Já se tornou consenso entre os especialistas no combate à violência de gênero que a solução do problema passa pela reeducação dos homens das velhas e novas gerações. Incentivar este processo é o mote da Campanha do Laço Branco, criada no Canadá, e que tem como ponto alto o 6 de dezembro, Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo fim da Violência Contra as Mulheres. A data foi destaque na Radiogência Nacional e na Agência Brasil, em reportagens de 2024. 

Cultura

Considerado o maior poeta da língua portuguesa, Fernando Antonio Nogueira Pessoa, conhecido apenas como Fernando Pessoa, faleceu no dia 30 de novembro de 1935. Nascido em Lisboa, ele também foi empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentarista político, tradutor, astrólogo e publicitário. Paralelo a tudo isso, produzia literatura em verso e prosa. Ironicamente, o reconhecimento ao valor de sua obra veio após sua morte, entre 1940 e 1950. A trajetória de Fernando Pessoa foi destacada em série especial de três reportagens da Agência Brasil, publicada em 2013. Confira abaixo: 

Reportagem 1
Reportagem 2
Reportagem 3

O programa Tanto Mar, da Rádio Nacional, também prestou tributo ao poeta, em edição de 2015. 

Outro grande artista que faleceu no dia 30 de novembro foi o cantor, compositor, poeta e violonista fluminense Angenor de Oliveira, o Cartola. Já são 45 anos sem o mestre. Conhecido como um dos maiores sambistas da história do Brasil e um dos fundadores da escola de samba Mangueira, Cartola foi tema desta edição de 2024 do Clube do Vinil, da Rádio Nacional, que falou sobre os 50 anos de seu primeiro disco. O sambista também foi homenageado no Baú Musical, da Rádio MEC, em 2019, e pela TV Brasil em diversas ocasiões, como nestas edições do Recordar é TV, exibida em 2018, Repórter Brasil Tarde (2015) e Repórter Brasil (2020).

No dia 5 de dezembro completamos dez anos sem Marília Pêra. A atriz fluminense faleceu em 2015, em decorrência de um câncer de pulmão. Considerada uma das mais versáteis intérpretes do país, Marília viveu personagens variados e teve atuações em papéis vibrantes no teatro, na televisão e no cinema. A musa também cantava e dançava. Sua morte foi noticiada na Radioagência Nacional, na Agência Brasil e no Repórter Brasil, da TV Brasil. O Antena MEC, da Rádio MEC, falou em 2016 sobre o último projeto da artista em vida. 

Dos gêneros musicais brasileiros, provavelmente o samba é o mais amado, aqui e no exterior. Por isso, ele é celebrado em 2 de dezembro com o Dia Nacional do Samba. A data surgiu por iniciativa de um vereador baiano para homenagear o compositor mineiro Ary Barroso, autor do sucesso “Na Baixa do Sapateiro”, por sua primeira visita a Salvador. Depois, passou a ser comemorada em todo o país.

O Na Trilha da História, da Rádio Nacional, contou a origem do samba em edição de 2017. A efeméride ganhou destaque ainda na Agência Brasil, em 2024, e na TV Brasil, nos programas Repórter Brasil (2021) e Repórter Rio (2022). A emissora ainda exibiu uma série especial sobre o Dia Nacional do Samba que pode ser conferida aqui

História

Finalizamos esta edição com o bicentenário do nascimento do imperador Dom Pedro II, o segundo e último monarca do Império do Brasil, que nasceu em 2 de dezembro de 1825. Ele esteve à frente do império por 49 anos, entre 1840 e 1889. Dom Pedro II ficou conhecido como grande incentivador das artes, da educação e da ciência. Ofereceu, inclusive, bolsas para brasileiros estudarem no exterior. O programa Na Trilha da História, da Rádio Nacional, narrou a vida do monarca em edição de 2019. Já o História Hoje, veiculado pela emissora em 2015, contou como ele se tornou imperador com apenas 14 anos, em uma manobra para conter as revoltas no Período Regencial brasileiro.

Confira a relação completa de datas do Hoje é Dia de 30 de Novembro a 6 de Dezembro de 2025*

Novembro / Dezembro de 2025

30/11

Morte do poeta português Fernando Pessoa (90 anos)

Morte do cantor, compositor, poeta e violonista fluminese Angenor de Oliveira, o Cartola (45 anos)

Nascimento do ex-futebolista, ex-técnico e comentarista paulista Muricy Ramalho (70 anos)

Assinatura do tratado Declaração do Iguaçu, realizado em Foz do Iguaçu, entre o Brasil e Argentina (40 anos) – lançamento da ideia da integração econômica e política do Cone Sul. Este acordo serviu deu origem a um processo que levaria ao estabelecimento do Mercosul

Aniversário do Cruzeiro (66 anos) – região administrativa do Distrito Federal

1º/12

Morte do ator e dublador paulista Mário Ribeiro Vilela (20 anos) – foi o dublador oficial de Édgar Vivar no Brasil, que entre diversos personagens interpretava o Seu Barriga e Nhonho do seriado Chaves, personagens de maior destaque que Vilela dublou

Construção do Eurotúnel (35 anos) – encontro de dois túneis de 40 metros abaixo do solo do Canal da Mancha num crossover (passagens que permitem trens passar de um túnel a outro). Tornou possível caminhar em terra seca da Inglaterra à Europa pela primeira vez desde o fim da última glaciação, mais de 13 mil anos atrás

Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks, tornou-se conhecida por ter-se recusado frontalmente a ceder o seu lugar no ônibus a um branco, tornando-se o estopim do movimento que foi denominado boicote aos ônibus de Montgomery, e posteriormente viria a marcar o início da luta antissegregacionista (70 anos)

Tenista brasileiro Gustavo Kuerten atinge pela primeira vez o posto de nº 1 do mundo no tênis profissional da ATP (25 anos)

Dia Mundial de Combate à Aids – comemoração internacional que conta com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Está mencionada na Resolução A/RES/43/15, de 27 de outubro de 1988, da 38ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em prol da prevenção e controle da Aids, sendo celebrada com iluminação vermelha em monumentos de vários países do mundo

Estreia da Série Clássicos do Ouvinte, na MEC FM (18 anos)

Primeira transmissão da TV Brasil (18 anos)

2/12

Morte do saxofonista, trompetista e compositor pernambucano Levino Ferreira (135 anos)

Nascimento do imperador fluminense Pedro II (200 anos) – o segundo e último monarca do Império do Brasil

Dia Internacional da Abolição da Escravidão – comemoração instituída pela ONU na Resolução nº 50/167, de 22 de dezembro de 1995, para marcar a data da aprovação da Resolução Nº 317 da 4ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em 2 de dezembro de 1949, que então adotou a “Convenção para a Repressão do Tráfico de Pessoas e a Exploração da Prostituição de Outrem”

Dia Nacional do Samba

Dia Nacional da Astronomia

3/12

Criação do Manifesto Republicano (155 anos) – declaração publicada pelos membros dissidentes do Partido Liberal (luzias), liderados por Quintino Bocaiúva e Joaquim Saldanha Marinho (mestre maçônico do Grande Oriente). Ambos haviam decidido formar um Clube Republicano no Rio de Janeiro, com o ideário de derrubada da Monarquia e o estabelecimento da República Federativa no país.

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência – comemoração instituída pela 37ª Sessão Plenária Especial sobre Deficiência da Assembleia Geral da ONU, através da Resolução 47/3, de 14 de outubro de 1992, para marcar a data da adoção do “Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência”, que foi criado em 3 de dezembro de 1982, em outra assembleia da ONU

Dia Nacional de Combate à Pirataria e à Biopirataria

4/12

Morte do cantor, compositor, radialista e cineasta gaúcho Vítor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, Rei do Disco (40 anos) – é o artista que mais vendeu no Brasil, tendo vendido mais de 190 milhões de discos. Considerado pelos gaúchos um ícone da música tradicionalista de seu estado e também considerado o rei da música regionalista

Morte do compositor fluminense Paulo Barbosa (70 anos)

Nascimento do ex-presidente gaúcho Emílio Garrastazu Médici (120 anos) – governou durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985)

Decreto de Dom João cria, no Rio de Janeiro, a Academia Real Militar, atualmente chamada de Academia Militar das Agulhas Negras (215 anos)

Privatização da Companhia Energética de Brasília, a CEB (5 anos)

5/12

Morte da atriz e cantora fluminense Marília Pêra (10 anos)

Desaparecimento do Vôo 19 – esquadrilha de cinco aviões Grumman TBF Avenger – no Triângulo das Bermudas, em um dos mistérios da aviação mais famosos da história (80 anos)

Dia Internacional dos Voluntários para o Desenvolvimento Econômico e Social – comemoração instituída pela ONU na Resolução nº A/RES/40/212, de 17 de dezembro de 1985

Dia Mundial do Solo – comemoração instituída em agosto de 2002, no 17º Congresso Mundial da União Internacional de Ciências do Solo, para marcar a data do nascimento do rei tailandês, Sua Majestade Bhumibol Adulyadej, que veio ao mundo em 5 de dezembro de 1927, e que é tido como responsável por muitas atividades em prol do avanço da ciência do solo e pela proteção do solo

Dia Nacional da Pastoral da Criança – comemoração instituída pela lei nº 11.583, de 28 de novembro de 2007. Tem como finalidade marcar a data da fundação da Pastoral da Criança no Brasil, que se deu em 5 de dezembro de 1983, a partir de um programa experimental, lançado na localidade brasileira de Florestópolis-PR, por iniciativa da médica pediatra e sanitarista brasileira Zilda Arns Neumann, com o apoio do então arcebispo da cidade brasileira de Londrina-PR, Dom Geraldo Majella Agnelo

6/12

Nascimento do escritor, diretor, dramaturgo e ator fluminense Sérgio Fonta (75 anos)

Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo fim da Violência contra as Mulheres – comemorado no Canadá e ratificado no Brasil pela Lei nº 11.489 de 20, de junho de 2007

Dia Nacional do Extensionista Rural

*As datas são selecionadas pela equipe de pesquisadores do Projeto Efemérides, da Gerência de Acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que traz temas relacionados à cultura, história, ciência e personalidades, sempre ressaltando marcos nacionais e regionais. A Gerência de Acervo também atende aos pedidos de pesquisa do público externo. Basta enviar um e-mail para centraldepesquisas@ebc.com.br.

 

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Brasileira é eleita para comando do Programa Hidrológico da Unesco

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A engenheira Cristiane Collet Battiston, diretora da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), foi eleita nesta sexta-feira (28) presidenta do Conselho do Programa Hidrológico Intergovernamental (PHI) da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

É a primeira vez, em cinco décadas de existência do programa, que uma mulher assume a presidência do colegiado — marco considerado histórico para a hidrologia e para a própria Unesco.

O PHI é a principal plataforma de cooperação internacional da agência para temas relacionados à água, reunindo países-membros em iniciativas que estimulam políticas públicas baseadas em evidências científicas.

A eleição ocorre em um momento em que a gestão dos recursos hídricos ganha destaque nas discussões globais, especialmente após a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, onde foi reiterada a importância da água para estratégias de mitigação e adaptação à emergência climática.

Cristiane Battiston tem trajetória reconhecida na área. Engenheira civil, com mestrado e doutorado em hidrologia, atuou no Ministério do Planejamento e Orçamento e na Casa Civil da Presidência da República. Em setembro, assumiu vaga na Diretoria Colegiada da ANA. Seu mandato à frente do Conselho do PHI vai até 2027.

 

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