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Blocos, bailes e escolas de samba devem reunir 8 milhões no Rio

Os blocos de rua e desfiles de escolas de samba no Rio devem reunir um público total de 8 milhões de pessoas, durante a semana de carnaval, ou seja, de sexta-feira (28) até domingo (9). O número tem como base o carnaval 2024 e inclui a estimativa de foliões nos blocos da cidade (6 milhões), além dos 2 milhões de pessoas que passarão pelos bailes carnavalescos e pelos locais de desfile das escolas (Sambódromo e avenida Intendente Magalhães).
No Sambódromo, por exemplo, onde desfilam as escolas do Grupo Especial, da Série Ouro (segunda divisão) e mirins, são esperadas 120 mil pessoas, por dia, ao longo de sete dias. Já na Intendente Magalhães, em seis dias de desfile das séries Prata e Bronze (terceira e quarta divisões) e dos blocos de enredo, o público estimado é mais do que o dobro do Sambódromo: 250 mil.
Nos bailes espalhados pela cidade, espera-se reunir cerca de meio milhão de pessoas. “São números verdadeiramente impressionantes, lembrando que a cidade do Rio tem 6,2 milhões de pessoas [habitantes]. A gente faz uma ‘olimpíada’ por ano. É uma grande operação de cidade”, afirmou o diretor executivo do Centro de Operações e Resiliência (COR) da cidade do Rio, Marcus Belchior.
Belchior afirmou que a cidade já vem lidando com o pré-carnaval, que, nas últimas semanas, envolveu centenas de blocos de rua e ensaios técnicos das escolas de samba, no Sambódromo.
Nos próximos dias, no entanto, a operação se intensifica, com a chegada de turistas e o movimento de saída de cariocas. Ao mesmo tempo, a cidade passa por um momento de calor intenso, que apesar de ter reduzido em relação aos últimos dias, continua forte.
“A gente reduziu [nesta sexta-feira] o protocolo de Calor 4 para Calor 3, mas não quer dizer que está tudo bem. Estava muito quente, mas agora está bem quente ainda. A gente permanece com as recomendações de beber água, usar roupas leves”, destacou Belchior.
O monitoramento do carnaval ficará por conta de 500 operadores que se revezarão no Centro de Operações e contarão com o apoio de câmeras e drones, principalmente nas áreas do Sambódromo e da Intendente Magalhães. Na Passarela do Samba, por exemplo, haverá 24 câmeras internas e dois drones.
Quase mil agentes da Guarda Municipal e da Secretaria de Ordem Pública ficarão responsáveis pelo ordenamento do entorno das áreas de desfiles. Os bloqueios de trânsito nos arredores do Sambódromo começam às 11h de sexta-feira (28).
Haverá reforço de ônibus na região do Sambódromo e funcionamento do BRT e do metrô 24 horas por dia, nos dias de desfile.
Novidades
O presidente da empresa de turismo da cidade, Riotur, Bernardo Fellows, disse que, nesta sexta-feira (21), começa o “esquenta do carnaval”, com o início dos testes de som e luz no Sambódromo.
Ele destacou que, neste ano, haverá duas novidades no Sambódromo. A primeira é que os desfiles das escolas do Grupo Especial serão realizados em três noites (domingo, segunda e terça), em vez de duas.
Outra novidade serão as rodas de samba ao fim dos desfiles, na Praça da Apoteose, onde ocorre a dispersão as escolas de samba. “Isso vai ajudar muito a dividir o público na saída. Aqueles que querem já ir embora podem ir, mas outros podem ficar para curtir mais um pouquinho. Isso vai ajudar muito no sistema de transporte de saída [do Sambódromo]”.
Também está mantida a programação de shows no Terreirão do Samba, que fica próximo à área de concentração das escolas de samba, ao longo dos dez dias de carnaval.
Outras
Caminhos da Reportagem: Vale do São Francisco, o sertão tecnológico

O programa Caminhos da Reportagem desta segunda-feira (7) leva aos telespectadores uma das regiões mais emblemáticas da Região Nordeste: o Vale do São Francisco.
A área – que abrange os estados da Bahia, de Pernambuco, Minas Gerais, Sergipe e Alagoas – é uma das principais exportadoras de frutas do país e tem se destacado pelo uso da tecnologia. O programa vai ao ar, às 23h, na TV Brasil.
A tecnologia está presente em todos os processos de produção e exportação de frutas. Carlos Gava, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), lembra que o Brasil “até pouco tempo era importador e hoje é o maior exportador de alimentos do mundo”. Segundo ele, 90% da manga e 98% da uva exportadas pelo Brasil saem do Vale do São Francisco.
A empresária Lara Secchi afirma que a região é um “oásis” no Nordeste e referência mundial em fruticultura irrigada, utilizando a tecnologia em todas as fases. Cerca de 40% do que é produzido pela empresa vai para o mercado interno e 60% para a exportação.
“A fruticultura irrigada tem um papel social importantíssimo”, destaca Secchi,
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Ela acrescenta que essa é uma atividade manual que precisa de mão de obra em todas as escalas, desde a área de plantio e produção, até a área de beneficiamento, passando pela comercialização.
Vinhos e turismo
Da região, também saem vinhos que têm conquistado o paladar dos consumidores. Segundo a pesquisadora da Embrapa Patrícia Sousa, a principal região produtora de vinhos é a Serra Gaúcha, na Região Sul, e a segunda é o Vale do São Francisco.
“O mais importante não é o volume de produção, mas sim a característica dos vinhos. São vinhos que têm uma tipicidade peculiar em relação a outros vinhos de outras regiões produtoras. São vinhos produzidos em condição ambiental tropical”, ressalta.
No Vale do São Francisco há sete vinícolas, sendo cinco em Pernambuco e duas na Bahia. A atividade é responsável por gerar empregos na região durante todo o ano. Nesses locais, o uso da tecnologia também é fundamental na busca por melhores produtos. Sousa destaca a concessão da indicação de procedência geográfica para vinhos tropicais produzidos no Vale. “Atualmente, estão entrando no mercado os primeiros vinhos com selo da IP, Indicação de Procedência geográfica do Vale de São Francisco”, informa a pesquisadora.
Outra área que se beneficia do desenvolvimento da região é o turismo, que atrai apreciadores de vinho e da natureza. “Eu fiquei encantada. Honestamente, não esperava encontrar tanta cultura”, diz a empresária Simone Carnieli, que é da serra gaúcha. “O São Francisco é incrível. A vida que ele gera é incrível. Eu fiquei impressionada”, opina.
Sobre o programa
Produção jornalística semanal da TV Brasil, o Caminhos da Reportagem leva o telespectador para uma viagem pelo país e pelo mundo atrás de pautas especiais, com uma visão diferente, instigante e complexa de cada um dos assuntos escolhidos.
No ar há mais de uma década, o Caminhos da Reportagem é uma das atrações jornalísticas mais premiadas não só do canal, como também da televisão brasileira. Para contar grandes histórias, os profissionais investigam assuntos variados e revelam os aspectos mais relevantes de cada assunto.
Saúde, economia, comportamento, educação, meio ambiente, segurança, prestação de serviços, cultura e outros tantos temas são abordados de maneira única. As matérias temáticas levam conteúdo de interesse para a sociedade pela telinha da emissora pública.
Questões atuais e polêmicas são tratadas com profundidade e seriedade pela equipe de profissionais do canal. O trabalho minucioso e bem executado é reconhecido com diversas premiações importantes no meio jornalístico.
Exibido às segundas, às 23h, o Caminhos da Reportagem tem horário alternativo na madrugada para terça, às 4h30. A produção disponibiliza as edições especiais no site http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem e no YouTube . As matérias anteriores também estão no aplicativo TV Brasil Play, disponível nas versões Android e iOS, e no site http://tvbrasilplay.com.br.
Outras
Brasil: venezuelanas têm dificuldade de integração socioeconômica

Ações de acolhimento e integração da população venezuelana no Brasil necessitam, de forma urgente, de maior articulação com outras políticas públicas, incluindo saúde, moradia, educação e trabalho, em nível nacional e local, com foco especial na igualdade de gênero. É o que aponta pesquisa conduzida pela Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e pela ONU Mulheres, com o apoio do governo de Luxemburgo.
Desde abril de 2018, mais de 150 mil venezuelanos interiorizados de forma voluntária em Boa Vista foram realocados para mais de 1,1 mil cidades brasileiras. O estudo cita avanços na integração, incluindo aumento de 12% no rendimento médio mensal individual e de 8% no rendimento domiciliar per capita. As entidades alertam, entretanto, que persistem desigualdades entre homens e mulheres na inserção laboral e no acesso a serviços essenciais, sobretudo entre mulheres e famílias monoparentais.
Os dados mostram, por exemplo, que homens venezuelanos sem filhos e com maior nível educacional têm mais chances de conseguirem oportunidades para interiorização voluntária de Roraima para outros estados. Já mulheres venezuelanas, segundo a pesquisa, enfrentam mais vulnerabilidades e respondem pela maioria entre chefes de famílias monoparentais, além de apresentam maiores taxas de desemprego e informalidade.
Ao tratar de avanços no mercado de trabalho, o estudo destaca que houve redução no tempo médio sem trabalho, de 6,7 para 4,7 meses, com destaque para uma melhora da inserção laboral das mulheres ao longo do tempo – ainda aquém quando comparado ao tempo médio dos homens. No quesito educação e língua, crianças e adolescentes abrigados ainda enfrentam mais dificuldades de acesso à escola. “A compreensão do idioma português melhorou, especialmente entre mulheres”, cita a pesquisa.
Dados sobre saúde reprodutiva indicam que o uso de métodos contraceptivos entre venezuelanos interiorizados no Brasil cresceu, mas persistem barreiras tanto no acesso como no pré-natal, além de problemas na prevenção do câncer entre mulheres abrigadas. Já sobre insegurança alimentar e discriminação, a pesquisa alerta que ambos os temas registraram aumento entre mulheres venezuelanas abrigadas e entre pessoas interiorizadas de modo geral.
Entenda
Iniciada em 2021, a pesquisa foi feita em três fases de coleta de dados quantitativos: a primeira, entre maio e julho de 2021; a segunda, entre os meses de outubro e novembro de 2021; e a terceira, entre agosto e novembro de 2023. Para fins de comparação, foram entrevistadas pessoas de origem venezuelana interiorizadas e pessoas residentes em abrigos em Boa Vista.
Os estudos foram executados pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas e pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Outras
Carta do Brics tem capítulo contra todas as formas de discriminação

A Carta do Rio de Janeiro, declaração final dos líderes que participam da reunião de cúpula do Brics, que acontece neste domingo (6) e na segunda-feira (7), no Rio de Janeiro, traz um capítulo específico que manifesta compromisso contra “todas as formas de discriminação”.
“Reafirmamos a necessidade de todos os países cooperarem na promoção e proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais sob os princípios da igualdade e do respeito mútuo e de combaterem a todas as formas de discriminação”, afirma trecho do parágrafo que trata de parcerias e promoção do desenvolvimento humano, social e cultural.
O Brics é um grupo formado por 11 países-membros e dez parceiros, que se identificam como Sul Global, nações em desenvolvimento e desafios sociais similares. A reunião de líderes acontece no Museu de Arte Moderna do Rio, uma vez que o Brasil ocupa a presidência rotativa anual do grupo.
Além do combate a todas as formas de discriminação, os países do bloco se comprometem a fortalecer a cooperação em questões populacionais para o desenvolvimento socioeconômico, particularmente no que diz respeito aos direitos e benefícios de mulheres e pessoas com deficiência, ao desenvolvimento da juventude, ao emprego e futuro do trabalho, à urbanização, à migração e ao envelhecimento.
Direitos humanos
O trecho da declaração também faz citação direta aos direitos humanos e à democracia.
“Necessidade de promover, proteger e cumprir os direitos humanos de forma não seletiva, não politizada e construtiva, sem padrões duplos, por meio do diálogo e da cooperação construtivos. Apelamos ao respeito à democracia e aos direitos humanos. Nesse sentido, destacamos que eles devem ser implementados tanto no nível da governança global quanto no nível nacional”, afirma o documento diplomático.
A Carta do Rio de Janeiro aponta entre os elementos a serem combatidos o racismo, xenofobia (aversão a estrangeiros) e intolerância religiosa.
“Reiteramos a necessidade de intensificar a luta contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e intolerâncias correlatas, bem como contra a discriminação com base na religião, fé ou crença, e todas as suas formas contemporâneas ao redor do mundo”.
Os líderes advertiram ainda sobre “tendências alarmantes de discurso de ódio, desinformação e informação enganosa crescentes”.
Os representantes dos países saudaram uma decisão da União Africana (organismo composto pelos 55 países do continente), que designou 2025 como ano de reparação para africanos e os afrodescendentes. “Reconhecemos os esforços da União Africana para combater o legado destrutivo do colonialismo e do tráfico de escravizados”.
Em vários momentos, o documento defende a importância do empoderamento das mulheres e de garantir participação delas plena, igualitária e significativa em todas as esferas da sociedade”.
Os países citaram discussões promovidas sob a presidência brasileira relacionadas aos impactos da misoginia e da desinformação online sobre as mulheres.
Cultura e IA
O grupo de países encoraja os membros a formularem programas para apoiar e fomentar as economias culturais e criativas dos países, “reconhecendo o crescente peso econômico e a contribuição dos setores culturais e criativos para a economia em geral”.
Em referência ao passado colonial, o capítulo ainda ressalta a “importância do retorno de bens e patrimônios culturais aos seus países de origem”. O Brics defende que as relações internacionais sejam em bases não hierárquicas.
Os países reconhecem que a Inteligência Artificial (IA) “está transformando as relações de trabalho, criando oportunidades de emprego, “mas também apresentando desafios, como o deslocamento de empregos e o aumento da desigualdade”.
Dessa forma, o Brics se compromete com políticas inclusivas que utilizem a tecnologia de forma responsável para garantir a IA para o bem e para todos, “levando em consideração as políticas nacionais, as regulamentações e os acordos internacionais aplicáveis”.
A quatro meses da COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), que será realizada em novembro, em Belém (PA), o Brics reafirmou compromisso com o aumento do financiamento e com o fortalecimento da governança, da solidariedade e da resiliência na redução do risco de desastres, “incluindo aqueles relacionados à mudança do clima, especialmente para o Sul Global”.
Brics
O Brics é formado por 11 países-membros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Essas nações representam 39% da economia mundial e 48,5% da população do planeta.
Os países que têm status de parceiros são Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Os parceiros não têm poder de voto.
Os países-membros se alternam ano a ano na presidência. O Brasil será sucedido pela Índia em 2026.