Economia
Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 4

A Caixa Econômica Federal paga nesta quinta-feira (22) a parcela de maio do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 4.
O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 667,49. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do Governo Federal alcançará 20,46 milhões de famílias, com gasto de R$ 13,64 bilhões.
Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até seis meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos.
No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
Os beneficiários de 168 cidades receberam o pagamento na segunda-feira (19), independentemente do NIS. A medida beneficiou moradores de sete estados, afetados por chuvas ou por estiagens ou com povos indígenas em situação de vulnerabilidade: Amazonas, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo e Sergipe.
A lista dos municípios com pagamento antecipado está disponível na página do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.
Desde o ano passado, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).
Regra de proteção
Cerca de 3,02 milhões de famílias estão na regra de proteção em maio. Em vigor desde junho de 2023, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 366,07.
A partir do próximo mês, o tempo de permanência na regra de proteção será reduzido de dois para um ano. No entanto, a mudança só abrangerá as novas famílias que entrarem na fase de transição. Quem se enquadrou na regra até maio deste ano continuará a receber metade do benefício por dois anos.
Auxílio Gás
Neste mês não haverá o pagamento do Auxílio Gás, que beneficia famílias cadastradas no CadÚnico. Como o benefício só é pago a cada dois meses, o pagamento voltará em junho.
Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.
Arte EBC
Economia
Nova tarifa de Trump sobre o aço vai encarecer produto, diz Alckmin

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (4) que o aumento, de 25% para 50%, da sobretaxa sobre o aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos não afeta apenas o Brasil, mas impacta todo o mercado internacional desses insumos.
“A medida que os Estados Unidos, o presidente [Donald Trump] tomou ontem, aumentando o imposto de importação de 25% para 50%, não foi só para o Brasil, foi para o mundo inteiro. Então, não é ruim para o Brasil, é ruim para todo mundo, vai encarecer os produtos”, observou Alckmin após participar da inauguração do Parque Solar de Arinos (MG), na região do Entorno do Distrito Federal.
Geraldo Alckmin lembrou que o Brasil é o segundo maior comprador do carvão siderúrgico americano, que é semielaborado pela indústria nacional e depois revendido aos EUA para que as companhias do país fabriquem motores, automóveis, aeronaves. “É uma cadeia importante, então, eu lamento, mas qual o caminho? O caminho é incentivar ainda mais o diálogo. Foi criado um grupo de trabalho pelo lado do Brasil, formado pelo Ministério da Indústria e pelo Ministério de Relações Exteriores. Pelo lado americano, o USTR [Representante de Comércio dos EUA]”, comentou o presidente em exercício.
O vice-presidente também ressaltou que o Brasil pratica tarifa zero para oito dos dez principais produtos que os Estados Unidos exportam para o país.
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A nova sobretaxa sobre o aço e o alumínio, que agora atinge 50%, foi anunciada menos de três meses da imposição da primeiras tarifas, então em 25%, sobre os mesmos produtos.
A taxação definida pelo governo dos EUA é uma forma de protecionismo às siderúrgicas americanas, que passam a concorrer em vantagem com produtos importados que chegarão mais caros aos Estados Unidos. Esta tem sido a política comercial adotada pelo governo estadunidense desde o início do segundo mandato de Donald Trump, sob alegação de forçar uma reindustrialização do país.
Empresas brasileiras
Em nota, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) manifestou preocupação com a nova sobretaxa e pediu ações amplas do governo brasileiro para lidar com o novo cenário em que medidas protecionistas devem conviver com agendas industriais mais coordenadas.
“É necessário um duplo movimento: por um lado, cautela e calibração na adoção de medidas emergenciais de mitigação – como o fortalecimento dos instrumentos de defesa comercial e ajustes tarifários para coibir práticas desleais e desvios de comércio; por outro, visão estratégica para reposicionar o Brasil na nova geografia da cadeia global do alumínio, com base em suas vantagens competitivas estruturais”, disse a entidade.
Já o Instituto Aço Brasil, que representa as empresas do setor, afirmou em nota, divulgada na terça-feira (3), que é preciso manter esforços para reconstruir o mecanismo de cotas que permite que quantidades determinadas de aço entrem nos EUA sem tarifas comerciais. Segundo a entidade, a taxação é um problema para a própria indústria norte-americana, que será prejudicada.
“Mais uma vez, o Aço Brasil reforça que a retomada das exportações de aço aos Estados Unidos nas condições vigentes até março atende não somente o interesse da indústria de aço brasileira, mas também da indústria de aço norte-americana. As usinas norte-americanas demandaram quase 6 milhões de toneladas de placas de aço em 2024, das quais 3,4 milhões de toneladas vieram do Brasil. O não reestabelecimento do acordo será prejudicial a ambos os países, razão pela qual o Aço Brasil mantém sua confiança na continuidade do diálogo entre os dois governos, de forma a retomar o fluxo de produtos de aço para os Estados Unidos.”
Economia
Novo parque solar em Minas Gerais pode abastecer 350 mil habitantes

Inaugurado nesta quarta-feira (4), o Parque Solar de Arinos (MG) ocupa uma área de 822 hectares e possui mais de 720 mil painéis fotovoltaicos. Juntos, eles entregam uma capacidade instalada de 432 megawatt-pico (MWp). Essa potência pode abastecer uma cidade de 350 mil habitantes ou o equivalente a 70 mil residências.
Segundo o governo federal, que financiou R$ 690 milhões para o projeto, o objetivo do parque é ampliar a geração de energia limpa e renovável no país. O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, participou da inauguração da obra na cidade mineira, a cerca de 250 quilômetros de Brasília.
“O Brasil já é hoje o grande celeiro do mundo. Grande produtor de proteína animal e vegetal. Temos um parque industrial extremamente vigoroso. Energia elétrica mais limpa do mundo, energia renovável. Energia solar crescendo fortemente. O Brasil hoje está entre os maiores produtores do mundo, entre os seis maiores, tanto de energia solar quanto de energia eólica”, afirmou.
“Precisamos descarbonizar. Este empreendimento aqui, o Parque Solar Arinos, vai deixar de emitir 22 mil toneladas de gás carbônico (CO₂) por ano. Então estamos ajudando o mundo a descarbonizar”, acrescentou Alckmin.
O projeto foi desenvolvido pela Newave Energia e também contou com investimento de acionistas da FIP Newave Energia, Gerdau e XP Investimentos. Por causa da usina, cerca de 27 empresas ligadas ao setor fotovoltaico foram instaladas no município de 17 mil habitantes.
Potencial
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), Minas Gerais possui cerca de 934 usinas solares, que correspondem ao maior potencial instalado do Brasil. Até 2028, projeta a pasta, o estado deverá receber R$ 17,6 bilhões em investimentos no setor de energia solar, que devem impactar na criação de 160 mil empregos diretos e indiretos.
O Brasil está entre os 18 países do mundo em que a energia solar tem taxa de penetração superior a 10%, conforme a Agência Internacional de Energia (IEA). Um dos desafios é a construção de subestações e linhas de transmissão para serem utilizadas durante o dia.
Também são necessários investimentos em sistemas de armazenamento de energia térmica em que se armazenem durante o dia e se gere energia durante o período que não haja uso do Sistema Interligado Nacional (SIN) para receber a eletricidade solar fotovoltaica.
Além da energia eólica, é possível utilizar o gás natural existente na região de Arinos por meio da captura dos gases de efeito estufa.
Com 49,57% do total, o setor residencial lidera o consumo de energia solar no Brasil, seguido pelo setor de comercial e serviços, com 28,43%; e o rural, com 13,50%. O setor industrial aparece com 7,23%, enquanto o setor público, com os serviços e iluminação pública, somam 1,27%.
Economia
Tesouro capta US$ 2,75 bi no exterior com maior demanda em sete anos

O Tesouro Nacional captou US$ 2,75 bilhões de investidores internacionais com aumento de juros em relação às últimas emissões. O dinheiro veio do lançamento, nesta quarta-feira (4), de US$ 1,5 bilhão em títulos da dívida externa com vencimento em 2030 e de US$ 1,25 bilhão em papéis com vencimento em 2035.
Segundo o Tesouro, a demanda chegou a US$ 10,9 bilhões no horário de pico, superando a oferta em cerca de quatro vezes. De acordo com o órgão, a relação demanda e oferta atingiu o maior nível em sete anos. Entre os compradores, 87% vêm da Europa e da América do Norte. Os investidores da América Latina, incluindo o Brasil, responderam por 11,6% das compras.
Taxas
A taxa obtida na emissão dos papéis de cinco anos somou 5,68% ao ano. No último lançamento desse tipo de papel, em dezembro de 2020, o rendimento havia sido 2,2% ao ano. No entanto, naquela época, as taxas dos papéis do Tesouro norte-americano estavam praticamente zeradas por causa da pandemia de covid-19.
No caso dos papéis de cinco anos, as taxas foram as mais altas da história para esse tipo de título. Apesar das taxas mais altas, as taxas foram menores que as esperadas, de 6,125% ao ano.
Para os papéis de dez anos, a taxa somou 6,73% ao ano. Na emissão mais recente, em fevereiro deste ano, os juros alcançados haviam somado 6,75% ao ano.
As taxas esperadas estavam em 7,125% ao ano. No entanto, continuam mais altas que nas emissões de janeiro do ano passado, quando estavam em 6,35% ao ano.
Os juros básicos nos Estados Unidos começaram a subir em 2022 e, desde julho do ano passado, estão estáveis numa banda entre 5,25% e 5,5% ao ano. Como a taxa final dos títulos brasileiros no exterior depende do rendimento dos títulos norte-americanos, considerados os investimentos mais seguros do mundo, mais um prêmio de risco, os juros para os papéis brasileiros também subiram.
Taxas baixas de juros indicam pouca desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Em momentos de crise econômica e de aumento das taxas externas como o atual, os estrangeiros passaram a cobrar juros mais elevados para comprar os papéis brasileiros.
Por meio do lançamento de títulos da dívida externa, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a vários anos com a correção dos juros acordada, de 5,68% ao ano para os papéis que vencem daqui a cinco anos e 6,73% ao ano para os papéis que vencem em dez anos.
Spread
O spread, que é a diferença entre os títulos brasileiros de cinco anos e os papéis do Tesouro norte-americano com o mesmo prazo caiu. A taxa do papel brasileiro foi 175,5 pontos-base (1,755 ponto percentual) acima dos juros dos papéis norte-americanos. Na emissão anterior, em dezembro de 2020, a diferença havia ficado em 177,9 pontos (1,779 ponto percentual).
Em relação aos papéis de dez anos, o spread subiu e ficou em 237,5 pontos (2,375 pontos percentuais). Isso representa alta em relação à última emissão, em fevereiro deste ano, quando a diferença tinha ficado em 220 pontos.
Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do país em 11 de junho. De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões de títulos no exterior não têm como objetivo principal reforçar as divisas do país, mas fornecer um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado financeiro internacional e dar mais liquidez para a dívida externa brasileira.