Internacional
Câmara dos Deputados na Itália aprova decreto que restringe cidadania

A Câmara dos Deputados na Itália aprovou nesta terça-feira (20) o decreto-lei que limita a transmissão da cidadania italiana por direito de sangue. Com 137 votos favoráveis, 83 contrários e duas abstenções, a medida, que também já foi aprovada pelo Senado no último dia 15 de maio, agora precisa ser sancionada pelo presidente da República, Sergio Mattarella.
O texto muda as regras para o reconhecimento da cidadania por descendência, que agora fica limitado principalmente a filhos e netos de italianos.
*Com informações da Ansa / Matéria em atualização
Internacional
FAO aponta que fome chegou a pior patamar em Gaza

A fome entre palestinos na Faixa de Gaza atingiu o patamar 5, o mais grave na classificação sobre segurança alimentar. Isso significa que a população no território vive uma catástrofe humanitária.
A denúncia está em um relatório produzido pela FAO, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
Segundo o relatório, a população da Faixa de Gaza sofre de fome generalizada, ou seja, há falta extrema de alimentos no território e desnutrição aguda grave, especialmente entre crianças. Além disso, o território tem mortalidade elevada, mesmo excluindo as mortes causadas por bombardeios, contando-se apenas as mortes por desnutrição ou doenças relacionadas à falta de nutrição adequada.
Aliados históricos pressionam Israel
Apesar das imagens desoladoras, Israel insiste que não há fome em Gaza. Mas o governo de Benjamin Netanyahu já começa a ser pressionado até por aliados históricos. Na última semana, a França anunciou que vai reconhecer oficialmente o Estado Palestino e que apoia a solução de dois estados na região, ou seja, a existência de um Estado judeu, Israel, e de um Estado palestino.
Hoje (29), foi a vez de o Reino Unido anunciar que também pretende reconhecer o Estado Palestino. O ministro de Relações Exteriores do país afirmou, durante uma conferência da ONU em Nova York, que, caso Israel não acabe com a guerra e permita o fim da crise humanitária em Gaza, o Reino Unido reconhecerá o Estado Palestino durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro.
Atualmente, 144 dos 193 estados-membros da ONU, incluindo o Brasil, reconhecem a Palestina como um Estado. Entre os que não reconhecem, estão Estados Unidos, Canadá, Austrália e a maioria dos países europeus.
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*Com informações da agência Reuters
Internacional
Reino Unido vai reconhecer Palestina se Israel rejeitar cessar-fogo

O governo do Reino Unido informou, nesta terça-feira (29), que vai reconhecer a Palestina como um Estado, até setembro deste ano, caso Israel não aceite certas condições para aliviar o sofrimento dos civis na Faixa de Gaza. Tel Aviv é contra a criação de um Estado palestino.
A decisão foi divulgada cinco dias após a França anunciar que vai reconhecer, também em setembro, o Estado da Palestina nas Nações Unidas. Com isso, França e Reino Unido podem se tornar as duas primeiras potências ocidentais a reconhecerem a Palestina.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que o gabinete tomou a decisão hoje.
“Em Gaza, devido a uma falha catastrófica na ajuda humanitária, vemos bebês famintos, crianças fracas demais para se manterem em pé, imagens que permanecerão conosco por toda a vida. O sofrimento precisa acabar”, disse.
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As condições elencadas pelo chefe do governo britânico ao governo de Israel para evitar o reconhecimento da Palestina são:
- Que o governo de Benjamin Netanyahu tome medidas substantivas para pôr fim à terrível situação em Gaza;
- Que concorde com um cessar-fogo e se comprometa com uma paz sustentável de longo prazo “reavivando a perspectiva de uma solução de dois Estados”;
- Que permita à ONU distribuir ajuda humanitária nos territórios palestinos ocupados;
- Que deixe claro que não haverá anexações na Cisjordânia.
O primeiro-ministro Keir Starmer acrescentou que a mensagem ao Hamas continua a mesma: “Eles devem libertar imediatamente todos os reféns, assinar um cessar-fogo, desarmar-se e aceitar que não participarão do governo de Gaza”, completou.
Ao todo, mais de 140 dos cerca 190 países da ONU já reconhecem a Palestina como Estado, incluindo o Brasil, que fez esse reconhecimento em 2010. Na Europa, dos 27 Estados, apenas Eslovênia, Suécia, Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem a Palestina como Estado.
Nesta semana, uma conferência da ONU discute a solução de dois Estados para crise na Palestina. Os países debatem medidas para tornar os dois Estados uma realidade.
Palestinos aguardam para receber comida preparada por uma cozinha comunitária, em Nuseirat, Faixa de Gaza – Foto: Reuters/Ramadan Abed/Arquivo/Proibida reprodução
Israel
O governo de Tel Aviv rejeita a criação de um Estado palestino. Por meio de nota, o governo israelense criticou a declaração do primeiro-ministro do Reino Unido.
“A mudança na posição do governo britânico neste momento, após a ação francesa e as pressões políticas internas, constitui uma recompensa para o Hamas e prejudica os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza e uma estrutura para a libertação de reféns”, disse o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Entenda
Com o anúncio do Reino Unido, cresce a pressão sobre Israel para que assine um cessar-fogo e permita a entrada desimpedida de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
A fome que assola os quase 2 milhões de pessoas de Gaza devido ao bloqueio israelense tem contribuído para aumentar o isolamento internacional de Israel e dos Estados Unidos em relação ao conflito no enclave palestino. A ONU afirma que Israel usa a fome como arma de guerra.
O governo de Benjamin Netanyahu, contrariando todas as evidências, diz que não há fome no território palestino, afirmação questionada até pelo aliado Donald Trump, que reconheceu a fome em Gaza.
Nesta terça-feira (29), chegou-se à marca dos mais de 60 mil palestinos assassinados em Gaza desde o dia 7 de outubro de 2023, quando o Hamas fez um ataque surpresa contra vilas ao Sul de Israel, matando cerca de 1,2 mil pessoas e fazendo mais de 200 reféns.
Internacional
Senadores brasileiros buscam diálogo sobre tarifas impostas por Trump

Um grupo de oito senadores brasileiros estão em Washington, capital dos Estados Unidos (EUA), para tentar abrir um canal de diálogo com congressistas estadunidenses e discutir soluções para o tarifaço de 50% anunciado pelo presidente americano por Donald Trump sobre as importações do Brasil.
Os senadores se reuniram com representantes da Embaixada do Brasil, com empresários e devem se reunir nesta terça-feira (29) com seis congressistas, entre Republicanos e Democratas, para discutir soluções para as tarifas, previstas para começar a ser aplicadas na próxima sexta-feira (1º).
Não foram anunciados os nomes dos congressistas que vão receber os senadores brasileiros.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS) (Foto), que lidera a missão em Washington, explicou que o objetivo é “distensionar” a relação com os Estados Unidos no âmbito parlamentar.
“A partir do momento que a gente conquistar isso [o distensionamento], eu penso que a missão já vai ter o seu primeiro ponto no sentido de proporcionar ambiente e caminho para que quem tenha prerrogativa de negociar, que não somos nós, e sim o governo federal, possa assim fazer”, disse Trad após a reunião com membros da U.S. Chamber of Commerce, que representa as empresas de todos os setores dos EUA.
A assessoria da missão do Senado informou ainda que os parlamentares se reuniram com representantes de executivos das multinacionais Cargill, ExxonMobil, Johnson & Johnson, Caterpillar, entre outras.
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Diálogo
Na segunda-feira (28), o vice-presidente Geraldo Alckimin disse que o governo está conversando com o governo dos Estados Unidos.
“Estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e com reserva”, disse.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que também está em Washington, destacou que a missão busca soluções para proteger a economia brasileira e as relações diplomáticas de mais de 200 anos entre Brasil e EUA.
“O objetivo é chegar a um acordo e defender o Brasil perante as tarifas unilaterais impostas pelo presidente dos Estados Unidos”, escreveu em uma rede social.
Participam da missão do Senado Tereza Cristina (PP-MS), Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC).
A missão tem agenda até esta quarta-feira (30), quando devem se reunir com representantes da Americas Society/Council of the Americas, entidade que reúne lideranças da sociedade civil e do setor empresarial com foco no fortalecimento das relações interamericanas.
Entenda
No dia 9 de julho, Trump anunciou tarifas adicionais de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil, a partir de 1º de agosto. O chefe da Casa Branca cita uma suposta relação “injusta” nas relações comerciais entre os dois países, apesar de o Brasil ter déficit comercial com os EUA há 17 anos.
Trump também cita restrições impostas às plataformas digitais americanas e o processo por tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como outros motivos para a tarifa de 50%.
As autoridades norte-americanas ainda abriram investigação contra o Pix por considerarem possível prática “desleal” de mercado, o que prejudicaria as bandeiras de máquinas de crédito estadunidense Visa e MasterCard, além do Whatsapp Pay, da gigante da tecnologia Meta.