Saúde
Câncer de Mama: Desafios e Avanços no Diagnóstico
A importância da detecção precoce e o impacto das tecnologias emergentes na gestão da doença. Novas recomendações para rastreamento e o preocupante aumento de casos entre mulheres jovens.
Em 2024, o câncer de mama continua sendo o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que serão registrados 73.610 novos casos durante o ano. Desses, uma parte significativa ocorrerá em São Paulo, com 20.470 casos projetados. Esses números ressaltam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce para não fazer parte dessa estatística alarmante. Embora a doença seja mais frequente em mulheres com mais de 50 anos, a incidência entre mulheres jovens tem aumentado. No Brasil, a taxa de diagnóstico em mulheres com menos de 35 anos atualmente está entre 4% e 5% dos casos, comparado a apenas 2% historicamente. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil, sendo observado também em outros países em desenvolvimento. Aspectos relacionados ao estilo de vida, como menor número de filhos, gestação tardia e alimentação inadequada, podem estar contribuindo para esse aumento.
Segundo a Dra. Luci Barbiero, Diretora Médica da Alliança Saúde a principal diferença entre o câncer de mama em mulheres jovens e mais maduras é a agressividade do tumor: “Mulheres jovens frequentemente apresentam câncer do tipo triplo-negativo, que é mais agressivo e tem uma tendência maior a se espalhar para outros órgãos após o tratamento inicial. Contudo, é importante ressaltar que, mesmo nesses casos, o tratamento pode ser altamente eficaz, especialmente se o diagnóstico for precoce.”
O tratamento do câncer de mama depende do tamanho do tumor, do envolvimento dos linfonodos axilares e do subtipo da doença (positivo para receptores hormonais, HER2 positivo ou triplo-negativo). As opções incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapia anti-HER2. A escolha do tratamento ideal deve ser feita por uma equipe multidisciplinar, incluindo mastologistas, oncologistas clínicos e radioterapeutas.
Além do estadiamento e subtipo da doença, fatores como a idade da paciente, a presença de comorbidades e o desejo de preservar a fertilidade são importantes na decisão terapêutica, especialmente para mulheres jovens. Hoje, plataformas moleculares podem avaliar o risco de recidiva após a cirurgia e ajudar a decidir sobre a necessidade de quimioterapia adjuvante. “Para mulheres jovens e sem filhos, é essencial discutir métodos contraceptivos seguros durante a quimioterapia e hormonioterapia, bem como estratégias para preservação da fertilidade”, destaca a Dra. Luci Barbiero. “Se houver desejo de engravidar, o planejamento deve considerar o momento mais seguro para a gestação, evitando riscos de malformações fetais e aceleração do câncer.”
Importância da Mamografia
O aumento dos diagnósticos de câncer de mama em mulheres jovens tem gerado grande preocupação. Dados da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) mostram que o percentual de mulheres com menos de 40 anos diagnosticadas com câncer de mama mais que dobrou, passando de 7,9% em 2009 para 21,8% em 2020.
De acordo com Dra. Luci Barbiero com o aumento significativo dos casos em mulheres jovens, é crucial revisar as diretrizes de rastreamento: “Embora o câncer de mama em mulheres jovens não seja tão comum, representa uma parte significativa da população feminina. A Sociedade Brasileira de Mastologia já recomenda mamografia anual a partir dos 40 anos para mulheres de risco habitual e a partir dos 30 anos para mulheres com alto risco. Esse ajuste nas recomendações é uma resposta ao aumento dos casos na faixa etária jovem.”
Avanços Tecnológicos no Diagnóstico
A Inteligência Artificial (IA) está transformando o diagnóstico precoce de câncer de mama. A Alliança Saúde, em parceria com uma startup de saúde, utiliza algoritmos de IA para identificar exames com alterações suspeitas. Após a mamografia ou ultrassom, os achados são analisados por IA, e os casos suspeitos são identificados e encaminhados para investigação adicional. A plataforma Neuralmed garante a análise anônima dos dados, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.
O atendimento personalizado e o uso de tecnologia têm contribuído para a detecção precoce do câncer de mama, aumentando as chances de tratamento eficaz e cura. Com a detecção precoce, as chances de cura podem chegar a 95%, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), encurtando o tempo entre o diagnóstico e o tratamento e melhorando a sustentabilidade do sistema de saúde.
Saúde
O dermatologista Cristiano Kakihara fala sobre a aplicação estética do gel de ácido hialurônico nas partes íntimas masculinas
Escrito por Paulo Roberto Amaral
A difusão de imagens na internet associando tamanho a virilidade tem levado aos consultórios pacientes insatisfeitos com as dimensões dos seus órgãos genitais e a tumescência durante a ereção. Um problema que interfere até na saúde mental e no prazer sexual de muitos homens.
No meio acadêmico, esse tema ganhou força e os avanços no tratamento permitem alcançar resultados satisfatórios para os pacientes. Um desses procedimentos é a utilização de gel de ácido hialurônico, um método inovador com resultados surpreendentes, segundo o dermatologista Cristiano Kakihara, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, “O uso de gel de ácido hialurônico para o aumento da circunferência peniana é uma terapia emergente que, embora ainda precise ser melhor estudada, mostra-se promissora”.
Recentemente, diversos estudos têm investigado as técnicas de preenchimento injetável, revelando que, apesar da complexidade do procedimento e das possíveis complicações, “é fundamental que o paciente esteja bem-informado sobre os riscos e benefícios. O acompanhamento adequado e a escolha do material correto para evitar complicações, como a necrose da mucosa”, ressalta o dermatologista.
Embora a Sociedade Internacional de Medicina Sexual não recomende atualmente o uso de gel injetável de ácido hialurônico devido a preocupações como a perda sensorial, o dermatologista Cristiano Kakihara acredita que a seleção criteriosa dos candidatos é crucial. “Os pacientes podem ter experiências positivas, especialmente na redução da hipersensibilidade e na melhoria da função sexual, desde que sejam bem selecionados”, explica.
O aumento da circunferência peniana não apenas atende a uma demanda estética, mas também pode ter implicações funcionais significativas. “A forma cônica da glande é essencial para a relação sexual e para a proteção da uretra. Portanto, o interesse por procedimentos que promovam um aumento estético deve ser levado a sério”, explica o especialista.
Com um aumento constante na procura por técnicas de aumento peniano, o dermatologista Cristiano Kakihara enfatiza que “a técnica é segura, amplamente testada e com ótimos resultados para o paciente”, conclui o dermatologista.
Sobre Dr. Cristiano Kakihara:
É médico dermatologista da Clínica Kakihara (São Paulo/SP). Tem título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia/ Associação Médica Brasileira. É membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. É graduado em Medicina pela instituição pública Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – Autarquia Estadual. É pós-graduado do Departamento de Dermatologia da Escola Paulista de Medicina/ Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp). Cursou especialização em Dermatologia (Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos), Cosmiatria e Cirurgia Dermatológica (Faculdade de Medicina do ABC), Tricologia e Onicologia/ Cabelos e Unhas (Universidade de Mogi das Cruzes). Atua na área universitária, coordenando os médicos residentes e especializandos nos Ambulatórios de Fototerapia, Tricologia e Onicologia/ Cabelos e Unhas, da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), serviço credenciado da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Comissão Nacional de Residência Médica. É ainda membro da equipe de professores do Curso de Extensão em Tricologia e Onicologia (Cabelos e Unhas) da UMC. É autor das 3 edições do livro “Curativos, Estomias e Dermatologia: uma Abordagem Multiprofissional”, da editora Martinari; co-autor de “Dermatologia”, da editora Atheneu; co-autor de “Doenças Sexualmente Transmissíveis”, da mesma editora.
Redes sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/cristianokakiharadermatologia/
Instagram: https://www.instagram.com/clinicakakihara/
Saúde
Diretor da OMS tem alta de hospital no Rio, onde passou a noite
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, recebeu alta hospitalar na manhã desta quinta-feira (21), informou o Hospital Samaritano da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Após se sentir mal, Tedros deu entrada na unidade no fim da tarde dessa quarta-feira (20) para avaliação médica.
De acordo com informação divulgada pelo hospital, o diretor da OMS passou a noite em observação, realizou todos os exames necessários, que constataram indicadores clínicos sem indícios de gravidade.
Tedros Adhanom está no Rio de Janeiro, onde participou da Cúpula de Líderes do G20, no Museu de Arte Moderna, nos dias 18 e 19 de novembro.
A OMS recebeu um total de 70 promessas de doações pelos países participantes da Cúpula dos Líderes do G20. Mais da metade foram realizadas por contribuidores inéditos. Somadas, elas irão garantir US$ 1,7 bilhão em recursos.
Os dados foram apresentados por Tedros. Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, o diretor da OMS afirmou que os recursos criam um cenário mais favorável, pois dão previsibilidade ao financiamento global das ações de saúde, e dão flexibilidade para implementar as repostas necessárias.
Com informações: agenciabrasil.ebc.com.br
Saúde
8 Mitos e Verdades sobre Câncer de Próstata
Aumento na incidência da doença exige conscientização e desmistificação. No Brasil, esse tipo de câncer é o segundo mais comum entre os homens
De acordo com um estudo realizado pela The Lancet Commission e apresentado no Congresso da Associação Europeia de Urologia de 2024, os casos de câncer de próstata no mundo devem dobrar de 1,4 milhão por ano para 2,9 milhões por ano até 2040, principalmente nos países de baixa e média renda. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tipo de câncer é o segundo mais comum no Brasil entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. “A conscientização é fundamental para o diagnóstico precoce e a prevenção”, afirma Dr. Bernardo Salgado, Diretor Médico da Alliança Saúde e do CDB. “Precisamos quebrar os tabus que cercam essa doença e incentivar os homens a buscar informações e realizar exames regulares. O câncer de próstata é uma realidade, e quanto mais cedo for detectado, maiores são as chances de tratamento eficaz e cura.”
1. O câncer de próstata é uma doença exclusiva dos idosos – MITO
Embora a taxa de incidência cresça conforme o avançar da idade, e a grande maioria dos casos ocorra em homens mais velhos, a doença pode ser diagnosticada em homens mais jovens, em especial quando se tratam de subtipos mais raros da doença. A vigilância regular está indicada para os homens, em geral, a partir dos 50 anos, quando a incidência se torna maior, com objetivo de detectar a doença em seus estágios iniciais. “Não devemos subestimar a importância do monitoramento”, alerta Dr.Bernardo.
2. Ter histórico familiar aumenta o risco da doença – Verdade
Ter um histórico familiar de câncer de próstata realmente aumenta as chances de um homem desenvolver a doença. Homens que têm parentes de primeiro grau diagnosticados, como pai ou irmão, correm risco maior, especialmente se houver múltiplos casos na família. “Esse fator hereditário deve ser levado em consideração ao planejar exames preventivos. Neste caso, recomenda-se que o rastreio anual comece 10 anos antes, estando indicado, portanto, desde os 40 anos.”, destaca Dr. Bernardo Salgado.
3. O câncer de próstata é sempre sintomático – Mito
Muitas pessoas acreditam que o câncer de próstata apresenta sintomas visíveis em seus estágios iniciais. No entanto, isso é um equívoco. O câncer de próstata é quase sempre assintomático nas fases iniciais, o que significa que os homens podem não perceber qualquer sinal até que a doença avance. A falta de sintomas torna ainda mais crucial a realização de exames regulares para a população na faixa etária indicada. “Muitos homens podem ignorar a importância dos exames de rotina porque não sentem nada, mas essa é uma abordagem não recomendada. A detecção precoce é muitas vezes a chave para um tratamento bem-sucedido, e exames regulares podem identificar problemas antes que se tornem graves”, informa Bernardo.
4. Homens negros estão em maior risco de câncer de próstata – Verdade
Estudos demonstram que homens afrodescendentes têm uma incidência de câncer de próstata maior do que homens de outras etnias. Além disso, estudo observaram taxa de letalidade mais alta nessa população. Esse cenário destaca a importância de campanhas de conscientização e acesso a cuidados de saúde adequados. “Além dos fatores genéticos demonstrados, que conferem maior risco para câncer de próstata entre homens negros, essa população, não raro, enfrenta maiores obstáculos para obter acesso ao diagnóstico e tratamento precoces, o que tem sido associado à maior taxa de letalidade observada nesse grupo. Por conta desses fatores, algumas sociedades médicas internacionais recomendam que o rastreamento para câncer de próstata comece a partir dos 45 anos de idade.”, afirma o médico.
5. Realizar o exame PSA dispensa a indicação de realizar o exame de toque retal – Mito
A crença de que o exame de PSA pode substituir o toque retal é enganosa. Esses exames são complementares e devem ser idealmente realizados em conjunto, para uma avaliação mais precisa da saúde da próstata. “Embora menos frequente, um homem pode ter um PSA normal e ainda assim ter câncer, assim como um PSA elevado não garante a presença da doença. A combinação desses exames agrega informações relevantes para o diagnóstico”, alerta Dr. Bernardo.
6. O câncer de próstata é sempre fatal – Mito
Embora o câncer de próstata possa ser uma doença grave, a taxa de sobrevida em estágio inicial é alta, com mais de 90% dos homens diagnosticados com câncer de próstata em estágio inicial sobrevivendo por cinco anos ou mais. O tratamento e a detecção precoces são fundamentais para melhorar os prognósticos. “Com o diagnóstico correto e a abordagem adequada, muitos homens podem viver longas vidas após o tratamento”, garante Dr. Bernardo.
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