Saúde
Clínica multidisciplinar cria modelo que promete resolver acesso a crianças autistas a tratamento por meio de plano de saúde
Nos últimos 20 anos, a prevalência do diagnóstico do transtorno do espectro autista quadruplicou em todo mundo. MedAdvance propõe parcerias com operadoras para reduzir demandas judiciais e potencializar tratamento precoce. A ideia é chegar a 5 mil crianças atendidas nos próximos anos, garantindo 2,5 milhões de horas de teapira por ano
Com o aumento no número de diagnósticos do transtorno do espectro autista (TEA) em todo mundo, a saúde pública e privada brasileira se vê com o desafio de prover de forma adequada todas as terapias necessárias para o desenvolvimento destas crianças. Apesar de não haver um estudo consistente no Brasil sobre o tema, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), respeitado instituto dos Estados Unidos, indicou que o número de casos de autismo era de 1 a cada 36 em 2020, uma prevalência quatro vezes maior que em 2000. Com unidades em São Paulo e Macapá, a rede de clínicas MedAdvance investe em parcerias com planos de saúde para tornar viável o diagnóstico e tratamento precoce de crianças com diagnóstico de autismo, TDAH e TOD e pretende chegar a 30 novas unidades até o final de 2028.
No mercado desde 2021, a MedAdvance já realizou 100 mil horas de atendimento a famílias e crianças de 0 a 7 anos nas duas praças. O objetivo é chegar a 5 mil crianças atendidas de forma regular nos próximos cinco anos, o equivalente a 2,5 milhões de horas de terapias por ano. Para essa expansão, o plano de negócios de Janderson Silveira, CEO e sócio-fundador da MedAdvance, está focado em parcerias com as operadoras de saúde e captação de recursos de investidores para entrarem como sócios em clínicas regionais. Para isso, abrirá rodadas de captação de até R$ 30 milhões nos próximos dois anos.
“Estima-se que cerca de 300 mil crianças possuam planos de saúde, mas muitas só acessam os tratamentos por meio de demandas judiciais, que acabam gerando um custo mensal para operadoras de até R$ 35 mil (por beneficiário), para fornecer todas as terapias necessárias. Levantamento feito pela nossa equipe identificou que apenas uma das maiores operadoras de planos de saúde gasta cerca de R$ 30 milhões/mês para o tratamento de crianças autistas. No Brasil, o investimento anual dos planos de saúde é da ordem de R$ 1 bilhão com essas crianças. A MedAdvance surgiu justamente com o foco no atendimento por meio de plano de saúde, com qualidade internacional das terapias, alta especialização dos profissionais de saúde, modelo administrativo, financeiro e de tecnologia próprios, tudo isso gerando uma redução de cerca de 60% na despesa das operadoras”, esclarece o CEO Janderson Silveira.
Oferta x demanda – O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não consegue absorver toda a demanda e são poucas as clínicas integradas que oferecem, pelo menos, as especialidades primordiais para o tratamento (como fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia) em um só lugar e por meio do plano. A maioria, atende 100% de forma privada, o que exige das famílias investimentos mensais entre R$ 10 mil e R$ 25 mil.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que o território brasileiro tenha cerca de dois milhões de autistas, segundo números levantados em 2010. Mas um estudo recente do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC), dos Estados Unidos, mostrou que 1 em cada 36 crianças, aos 8 anos de idade, é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Se as proporções deste levantamento forem aplicadas à população brasileira, há cerca de 6 milhões de autistas no país — diagnosticados ou não.
Operadoras como SulAmérica, GEAP, Cassi, Unimed e Aliança já aderiram aos serviços da MedAdvance
“Estamos em conversas avançadas com os principais planos para aumentar nossa atuação no Brasil e promover ainda mais atendimentos. O aporte total deve chegar a R$ 30 milhões. Até final de 2028, pretendemos já ter novas clínicas nos mercados do Rio de Janeiro, Ceará e Porto Alegre”, reforça Janderson Silveira.
Com um aporte inicial de R$3 milhões, a empresa iniciou a operação no Norte do País e, em menos de um ano, abriu uma nova estrutura em São Paulo. “Iniciamos a nossa operação em Macapá, pois entendemos que a demanda era imensa e fomos percebendo que existe uma carência de atendimento multidisciplinar no Brasil inteiro. Os tratamentos oferecidos aos pais, muitas vezes, chegam a valores exorbitantes, o que impacta na manutenção da saúde suplementar e no bolso de milhares de famílias que precisam desenvolver seus filhos”, explica o CEO da MedAdvance.
Principais terapias em um só lugar – As clínicas MedAdvance já atendem a 100% de pacientes por meio de planos de saúde, oferecendo serviços de neuropediatria, terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia ABA, que representam 90% dos tratamentos mensais necessários para a criança autista, em um só lugar e feito de forma integrada. Além do atendimento com profissionais que possuem todas as certificações exigidas para o atendimento de crianças autistas, a rede MedAdvance também atua na qualificação profissional das diversas especialidades, como centro nacional de pesquisa do autismo em parceria com universidades e produtor de estudos e dados sobre o tema. O acompanhamento da evolução de cada paciente é feito de forma integrada, por meio de softwares especializados.
Sentido de propósito e a necessidade de intervenção precoce – A sócia de Janderson Silveira é a fonoaudióloga especializada em linguagem Marília Macêdo, que também é mãe de uma criança atípica. “Nesta primeira fase, decidimos focar o atendimento da MedAdvance na faixa etária de 0 a 7 anos, que é a fundamental para a intervenção precoce e maior ganho evolutivo da criança com as terapias. Temos hoje na nossa clínica os melhores profissionais do mercado e o modelo de atendimento integrado e acompanhamento evolutivo que tem feito a diferença na vida das famílias”, esclarece Marília Macêdo.
Saúde
InfoGripe alerta sobre casos de rinovírus no Norte e Nordeste
O Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que o rinovírus permanece como o principal vírus responsável por casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes de até 14 anos, sobretudo nos estados das regiões Norte e Nordeste, enquanto a Covid-19 predomina entre os idosos.
A pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella, diz que, apesar do alerta relacionado ao rinovírus e Covid-19 em alguns estados e faixas etárias, as hospitalizações associadas a ambos os vírus estão em tendência de queda ou estabilidade na maior parte do país.
“Nessa última atualização do Boletim InfoGripe a gente observa uma redução dos novos casos de SRAG no agregado nacional e também de redução ou estabilidade dos casos de SRAG na maioria dos estados no país”, afirma Tatiana.
Desaceleração
“No estado do Rio de Janeiro, o aumento dos casos de SRAG ocorre em praticamente todas as faixas etárias, e está associado ao rinovírus nas crianças e adolescentes de até 14 anos, e à Covid-19 entre os idosos. Contudo, com exceção apenas da população idosa de 50 a 64 anos, os casos de SRAG no estado já apresentam sinal de desaceleração do crescimento”, diz a Fiocruz.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrou, em 2024, 9.726 óbitos, sendo notificados 158.788 casos no país.
Com informações: agenciabrasil.ebc.com.br
Saúde
Especialistas pedem mais vacinação contra aumento da dengue no verão
A expectativa de aumento nos casos de dengue no próximo verão é “bastante preocupante”. A afirmação é do presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo. Segundo o médico, a dengue é uma doença surpreendente, que vem sendo combatida desde a década de 80 com poucas vitórias. Chebabo defendeu que é preciso ampliar a aplicação de vacinas contra a doença para permitir a proteção de um número maior de pessoas.
“A gente sabe que vai ser um verão quente e chuvoso. Já está assim e a gente ainda não chegou no verão, mas a dengue já começa a aparecer na primavera de forma intensa. Então, a gente tem uma preocupação grande em relação a essa temporada. A gente espera que a adesão à vacina contra a dengue seja ampliada e que a gente consiga vacinar uma parte maior da população, protegendo um número maior de pessoas. Esta é uma doença que traz bastante danos à sociedade, não só em termos de mortes como a gente tem visto recentemente, mas em termos de absenteísmo, sofrimento mesmo, de internação, então, é uma doença que não é simples. Mesmo os que passam por ela, dizem que nunca mais querem passar por ela”, contou.
O médico foi um dos participantes da coletiva de apresentação da pesquisa inédita sobre o impacto da desinformação e das Fake News sobre a dengue, realizada pela empresa multinacional de pesquisa e consultoria de mercado Ipsos e encomendada pela biofarmacêutica Takeda, com a colaboração da SBI. Foram entrevistadas 2 mil pessoas para entender as percepções sobre a dengue, a vacinação em geral e sobre a doença.
“A gente sabe que uma das principais formas é através da vacinação e espera que o Ministério da Saúde junto com a Takeda, consiga ampliar a oferta de vacinas pra gente proteger um número maior de pessoas, ampliar as nossas faixas etárias de vacinação, as cidades beneficiadas com o programa”, completou.
Também na apresentação, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri, defendeu mais capacitação de profissionais de saúde para facilitar a comunicação com pessoas desconfiadas que se recusam a se vacinar. A gente tem feito várias ações de enfrentamento à hesitação vacinal. Temos várias na Sociedade Brasileira de Pediatria, de Infectologia, de Imunizações, de gibis com a turma do Maurício de Souza, eventos presenciais, parcerias com o Instituto Questão de Ciência para entender este fenômeno social em relação a confiança nas vacinas. É um papel de todos”, apontou.
O médico infectologista acrescentou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) começa como enfrentamento da hesitação a estratégia conhecida como 5 letras C “melhorar a confiança na vacina e na estratégica pública de colocar a vacinação em prática; a complacência, que é a percepção do risco, precisamos trabalhar mostrando os riscos da doença; a conveniência que é o acesso e as vacinas precisam estar disponíveis; a comunicação com papel fundamental da imprensa e o último o contexto que muitas vezes precisa ser particularizado como no acesso em regiões remotas, de pandemia, políticos, às vezes religiosos de um povo localizado”, observou.
Pesquisa
Um fato positivo no estudo é que mesmo diante da epidemia da doença no Brasil neste ano, 88% dos entrevistados disseram que veem a vacina contra a dengue uma medida eficaz de prevenção.
Dengue: a realidade de uma epidemia, por Frame/TV Brasil
“Para elas, inclusive a maior parte de notas muito altas para importância de existir uma vacina contra a dengue no sistema público de saúde. Essa é uma informação muito importante porque ela nos diz o quanto a população entende a importância da disponibilização da vacina contra a dengue no sistema público”, indicou a analista de Pesquisa de Mercado da área de Healthcare na Ipsos, Juliana Siegmann.
Mesmo com este percentual elevado de confiança nas vacinas, o estudo indicou que a divulgação de Fake News, principalmente, em redes sociais, representa impacto direto nas decisões sobre a vacinação em geral. Entre os participantes da pesquisa, 41% relataram ter recebido informações falsas sobre vacinas neste tipo de meio de comunicação. Além disso, quase 30% já deixaram de se vacinar ou recomendaram que outros não se vacinassem devido a dúvidas sobre segurança e eficácia. Ainda conforme o estudo, 10% decidiram não se vacinar por causa de informações recebidas online ou de amigos e parentes. Embora não tenham mudado de opinião, 17% ficaram em dúvida por causa das informações recebidas.
Resultados
Como resultados mais favoráveis da vacinação, 91% prestam atenção nas campanhas, 90% acreditam que as vacinas em geral trazem benefícios e 95% dizem verificar a veracidade das informações sobre vacinas. Na avaliação dos sentimentos despertados pelas informações nas redes sociais sobre vacinas em geral, 77% falaram que elas trouxeram sensações positivas, como confiança (42%), tranquilidade (38%) e otimismo (33%). Pelo menos metade (50%) dos entrevistados se interessou pelo tema. Em movimento contrário, 23% se sentiram negativamente impactados e relataram ansiedade (16%), desconfiança (15%), medo (10%) e confusão (9%).
As principais fontes de informação sobre vacinas e dengue são a TV (59%), as redes sociais (49%) e os postos de saúde (47%). As Fake News mais comuns em relação à dengue são sobre a eficácia da vacina, a gravidade da doença, as curas milagrosas e as informações incorretas sobre formas de contágio.
O estudo da Ipsos apontou também que cerca de 10% dos pesquisados são descrentes em relação às vacinas em geral, sendo mais propensos a acreditar em falsas notícias. Nesse grupo, mais da metade tem idade acima de 55 anos, leve predominância masculina e maior presença nas classes C, D e E. Embora 77% tenham tido contato com a doença, 27% não consideram a dengue grave ou não sabem.
“Essa pesquisa traz dados muito importantes para todos nós, para a nossa atuação tanto individualmente, quanto da própria sociedade, para balizar as nossas ações sempre no intuito de melhorar a forma da gente se comunicar, entender quais são os desafios que a gente tem nessa comunicação e direcionar a nossa comunicação para combater principalmente as notícias falsas, as notícias falsas em relação a vacina de forma geral e, especificamente, em relação à vacina contra a dengue”, comentou Chebabo.
Ainda para aumentar o poder de convencimento da necessidade da vacinação, Chebabo destacou que é preciso tirar a vacina do discurso político. “A doença atinge a todos quem é de um lado ou de outro, quem torce para um time ou outro de futebol. Todos são atingidos da mesma maneira independente das suas convicções, sejam religiosas, sejam políticas, sejam em torcida de algum time de futebol. É um trabalho que temos tentado fazer, principalmente, na vacina, tirar do discurso político. A gente viu todo o mal que a gente teve no questionamento em relação à vacina da covid-19, que respingou no programa e na queda de cobertura de todas as vacinas”, afirmou.
A diretora médica da Takeda, Vivian Lee, lembrou que o Brasil é o primeiro país a integrar a vacina contra a dengue em um programa nacional de imunização, que ocorreu em 21 de dezembro de 2023. “Causa para a gente muito orgulho de fazer parte dessa história”, disse, acrescentando que a Takeda tem estudos para a produção da vacina da dengue que levaram até 15 anos. “Isso já rebate e esclarece uma Fake News de que a vacina foi desenvolvida muito rapidamente”, completou.
Divulgação
A campanha #Sem Sombra de Dengue. Depende de você, que já está sendo exibida em veículos de comunicação, será divulgada no Dia Nacional de Combate à Dengue, no próximo sábado (23), quando haverá projeções em vários locais do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Salvador.
Com informações: agenciabrasil.ebc.com.br
Saúde
Saúde masculina: a importância da campanha de Novembro azul
Tradicionalmente associado aos cuidados e prevenção contra o câncer de próstata, a campanha de Novembro Azul conscientiza o cuidado integral da saúde masculina. Quebrando tabus e ampliando o debate, o mês nos convida a falar sobre temas que vão além de uma doença, mas também todo cuidado e acompanhamento do bem-estar. O câncer de mama é um exemplo de que a saúde masculina exige atenção em todos os aspectos.
A Dra. Ana Sodré, ginecologista e obstetra, alerta: “Na verdade, não existe um método de prevenção de câncer de próstata. O que a gente tem é rastreamento precoce. Não há nada que a gente possa fazer para evitar o câncer de próstata. É preciso fazer exames regulares, principalmente a partir dos 40 anos. Procurar o seu médico, e, em caso de sintomas, buscar uma consulta para investigar o diagnóstico se tem algum sistema que está precisando de correção.”
O câncer de Próstata é o segundo tipo que mais atinge homens no Brasil, sendo 10,2% dentre os diagnosticados. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, o INCA, “a taxa de incidência é maior nos países desenvolvidos em comparação aos países em desenvolvimento”, e o instituto também prevê 704 mil casos novos de câncer por ano até 2025.
“Exames de rotina devem ser feitos anualmente, independente de estar doente ou não. As pessoas confundem a rotina com o diagnóstico. […] A qualquer anomalia, distúrbio, ou sintoma, se deve procurar o profissional médico, para fazer diagnóstico.”, ressaltando a importância de fazer exames de rotina e buscar orientação profissional em casos de dúvidas.
Uma alimentação equilibrada, prática de atividades físicas regulares, e principalmente, disposição para abrir espaço e conversar sobre a saúde, contribuem para o zelo do cuidado e atenção à saúde. A campanha do Novembro Azul faz um convite não apenas à prevenção de cânceres e doenças, mas para que os homens também estejam mais atentos e cuidadosos em relação ao bem-estar físico e mental.
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