Empresas & Negócios
Com aposta na digitalização do sistema de crediário, UME chega à Bahia e prevê ajudar varejos a aumentar vendas na Black Friday e período de Natal

Após consolidar sua participação nos estados da região Norte do Brasil desde 2019, quando foi fundada, a plataforma de crédito UME está chegando ao mercado baiano com o objetivo de operar junto a pequenos e médios varejistas regionais que faturam de R$ 40 milhões a R$ 500 milhões por ano, oferecendo aos clientes dessas empresas a opção de parcelar as compras de três a 10 vezes. Para atingir a meta de chegar a 450 varejistas até o final deste ano e de gerar impacto nas vendas já na Black Friday e no período natalino, a UME prevê superar a expectativa de conceder R$ 80 milhões em crédito neste ano.
De olho em um público consumidor formado por pessoas sem ou com pouco acesso a crédito, entre elas uma população que não tem relacionamento bancário e negativados, mas que movimenta cerca de R$ 800 bilhões por ano, a UME decidiu inovar e trilhar um caminho ainda pouco explorado no Brasil, usando como seu principal trunfo a tecnologia, como é da natureza das fintechs. “No caso da UME, nossa rede neural proprietária cruza dados de usuários, dando ênfase ao comportamento do consumidor, o que possibilita realizar a análise de crédito de clientes em três minutos e entregar taxas de aprovações mais altas do que a média do mercado”, explica Theo Ramalho, sócio e diretor de operações da UME.
A plataforma atua no modelo B2B2C, possibilitando que varejos ofereçam o crédito UME a seus clientes para alavancar suas vendas, enquanto a fintech assume todo o relacionamento com o cliente final, inclusive o risco de fraude e o processo de cobrança. De acordo com Ramalho, a taxa de aprovação de crédito na UME é de aproximadamente 40%, com um tícket médio de R$ 170. Varejos que fazem parte da rede UME percebem um aumento de até 15% em suas vendas e de 20% no seu ticket médio, podendo acompanhar o desempenho do crédito por meio de um painel de controle que a UME disponibiliza.
Segundo Ramalho, esse importante mercado de crediário de R$ 200 bilhões por ano é operado basicamente por alguns poucos grandes varejistas, ainda de forma muito defasada: “A UME está inovando o popular crediário que, por muitos anos, foi o principal meio dos brasileiros fazerem compras parceladas, melhorando a experiência do usuário e usando tecnologia para aprimorar a concessão de crédito. Nosso modelo é capaz de aumentar em 30% o nível de aprovação de crédito, mantendo os mesmos níveis de risco e de inadimplência de outros modelos tradicionais.”.
COMO FUNCIONA: Para comprar com UME, clientes realizam um processo de análise de crédito nas lojas dos varejos parceiros, utilizando apenas um documento e celular. O processo leva apenas três minutos e clientes aprovados já podem usar seu limite de crédito para suas compras na loja.
UME: Fundada em 2019, a operadora de crédito já atua com 270 varejistas em estados como Amazonas, Roraima e Rondônia e agora avança pela região Nordeste. No ano passado, a UME concedeu R$ 62 milhões em crédito para 80 mil usuários. Ao final de 2023, a empresa pretende chegar à marca de 1 milhão de transações, R$ 120 milhões de crédito concedido e 200 mil clientes.
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FM Logistic cresce 22% na movimentação da Páscoa 2025

A FM Logistic, um dos principais operadores de logística e supply chain do mundo, tem se preparado para uma operação robusta na Páscoa de 2025, se consolidando como referência em logística e armazenagem para o setor de chocolates. Com foco em todo o Brasil, a empresa ampliou a capacidade de armazenagem para os produtos da época sazonal em quase 20 mil m², distribuídos entre as unidades de Anhanguera e Cajamar, em São Paulo.
De acordo com Pamela Martins, gerente sênior de desenvolvimento de negócios da FM Logistic, a expectativa é de um crescimento médio de 22% na movimentação em relação ao ano passado, com uma distribuição superior a 10 milhões de produtos diversos de chocolate.
“Para atender a essa demanda, a FM Logistic inicia seu planejamento com seis meses de antecedência, envolvendo todas as áreas da empresa, incluindo operações, recursos humanos, projetos, financeiro e TI. Além disso, a empresa conta com mais de 15 anos de experiência na operação de Páscoa, o que garante alta acuracidade de inventário e capacidade produtiva em curto prazo”, explica.
Segundo a executiva, a operação da Páscoa não se limita aos tradicionais ovos de chocolate, abrangendo também bombons, barras e kits diversos. O pico da movimentação ocorre em fevereiro, exigindo sinergia e rápida adaptabilidade para garantir que os produtos cheguem às gôndolas dos maiores varejistas em todo o território nacional.
“Para nossos clientes do segmento de chocolates e varejo, a Páscoa é a maior operação do ano. Com foco, expertise e dedicação conseguimos entregar uma logística eficiente e de alto desempenho, ano após ano”, destaca.
Este é o segundo ano consecutivo em que a FM Logistic realiza ampliações para atender às empresas fabricantes de chocolates. Investimentos constantes reafirmam o compromisso da empresa em oferecer soluções logísticas estratégicas que garantem eficiência e competitividade ao mercado.
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Universidade e Indústria: desafios e contradições na busca pela eficiência da inovação

por Ivan Ribeiro, Karini Borri e Diogo de Prince
Recentemente, tivemos um estudo publicado na revista britânica ‘Applied Economic Letters’. A pesquisa, desenvolvida como projeto do Centro de Estudos da Ordem Econômica (CEOE), vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), trouxe à tona uma discussão fundamental sobre as diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a eficiência da inovação — entendida como a relação entre a quantidade de patentes e recursos aplicados em pesquisa & desenvolvimento (P&D).

Mesmo que os investimentos sejam expressivos e o número de patentes cresça, ainda se gasta muito para cada nova ideia – ou seja, os resultados são limitados em termos de eficácia.
O estudo também sugere que ecossistemas com menor intervenção governamental e maior competitividade estão frequentemente associados ao aumento na quantidade de patentes registradas e a maiores montantes de P&D. A abertura de mercado, individualmente, é insuficiente para gerar eficiência na inovação. É como se os países estivessem fazendo um uso parcial e limitado do ‘ranking’ da OCDE, pois usam o modelo de concorrência, mas não conseguem converter todo o esforço em resultados proporcionais.

O caso do Brasil ilustra perfeitamente a contradição. O país ocupa a 24ª posição em número de registros de patentes e o 15º em capital de P&D, mas, quando se analisa a eficiência desses investimentos, o posicionamento cai drasticamente, para 45° lugar. Um sinal claro de que, apesar dos esforços e recursos investidos, o retorno em inovação é insatisfatório.
Existe certa resistência quanto à aproximação entre instituições acadêmicas e o empresariado, como se fosse algo ilegítimo. -É preciso que as pesquisas feitas dentro da universidade tragam progressos para a sociedade. Caso contrário, apesar do grande volume investido em P&D, o Brasil continuará atrás no próprio ranking.
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Empreendedoras inovam e impulsionam economia do país apesar dos preconceitos

O empreendedorismo feminino avança no Brasil, mesmo diante de desafios persistentes, como o preconceito de gênero e o acesso desigual ao crédito. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empreass (SEBRAE), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 34% dos negócios no país são liderados por mulheres, o que representa mais de 10 milhões de empreendedoras.
Grande parte dessas mulheres começaram a empreender por necessidade. Ainda assim, construíram negócios criativos, inovadores e com alto potencial de crescimento. Porém, as barreiras são inúmeras. Uma das principais está no acesso ao crédito. Estudo do SEBRAE, com dados do Banco Central, mostra que empresas com lideranças femininas pagam, em média, juros de 40,6% ao ano, contra 36,8% para os homens. De acordo com o Sebrae, essa diferença configura uma relação de consumo desigual, marcada por preconceitos que refletem uma forma de “violência econômica e social velada”.
Apesar de apresentarem maior nível de escolaridade que os homens, as mulheres ainda ganham 22% menos, mesmo como proprietárias de seus negócios. Segundo a análise do Sebrae, as dificuldades são estruturais e envolvem desde o machismo no mercado até a sobrecarga de responsabilidades dentro e fora do ambiente empresarial.
Mesmo diante desse cenário, histórias de sucesso inspiram outras mulheres a empreender. É o caso da consultora Lilian Aliprandini, CEO da Acceta, uma das empresas que mais cresce no Brasil. Ela destaca que é possível aumentar os lucros com estabilidade mesmo diante dos desafios “É comum iniciar com medo e insegurança, sem saber se terá resultados. Você precisa acreditar no seu potencial, investir em capacitação e buscar redes de apoio. O empreendedorismo feminino é a força que move a economia”, pontua Lilian.
A empresária também destaca a importância das parcerias e dos colaboradores, bem como da busca por conhecimento constante. ”Capacitação é a chave! Quanto mais você aprende, mais segura se sente para tomar decisões importantes. E, principalmente, não caminhar sozinha. Participar de redes de apoio e trocar experiências com outras mulheres empreendedoras faz toda a diferença”, aconselha.
Ela reforça que o empreendedorismo feminino é, atualmente, uma força fundamental na transformação da economia brasileira “Fato é que as mulheres atuam em pequenos e grandes negócios e são fontes de inovação, criatividade e produtividade. É preciso reconhecer isso com políticas públicas, crédito justo e mais visibilidade”. Os pequenos negócios representam 97% do total de empresas no Brasil e são responsáveis por 26,5% do PIB nacional, movimentando os principais setores da economia, como serviços, comércio e indústria leve.
O caminho é desafiador, mas o protagonismo feminino no empreendedorismo é uma realidade que cresce a cada dia. “Não é fácil, mas é possível. Se você tem um sonho, comece! O primeiro passo é fundamental!”, finaliza Lilian.