Saúde
Como a chegada do inverno afeta o sistema imunológico?

Especialista da UNG explica quais são as causas da baixa imunidade e as melhores soluções para se manter longe de resfriados
Uma das ideias populares relacionadas ao inverno é que o tempo frio abaixa a imunidade e deixa o organismo mais propício a algum vírus ou bactéria. Apesar de ser uma opinião popular, isso é um mito. O aumento no número de contaminações por doenças não está diretamente ligado ao clima, mas aos comportamentos durante a estação.
O professor de Bioquímica e coordenador do laboratório de Inflamação e Imunologia da Universidade Guarulhos (UNG), Luiz Eduardo Nunes Ferreira, explica com mais detalhes o que realmente acontece com o sistema imunológico durante essa época do ano. “Na verdade, a mudança de estação tem pouco impacto em relação ao sistema imune. Algumas doenças se espalham com facilidade em determinadas épocas do ano e existem vírus mais resistentes a temperaturas amenas. O aumento dos casos está relacionado ao comportamento dos agentes patogênicos e das pessoas, pois, no inverno, os indivíduos costumam ficar mais tempo em ambientes fechados. Isso auxilia na propagação de micro-organismos e bactérias”.
Apesar de não ser uma causa diretamente ligada à mudança de tempo, Luiz Eduardo dá dicas para evitar a visita de vírus indesejáveis. “O sistema imune demanda muita energia em todas as épocas do ano. Então, é essencial se manter saudável, tendo uma boa alimentação, praticando exercícios físicos, não fumando e evitando consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Também é importante ter uma boa qualidade de sono, diminuir o nível de estresse e manter a carteira de vacinação em dia”. Dessa forma, independentemente da estação ou do lugar, será mais fácil se manter protegido de doenças futuras.
Saúde
Vacina contra gripe é segura e não causa a doença; saiba mais verdades

A campanha de vacinação contra a gripe começou na última segunda-feira (7), nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com o objetivo de imunizar 90% do público-alvo, composto principalmente por idosos, crianças de idades entre 6 meses e 6 anos, gestantes e puérperas.
O Ministério da Saúde convoca esses grupos e os demais aptos a se vacinar procurem a proteção o mais rápido possível em unidades de saúde de seus municípios, porque o vírus causador da gripe circula com mais força no outono e no inverno nessas regiões. No segundo semestre, será a vez da Região Norte ser imunizada, para cobrir o “inverno amazônico”, período de chuvas de dezembro a maio.
Mas um obstáculo importante que a sociedade brasileira precisa superar para atingir a meta de vacinação são as muitas informações falsas circulando nas redes sociais. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Monica Levi, alerta que o maior risco são os grupos vulneráveis acreditarem na desinformação e correrem riscos, inclusive de morte, sem a proteção.
“Informação falsa, às vezes, é mais letal do que a própria doença. Essa é uma das grandes ameaças à saúde humana”, avisa . “Algumas pessoas podem deixar de se vacinar, acreditando em histórias falsas e consequentemente vão continuar vulneráveis, o que pode até levar ao óbito”, ela complementa.
De acordo com o Ministério da Saúde, o imunizante é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e dos óbitos relacionados à doença.
Saiba o que é verdade e o que é fake news
Veja abaixo as explicações da presidente da SBIm que desmentem algumas das informações falsas que mais circulam contra a vacina da gripe e colocam em risco a vida das pessoas:
MENTIRA: “A vacina pode fazer algumas pessoas pegarem a gripe”
VERDADE: De acordo com a especialista, essa é a época do ano em que mais circulam o rinovírus, o metapneumovírus, o vírus sincicial respiratório, entre outros vírus, mas as pessoas chamam qualquer quadro respiratório de gripe. Mesmo que a pessoa tenha febre, dor de garganta e tosse, pode ser outro vírus respiratório, como o da covid, por exemplo. Além disso, se a pessoa já tiver sido infectada, e estiver incubando o vírus, os sintomas podem aparecer depois que ela tomou a vacina. E é preciso duas semanas, no mínimo, para desenvolver a proteção. Nesse período, a pessoa continua vulnerável, inclusive à gripe, como quem não foi vacinado.
MENTIRA: “A vacina contra a gripe não é segura e pode provocar a morte de pessoas mais velhas”
VERDADE: Essa é uma vacina extremamente segura, tanto que os grupos prioritários escolhidos para tomar a vacina são os que têm maior comprometimento da imunidade. Uma pessoa que faz um transplante de medula óssea, a primeira vacina que ele tem que tomar, três meses pós-transplante, é a vacina contra a gripe. Por que ela é segura? Porque é uma vacina inativada, ou seja, o vírus é morto, fracionado e você só usa uma fração dele na produção de anticorpos. Então, em qualquer pessoa, seja imunocompetente ou imunocompromtida, seja uma pessoa que tenha alguma comorbidade, ela vai ser extremamente segura.
MENTIRA: “A vacina não evita totalmente o contágio, logo, não tem eficácia”
VERDADE: A vacina contra a gripe é eficaz principalmente para proteger contra a doença grave e suas complicações e contra o óbito. Dependendo da faixa etária e do grau de resposta imunológica da pessoa vacinada, ela pode ter uma menor eficácia contra o contágio pelo vírus, mas ela continua sendo muito importante para prevenir a forma grave da doença. Por isso, a recomendação é que as pessoas que são mais vulneráveis se vacinem todos os anos para não correr esse risco.
MENTIRA: “A gripe é uma doença comum, sem gravidade. Por isso, não é importante se vacinar”
VERDADE: A gripe é uma doença potencialmente grave. Nem todos casos vão ser assim, tem gente que vai ter sintomas, por mais ou menos uma semana, sem consequências. Mas algumas pessoas vão desenvolver pneumonia, vão desenvolver uma descompensação de outras doenças, como, por exemplo, diabetes, cardiopatia ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Por isso que essa é uma vacina muito importante na faixa etária dos idosos, porque eles apresentam mais quadros graves, com mais internação e mais óbitos. Depois, as pessoas com comorbidades e as crianças pequenas são as mais atingidas pelas formas graves.
MENTIRA: “Os profissionais de saúde estão misturando a vacina da gripe com a vacina da covid”
VERDADE: Não se faz alquimia com nenhuma vacina. Cada uma tem os seus ingredientes, o seu volume, o seu conteúdo e jamais, nunca houve essa história de vacinas serem misturadas. O que existe são vacinas combinadas, que protegem contra várias doenças, mas elas já são fabricadas assim pelo próprio laboratório, com todas as quantidades e excipientes de cada um dos componentes, calculados, testados, com estudos clínicos e a aprovação de órgãos regulatórios. Mas isso não feito com a vacina da gripe e a vacina da covid.
Vacina atualizada
Todos os anos, a vacina é atualizada para proteger contra os três tipos do vírus influenza com maior circulação, por isso, o imunizante que está sendo aplicado previne contra a influenza A H1N1 e H3N2 e contra a Influenza B.
Por isso, para se manter protegido, é necessário receber a vacina todo ano.
Quem deve se vacinar contra a gripe
- Idosos
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
- Gestantes e puérperas
- Povos indígenas
- Pessoas em situação de rua
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais
- Pessoas com deficiência permanentes
- População privada de liberdade, incluindo adolescentes e jovens
- Profissionais das Forças Armadas e das áreas de saúde, educação, segurança pública, salvamento, unidades prisionais, transporte rodoviário coletivo e de carga e portos.
Saúde
Dentista alerta para a saúde bucal no Dia do Beijo

No dia 13 de abril é celebrado o Dia do Beijo, data que valoriza uma das formas mais universais de carinho e conexão. Mas o gesto, além de simbólico, envolve fatores importantes para a saúde bucal. Para além da estética ou da aparência dos dentes, o beijo pode ser uma via de transmissão de doenças e também um reflexo direto da rotina de cuidados com a boca.
“O beijo é uma troca intensa de saliva e, com ela, de micro-organismos. Por isso, manter uma boa higiene bucal é fundamental não só para a saúde individual, mas também para evitar a transmissão de bactérias e vírus”, explica o Dr. Felipe Abreu, dentista e sócio-fundador da clínica Odonto Special by Sabrina Sato.
Segundo ele, os principais vilões do mau hálito, que pode ser um impeditivo para o beijo, estão ligados à má escovação, presença de saburra (aquela placa branca que se forma sobre a língua), boca seca, cáries, gengivite e até questões estomacais. “É essencial escovar os dentes e a língua pelo menos duas vezes ao dia, usar fio dental, beber bastante água e manter consultas regulares ao dentista”, orienta o dentista.
Água, alimentação e chicletes sem açúcar: aliados do hálito fresco
A hidratação é apontada como um dos fatores mais importantes para evitar o mau hálito. “Beber água com frequência mantém a boca hidratada e estimula a salivação, que tem efeito detergente e contribui para o controle das bactérias”, afirma o dentista. Alimentos cítricos, como laranja, limão e abacaxi, também podem ajudar nesse processo.
Sobre os famosos chicletes e balas usados para “disfarçar” o hálito, Dr. Felipe faz uma ressalva: “Eles funcionam apenas de forma temporária. Os produtos sem açúcar, principalmente os que contêm xilitol, ajudam porque estimulam a produção de saliva. Mas não substituem os cuidados de higiene.”
Boca seca durante o beijo? Saiba por que acontece
O ressecamento da boca também pode comprometer a experiência do beijo, e tem causas variadas. “Estresse, uso de certos medicamentos, respiração bucal e desidratação são fatores que podem levar à boca seca”, diz. Para prevenir, a recomendação é simples: beber água com frequência, evitar álcool e cigarro, usar chicletes sem açúcar e manter a escovação em dia.
Beijo transmite doenças? Sim, e algumas merecem atenção
Entre as doenças que podem ser transmitidas pelo beijo estão o herpes labial, a mononucleose (conhecida como “doença do beijo”), a candidíase oral, além de cáries e gengivite, que são causadas por bactérias presentes na boca. “A prevenção passa por cuidados básicos: não beijar pessoas com feridas visíveis, ter atenção aos sinais de infecções, e claro, ir ao dentista regularmente”, reforça o Dr. Felipe.
Como identificar sinais de alerta antes de beijar?
Alguns sinais podem indicar infecções e, nesse caso, o ideal é adiar o beijo. “Feridas, bolhas, aftas, mau hálito persistente, gengivas inflamadas e placas brancas na língua são sinais de que algo não está bem. Em qualquer um desses casos, o melhor é procurar um dentista antes de continuar com o contato próximo”, orienta Abreu.
Por fim, cuidar da saúde bucal é também cuidar do outro. “Em uma data que celebra o beijo, o autocuidado se mostra um gesto genuíno de carinho, com o corpo, com a saúde e com quem se beija”, finaliza o Dr. Felipe.
Saúde
Governo estima vacinar 30 milhões de estudantes

O governo federal vai iniciar uma campanha de vacinação em mais 5,5 mil municípios de todo o país com o objetivo ampliar a cobertura vacinal de crianças e jovens de até 15 anos. Um pronunciamento dos ministros Camilo Santana (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), veiculado em cadeia nacional de rádio e televisão, nesta sexta-feira (11), anunciou detalhes da iniciativa.
“O Brasil está dando a volta por cima e vamos, de novo, ser campeões do mundo na vacinação. Para isso, a gente vai contar com uma grande mobilização nos estados e municípios, nas escolas da rede pública, que começa na próxima segunda-feira, dia 14, e vai até o dia 25 deste mês. É a ação Saúde na Escola”, destacou Padilha.
A meta, segundo Camilo Santana, é vacinar quase 30 milhões de estudantes em mais de 110 mil escolas.
“Nós estamos mobilizados, todo o Governo Federal, para que cada escola pública do nosso país, em cada município brasileiro, receba as vacinas que vão garantir mais saúde para os nossos estudantes. E, para isso, nós contamos com os estados e municípios, que estarão conosco nesse esforço”, disse o ministro da Educação.
Para crianças menores de cinco anos, do Ensino Infantil, serão oferecidas as vacinas contra febre amarela, tríplice viral e tríplice bacteriana. E para maiores de cinco anos e menores de 15 anos, os imunizantes serão contra:
- Febre amarela
- Tríplice viral
- Tríplice bacteriana
- Meningite
- HPV
Uma das novidades anunciadas pelos ministros é a Caderneta de Vacinação Digital, que pode ser baixada no celular.
“Com a Caderneta Digital, você vai poder monitorar todas as vacinas, ficar sempre em dia com a imunização e acompanhar todas as informações das consultas e da saúde dos seus filhos. E, agora, a Caderneta Digital vai alertar você quando chegar a hora de tomar uma nova vacina ou uma dose de reforço”, disse o ministro da Saúde.
Os alunos da rede pública serão vacinados por profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) na própria escola onde estudam ou serão levados até a Unidade Básica de Saúde de referência, sempre com o consentimento dos pais.