Estilo de Vida
Como equilibrar o trabalho e a vida pessoal para viver mais leve?

Ações práticas no dia a dia e o apoio da empresa podem transformar a rotina de trabalho
Um estudo recente feito pelo LinkedIn revelou que 87% dos profissionais brasileiros se sentem sobrecarregados com a rapidez das mudanças no ambiente de trabalho e alegam sofrer com a pressão. O número coloca o Brasil entre os países com o maior índice, superando os Estados Unidos (50%), a Alemanha (70%) e a Índia (82%). Diante deste cenário, alcançar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal mostra-se como um desafio significativo para a melhora da qualidade de vida e bem-estar dos trabalhadores.
Com a conexão constante possibilitada pela tecnologia e a busca por alta performance em diferentes esferas da vida, muitas vezes os limites entre trabalho e vida pessoal tornam-se tênues. Segundo Rennan Vilar, Diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional, há caminhos possíveis e práticos que profissionais e empresas podem seguir para transformar a rotina de trabalho em algo mais leve e sustentável.
“Equilibrar essas duas áreas da vida exige organização, escolhas conscientes e, acima de tudo, suporte. Tanto o profissional quanto a empresa têm papéis fundamentais nesse processo”, afirma Vilar.
Ações práticas para o dia a dia
Para os profissionais, o ponto de partida são atitudes que organizem a rotina e priorizem o autocuidado. “É fundamental estabelecer horários claros para começar e terminar o trabalho, evitando que as atividades profissionais invadam o tempo dedicado ao lazer e à família”, explica. O especialista também destaca a importância de definir prioridades, utilizando ferramentas como listas de tarefas e agendas para manter o foco no que realmente importa.
Vilar destaca que “o equilíbrio não é apenas uma questão de tempo, mas de qualidade nas escolhas que fazemos ao longo do dia. Pequenos ajustes geram impactos significativos”. Confira as seguintes ações práticas indicadas pelo profissional para equilibrar a vida pessoal e profissional:
1) Estabeleça limites claros entre trabalho e vida pessoal
Como fazer: defina horários para começar e terminar o expediente, pause notificações para desconectar-se fora do horário de trabalho e evite abrir os e-mails no momento de descanso. Para isso, uma saída é não manter o e-mail corporativo conectado no celular de uso pessoal. Vilar destaca que criar um espaço específico para o trabalho, especialmente se atuar em home office, é importante para separar fisicamente os ambientes.
Como ajuda: essa separação preserva momentos de descanso e lazer, reduzindo o estresse associado à sensação de estar “sempre disponível”. Além disso, promove maior presença nas atividades pessoais e familiares.
2) Pratique a gestão do tempo
Como fazer: use ferramentas como listas de tarefas, agendas ou aplicativos de produtividade. Priorize atividades importantes e urgentes e delegue quando possível. Programar intervalos entre tarefas complexas permite evitar sobrecarga.
Como ajuda: a organização do tempo torna possível cumprir compromissos com eficiência e evita a sensação de estar sempre atrasado. Como resultado, sobra mais tempo para hobbies e momentos de lazer.
3) Reserve momentos para desconexão digital
Como fazer: estabeleça períodos do dia sem o uso de celulares, e-mails ou redes sociais, principalmente antes de dormir. Use configurações de “não perturbe” para evitar notificações fora do horário de trabalho.
Como ajuda: esse hábito reduz a ansiedade causada pelo excesso de conectividade e melhora a qualidade do sono, essencial para o equilíbrio mental e físico. Isso porque, segundo o relatório “Panorama da Saúde Mental”, do Instituto Cactus e da AtlasIntel, os brasileiros que mais têm ansiedade são os que passam mais tempo nas redes sociais.
4) Tenha uma rotina de autocuidado
Como fazer: dedique tempo para atividades que promovam bem-estar, como meditação, leitura, hobbies relaxantes, caminhar ou ouvir uma música relaxante.
Como ajuda: uma rotina de descompressão permite se “desligar” após o expediente e algumas possibilidades.
5) Inclua atividades físicas na rotina
Como fazer: com a rotina de trabalho, exercícios que se encaixem na sua rotina e que sejam prazerosos, como caminhadas, ioga, dança ou academia. Reserve pelo menos 30 minutos por dia para movimentar o corpo.
Como ajuda: segundo o Ministério da Saúde, a prática de atividades físicas diminui o estresse e sintomas de ansiedade e depressão, melhora o sono, promove prazer, relaxamento, divertimento e disposição.
6) Pratique a comunicação assertiva no trabalho
Como fazer: expresse suas necessidades e limites de maneira clara e respeitosa. Aprenda a dizer “não” quando necessário, sem sentir culpa.
Como ajuda: essa ação evita sobrecarga de tarefas, melhora os relacionamentos profissionais e contribui para um ambiente de trabalho mais saudável.
7) Cultive relacionamentos saudáveis fora do trabalho
Como fazer: dedique tempo para estar com amigos e familiares, seja por meio de ligações, mensagens ou encontros presenciais. Mantenha uma rede de apoio emocional ativa.
Como ajuda: relacionamentos positivos proporcionam suporte emocional e ajudam a lidar melhor com desafios, reduzindo sentimentos de isolamento.
8) Faça pausas regulares durante o expediente
Como fazer: programe pequenos intervalos a cada 60-90 minutos para alongar, beber água ou simplesmente descansar a mente. Use técnicas como a “Pomodoro” para gerenciar períodos de trabalho e descanso.
Como ajuda: pausas ajudam a manter a concentração e prevenir o esgotamento mental, além de aumentar a criatividade e produtividade.
9) Estabeleça prioridades alinhadas ao que é importante para você
Como fazer: reflita sobre o que realmente importa para você, seja passar mais tempo com a família, investir em um hobby ou avançar na carreira. Organize seu tempo e energia de acordo com essas prioridades.
Como ajuda: alinhar as escolhas diárias com os valores pessoais traz mais propósito às atividades e reduz a sensação de culpa por não conseguir “fazer tudo”.
10) Organize o ambiente de trabalho
Como fazer: ao fim do dia, deixe seu espaço de trabalho pronto para o dia seguinte. Recolha objetos de escritório, organize cabos de energia e tire copos ou garrafas de cima da mesa.
Como ajuda: um espaço limpo e organizado contribui para maior produtividade e tranquilidade.
Cultura organizacional como aliada
No âmbito corporativo, a cultura organizacional tem um papel decisivo para proporcionar uma rotina mais equilibrada aos colaboradores. “Uma empresa que valoriza o bem-estar cria políticas que promovem a flexibilidade e a saúde mental. Isso não apenas melhora a produtividade, mas também atrai e retém talentos”, observa Vilar.
O profissional menciona algumas práticas que podem ser adotadas pelas empresas para impactar positivamente a dinâmica de trabalho dos colaboradores:
- Horários flexíveis: permitir que os colaboradores ajustem seus horários para atender a necessidades pessoais.
- Trabalho remoto ou híbrido: oferecer a possibilidade de home office é uma forma de equilibrar demandas profissionais e familiares.
- Programas de bem-estar: incentivos como apoio psicológico, academias no local de trabalho e pausas para descanso trazem benefícios diretos.
- Licenças e folgas planejadas: políticas que permitam tempo para compromissos pessoais ou descanso ajudam a evitar o esgotamento.
“Quando a empresa prioriza o bem-estar do colaborador, o resultado é uma relação de confiança. O colaborador se sente cuidado e responde com maior engajamento e dedicação”, acrescenta Vilar.
O papel da liderança
Além das políticas e práticas organizacionais, a liderança é um elemento fundamental para fomentar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. “Os líderes têm o poder de moldar comportamentos e criar ambientes mais saudáveis. Respeitar os horários dos colaboradores, oferecer suporte e promover práticas saudáveis devem ser prioridades”, ressalta o especialista.
Vilar também aponta que líderes devem ser exemplos de equilíbrio, demonstrando que é possível alcançar resultados sem sacrificar o bem-estar pessoal. “A maneira como a liderança age transmite uma mensagem clara aos times sobre o que é valorizado dentro da organização”, explica.
Identificando e combatendo o desequilíbrio
Observar os sinais de que os colaboradores podem estar enfrentando dificuldades em equilibrar suas vidas é um ponto decisivo para criar uma rotina de trabalho mais leve. Queda na produtividade, aumento do estresse e comportamento retraído são indicadores comuns de sobrecarga.
“Nesse cenário, o diálogo é essencial. As empresas devem criar canais de comunicação seguros e oferecer suporte prático, como mentorias, atendimento psicológico ou ajustes nas demandas”, diz. Vilar reforça que essas ações, além de auxiliar o colaborador, também fortalecem a cultura de cuidado dentro da empresa.
Promover o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é um esforço que depende tanto dos indivíduos quanto das empresas. “É uma parceria. Quando ambas as partes assumem suas responsabilidades, o resultado é um ambiente mais saudável, produtivo e leve”, conclui o profissional.
Moda
Parceria entre Setre e marca de moda Meninos Rei leva artesanato de Maragogipinho para a passarela da SPFW 2025

_Assinatura do Termo de Colaboração acontece no próximo dia 20 com a presença dos estilistas baianos da MR e o secretário Augusto Vasconcelos_
*FOTOS: Ricardo Filho*
A aproximação da moda de passarela com os saberes tradicionais do artesanato é a proposta do curso que está ensinando 40 mulheres artesãs da localidade de Maragogipinho, na Bahia, a criar biojoias em cerâmica. Parte das peças será desenvolvida em conjunto com a marca baiana de moda autoral, Meninos Rei (MR), e incorporada ao desfile que fará durante a edição de 2025 da São Paulo Fashion Week – SPFW, maior evento de moda da América Latina, em outubro.
O projeto é uma iniciativa da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), por meio da Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA), em parceria com a marca dos irmãos estilistas, Céu Rocha e Junior Rocha. A assinatura do Termo de Colaboração acontece no próximo dia 20, em Maragogipinho, com a presença do secretário Augusto Vasconcelos.
O objetivo da ação é promover a formação das artesãs ao mesmo tempo que impulsiona a geração de renda por meio da comercialização das biojoias durante e após o evento de moda. Serão brincos, colares, pulseiras e outros acessórios que comporão os looks da MR, emprestando holofotes ao artesanato de Maragogipinho, maior polo de cerâmica da América latina, com mais de 150 olarias.
Para o secretário Augusto Vasconcelos, a ação movimenta a economia e é uma vitrine para a cultura da Bahia. “Estaremos mais uma vez na São Paulo Fashion Week, levando o artesanato de Maragogipinho com as nossas ceramistas e também a cultura popular do nosso estado para a maior passarela da América Latina. Isso gera renda, promove a nossa cultura e fortalece a nossa ancestralidade”, disse.
*Imersão* – Entre os dias 12 e 29 de agosto as artesãs participam do curso de Biojoias em Cerâmica – Módulo II, ministrado pela Associação Beneficente Ilê Axé Oju Onirê, que contará com a consultoria da MR para o desenvolvimento da coleção de acessórios. Céu e Junior realizam uma imersão na comunidade de Maragogipinho, nos próximos dias 19 e 20, compartilhando croquis e técnicas para experimentação de materiais naturais do território, como o barro e a piaçava, para a confecção dos objetos de moda.
As peças resultantes do trabalho das artesãs com os estilistas serão apresentadas no desfile da SPFW 2025. Após um processo de curadoria, as peças passarão por avaliação e seleção para posterior encaminhamento aos centros de comercialização, ampliando as oportunidades de geração de renda e inserção das artesãs em mercados qualificados.
É a segunda vez que a Setre e a Meninos Rei trabalham em parceria. Em 2024, eles realizaram oficinas para artesãs no Quilombo Pitanga dos Palmares (Simões Filho) que resultaram em peças de piaçava e madeira exibidas em desfile na SPFW daquele ano. As peças foram todas vendidas.
Além da Setre, também fazem parte da ação a Associação Beneficente Ilê Axé Ojú Onirê; Instituto Brasileiro de Desenvolvimento do Esporte – IBDE; Comunidade Cidadania e Vida – COMVIDA; Instituto Curupira da Bahia; Prefeitura Municipal de Aratuípe e Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho – AAMOM.
*Serviço*
*Solenidade – Assinatura Termo de Colaboração da Setre com a marca Meninos Rei*
20/08, às 9h
Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho (AAMOM). Praça da Matriz, Maragogipinho (Aratuípe – BA)
*Ascom Setre*
Saúde
Casos de síndrome respiratória grave caem no país

Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por vírus sincicial respiratório (VSR) e influenza A estão em queda no país. O Amazonas é o único estado ainda com aumento de notificações entre crianças de até 2 anos, conforme boletim semanal InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado nesta quinta-feira (21).
Neste ano, já foram notificados 159.663 casos, sendo que em 53,4% foram detectados a presença de vírus respiratório.
Entre os casos positivos, 45,5% foram provocados pelo vírus sincicial, seguido por influenza A (25%). Nas quatro últimas semanas, a prevalência dois dois vírus permanece.
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Rinovírus e Covid
O estudo alerta, no entanto, para tendência de alta no número de casos de rinovírus em crianças e adolescentes de 2 a 14 anos no Nordeste e no Centro-Sul. Além disso, foi identificado leve aumento de casos de Covid-19 entre os idosos, a partir de 65 anos, no Amazonas e na Paraíba.
Os estados do Ceará e Rio de Janeiro também apresentam crescimento nas notificações por Covid-19.
A Fiocruz reforça a importância da vacinação em dia contra a Covid-1, principalmente de idosos e pessoas imunocomprometidas, que devem tomar doses de reforço a cada seis meses.
A orientação é que crianças e adolescentes com sintomas de gripe ou resfriado fiquem em casa e evitem ir à escola, para não transmitir o vírus. Se não for possível, o ideal é que usem uma máscara.
Saúde
Médicos do trabalho lançam guia com cuidados para evitar adoecimento

A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) lançou nesta quinta-feira (21) um guia com orientações sobre como cuidar da saúde no ambiente laboral. O documento foi distribuído, em formato digital, para sindicatos, empresas e órgãos públicos, e destaca a importância de encontros periódicos, não apenas no momento da admissão ou rescisão de contratos, com funcionários.
Segundo a entidade, em junho, mais de 330 mil brasileiros maiores de 18 anos de idade solicitaram ao governo federal afastamento das atividades profissionais. Desse total, 76% dos benefícios concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram motivados por doenças.
“Um número que se repete mês após mês, com pequenas variações, compondo um ciclo silencioso de alto impacto econômico e social”, avaliou a Anamt.
Os dados mostram que lesões por esforço repetitivo, dores lombares e doenças crônicas recorrentes ocupam o topo do ranking dos motivos de afastamento, seguidas por transtornos mentais e comportamentais.
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O comunicado destaca uma “percepção equivocada” da atuação do médico do trabalho já que ela não passa, necessariamente, pelo diagnóstico de uma doença.
De acordocom a Anamt, a contribuição do médico do trabalho acontece, sobretudo, no campo da prevenção, seja identificando sinais e sintomas junto ao trabalhador e orientando sobre como proceder na sequência; seja apoiando empresas a criarem ambientes e práticas saudáveis capazes de reduzir os riscos de adoecimento.
Guia
A publicação aborda questões que vão desde a relevância de exames ocupacionais como admissional, periódico e mudança de função até a necessidade de o trabalhador estar atento a detalhes do local de trabalho e da rotina para apontar eventuais problemas que precisam ser corrigidos pelo empregador, incluindo a existência de riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos, entre outros.
O guia alerta ainda para questões “aparentemente banais”, mas que podem desencadear quadros clínicos agudos ou graves, como exposição a variações de temperatura, ao som em alto volume e a produtos químicos, além de levantar peso excessivo ou fazer o mesmo movimento repetidas vezes, o que pode implicar em lesões na coluna e nos membros.
Outro destaque do documento diz respeito a máquinas sem proteção e à obrigatoriedade do uso de equipamento de proteção individual (EPI) indicado para cada função.