Saúde
Conheça Lívia Braga, especialista em odontologia miofuncional com visão integrativa que une saúde e estética

A odontologia miofuncional é uma área que se dedica à reeducação da musculatura orofacial, visando corrigir hábitos inadequados que podem afetar funções essenciais como respiração, mastigação e deglutição. Essa abordagem busca tratar as causas subjacentes de diversas disfunções, promovendo um desenvolvimento equilibrado das estruturas craniofaciais e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
A odontologia integrativa complementa essa abordagem ao considerar o paciente de forma holística, levando em conta não apenas a saúde bucal, mas também sua interconexão com o bem-estar geral. Essa visão amplia as possibilidades de tratamento, incorporando práticas que visam o equilíbrio do organismo como um todo.
Nessa série de entrevista conversamos com a cirurgiã-dentista Lívia Braga, atuando em Novo Progresso, Pará, é uma especialista que aplica esses conceitos em sua prática clínica. Com mais de 20 anos de experiência e diversas especializações, ela enfatiza a importância de tratar não apenas os sintomas, mas as causas dos problemas, promovendo saúde e bem-estar de forma integrada.
Graduada pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP) desde 2002, ela passou por formações em Endodontia, Dentística Estética, Facetas em Porcelana, Clareamento Dental, além de especializações em Implantodontia, Prótese sobre Implantes, Ortodontia, Saúde Pública, Odontologia Integrativa e Miofuncional. Hoje, seu foco está na odontologia miofuncional com visão integrativa, uma área que trata muito além dos dentes, promovendo o equilíbrio entre função, forma e bem-estar. “A odontologia vai muito além de estética. Ela impacta diretamente na respiração, mastigação, postura, sono e até na autoestima. Quando compreendemos isso, passamos a cuidar do paciente como um todo, e não apenas do sorriso”, explica a dentista.
Na prática, Lívia trabalha com reabilitações funcionais e estéticas que respeitam a individualidade de cada paciente. Sua clínica, em Novo Progresso, atende crianças, adultos e idosos com um olhar atento à origem dos problemas, e não apenas aos sintomas. A odontologia miofuncional que ela aplica atua diretamente na função da musculatura orofacial, buscando corrigir padrões disfuncionais como respiração bucal, deglutição atípica, bruxismo e má postura de língua, fatores que podem prejudicar o desenvolvimento de crianças, impactar o sono de adultos e comprometer a qualidade de vida em geral.
Muita gente não sabe, mas sintomas como ronco, cansaço ao acordar, dores na face ou má oclusão podem estar relacionados à forma como a boca funciona. Corrigir isso muda completamente a saúde e o bem-estar do paciente, afirma.
Para Lívia, a odontologia precisa ser atualizada com a ciência e as necessidades reais da população. Em suas palavras, “a era do tratamento fragmentado está ficando para trás”. Por isso, ela tem buscado aplicar um modelo de atendimento multidisciplinar e personalizado, integrando conhecimentos de áreas como fonoaudiologia, ortodontia, fisioterapia e nutrição, sempre com foco em resultados duradouros.
“Hoje sabemos que a boca está ligada a todo o corpo. Se um músculo facial não funciona como deveria, isso pode interferir na respiração, no sono e até na postura corporal. Por isso, meu trabalho não é só devolver dentes, é devolver saúde”, destaca.
Essa estrutura tem atraído cada vez mais atenção, inclusive pelas redes sociais. Em seu perfil no Instagram, @draliviabraga_, a dentista compartilha conteúdos educativos e bastidores do consultório, mostrando de forma clara como a odontologia integrativa pode impactar vidas.
Além do conhecimento técnico, Lívia aposta na escuta ativa e na empatia como pilares do atendimento. Cada plano de tratamento é pensado com cuidado, respeitando a rotina, as necessidades e até as emoções do paciente.
Vejo pessoas que passaram por vários profissionais sem entenderem a causa do problema. Aqui, o primeiro passo é conversar. A gente explica, orienta e acolhe. Isso muda tudo na relação profissional-paciente, conta.
Instalada há anos em Novo Progresso, Lívia conhece de perto as dificuldades de acesso a serviços especializados na região. Por isso, ela faz questão de oferecer tratamentos modernos e completos em sua clínica, levando até o interior do Pará técnicas que antes só estavam disponíveis em grandes centros.
Morar aqui é um orgulho, mas também uma responsabilidade. Nosso povo merece atendimento de qualidade, com o que há de mais avançado na odontologia. E é isso que procuro entregar todos os dias”, afirma a dentista.
Para acompanhar seu trabalho e suas iniciativas, siga seu perfil no Instagram: https://www.instagram.com/draliviabraga_?igsh=MTVjOG0wNWJhcTd6Zg==
Saúde
Planos de saúde poderão abater dívidas ao atender pacientes do SUS

Planos de saúde terão a possibilidade de abater dívidas de ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) ao atender pacientes da rede pública. A portaria que oficializa a medida foi apresentada nesta segunda-feira (28) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, e pela presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Carla de Figueiredo Soares.
A expectativa é que os pacientes do SUS sejam atendidos na rede privada a partir de agosto. A medida faz parte do programa Agora Tem Especialistas, e priorizará seis áreas com mais carência por serviços especializados: oncologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.
Segundo o Ministério da Saúde, também será considerada a demanda dos estados e municípios, que vão apresentar suas necessidades. Estima-se que, inicialmente, R$ 750 milhões em dívidas das operadoras privadas sejam convertidos em consultas, exames e cirurgias.
As dívidas ocorrem porque os planos de saúde têm que ressarcir o SUS quando os beneficiários dos planos de saúde usam serviços públicos e estes constam na cobertura contratual assinada.
As operadoras que desejarem participar do programa devem aderir ao edital conjunto do Ministério da Saúde e da ANS. É preciso comprovar capacidade técnica e operacional e disponibilizar uma matriz de oferta que atenda às necessidades do SUS. Segundo a pasta, as vantagens da adesão ao edital são a regularidade fiscal, o uso da total capacidade dos hospitais conveniados e a redução de litígios administrativos e judiciais.
Os valores a serem convertidos em atendimento terão que ser negociados com a ANS ou com a Procuradoria-Geral Federal, no caso de dívidas ativas. Os planos de saúde precisam realizar mais de 100 mil atendimentos por mês. De forma excepcional, será considerado valor mínimo de R$ 50 mil por mês para planos de saúde de menor porte.
“É a primeira vez na história do SUS que implementamos um mecanismo como este. As dívidas, que antes iam para o Fundo Nacional de Saúde, mas não se convertiam em atendimento, agora viraram ações concretas para reduzir filas e dar dignidade a quem mais precisa”, disse o ministro Alexandre Padilha.
Plataforma de integração
O Ministério da Saúde também anunciou que os dados dos atendimentos realizados pela rede pública e pela rede de saúde suplementar estarão integrados na Rede Nacional de Dados em Saúde.
A partir de outubro, a promessa é de que os pacientes tenham mais autonomia e facilidade para acessar o histórico clínico. Será possível consultar exames, prescrições médicas, diagnósticos e tratamentos realizados no SUS e nos hospitais, clínicas e laboratórios conveniados aos planos de saúde.
Segundo a pasta, as informações da rede suplementar evitarão a repetição de exames, reduzirão custos e melhorarão diagnósticos e tratamentos.
A integração com a plataforma do SUS ocorrerá em etapas. Entre 1º de agosto e 30 de setembro, a Rede Nacional de Dados em Saúde receberá dados da população dos períodos de 2020 a 2025. A partir de outubro, a transferência será automática, conforme os atendimentos forem realizados.
Dados dos planos de saúde serão visualizados pela população no aplicativo Meu SUS Digital. Profissionais e gestores do SUS poderão acessá-los nas plataformas SUS Digital Profissional e SUS Digital Gestor, respectivamente.
O Ministério da Saúde espera que o volume na Rede Nacional de Dados em Saúde passe dos atuais 2,8 bilhões de registros para mais de 5,3 bilhões. A plataforma do SUS já conta com informações referentes a atendimentos públicos: mais de 80% dos estados e 68% dos municípios brasileiros usam a rede para organizar e planejar ações.
Saúde
Ministério da Saúde abre inscrições para o Agora Tem Especialistas

Profissionais interessados em participar do programa Agora Tem Especialistas podem se inscrever na plataforma da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde a partir desta segunda-feira. O programa vai selecionar médicos especialistas para atuar em unidades públicas, com o objetivo de reduzir o tempo de espera por esses atendimentos. As inscrições vão até o dia 10 de agosto e as atividades começam em setembro, com duração de um ano.
O edital oferece 635 vagas imediatas, além de 1.143 para cadastro de reserva. Do total de vagas, 20% serão reservadas para pessoas negras, indígenas ou quilombolas e 6% para pessoas com deficiência. Para participar, é preciso ter Registro de Qualificação de Especialista – RQE ou estar em processo de solicitação, desde que a residência médica tenha sido concluída, ou o título de especialista já tenha sido emitido pela Associação Médica Brasileira – AMB.
Os médicos selecionados vão dedicar 16 horas semanais de assistência à população, e outras 4 horas a itinerários formativos teórico-práticos, conduzidos por profissionais dos hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde – Proadi-Sus e da Rede Ebserh. Em troca, receberão uma bolsa mensal que varia entre R$10 mil e R$20 mil reais, conforme a vulnerabilidade social da cidade onde irão atuar.
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No momento da inscrição, o candidato já deverá escolher em qual município e estabelecimento de saúde de sua preferência, podendo indicar até dois locais. A seleção será feita por pontuação, de acordo com as titulações de especialização e tempo de formação comprovados.
“Pela primeira vez, o Ministério da Saúde lança um programa com o intuito de trazer médicos especialistas para a Atenção Especializada da rede pública de saúde. Depois do sucesso do Programa Mais Médicos, que possibilitou formar e contratar médicos de família e comunidade, chega a vez do Agora Tem Especialistas, que vai investir no desenvolvimento desses profissionais já especializados”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Saúde
Manicômios judiciários unem o pior da prisão e do hospício, diz CFP

Inspeções em manicômios judiciários do país, realizadas pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), revelaram o uso de choque elétrico, medicalização forçada, violência física e psicológica, isolamento punitivo e outras práticas de tortura e violações. As conclusões estão no Relatório de Inspeção Nacional: Desinstitucionalização dos Manicômios Judiciários, lançado nesta segunda-feira (28) pela entidade, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“É uma denúncia pública e técnica que escancara o que o Brasil insiste em esconder através dos muros e grades dos estabelecimentos de custódia e tratamento psiquiátricos: a continuidade de práticas de tortura, abandono, medicalização forçada e o encarceramento que pode equivaler, na prática, com prisões perpétuas”, disse a presidenta do CFP, Alessandra Almeida, durante evento de divulgação do relatório.
Os manicômios judiciários são destinados a pessoas com transtorno mental ou deficiência psicossocial em conflito com a lei e estão no foco da Resolução nº 487/2023 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que criou a Política Antimanicomial do Poder Judiciário e indicou a necessidade de fechamento desses locais.
Segundo Almeida, foi observado um contexto de violações sistemáticas e institucionalizadas nas instituições asilares, como contenções físicas e químicas sem respaldo clínico, agressões físicas e verbais, isolamento punitivo, violação de vínculos familiares e ausência de canais de denúncia.
A inspeção identificou 2.053 pessoas com deficiência psicossocial em conflito com a lei ainda institucionalizadas nesses locais de caráter asilar – que é centrado na exclusão e isolamento.
“São práticas que contrariam frontalmente a prescrição de cuidado e atenção à saúde que devem ser direcionadas à essa população, conforme o que estabelece a Lei 10.216/2001 [Lei da Reforma Psiquiátrica], Convenções Internacionais das quais o Brasil é signatário e uma série de dispositivos e normativas que orientam a política de saúde mental no país”, disse.
Equipes do CFP fizeram inspeção presencial em 42 instituições, de janeiro a março de 2025, em 21 unidades federativas, das cinco regiões do país. Realizado dez anos após o primeiro diagnóstico feito pela entidade sobre o tema, o novo relatório concluiu que esses locais continuam reproduzindo “o pior da prisão com o pior do hospício”.
“A negligência, a lógica do castigo, a violação e o abandono estatal que chega a resultar em prisões perpétuas são marcas dessas instituições”, apontou a entidade.
O documento pontua ainda que as instituições têm problemas como infraestrutura degradada, restrições severas à circulação, falta de acessibilidade e superlotação; o acesso à água potável e à alimentação é limitado e insalubre; e faltam itens básicos para a higiene pessoal e roupas de cama. Segundo o CFP, foram identificadas também diversas formas de precarização do trabalho.
Racismo e capacitismo
“Quando olhamos para os manicômios judiciários, vemos pessoas que não são punidas pelo que fizeram mas pelo que se teme que possam fazer. Esse é o conceito de periculosidade, uma noção subjetiva e frequentemente enviesada, racializada e capacitista”, disse a presidenta do conselho.
Com base no pensamento de Franz Fanon, ela mencionou que a psiquiatria pode servir como ferramenta de opressão quando trata os sujeitos como problemas a serem corrigidos e não como pessoas a serem compreendidas. “Fanon, que foi psiquiatra e revolucionário, já advertia que a colonialidade habita os discursos da normalidade, do diagnóstico e do controle”.
“No Brasil, essa colonialidade se expressa de forma aguda na vida das pessoas negras, pobres, periféricas e com sofrimento psíquico. Ana Flauzina [doutora em Direito] afirma que o sistema prisional brasileiro é um sistema de desaparecimento de corpos negros, uma tecnologia de morte lenta e silenciosa”, acrescentou.
Ao citar ainda Carla Akotirene, autora da obra Interseccionalidade, Alessandra Almeida ressalta os cruzamentos entre raça, gênero, classe e deficiência no contexto da construção do que seria um “sujeito perigoso”.
“Isso nos faz reafirmar que, pelo menos, para as análises, investigações e práticas psicológicas, já não é possível – diante das complexidades sociais impostas – que não utilizemos a interseccionalidade como um elemento importante da nossa práxis”, concluiu.