Saúde
Conitec abre consulta pública para ouvir a opinião da sociedade sobre o protocolo do SUS para tratamento e diagnóstico do angioedema hereditário

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec/SUS) publicou a Consulta Pública nº 50, que dispõe sobre o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para angioedema hereditário (AEH) associado à deficiência de inibidor de C1-esterase. As sociedades civil e médica têm até o dia 16 de setembro, para exercerem o seu direito e manifestar opiniões sobre a proposta pelo site da Conitec1. Ao localizar a consulta, basta selecionar “formulário de contribuição” e preenchê-lo.
Essa é uma oportunidade para alinhar o PCDT vigente no Sistema Único de Saúde (SUS) com opções de terapias que surgiram desde a sua última atualização ocorrida em 20162, incluindo tratamento para crises e profilaxia de curto e longo prazos. É possível ainda opinar sobre o diagnóstico e tratamentos, contribuindo para o debate que vai nortear os cuidados dos pacientes com AEH nos próximos anos3.
Sobre o angioedema hereditário (AEH)
O angioedema hereditário é uma doença genética ultrarara com prevalência estimada em 1 para cada 67 mil pessoas. É caracterizada por crises de edema dolorosas, incapacitantes e potencialmente fatais, ocasionadas pelo acúmulo de bradicinina em função da deficiência do inibidor de C1 esterase no organismo4,5. Essas crises são imprevisíveis em relação à duração, frequência, e gravidade, podendo acometer face, membros superiores e inferiores, extremidades, alças intestinais e vias respiratórias superiores 6,7.
Mais de 80% dos pacientes brasileiros com AEH ao longo da vida apresentaram crises abdominais, caracterizadas por dor abdominal intensa, vômito e diarreia 4,7. Frequentemente esses sintomas são semelhantes a um abdome agudo, podendo levar a intervenções invasivas desnecessárias 5-6. Estudos também mostram que de 47 a 66% dos pacientes com diagnóstico de angioedema hereditário apresentam crises laríngeas em algum período da vida4,7. A doença é potencialmente fatal quando isso acontece, porque há um risco de asfixia e morte.
A gravidade da doença não é previsível com base na apresentação de crises anteriores, mas um estudo brasileiro indicou que a maioria das crises teve apresentação moderada (55%) ou grave (24%) 7. Atualmente, existem três tipos de terapia para o AEH: profilaxia de curto prazo, profilaxia de longo prazo e tratamento de crise.
Mais informações no portal ConheçaAEH.
Sobre a Consulta Pública
A consulta pública visa promover o diálogo entre a administração pública e o cidadão, em cumprimento aos Princípios da Legalidade, Moralidade, Eficiência, Publicidade, Transparência e Motivação. É um mecanismo de participação social, de caráter consultivo, realizado com prazo definido e aberto a qualquer interessado, com o objetivo de receber contribuições sobre determinado assunto. Incentiva a participação da sociedade na tomada de decisões relativas à formulação e definição de políticas públicas.9
Sobre a Takeda
A Takeda está focada em criar uma saúde melhor para as pessoas e um futuro melhor para o mundo. Nosso objetivo é descobrir e oferecer tratamentos que transformem vidas em nossas principais áreas terapêuticas e de negócios, incluindo gastroenterologia, doenças raras, terapias derivadas de plasma, neurociência, oncologia e vacinas. Junto com nossos parceiros, visamos melhorar a experiência do paciente e avançar uma nova fronteira de opções de tratamento por meio de nosso pipeline dinâmico e diverso. Como uma empresa biofarmacêutica líder baseada em valores e orientada por Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com sede no Japão, somos guiados por nosso compromisso com os pacientes, nossas pessoas e o planeta. Nossos funcionários em aproximadamente 80 países e regiões são movidos por nosso propósito e fundamentados nos valores que nos definem há mais de dois séculos. Para mais informações, visite www.takeda.com.
Referências
1. Participa+Brasil. Consultas Públicas. Disponível em: https://www.gov.br/participamaisbrasil/consultas-publicas. Acessado em 10/09/2024.
2. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Angioedema associado à deficiência de C1 esterase (C1- NH). 2016. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2016/pcdt_angioedema-deficincia-c1esterase_2016.pdf. Acesso em 10/09/2024.
3. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Angioedema associado à deficiência de C1 esterase em revisão. [acesso em 26/08/2024]. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/relatorios/2024/relatorio-preliminar-pcdt-anemia-hemolitica-autoimune-cp51
4. Campos RA Serpa S Mansour E et al. Diretrizes brasileiras do angioedema hereditário 2022 – Parte 1: definição classificação e diagnóstico. Ar Asma Alerg. munol. 2022;6(2):151-169.
5. Lumry WR. Overview of Epidemiology, Pathophysiology, and Disease Progression in Hereditary Angioedema. Am J Manag. Care. 2013; S103–10.
6. Levi M, Cohn DM, Zeerleder S. Hereditary angioedema: Linking complement regulation to the coagulation system. Research and Practice in Thrombosis and Haemostasis 2019; 3: 38–43.
7. Alonso et al. Hereditary angioedema: a prospective study of a Brazilian single-center cohort. Int J Dermatol. 2020 Mar;59(3):341-344.
8. Bork K, Hardt J, Witzke G. Fatal laryngeal attacks and mortality in hereditary angioedema due to C1-INH deficiency. J Allergy Clin Immunol. 2012 Sep;130(3):692-7. doi: 10.1016/j.jaci.2012.05.055. Epub 2012 Jul 28. PMID: 22841766.
9. Ministério da Saúde. Consultas Públicas. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/consultas-publicas#>. Acessado em 28/08/2024.
Saúde
A dor invisível das mães solo de crianças neuroatípicas

Quando o amor sustenta o impossível em meio à sobrecarga e à ausência de políticas públicas eficazes
Entre as rotinas clínicas e os relatos de quem vive o cotidiano da parentalidade atípica, há uma figura que, por vezes, se dissolve na invisibilidade do cuidado: a mãe solo. Ela não chega apenas com a criança no colo. Chega com diagnósticos, formulários, laudos, e uma agenda emocional que transborda: medo, culpa, exaustão e amor incondicional. Este artigo propõe uma análise reflexiva, com base em evidências neurocientíficas e observações clínicas, sobre os efeitos do cuidado isolado em mães solo de crianças neuroatípicas — especialmente aquelas diagnosticadas com transtornos do espectro autista (TEA), transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e deficiências intelectuais.
A neurobiologia da sobrecarga materna
O impacto do estresse crônico sobre o cérebro é amplamente documentado pela literatura científica. A ativação prolongada do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), diante de demandas emocionais constantes, eleva os níveis de cortisol e compromete o equilíbrio neuroendócrino. Isso se reflete em distúrbios do sono, alterações cognitivas, fadiga crônica, depressão e vulnerabilidade imunológica. Mães solo de crianças neurodivergentes frequentemente vivenciam um estado de hipervigilância contínua, caracterizado por tensão muscular, fadiga central e reatividade emocional exacerbada. Trata-se de um perfil neurofisiológico próximo ao de indivíduos expostos a traumas cumulativos — o que, em termos clínicos, já é reconhecido como “trauma relacional complexo”.
Relatos que falam mais que diagnósticos
No contexto clínico, é comum ouvir relatos que expressam com precisão a solidão e a sobrecarga dessas mulheres: “Meu filho tem uma equipe. Eu só tenho a mim mesma”, desabafa uma mãe. Outra confessa: “Não durmo bem há anos. Quando não estou cuidando dele, estou prevendo a próxima crise.” Em uma das falas mais contundentes, uma mãe resume o medo que carrega diariamente: “Meu maior medo não é o transtorno. É o mundo sem mim.” Essas falas revelam não apenas sofrimento psíquico, mas uma arquitetura emocional marcada por sobrecarga sem redistribuição. A ausência de suporte afetivo, familiar ou institucional torna essas mulheres não apenas cuidadoras primárias, mas estruturas inteiras de sustentação física, emocional e financeira.
O cuidado isolado e a lacuna da corresponsabilidade social
Ainda que políticas públicas avancem no reconhecimento da neurodivergência infantil, observa-se uma insuficiência de dispositivos sistemáticos de apoio às mães cuidadoras — especialmente as que exercem a maternidade sozinhas. Não se trata de omissão direta, mas de um vazio estrutural ainda pouco debatido. Nesse cenário, mães se tornam pesquisadoras autodidatas, especialistas no diagnóstico dos filhos, intérpretes de linguagem não verbal, organizadoras de múltiplas terapias, articuladoras de direitos e, ao mesmo tempo, responsáveis pelo sustento e pelo afeto. Como médica pediatra — com formações em Transtornos do Neurodesenvolvimento, Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência, Neurociências e Autismo, e Educação Parental — venho aprendendo, a cada escuta, que o cuidado vai muito além do diagnóstico. Ao longo dos anos à frente da Clínica Innovare Saúde & Bem-Estar, centro especializado no atendimento a crianças neuroatípicas, testemunho de perto os efeitos dessa sobrecarga emocional silenciosa que recai sobre mães solo. Aprendi que, antes de qualquer conduta, é preciso escutar — não só a criança, mas o coração de quem cuida. No consultório, essa dor aparece nas entrelinhas: no olhar cansado, nas pausas longas, nas frases contidas. São mães que adoecem no mesmo ritmo em que lutam pela saúde de seus filhos. Que vivem em alerta constante. Que se doam inteiras — até sumirem de si mesmas. Elas não pedem ajuda. Mas gritam em silêncio com seus corpos exaustos, suas noites em claro, sua solidão persistente. São cuidadoras de mundos inteiros. E o mundo ainda não aprendeu a cuidar delas.
Da exaustão à resistência: redes maternas como fator de proteção
Apesar da sobrecarga, há potência. Muitas dessas mulheres se reinventam em líderes, ativistas, escritoras e comunicadoras. Criam redes de apoio, constroem pontes com outras famílias, difundem conhecimento e influenciam políticas públicas. O pertencimento, segundo a neurociência afetiva, é um potente fator de proteção. O vínculo com outras mulheres em situação semelhante reduz os marcadores de estresse, aumenta a sensação de validação e favorece o enfrentamento coletivo. Essas mães transformam dor em propósito. E o isolamento, em movimento social.
Propostas para um ecossistema de cuidado mais justo
Falar da dor não basta — é necessário propor soluções realistas e integradas. Eis algumas diretrizes baseadas em práticas com eficácia comprovada:
* Promoção de redes comunitárias de apoio;
Grupos de escuta terapêutica gratuita ou subsidiada;
* Reconhecimento da maternidade cuidadora nas relações de trabalho;
• Formação continuada de profissionais da saúde e educação;
• Acesso à informação científica e ferramentas digitais inclusivas.
O desenvolvimento saudável de uma criança depende diretamente da saúde emocional e física de seu cuidador primário. A neurociência já demonstrou que vínculos seguros e ambientes reguladores são cruciais para o amadurecimento cerebral. Portanto, não se pode mais ignorar a saúde de quem sustenta esse vínculo. Mães solo de crianças neuroatípicas não precisam de mitificação. Precisam de acolhimento, visibilidade, escuta e políticas sensíveis às suas realidades. Precisam que deixemos de vê-las como heroínas incansáveis — e passemos a reconhecê-las como mulheres humanas, complexas e legítimas em seu direito ao cuidado. Este artigo é, antes de tudo, um tributo. Àquelas que, mesmo cansadas, seguem amando com coragem. E um chamado para que nos tornemos parte ativa da rede que sustenta — e nunca mais da estrutura que pesa.
Dra. Vera Lúcia Oliveira do Nascimento Médica Pediatra – CRM/CE 16799 | RQE 7237 Pós Graduada em Transtornos do Neurodesenvolvimento, Neuropsiquiatria da Infância e Adolescência, Neurociências e Autismo e Educação Parental Fundadora da Clínica Innovare Saúde & Bem-Estar, referência em atendimento pediátrico interdisciplinar e acolhimento a famílias neuroatípicas.
Para conhecer mais sobre o trabalho da especialista, acesse: https://www.draverapediatra.com.br
Instagram: @dravera.pediatra
Saúde
Locação de poltronas para pós-operatório em Caxias do Sul: conforto e acolhimento no seu processo de recuperação

A locação de poltronas para pós-operatório em Caxias do Sul ganha um novo padrão de qualidade com a chegada da Conforte-se, empresa especializada em oferecer soluções ergonômicas e acolhedoras para quem está em recuperação. Sabemos que este é um momento que exige cuidados especiais, e é por isso que nossa missão é estar ao seu lado, proporcionando conforto, segurança e tranquilidade.
Na Conforte-se, cada detalhe é pensado com carinho: desde a seleção de poltronas ergométricas e elétricas — desenvolvidas para oferecer o máximo de apoio ao corpo — até a entrega rápida e o atendimento humanizado. Queremos que você se sinta acolhido desde o primeiro contato, com uma equipe sempre pronta para atender e tirar dúvidas com empatia e eficiência.
Se você está em busca de locação de poltronas para pós-operatório em Caxias do Sul, encontrará na Conforte-se uma parceira comprometida com o seu bem-estar. Nossos equipamentos ajudam a reduzir o esforço físico, promovem melhor postura e contribuem diretamente para uma recuperação mais tranquila e confortável.
Escolher a Conforte-se para a locação de poltronas para pós-operatório em Caxias do Sul é priorizar sua saúde, com soluções práticas, seguras e acolhedoras. Afinal, seu foco deve estar onde realmente importa: em cuidar de si mesmo. Nós cuidamos do resto.
Saúde
Conforte-se Teresina com solução inovadora em locação de poltronas para pós-operatório

Teresina agora conta com uma nova aliada na promoção da saúde e do bem-estar de pacientes em recuperação cirúrgica: a Conforte-se, empresa especializada na locação de poltronas ergonômicas e reclináveis voltadas para o período pós-operatório, acaba de iniciar suas atividades na capital piauiense.
Com foco em conforto, segurança e praticidade, a chegada da Conforte-se Teresina representa um avanço significativo no cuidado domiciliar e na humanização do processo de reabilitação. As poltronas fornecidas são desenvolvidas para proporcionar o máximo de apoio durante a recuperação, com mecanismos que reclinam até 90 graus, facilitando os movimentos de sentar e levantar e minimizando o esforço físico do paciente.
A Conforte-se Teresina oferece equipamentos que contribuem para a autonomia e segurança dos usuários, além de posições ideais para descanso e sono, promovendo melhor circulação sanguínea e relaxamento muscular — elementos fundamentais para uma recuperação eficaz.
A Conforte-se Teresina já está em pleno funcionamento, disponibilizando planos de locação flexíveis e atendimento personalizado em toda a região. Combinando tecnologia, ergonomia e cuidado humanizado, a empresa se propõe a transformar a experiência de quem enfrenta o delicado período pós-cirúrgico.