Saúde
Consultoria 360º se consolida como caminho para clínicas que buscam crescimento sustentável

Gestão estratégica personalizada reduz desperdícios, aumenta faturamento e fortalece a experiência do paciente nos serviços de saúde
Num cenário cada vez mais competitivo, clínicas e consultórios de diferentes especialidades estão descobrindo que apenas ser bom tecnicamente não é suficiente para garantir a sustentabilidade. A profissionalização da gestão tem se tornado uma prioridade, e um dos caminhos mais adotados atualmente é a chamada consultoria 360º — um modelo de acompanhamento personalizado, estratégico e contínuo, que considera a clínica como um todo e propõe soluções integradas para seu crescimento.
Segundo o estudo “Panorama das Clínicas Médicas no Brasil”, realizado pela Doctoralia e Feegow, 58% dos consultórios fecham o mês com lucro abaixo do esperado e 41% não possuem controle preciso sobre indicadores de performance. Isso mostra que, apesar da crescente demanda por serviços de saúde, muitos empreendimentos da área enfrentam dificuldades por falhas de gestão.
Visão holística para decisões mais assertivas
A consultoria 360º se diferencia por não atuar apenas em áreas isoladas, como marketing ou finanças. Trata-se de um diagnóstico completo que abrange pilares como organização de agenda, experiência do paciente, gestão de equipe, análise financeira, precificação, posicionamento estratégico e fidelização. A partir disso, são desenhadas estratégias sob medida, com foco em resultados e longevidade.
“Não existe crescimento sustentável sem gestão inteligente. Muitas clínicas até faturam bem, mas têm perdas significativas por falta de estrutura, ausência de indicadores e processos mal desenhados”, explica Rubia Pinheiro, especialista em gestão de clínicas e responsável por transformar dezenas de negócios da área da saúde com sua metodologia própria de consultoria 360º.
Quando o crescimento vira um problema
Foi o que aconteceu com a clínica Dra. Fernanda Barucci, especializada em dermatologia e localizada em São Paulo. Após dobrar o número de atendimentos em um ano, a equipe passou a enfrentar desafios como sobrecarga na agenda, perda de pacientes por atrasos recorrentes e aumento dos custos operacionais — tudo isso sem um crescimento proporcional no lucro..
“A clínica estava crescendo, mas internamente estava tudo caótico. O faturamento aumentava, mas o dinheiro não sobrava”, relata a diretora da Clínica Dra. Fernanda Barucci.
Após quatro meses de consultoria 360º, a clínica implementou um novo fluxo de atendimento, otimizou custos e passou a monitorar a jornada do paciente por meio de indicadores estratégicos. O resultado foi um aumento de 23% no lucro líquido e uma redução de 17% nos custos operacionais.
O impacto financeiro da falta de gestão
Estudo recente da FGV aponta que empresas de saúde que adotam indicadores de performance e atuam com planejamento estratégico têm 42% mais chances de crescer acima da média do setor. Já as que operam com modelo informal estão mais sujeitas a problemas como inadimplência, passivos trabalhistas, desperdício de materiais e baixa previsibilidade de caixa.
“Em muitos casos, a consultoria começa com a identificação de onde a clínica está perdendo dinheiro sem perceber. Desde precificação errada até falhas de agenda e comunicação que custam caro a longo prazo”, completa Rubia Pinheiro.
Para ela, o segredo está na personalização. “Cada clínica é única. Não dá para aplicar a mesma fórmula para todas. Por isso, o acompanhamento contínuo é essencial: para ajustar o plano conforme os resultados, corrigir rotas e manter a equipe engajada.”
Transformar negócios para cuidar melhor de pessoas
Num mercado onde a qualidade técnica já é obrigação, clínicas que investem em gestão saem na frente. A consultoria 360º permite que os gestores enxerguem o negócio de forma estratégica, coloquem ordem na casa e tomem decisões baseadas em dados — não em achismos.
“Mais do que crescer, é preciso crescer com estrutura, com clareza e com saúde financeira. E é isso que a consultoria 360º proporciona”, finaliza Rubia.
Saúde
Três pessoas tiveram encefalite equina venezuelana no AM, diz Fiocruz

Três pessoas (dois homens e uma mulher) foram diagnosticadas com encefalite equina venezuelana, pela primeira vez, na cidade de Tabatinga (AM), na região do Alto Solimões, neste ano.
A informação foi confirmada, nesta terça-feira (26), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A entidade divulgou que o monitoramento dos casos é realizado no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A descoberta foi feita a partir da detecção do material genético do vírus da doença pela equipe do estudo FrontFever, e divulgado para a comunidade científica neste mês.
Tabatinga (AM) fica na região da tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru.
Segundo a Fiocruz, o virologista Felipe Gomes Naveca, do Instituto Leônidas e Maria Deane, explicou que os casos foram identificados com a tecnologia de PCR em tempo real, desenvolvida na Fiocruz, seguida da confirmação por sequenciamento genético.
“Nossos achados identificam o vírus como uma causa sub diagnosticada de doença febril aguda na Amazônia brasileira”, explica.
A encefalite equina venezuelana, segundo o especialista, é uma doença viral causada por um alphavirus transmitido por mosquitos que afeta humanos e equinos.
Sequelas
A doença, que gera uma inflamação do cérebro, pode deixar sequelas variadas, dependendo da gravidade da infecção e da área afetada. De acordo com a Fiocruz, as sequelas podem ser motoras, cognitivas, comportamentais e emocionais, afetando a qualidade de vida do indivíduo.
O especialista da Fiocruz aponta, entretanto, que a maior parte dos casos se apresenta como uma doença febril sem consequências graves.
Felipe Gomes Naveca, que é chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), integra a Rede Genômica da Fundação, que foi criada inicialmente com o objetivo de liderar as pesquisas para decodificar o genoma do Sars-CoV-2, causador da Covid-19.
A rede tem a missão de gerar mais dados sobre o comportamento dos vírus para um melhor preparo do país no enfrentamento da pandemia em prol de diagnósticos precisos e produção de vacinas.
* Com informações da Fiocruz
Saúde
Anvisa proíbe versões manipuladas da semaglutida, usada no Ozempic

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a manipulação da substância semaglutida, utilizada em canetas de emagrecimento como Ozempic e Wegovy e no medicamento via oral Rybelsus. Em despacho publicado na última segunda-feira (25) no Diário Oficial da União, a agência estabeleceu os critérios para importação e manipulação de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) agonistas do hormônio GLP-1, usado em tratamentos de diabetes tipo 2 e obesidade.
Segundo a decisão, os insumos obtidos por via biotecnológica, caso da semaglutida, só podem ser importados para fins de manipulação se forem do mesmo fabricante registrado no Brasil.
“Atualmente, a semaglutida possui registro apenas como produto biotecnológico. Portanto, não é permitida a importação nem a manipulação da semaglutida sintética até que exista um medicamento registrado com o IFA sintético”, explicou a agência.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) considerou a proibição da manipulação da semaglutida um passo fundamental para a proteção da população brasileira “contra práticas que colocam em risco sua saúde e minam a confiança na medicina baseada em evidências”
A Novo Nordisk, detentora da patente da semaglutida e fabricante do Ozempic, do Wegovy e do Rybelsus, considera a decisão da Anvisa um benefício para a saúde pública e para os pacientes brasileiros.
“Medicamentos irregulares não oferecem garantia de pureza, dosagem correta, estabilidade ou esterilidade, podendo resultar em ineficácia do tratamento, reações adversas graves e contaminação, colocando a saúde e segurança do paciente em risco”, diz a empresa, em nota.
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Mounjaro
Na decisão, a Anvisa manteve a permissão para a manipulação da tirzepatida, outra substância utilizada no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2, conhecida comercialmente como Mounjaro.
Para a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, os riscos que levaram à proibição da semaglutida são “idênticos e igualmente graves” no caso da tirzepatida manipulada.
“A manutenção de uma proibição parcial, restrita apenas à semaglutida, abre espaço para a migração do mercado irregular para a tirzepatida manipulada, perpetuando o risco sanitário e expondo pacientes a produtos inseguros”, diz a entidade.
A SBEM solicitou formalmente que a Anvisa estenda a medida cautelar também à tirzepatida, proibindo sua manipulação em território nacional.
Saúde
Oftalmologistas apontam risco de atendimento por pessoas sem formação

Dados adiantados nesta terça-feira (26) pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) mostram que, desde janeiro de 2017, foram feitas quase 3 mil denúncias contra pessoas ou estabelecimentos que praticaram atendimentos ou procedimentos oftalmológicos de forma irregular no país.
O CBO avalia que há um cenário de aumento das denúncias de atendimentos oftalmológicos oferecidos por pessoas sem formação em medicina e aponta que isso ocorre, muitas vezes, em óticas e estabelecimentos comerciais.
Os números mostram que, entre janeiro de 2017 e junho deste ano, foram efetuadas 2.950 representações por conta de ações ilegais, incluindo a realização de exames, o diagnóstico de doenças e a prescrição de lentes por não médicos, sendo 142 representações apenas no primeiro semestre de 2025.
Em nota, a entidade avalia que não se trata apenas de uma questão legal, mas de um risco à saúde pública e classifica como fundamental que a população se informe, desconfie de soluções fáceis e busque sempre atendimento com médicos oftalmologistas.
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Entenda
De acordo com o CBO, exames oftalmológicos devem ser realizados por profissionais formados em medicina e, portanto, com um registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), além do Registro de Qualificação de Especialista (RQE).
Além disso, esses profissionais devem atuar em locais que atendam às exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), incluindo critérios para a estrutura física, os equipamentos utilizados e as condições sanitárias em geral.
Para a entidade, as normas garantem que o paciente encontre no profissional segurança, eficiência e adequação às regras para cuidar da saúde ocular — requisitos, segundo o conselho, não cumpridos em atendimentos realizados por óticas e estabelecimentos comerciais.
Encontro
O aumento no número de denúncias envolvendo atendimentos oftalmológicos oferecidos por pessoas sem formação em medicina será um dos temas debatidos durante o 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, em Curitiba.
O encontro começa nesta quarta-feira (27) e deve reunir especialistas, pesquisadores e representantes de inovações tecnológicas recentes voltadas para a saúde ocular. Os debates seguem até o próximo sábado (30).
*A repórter viajou para o 69º Congresso Brasileiro de Oftalmologia a convite do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).