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CONTRA XAWARA – Deus das Doenças ou da Troca Injusta faz estreia de temporada no Sesc Ipiranga

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Juão Nyn usa um cocar composto por 120 seringas e faz um escambo com a plateia; ao final da peça, o público decide se pega seu objeto trocado de volta ou não.

Na história da América Latina, indígenas morreram ao primeiro contato com o homem branco. Por isso, o multiartista Juão Nyn criou uma performance que problematizasse as primeiras colonizações europeias e, ao mesmo tempo, mostrasse os reflexos desse momento nos dias de hoje.

Nasceu assim CONTRA XAWARA – Deus das Doenças ou da Troca Injusta, que faz sua estreia de temporada no Auditório do Sesc Ipiranga, com apresentações de 5 de janeiro a 4 de fevereiro, às sextas, às 21h30, e, aos sábados e domingos, às 18h30.

Xawara é o deus das doenças na cosmovisão Yanomami. E como a aproximação entre indígenas e brancos teve como uma das consequências a introdução de várias doenças virulentas e bacteriológicas entre os seus antepassados, Nyn escolheu o nome “Contra Xawara” para o seu trabalho, significando contra-a-epidemia.

Sobre a performance
Para representar a divindade, o performer construiu um cocar com 120 seringas. Ao final da ação, ele propõe um escambo entre as agulhas da peça e os itens de roupas ou acessórios do público. Em um primeiro momento, esses objetos são expostos juntos no corpo do artista, em um acúmulo que não só o soterra como o transforma em uma espécie de assombração consumista.

Depois, a farsa é revelada e esses materiais ficam acomodados em uma mesa de exposição para quem quiser pegar de volta seus pertences, desequilibrando mais ainda a troca. “Eu também queria problematizar essa ideia estigmatizada de que os indígenas do passado trocaram ouro e os seus pertences valiosos por espelhinhos. Afinal, não cultuávamos os mesmos deuses, não falávamos as mesmas línguas, por que reagíramos todos iguais ao nos oferecerem esse tipo de objeto”?, defende Nyn.

Inclusive, muitas das suas obras buscam acabar com essa visão do indígena único. “Comecei a criar uma série de cocares feitos com os mais diversos itens, para mostrar que temos as nossas particularidades. Por exemplo, não existem apenas cocares feitos de penas. Na realidade, não só nem todos os povos têm cocares como eles podem ser feitos de vários materiais, como meu povo, Potyguara que usa palha de carnaúba”, acrescenta.

Por esse motivo, Juão também pensou em uma dramaturgia com ares de manifesto. “Fiz uma conexão espiritual entre os diversos povos indígenas, como se estivéssemos ligados por rios suspensos. Esses rios são uma metáfora para o mundo onírico, que é esse território que nos permite ir mais longe e não ficarmos somente sonhando com nós mesmos. Inclusive, essa é uma grande diferença em relação aos brancos, que só sonham consigo mesmos e não conseguem perceber os sinais da natureza, por exemplo”, detalha.

A presença do som
A performance CONTRA XAWARA – Deus das Doenças ou da Troca Injusta dura entre 40 e 60 minutos. Juão Nyn adentra o espaço fazendo uma caminhada lenta. Enquanto percorre o ambiente, a musicista transvestigenere Malka Julieta executa ao vivo, no piano, a trilha sonora composta exclusivamente para o espetáculo.

Outro elemento importante para a ação é a presença de um tambor-boneco em forma de humano. A cada batucada de Nyn, esse parceiro de cena sangra. A mágica acontece porque ele é revestido pelo Bloody Bath Mat, um tapete que fica vermelho ao entrar em contato com água – um produto vendido para fãs de produções de terror.

Esse trabalho já teve apresentações pontuais no Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo, FIT BH e no Festival TePI – Teatro e os Povos Indígenas e, pela primeira vez, faz sua estreia em uma grande temporada, com 16 apresentações. A ação integra a programação paralela da Exposição Araetá – A Literatura dos Povos Originários.

SINOPSE
Não estávamos todos nus, não cultuávamos os mesmos deuses, não falávamos as mesmas línguas, por que reagíramos todos iguais ao nos oferecerem um espelhinho? O corpo é terra, mas também pode ser Caravela. Em CONTRA XAWARA, o ano é 2024, mas poderia ser 1492. O colonizador tem a chance de se rever no espelho que abandonou e descobrir se o próprio reflexo é igual ao de todos os outros que vieram dentro das Caravelas que são.

SOBRE JUÃO NYN
Juão Nyn é multiartista, Potyguar/a, 34 anos, ativista comunicador do movimento Indígena do RN, integrante do Coletivo Estopô Balaio de Criação, Memória e Narrativa e vocalista/compositor da banda Androyde Sem Par, há 10 anos em trânsito entre RN e SP. Em 2021 lançou a dramaturgia de estreia, chamada “TYBYRA – uma tragédia Indígena Brasileira” e está como Mestre na Escola Livre de Teatro com o terreiro “Teatro Contracolonyal”.

Ficha Técnica:
Manifesto e performance: Juão Nyn
Contrarregragem: Mara Carvalho
Paramentação: Mbodjape
Iluminação: Rodrigo Silbat
Trilha sonora: Malka Julieta
Cantos em Tupi: Juão Nyn – Nhe’etimbó
Vídeo arte: Daniel Minchoni e Flávio Alziro
Projeção mapeada: Flávio Alziro
Operação de áudio: Jo.mo Faustino
Assessoria de imprensa: Márcia Marques – Canal Aberto
Cenotécnico: Enrique Casas
Produção Executiva: Wemerson Nunes – WN Produções

SERVIÇO
CONTRA XAWARA – Deus das Doenças ou da Troca Injusta
De 5 de janeiro a 4 de fevereiro, às sextas, às 21h30, e, aos sábados e domingos, às 18h30
Local: Sesc Ipiranga – Auditório – Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga, São Paulo/ SP
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia-entrada) e R$ 12 (credencial plena) | Vendas nas bilheterias das unidades do Sesc e no link: https://www.sescsp.org.br/programacao/contra-xawara-deus-das-doencas-ou-troca-injusta-2/

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Entretenimento

Vivian Veggari: ex-cantor Vinicius Henuns inicia sua transição

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A artista paulista revela que a tempos pensava na mudança de seu nome.
“Eu venho a tempos pensando em mudar meu nome, um belo dia resolvi começar a transição”.
Além da mudança de nome, a artista está trabalhando em seu primeiro álbum de estúdio.
“Estou bastante feliz, meu álbum está finalizado. Só tenho a agradecer a SidRaffa, por trabalhar comigo nesse álbum”.

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Cultura

Vox Sambou clama por união e luta em seu novo single: “Kriminèl”

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Vox Sambou - Crédito fotográfico MKMI Photo
Vox Sambou - Crédito fotográfico MKMI Photo

Nova canção do rapper e ativista haitiano promove fusão de ritmos aliada a uma mensagem forte e inicia sequência de lançamentos

Um canto de união e luta! Esse é o ponto de partida de “Kriminèl”, novo single do rapper e ativista haitiano Vox Sambou, que chega às plataformas digitais. Acompanhada de videoclipe, a canção carrega uma mensagem urgente e mistura ritmos haitianos com influências congolesas, hip-hop e afrobeat.

– “Kriminèl” apela aos haitianos para que se unam e despertem face às forças que perturbam a sua paz. A faixa é um reflexo poderoso das lutas contínuas do Haiti e um apelo à ação coletiva – destaca o artista.

Para conferir o lançamento, acesse: https://orcd.co/kriminel-vox-sambou

O seu primeiro lançamento em 2025 também inicia uma sequência de novidades, que inclui os singles “Voyaje” (no dia 28 de fevereiro) e “Sergo” (21 de março), culminando no álbum “Hayti Lives” (11 de abril).

Capa do single Kriminèl, de Vox Sambou
Capa do single Kriminèl, de Vox Sambou

– “Hayti Lives” é um reflexo das minhas raízes, da minha jornada e do poder da música para unir e curar. Trata-se de lembrar de onde viemos e lutar por um amanhã melhor – adianta Vox Sambou.

Do Haiti para o mundo 

Vox Sambou vem de Limbé, Haiti. Cantando em várias línguas, incluindo haitiano, francês, inglês, espanhol e português, participou de eventos importantes, como o Tiny Desk NPR meets GlobalFEST, recebeu prêmios internacionais, como o Afrima Awards. Radicado no Canadá, é membro fundador do coletivo de hip-hop de Montreal, o Nomadic Massive, e tem feito turnês pelo Chile, Brasil, Senegal, Mali, Burkina Faso, Colômbia, Marrocos, Espanha, Estados Unidos (no Kennedy Center, em Washington, e no Grand Performances, em Los Angeles) e França (no Le Printemps de Bourges). A sua relação com o Brasil é de longa data, tendo colaborado, no palco ou em gravações, com nomes como Rael, Lazzo Matumbi, Liniker, Luciane Dom e Alma Djem.

A música de Vox é uma fusão de ritmos tradicionais haitianos e elementos afro-latinos, como afrobeat, música afro-brasileira, reggae e hip-hop. Artista consciente que não tem medo de denunciar as injustiças sociais, lançou os álbuns “Lakay” (2008), “Dyasporafriken” (2013), “The Brasil Session” (2016) e “We Must Unite” (2024), além do EP “19 Novanm”. Com o single “Akouna” (2019), parceria com Afrotronix e Manno Beats, chegou a mais de 5 milhões de visualizações no Youtube e conquistou dois Afrima Awards.

Ficha técnica:

Filmmaker: Yoktown’s, Rémi Hermoso  

Edição: Yoktown’s

Vocais: Vox Sambou & Malika Tirolien

Piano: David Ryshpan

Baixo: Diégal Léger

Bateria: Lionel Kizaba

Percussão: Ronald Nazaire

Trombone: Modibo Keita

Trompete: Rémi Cormier

Saxofone tenor: Alex Francoeur

Saxofone barítono: Mario Allard

Arranjo: Malika Tirolien (teclado e baixo)

Mixagem e Masterização: Tadeu Mascarenhas

Produção musical: Vox Sambou

Assessoria de imprensa: Carlos Pinho

Rede social: https://www.instagram.com/voxsambou/

Vox Sambou - Crédito fotográfico MKMI Photo
Vox Sambou – Crédito fotográfico MKMI Photo
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Cultura

Devido ao sucesso, Thaís Fraga retorna com o show “Mais de 30 Anos de Bossa n’ Jazz” no Musicorum, em Botafogo

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Thaís Fraga - Crédito fotográfico Aloizio Jordão
Thaís Fraga - Crédito fotográfico Aloizio Jordão

Cantora desfilará clássicos que marcaram sua carreira acompanhada por um trio de peso da MPB no dia 22 de fevereiro, sábado, às 21h

Sucesso em sua estreia no Musicorum, a renomada cantora Thaís Fraga e seu trio retornam à casa de Jazz em Botafogo com o show “Mais de 30 Anos de Bossa n’ Jazz”, no dia 22 de fevereiro, sábado, 21h. A apresentação, que integra a programação do projeto “Soul Jazz Nights”, celebra 31 anos de trajetória artística da cantora – sendo 26 com os mesmos integrantes – e o aclamado projeto “Bossa n’ Jazz”, produzido por ela com imenso sucesso. Além de Thaís (voz e percussão, tamborim/bongô), a formação conta com Ricardo Mac Cord (teclado), Jimmy Santa Cruz (baixo) e Victor Bertrami (bateria). A noite ainda será recheada de participações especiais.

No repertório, standards da bossa nova, do samba-jazz e do jazz, entre outras pérolas garimpadas pelo grupo, em versões inéditas. Durante o espetáculo, Thaís apresentará seu livro de poesias, intitulado “Meu Coração, Minhas Algemas”, e recitará quatro poesias de antologias poéticas portuguesas, lançadas em Lisboa, em referência à sua nacionalidade, também portuguesa, mas sem perder sua essência “carioca da gema”.

Ficha técnica:

Thaís Fraga – voz e percussão, tamborim/bongô

Ricardo Mac Cord – teclado

Jimmy Santa Cruz – baixo

Victor Bertrami – bateria

Carlos Pinho – assessoria de imprensa

Serviço:

Local: Musicorum – Rua Farani, 18, Botafogo, Rio de Janeiro – RJ

Dias e horário: sábado, 22 de fevereiro, às 21h

Ingressos: R$ 40, vendas pelo site https://www.sympla.com.br/evento/musicorum-apresenta-soul-jazz-night-com-thais-fraga/2824355  

Classificação etária: livre (menores devem estar acompanhados dos responsáveis)

Mais informações: (21) 98721-0770

Rede social: 

Thaís Fraga – https://www.instagram.com/thaisfraga_bossanjazz/

Musicorum – https://www.instagram.com/musicorumbar/

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