Siga-nos nas Redes Sociais

Economia

Declarar Imóveis no IR Ainda é um Desafio: Saiba os Erros Que Mais Levam Brasileiros à Malha Fina

Publicado

em

Mais de 1,4 milhão de contribuintes caíram na malha em 2024 — e parte deles por errar na ficha de bens. A Contadora Patrícia Bastazini revela as armadilhas mais comuns e como evitá-las.

Declarar corretamente imóveis no Imposto de Renda segue sendo uma pedra no sapato de milhares de brasileiros. Em 2024, 1.474.527 declarações foram retidas na malha fina, segundo a Receita Federal. Embora os maiores vilões sejam ainda as despesas médicas e a omissão de rendimentos, erros na ficha “Bens e Direitos”, especialmente na hora de declarar casas, apartamentos e terrenos, continuam tirando o sono de muitos contribuintes.

“A maioria das pessoas não sabe que imóveis devem ser declarados sempre pelo valor de aquisição, e não pelo valor atual de mercado. Esse é um erro simples, mas que pode gerar inconsistência e travar a restituição”, explica Patrícia Bastazini, contadora especializada em planejamento tributário e diretora da Bastazini Contabilidade.

 Os erros mais comuns na declaração de imóveis

Patrícia alerta que os erros mais recorrentes na hora de preencher a declaração incluem:

  1. Atualizar o valor do imóvel com base no mercado
    “Se você comprou o imóvel por R$ 300 mil, é esse valor que deve declarar, mesmo que hoje ele valha R$ 600 mil. A atualização só pode acontecer se você comprovar benfeitorias com documentos.”

  2. Esquecer de declarar reformas e benfeitorias
    “Se você reformou o imóvel, trocou o telhado, construiu um quarto ou fez uma ampliação, é possível incluir esse gasto no valor do bem. Mas precisa ter nota fiscal ou recibo para comprovar.”

    Atenção: Os gastos com benfeitorias não devem ser somados diretamente ao valor do imóvel na ficha ‘Bens e Direitos’. Eles devem ser lançados em um campo próprio, separado, destinado às benfeitorias. Inclusive, nem é obrigatório lançá-los no Imposto de Renda anual — esses valores podem ser informados apenas no GCAP (Programa de Ganhos de Capital) no momento da venda do imóvel, para ajudar na apuração correta do ganho de capital.

  3. Informar imóvel financiado como se já estivesse quitado
    “Quem está financiando precisa declarar o valor pago até 31 de dezembro do ano-base, somando entrada, parcelas pagas e despesas. O saldo devedor não entra como dívida — ele fica fora da declaração.”
  4. Não declarar imóveis herdados ou recebidos como doação
    “Esses imóveis devem ser incluídos com o valor que consta na escritura de doação ou no formal de partilha. E é obrigatório também declarar esses valores na ficha de rendimentos isentos.”

 Como acertar na declaração

A seguir, Patrícia lista três passos simples para não errar:

  • Valor de compra, sempre: nunca chute o valor atual. Use o valor da escritura ou contrato de aquisição.
  • Documente tudo: reformas, construções, melhorias — tudo precisa ser comprovado com documentos.
  • Atenção à descrição: use os códigos corretos da ficha “Bens e Direitos”, descreva o tipo de imóvel, localização e forma de aquisição.

 O que fazer se cair na malha?

Caso você perceba que errou na declaração, o ideal é fazer uma retificadora o quanto antes. Se já caiu na malha, é possível agendar atendimento na Receita e apresentar documentos que comprovem as informações.

“Declarar imóvel não é só um detalhe burocrático. Isso pode impactar diretamente no cálculo do ganho de capital se você vender esse bem no futuro, e ainda influenciar questões de herança e planejamento familiar”, comenta Patrícia.

 

 Por dentro da malha fina: onde os brasileiros mais erram na declaração

Os números não mentem: em 2024, segundo dados da Receita Federal, mais de 1,4 milhão de contribuintes tiveram suas declarações retidas na malha fina. E os principais motivos são velhos conhecidos de quem já enfrentou essa dor de cabeça.

Veja os principais motivos apontados pela Receita este ano:

  • 57,4% por deduções inconsistentes, especialmente com despesas médicas sem comprovação válida;
  • 27,8% por omissão de rendimentos, tanto do titular quanto de dependentes;
  •  9,4% por divergências entre o imposto retido na fonte e o valor declarado.

A contadora Patrícia Bastazini explica que, por trás dessas estatísticas, estão erros que poderiam ser evitados com atenção e orientação profissional. A seguir, ela compartilha dicas práticas para não cair nessas armadilhas:

 DICA 1: Declare só o que você pode comprovar

Despesas médicas são um dos principais motivos de retenção.

“A Receita está cada vez mais rigorosa. Só vale deduzir aquilo que você consegue comprovar com nota fiscal ou recibo com CPF/CNPJ do profissional de saúde. Comprovantes genéricos ou sem identificação podem te colocar na malha.”

 DICA 2: Não esqueça dos rendimentos do seu filho (ou da sua mãe)

Muita gente declara dependentes, mas esquece que também precisa informar os rendimentos deles — mesmo que pequenos, como pensões, bolsas ou aluguéis.

“Você não pode incluir um dependente e deixar de fora o que ele recebeu no ano. Isso gera uma inconsistência direta. Dependente é pacote completo: despesas e rendimentos.”

 DICA 3: Confira o informe de rendimentos com atenção total

É comum ver pessoas preenchendo o IR “de cabeça” ou copiando dados antigos. Resultado? Diferença entre o valor informado e o valor real que consta nos informes das fontes pagadoras.

“Essa diferença costuma aparecer no cruzamento de dados da Receita com bancos, empresas e planos de saúde. Antes de enviar, compare linha por linha com seus informes e evite erros bobos que podem custar caro.”

Quer evitar dor de cabeça? A dica de ouro da Patrícia é:
Organize seus documentos antes de começar, revise tudo com calma e, se possível, conte com um contador de confiança.

“Com planejamento e atenção aos detalhes, a declaração pode deixar de ser um pesadelo e virar uma ferramenta de controle financeiro e patrimonial”, finaliza.

Economia

Brasil bate recorde na abertura de pequenos negócios no 1º trimestre

Publicado

em

© Elza Fiúza/Agência Brasil

O Brasil bateu recorde na abertura de pequenos negócios nos três primeiros meses deste ano, com mais de 1,4 milhão de registros. Os microempreendedores individuais (MEIs) chegaram a 78% dos novos Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica (CNPJs).

Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e indicam, ainda, um aumento de 35% no número de MEIs em comparação com igual período de 2024, além de um crescimento de 28% nas micro e pequenas empresas.

De acordo com a pesquisa, a expansão do empreendedorismo formalizado vem acompanhada de medidas governamentais voltadas à simplificação, incentivo, inovação e ampliação do acesso ao crédito para pequenos negócios.

Em março deste ano, o setor de serviços obteve o melhor desempenho, com 63,7% do total de pequenos negócios abertos, seguido por comércio e indústria da transformação.

No recorte por regiões, a pesquisa do Sebrae aponta que Sudeste, Sul e Nordeste lideram a abertura acumulada de pequenos negócios, sendo São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro nas primeiras posições entre os estados.

Empreendedores

Segundo o estudo, o país tem 47 milhões de pessoas à frente de algum negócio, formal ou informal. Entre os fatores que justificam o indicador está o aumento na Taxa de Empreendedores Estabelecidos, aqueles com mais de 3 anos de operação, que saltou de 8,7%, em 2020, para 13,2% no ano passado.

Com o resultado de 2024, o Brasil avançou duas posições – da oitava para a sexta – no ranking de países com a maior Taxa de Empreendedores Estabelecidos, na frente de países como Reino Unido, Itália e Estados Unidos.

Fonte

Continue Lendo

Economia

Projeto da LDO prevê meta de superávit de R$ 34,3 bi para 2026

Publicado

em

© José Cruz/Agência Brasil

Enviado nesta terça-feira (15) ao Congresso Nacional, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 manteve a meta de superávit primário – resultado positivo nas contas do governo sem os juros da dívida pública. A proposta manteve em R$ 34,3 bilhões, 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), a meta de superávit primário para 2026.

Como o arcabouço fiscal prevê margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos, em tese o governo poderá encerrar o próximo ano com resultado zero e, ainda assim, cumprir a meta.

O texto projeta superávit de 0,5% do PIB para 2027, 1% em 2028 e 1,5% em 2029. Essas estimativas, no entanto, são revisadas a cada ano.

Em valores absolutos, o PLDO prevê que o superávit primário poderá variar entre zero e R$ 73,2 bilhões em 2026, considerando a margem de tolerância. Para 2027, o texto prevê superávit de R$ 34,3 bilhões a R$ 91,75 bilhões, com meta de R$ 73,4 bilhões.

Para 2028, o governo prevê variando de resultado positivo de R$ 117,97 bilhões a R$ 196,63 bilhões, com meta de R$ 157,3 bilhões. Para 2029, o projeto estima superávit primário de R$ 210,7 bilhões, com o intervalo entre R$ 158,02 bilhões e R$ 263,38 bilhões.

Revisão de gastos

O PLDO de 2026 mantém as medidas de revisão de gastos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e nas indenizações do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para os próximos anos.

A economia total chegaria a R$ 50,8 bilhões, dividida da seguinte forma: R$ 9 bilhões em 2025, R$ 8,9 bilhões em 2026, R$ 11,4 bilhões em 2027, R$ 11,9 bilhões em 2028 e R$ 9,6 bilhões em 2029.

Em relação ao INSS, o governo quer economizar R$ 3,1 bilhões em 2026, R$ 3,4 bilhões em 2027, R$ 3,6 bilhões em 2028 e R$ 3,8 bilhões em 2029. No BPC, o projeto prevê economia de R$ 2 bilhões em 2026, R$ 4,2 bilhões em 2027, R$ 4,5 bilhões em 2028 e R$ 2 bilhões em 2029. No Proagro, o projeto estima economia de R$ 3,8 bilhões por ano de 2025 a 2029.

Limites de despesas

Pela regra do arcabouço fiscal que limita o crescimento real (acima da inflação) dos gastos a 70% do crescimento real da receita, as despesas federais poderiam subir até 4,44% em 2026, 4,71% em 2027, 3,33% em 2028 e 1,55% em 2029. No entanto, com o teto de 2,5% de crescimento acima da inflação, as despesas subirão 2,5% ao ano até 2028 e 1,55% em 2029.

Em valores absolutos, o governo federal poderá gastar até R$ 2,431 trilhões em 2026, R$ 2,586 trilhões em 2027, R$ 2,736 trilhões em 2028 e R$ 2,863 trilhões em 2029. Desse total, o Poder Executivo poderá gastar até R$ 2,336 trilhões em 2026, R$ 2,485 trilhões em 2027, R$ 2,629 trilhões em 2028 e R$ 2,752 trilhões em 2029.

Estabelecidos pelo novo arcabouço fiscal, os limites de crescimento dos gastos, na prática, funcionam como um teto de gastos atenuado. Os limites para os demais Poderes – Legislativo, Judiciário, Ministério Público da União e Defensoria Pública da União – ficaram definidos da seguinte forma: R$ 94,3 bilhões em 2026, R$ 100,3 bilhões em 2027, R$ 106,2 bilhões em 2028 e R$ 111,1 bilhões em 2029.

Fonte

Continue Lendo

Economia

Vendas de veículos financiados têm queda em março, diz B3

Publicado

em

© Rovena Rosa/Agência Brasil

As vendas de veículos financiados no Brasil recuaram 2,3% no mês de março, na comparação com o fevereiro deste ano, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (15) pela B3, a bolsa de valores de São Paulo. Em relação ao mesmo mês de 2024, a queda foi de 3,6%. 

Ao todo, foram fechadas vendas financiadas de 551 mil veículos neste ano, entre novos e usados. 

No segmento dos veículos leves, a redução foi de 4,4% na comparação com março do ano passado. Com relação a fevereiro, a diferença para menor foi de 3,8%.

Já no setor de veículos pesados, o mês de março foi 6,7% menor que o mesmo mês de 2024, e 1,1% inferior ao fevereiro passado.

Motocicletas em alta

Os financiamentos de motocicletas destoaram da situação dos automóveis ou caminhões. As vendas financiadas do setor cresceram 4,8% diante dos números de março de 2024. E foram 1,5% maiores em relação a fevereiro passado.

“O resultado do primeiro trimestre mostra que o setor continua aquecido, dando continuidade ao movimento visto no segundo semestre de 2024. Vale ressaltar que a queda em março na comparação com o mês anterior é justificada pela sazonalidade do carnaval, uma vez que a média de veículos financiados em março por dia útil é maior do que em fevereiro”, afirma o superintendente de produtos de financiamentos na B3, Daniel Takatohi. 

 

Fonte

Continue Lendo