Economia
Degrau quebrado, Nobel de Economia e a permanência das lacunas de gênero no mercado de trabalho
A americana Claudia Goldin foi agraciada neste mês de outubro com o Prêmio Nobel de Economia por seus estudos sobre a evolução do papel das mulheres no mercado de trabalho. A historiadora econômica e professora de Harvard, de 77 anos, foi a terceira mulher a ganhar este prêmio, por ter feito avançar a compreensão dos resultados das mulheres no mercado de trabalho.
Os estudos de Claudia demonstram a evolução das diferenças de renda e na taxa de emprego entre homens e mulheres. Goldin analisou 200 anos de participação das mulheres no mercado de trabalho, mostrando que, apesar do crescimento econômico contínuo, os ganhos das mulheres não se equipararam aos dos homens e a diferença ainda persiste, mesmo que as mulheres tenham alcançado níveis mais altos de educação do que os homens.
Uma outra descoberta feita por Goldin é que o mercado vê os filhos como influência da desigualdade salarial entre homens e mulheres em países de alta renda. Em um artigo de 2010, Goldin e seus colegas, Marianne Bertrand e Lawrence Katz, apresentaram evidências de que as disparidades salariais iniciais entre homens e mulheres são pequenas. No entanto, após o nascimento do primeiro filho, os salários das mulheres diminuem e não se elevam na mesma medida que os dos homens, mesmo quando possuem níveis de formação e ocupações semelhantes.
Goldin também descobriu que a diferença salarial entre homens e mulheres era menor durante a revolução industrial (1820 e 1850), com uma alta demanda das fábricas por trabalhadores, do que entre 1930 e 1980, quando ter uma carreira que não fosse interrompida por gravidez passou a ser algo valorizado pelo mercado. A pesquisadora ainda mostra que a redução da jornada de trabalho por causa da maternidade é um dos principais fatores da desigualdade salarial de gênero.
Para Elisa Rosenthal, idealizadora e presidente do Instituto Mulheres do Imobiliário, “É crucial reconhecer que profundas mudanças culturais desempenham um papel fundamental na busca por equidade salarial e oportunidades profissionais para as mulheres.” A especialista, que lançou neste ano seu segundo livro, “Degrau Quebrado: A jornada da autoliderança para mulheres em ascensão”, aborda as questões de disparidade entre gêneros no mercado de trabalho e no empreendedorismo.
O título do livro de Elisa refere-se à chamada Síndrome do Degrau Quebrado, nome dado aos desafios que impedem a ascensão das mulheres em postos de alto comando – um dos temas abordados por Goldin em seus estudos. Na prática, uma mulher precisa subir uma escada enorme e, quando está próxima ao topo dela, prestes a alcançar a um cargo de liderança sênior ou comandar seu próprio negócio, acaba deparando-se com um degrau quebrado ou perigoso a ser pisado.
Nas etapas de uma organização, os postos do “pé da escada”, os primeiros degraus das empresas e organizações, geralmente se concentram nos cargos de estágio, assistentes e analistas, com as mulheres ocupando 56% deles. Os números permanecem altos até a coordenação (algo em torno de 46%), mas quando se verifica a presença das mulheres nas gerências e diretorias, os índices caem para 14%.
Claudia Goldin também trouxe à luz de seus estudos uma observação impactante. Contrariando a expectativa de que o desenvolvimento econômico global automaticamente ampliaria a representação feminina em postos de trabalho remunerados e reduziria a desigualdade salarial de gênero, suas pesquisas revelaram uma realidade mais complexa. Ela demonstrou que o avanço econômico por si só não é suficiente para promover a igualdade de gênero no mercado de trabalho.
“Fatores como discriminação de gênero, expectativas culturais arraigadas e políticas laborais desfavoráveis continuam a influenciar negativamente as oportunidades e os salários das mulheres. Essa constatação nos lembra que o progresso econômico deve ser acompanhado por esforços conscientes em direção à igualdade de gênero, para que as mulheres possam, de fato, colher os benefícios do desenvolvimento global de forma justa e equitativa”, reforça Elisa.
Na sua recente obra, Elisa traz um cenário bem amplo sobre a trajetória profissional feminina, ascensão na carreira, superação, obstáculos e outros pontos. A autora apresenta os caminhos para a leitora desenvolver a autoliderança e ter maior clareza sobre o planejamento, o desenvolvimento e exercício da liderança feminina.
“É crucial que nós, mulheres, possamos cultivar a autoliderança e adquirir uma compreensão mais profunda sobre o planejamento, desenvolvimento e prática da liderança feminina, superando desafios e quebrando barreiras que, por vezes, limitam nosso progresso. Apesar de a sociedade precisar de muitos avanços nesse sentido, nós temos o direito de sermos protagonistas de nossas trajetórias profissionais, em um mundo que, gradativamente, reconhece a importância e o valor da diversidade de liderança”, conclui Elisa Rosenthal.
Economia
Otimismo nas vendas: Expectativas cresce entre empresários de Belo Horizonte com a chegada do Carnaval
Conforme pesquisa realizada pelo Núcleo de Inteligência & Pesquisa da Fecomércio MG, 61,2% dos comerciantes de Belo Horizonte apostam em um período de Carnaval positivo para as vendas com 51,1% de aumento em relação ao ano passado. Foram ouvidos 284 empresários de 17 bairros das regiões Centro-Sul, Leste e Oeste da cidade entre os dias 16 e 27 de janeiro.
O aumento da circulação de moradores e turistas é o principal motivo de otimismo dos comerciantes, citado por 68,3% deles, seguido de maior movimento nos estabelecimentos, crescimento do Carnaval de BH e maior divulgação da festa. Mesmo bastante positiva, a expectativa de vendas com a festa caiu cerca de 10 pontos percentuais em relação ao Carnaval de 2024, quando era de 71,0%.
Para uma parcela de 23,4% dos lojistas, o Carnaval tem impacto negativo nas vendas. A principal justificativa para isso seria a desorganização trazida pela festa, apontada por 47,9% dos que não estão animados com as vendas. A queda do comércio, o aumento da violência e a interrupção das atividades econômicas no período também foram mencionados como fatores que prejudicam as vendas.
O percentual de estabelecimentos que vão abrir durante o Carnaval é de 44,7%, menor do que indicava a pesquisa realizada em 2024 que apontava que 48,7% iriam abrir nos dias de folia. Entre as empresas que vão abrir no Carnaval de 2025, 78,7% estarão de portas abertas em todos os dias da festa.
De acordo com Fernanda Gonçalves, economista da Fecomércio MG, a expectativa de aumento nas vendas durante o Carnaval de Belo Horizonte em 2025 reflete um cenário de otimismo entre os comerciantes locais. “As expectativas positivas dos empresários são motivadas principalmente pelo aumento da circulação de moradores e turistas na cidade o que gera um maior movimento nos estabelecimentos e, consequentemente, um aumento nas vendas”, explica Gonçalves.
“Acrescido a isso, com a expectativa de realizar melhores vendas no período, 26,5% dos empresários apostam no aumento do estoque, e na contratação de temporários promovendo para o consumidor um melhor atendimento e impulsionando a economia dos setores do comercio, serviço e turismo”. esclarece a economista.
Os comerciantes apostam em vendas à vista puxadas pelo pix, 52,2%, débito, 15,4% e cartão de crédito à vista, 13,2%. O maior movimento nas lojas deve ocorrer em todos os dias de Carnaval para 50% dos entrevistados. Para 21,3%, a fase de “esquenta” da folia, antes do Carnaval, já deverá aumentar o movimento no estabelecimento.
No período de realização da pesquisa, 51,5% dos comerciantes já estavam com os estoques preparados para as vendas de Carnaval e outros 23,5% ainda não tinham realizado os pedidos. Um percentual de 53,7% das empresas não fará investimento específico para o Carnaval. Entre as que irão investir, 26,5% o farão por meio do aumento de estoque, 5,9% contratarão funcionários temporários e 3,5% darão treinamentos a seus funcionários. Um total de 21,3% fará propaganda, 17,6% usarão preços promocionais e 9,6% vão usar de diversidade no mix de produtos.
Em relação ao ano passado, para os empresários de estabelecimentos que abriram durante o período de Carnaval de 2024, a segurança, a limpeza urbana e as informações sobre o Carnaval foram os tópicos mais bem avaliados, com indicações de muito boas e boas variando de 42,7% a 60,9%. Apenas o transporte público registrou percentuais de avaliações muito boas e boas abaixo de 45,0%.
Economia
É empreendedor? Saiba como declarar sua maquininha de cartões no Imposto de Renda
Seu empreendimento é novo e você ainda não sabe como declarar sua maquininha no Imposto de Renda? Saiba como fazer a seguir
Ano novo, contas novas! Assim que os primeiros meses do ano chegam, diversas obrigações financeiras também aparecem, incluindo a tão temida declaração do Imposto de Renda. Para quem nunca precisou declarar, o processo pode parecer complexo, mas pode ser facilitado com a ajuda de um contador ou com a organização de notas fiscais que comprovem todos os rendimentos e despesas do ano-base da declaração.
Mas você sabia que a maquininha do seu comércio também precisa ser incluída no Imposto de Renda? Confira os detalhes abaixo.
Por que é preciso declarar a maquininha no Imposto de Renda?
Os valores recebidos por meio das maquininhas são considerados rendimentos tributáveis. Independentemente do porte da empresa ou atividade exercida, a Receita Federal monitora essas transações por meio das operadoras de maquininhas, que são obrigadas a repassar essas informações ao Fisco.
Quais documentos servem de comprovação para a declaração?
Para declarar, é preciso ter alguns documentos de comprovação. “Servem como comprovantes os relatórios da operadora da maquininha, notas fiscais emitidas, extratos bancários que mostrem o repasse dos valores e comprovantes de despesas relacionadas à atividade, como taxas cobradas pela operadora”, explica Diogo Gama, Gerente de Estratégia de Novos Produtos da Cardway.
Fique atento ao tipo de rendimento
Os rendimentos recebidos pela maquininha devem ser declarados de acordo com o tipo de atividade exercida. “Pessoas físicas devem informar os valores como rendimentos tributáveis na ficha ‘Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Física e do Exterior’. Isso também se aplica a prestadores de serviço autônomos”, explica Gama.
Ele ressalta que microempreendedores individuais (MEIs) devem declarar seus rendimentos como pessoa jurídica no DASN-SIMEI (Declaração Anual do Simples Nacional). “Apenas os valores que ultrapassarem o limite de isenção anual de R$ 81 mil deverão ser declarados no Imposto de Renda como pessoa física”, informa.
Passo a passo para preencher a declaração
> Para Pessoa Física:
* Acesse o site da Receita Federal e vá até a seção “Meu Imposto de Renda”.
* Insira seus dados de acesso.
* No campo “Rendimentos”, informe o total dos valores recebidos pela maquininha.
* Se houver despesas dedutíveis, como taxas da operadora ou custos operacionais, informe-as no campo “Bens e Dívidas” para reduzir o valor tributável.
> Para MEI:
* Apure o lucro obtido no ano, considerando a receita bruta menos as despesas comprovadas.
* Verifique se sua arrecadação ultrapassou o limite de R$ 81 mil.
* Caso o lucro ultrapasse o limite de isenção, declare o excedente na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”.
Tome cuidado com a retenção de imposto
Algumas operadoras de maquininhas já fazem a retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre os pagamentos realizados. Certifique-se de incluir essas informações na ficha “Imposto Retido na Fonte” para evitar o pagamento duplicado.
Dicas extras:
* Evite omitir informações: A Receita Federal cruza os dados das operadoras com os declarados no Imposto de Renda.
* Organize-se durante o ano: Controle as transações e guarde os relatórios fornecidos pela operadora.
* Busque ajuda profissional: Se tiver dúvidas ou movimentações financeiras mais complexas, consulte um contador para garantir que tudo seja declarado corretamente.
Cardway facilita a declaração do Imposto de Renda para empreendedores
A CardMaisoferece suporte aos seus clientes e disponibiliza, no portal dos clientes, o Relatório de Transações. “Nesse relatório, constam todas as transações efetuadas no período desejado e filtrado pelo cliente. Além disso, emitimos o DIRF e o REINF”, destaca Gama.
Ele também lembra que não declarar os rendimentos obtidos por meio da maquininha de cartão pode gerar diversas consequências para o empreendedor. “As penalidades incluem multas, restrição de crédito, impedimento para participar de licitações públicas, dificuldades para abrir filiais ou novas empresas e, em casos mais graves, processos por sonegação fiscal”, alerta.
Mantenha sua declaração em dia e evite problemas com o Fisco!
Economia
Novo CNU: edital deve sair nas próximas semanas, diz ministra
O governo federal deve publicar, ao longo das próximas semanas, um novo edital do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). A informação foi divulgada nesta quarta-feira (5), em Brasília, pela ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck (foto), em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministra, da Empresa Brasil de Comunicação – EBC.
“O [lançamento do] edital será no primeiro trimestre. A gente espera que talvez ali até o finalzinho do primeiro trimestre. A prova, a gente gostaria de repetir em agosto, mas ainda não se sabe se vai ser possível por conta do prazo do edital. Por que gostaríamos de repetir em agosto? Porque, depois do que infelizmente aconteceu no Rio Grande do Sul [chuvas intensas em 2024], fizemos um mapa hidrológico no Brasil e descobrimos que agosto é o mês de menor incidência de chuvas,” explicou a ministra.
“Nossa ideia é tentar fazer a prova no segundo semestre. No início do segundo semestre. Essa é a nossa lógica de calendário”, reforçou.
“Vamos autorizar alguns concursos agora, mas poucos. Precisamos da aprovação final da LOA [Lei Orçamentária Anual] para ter a dimensão exata do recurso disponível este ano para novos concursos. Por isso, nosso cronograma está um pouco atrasado em relação ao que gostaríamos diante da não aprovação da LOA”, disse. A previsão é que a votação, no Congresso Nacional, ocorra no dia 10 de março.
Novas carreiras
“Com certeza, queremos fazer concurso para duas novas carreiras que foram criadas”, detalhou Esther. Uma delas está ligada à área de defesa, justiça e segurança, a pedido do ministro da Defesa, José Múcio. “É um ministério civil, porém, sem uma carreira própria”, explicou a ministra ao destacar que a proposta é criar carreiras transversais, que englobem temas correlatos.
“Na Medida Provisória que encaminhamos há 750 vagas propostas. Pretendemos criar mais 750, por meio de um projeto de lei que devemos enviar em breve. Obviamente, que o concurso não será para 1,5 mil vagas, será para um número menor”, completou a ministra ao citar que há previsão de vagas para o Ministério da Defesa e para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Outra possibilidade seria o Ministério da Justiça.
A segunda carreira, segundo a ministra, envolve desenvolvimento socioeconômico e temas como desenvolvimento regional, agrário e econômico. “É uma carreira bastante ampla, que também abarca um pull grande de formações. Na Medida Provisória que enviamos para a criação de 750 vagas, tanto a carreira anterior quanto essa [englobam] a transformação de cargos que estão obsoletos e que a gente não vai mais utilizar”.
A ministra acrescentou que “essas duas carreiras vão atrair muita gente por serem carreiras novas e que têm uma média salarial intermediária do ponto de vista do governo federal, mas bastante atrativa. A gente imagina que haverá grande demanda por essas duas carreiras”, enfatizou. Ambas as carreiras, de acordo com a ministra, são de nível superior, com salário igual ao de analista técnico de políticas públicas.
Segundo o site Agenciabrasil.ebc,
Com informações: Agenciabrasil.ebc