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Saúde

Dengue: produção nacional e dose única são vantagens da nova vacina

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© Paulo Pinto/Agência Brasil

O anúncio do Ministério da Saúde sobre a primeira vacina nacional contra a dengue traz consigo outros avanços importantes, como o aumento no volume de doses disponíveis, a produção do imunizante no país, o novo esquema vacinal de apenas uma dose e a perspectiva de inclusão de novos públicos-alvo, afirma a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Mônica Levi.

A médica lembra que o total de 60 milhões de doses que serão entregues no ano que vem, apesar de ser seis vezes maior do que o previsto para 2025, é insuficiente para vacinar toda a população brasileira. Isso significa que o Programa Nacional de Imunizações ainda precisará definir um público-alvo para receber o imunizante que será produzido pelo Instituto Butantan e foi batizado de Butantan-DV.

Por enquanto, a vacina que está sendo aplicada nos postos de saúde é a QDenga, da farmacêutica japonesa Takeda, e apenas em adolescentes de 10 a 14 anos, em cidades com maior incidência da doença, com exceção das doses próximas do vencimento, que podem ser recebidas por pessoas de outras idades.

Mônica Levi diz esperar que novos estudos da Butantan-DV mostrem a segurança e a eficácia da vacina também entre os idosos.

“Os adolescentes internam-se mais e tem mais quadros graves, mas quem mais morre são os idosos. Só que, nas vacinas disponíveis, a faixa etária acima de 60 anos não foi contemplada nos estudos. Mas, no projeto anunciado, há um estudo em populações de outras faixas etárias. Como a vacina do Butantã é de 2 a 59 anos, eu entendo que as outras faixas etárias de interesse são de 60 anos para cima. E isso seria muito importante, porque os idosos tem maior mortalidade”, diz a especialista.

Mesmo que a capacidade de produção seja insuficiente para toda a população brasileira, outra inovação da Butantan-DV deve ajudar a aumentar as coberturas vacinais: é o primeiro imunizante contra a dengue do mundo aplicado em apenas uma dose.

“Em qualquer faixa etária, mas principalmente nos adolescentes, nas vacinas de múltiplas doses, a segunda ou a terceira sempre têm um uma evasão, sempre tem piores coberturas. Sem dúvida, é muito mais fácil fazer campanha pontual de uma dose só do que conseguir completar um esquema maior”, afirma Mônica Levi.

A Butantan-DV foi desenvolvida em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Americano e a farmacêutica MSD e será produzida em conjunto com a empresa WuXi Biologics. Ainda assim, a vacina foi apresentada como 100% nacional porque todas as etapas de sua produção serão realizada em solo brasileiro.

Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, é uma grande vantagem, inclusive para diminuir o risco de desabastecimento ou atraso na entrega das vacinas. “Não depender de acordos que os laboratórios tenham com outros países, se há surtos ou epidemias, isso permite autonomia. Você vai ter uma produção que atenda a sua população, e isso é fundamental para garantir a quantidade de vacinas para a população que se pretende vacinar.”

Bom resultado de testes

O imunizante é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro tipos da dengue. Na última etapa de testes, a vacina teve 79,6% de eficácia geral e 89,2% de eficácia entre as pessoas que já tiveram a doença, mas ainda está sendo avaliada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é a responsável pela autorização do uso da vacina no país.

Mônica Levi lembra ainda que todos esses benefícios da Butantan-DV só devem chegar à população a partir de 2026, logo, não se pode descuidar da prevenção ambiental, para controlar a disseminação do Aedes aegypti, mosquito que transmite a doença.

A dengue não é transmitida de uma pessoa para outra, o que significa que a vacina não é capaz de produzir a chamada “imunidade de rebanho”, quando um certo número de pessoas vacinadas é suficiente para bloquear ou até erradicar o agente causador. “Claro que você vai ter menos gente infectada para os mosquitos se contaminarem e picarem outras pessoas, mas não é uma proteção segura, por exemplo, para quem não foi vacinado porque tinha contraindicação, ou estava gestante, era imunocomprometido grave.”

De acordo com o Painel de Monitoramento do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou este ano mais de 439 mil casos prováveis de dengue, com 177 mortes confirmadas. Em janeiro, a quantidade de casos foi menor do que no mesmo mês do ano passado, quando houve surto da doença, mas superior aos registros de 2023.

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Saúde

Caminhos da Reportagem mostra impacto dos microplásticos na saúde

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© Frame TV Brasil

O cérebro é o órgão mais protegido do corpo humano. Até por isso, “havia dúvida se o microplástico [partícula com menos de meio centímetro] conseguiria chegar lá”, revela a pesquisadora brasileira Thais Mauad.

“A gente resolveu estudar uma estrutura que se chama bulbo olfatório, que é a nossa primeira conexão com o nariz”, continua a professora do Departamento de Patologia da USP. “E encontrou, nesse local, partículas de microplástico”.

O coração também é um órgão nobre. E outro estudo, esse do pesquisador italiano Raffaele Marfella, mostra que pacientes com plástico na carótida, artéria que leva sangue do coração para o cérebro, têm quatro vezes mais chances de ter infarto, AVC ou mesmo morrer.

Nossa equipe conversou com Marfella, que – depois da descoberta – tenta desenvolver um tratamento eficaz para combater inflamações causadas por microplástico.

“As bactérias que se alimentam de plástico o digerem para produzir energia. Essas bactérias agem com duas enzimas. A nossa ideia é isolar essas enzimas e inseri-las onde há contaminação”, explica o professor de Medicina da Universidade Vanvitelli de Nápoles.

Além do cérebro e da carótida, outras pesquisas descobriram microplástico no pulmão, no fígado, nos rins, no leite materno, no sêmen e no sangue. Mas quais são as consequências dessa invasão de plástico no nosso corpo? E mais: o que pode ser feito para minimizar o problema?

As respostas estão no programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil. No episódio “Microplástico na veia”, que vai ao ar nesta segunda-feira (24), a repórter Flavia Peixoto conversa com cientistas, professores, pesquisadores, gestores ambientais e representantes da indústria do plástico.

A reciclagem, na avaliação da maioria dos especialistas no assunto, é importante. Mas não resolve o problema. A saída, ainda segundo eles, é reduzir a produção. Tarefa que não é simples.

“O plástico tem uma limitação técnica e química. Ele só pode ser reciclado uma ou duas vezes”, ataca a gerente de Advocacy e Estratégia da ONG Oceana, Lara Iwanicki.

“Tem plásticos que conseguem ser reciclados dezenas de vezes, depende da tecnologia que você empregar”, defende o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química, André Passos Cordeiro.

“O que o ministério do Meio Ambiente deseja é que o plástico seja usado na menor quantidade possível, tendo em vista o impacto que ele causa hoje nos oceanos, no solo e na saúde humana”, afirma o diretor de Gestão de Resíduos Sólidos do ministério, Eduardo Rocha.

O episódio “Microplástico na veia” vai ao ar nesta segunda-feira (24), às 23h, na TV Brasil.
 

>> Assista na TV Brasil

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Saúde

DF inicia vacinação contra a gripe nesta terça-feira

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© Tomaz Silva/Agência Brasil

A partir desta terça-feira (25), mais de 100 salas de vacinação do Distrito Federal começam a distribuir a dose contra a gripe para grupos prioritários, incluindo idosos com 60 anos ou mais, crianças de 6 meses a 5 anos e 11 meses, gestantes e professores das redes pública e privada.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, mais de 1,2 milhão de pessoas estão aptas a receber o imunizante. Confira, a seguir, a lista completa de todos os públicos-alvo para a vacinação contra a gripe:

– crianças de 6 meses até 5 anos e 11 meses;

– idosos acima de 60 anos;

– gestantes;

– puérperas;

– pessoas com doenças crônicas não transmissíveis;

– indígenas;

– trabalhadores da saúde;

– população privada de liberdade;

– funcionários do sistema prisional;

– professores de escolas públicas e privadas;

– profissionais de forças de segurança e salvamento;

– trabalhadores de transporte coletivo rodoviário;

– profissionais das Forças Armadas;

– trabalhadores dos Correios;

– trabalhadores portuários;

– e caminhoneiros.

Primeiro lote

O Distrito Federal recebeu, na última sexta-feira (21), o primeiro lote da vacina enviado pelo Ministério da Saúde, contendo 80 mil doses. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, entregou os imunizantes pessoalmente na Rede de Frio da secretaria.

O que levar

Para receber a dose, é preciso comparecer a um dos locais de vacinação com documento de identificação e, se possível, a caderneta de vacina. A depender do grupo prioritário, pode ser necessário apresentar comprovante da situação médica ou profissional, como crachá ou contracheque.

A secretaria reforçou que o imunizante contra a gripe pode ser administrado juntamente com outras vacinas. Portanto, no local de vacinação é possível atualizar mais de um esquema vacinal.

Campanha nacional

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, este ano, começa no dia 7 de abril. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na última sexta-feira (21), data em que as doses começaram a ser distribuídas aos estados. A meta do governo federal é imunizar 90% dos grupos prioritários

Entenda

A vacina contra a gripe é atualizada todos os anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir das cepas de maior circulação. A orientação da entidade é que mesmo quem se imunizou em anos anteriores compareça aos postos para garantir a nova dose. Em 2025, a proteção é garantida contra os vírus H1N1, H3N2 e B.

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Saúde

Contra o sarampo, Rio terá vacinação na Central do Brasil

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© Tomaz Silva/Agência Brasil

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio leva a vacinação contra o sarampo para o terminal de trens da Central do Brasil, nesta terça-feira (25), a partir das 7h45. A ação faz parte da mobilização contra a doença, que voltou a ter casos confirmados no estado do Rio de Janeiro neste ano. A vacinação ocorrerá das 8 às 16h, na terça-feira e na quinta-feira.

Há duas vacinas disponíveis para proteção contra o sarampo: vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). Ambas são contraindicadas para gestantes.

Os imunizantes também estão disponíveis para crianças e adultos em todas as 239 unidades de Atenção Primária do município, como clínicas da família e centros municipais de saúde. 

Ao anunciar a vacinação em pontos de grande circulação, a prefeitura do Rio busca completar o esquema vacinal contra o sarampo para adultos de 18 a 59 anos que não estejam imunizados.

Na rotina do Programa Nacional de Imunizações (PNI) para a vacinação infantil, a primeira dose desta vacina é aplicada aos 12 meses de idade. Aos 15 meses, está prevista a vacina combinada à vacina varicela, a tetraviral.

Caso não tenham sido vacinadas na infância, estão contemplados na vacinação de rotina do PNI as pessoas até 29 anos, com duas doses, em intervalo mínimo de 30 dias; e as pessoas entre 30 e 59 anos, com uma dose.

De acordo com o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, “em 2025, até o momento, o município do Rio não registrou nenhum caso da doença, mas há casos recentes em cidades vizinhas”, alertou.

Sintomas

O sarampo é uma doença febril aguda, altamente transmissível, que pode acometer pessoas em qualquer faixa etária. Sua transmissão ocorre diretamente por contato direto pessoa a pessoa, por meio de gotículas de secreções expelidas ao falar, tossir ou espirrar.

Além disso, o contágio também ocorre por dispersão de gotículas com partículas virais no ar, em ambientes fechados como, por exemplo, escolas, creches e clínicas.

Principais sintomas do sarampo:

  • Manchas vermelhas (exantema) no corpo e febre alta (acima de 38,5°) acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas:
  • Tosse seca;
  • Irritação nos olhos (conjuntivite);
  • Nariz escorrendo ou entupido;
  • Mal-estar intenso;

O sarampo é uma doença que pode causar quadros graves, provocando a morte ou deixando sequelas por toda a vida. 

Segundo o Ministério da saúde, algumas das complicações do sarampo são:

  • Pneumonia ─ Uma em cada 20 crianças pode desenvolver pneumonia, causa mais comum de morte por sarampo em crianças pequenas;
  • Otite média aguda ─ Chega a acometer uma em 10 crianças com sarampo, e pode resultar em perda auditiva permanente;
  • Encefalite aguda ─ Até quatro em cada 1 mil crianças podem desenvolver essa complicação, que leva à morte em 10% dos casos;
  • Morte ─ Até três em cada 1 mil crianças não resistem à doença.

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