Saúde
Dormir bem é viver melhor: o papel essencial do sono no equilíbrio emocional

Por Roberto Roni, psicólogo especialista em neurociência e comportamento
Em meio à correria do dia a dia, o sono costuma ser a primeira necessidade a ser negligenciada. No entanto, ele é um dos pilares mais importantes da saúde mental e emocional. Dormir bem não é um luxo — é uma necessidade fisiológica que impacta diretamente nosso equilíbrio psicológico, nossa produtividade e até mesmo nossas relações.
“Quando dormimos mal ou pouco, nosso cérebro entra em estado de alerta constante. Isso afeta a regulação emocional, a capacidade de tomar decisões e o controle da ansiedade. A privação de sono, por mais sutil que pareça, pode desencadear ou agravar sintomas de depressão, irritabilidade e esgotamento mental”, explica o psicólogo Roberto Roni, especialista em neurociência e comportamento.
Durante o sono, o cérebro realiza uma verdadeira faxina neurológica. É nesse momento que processamos memórias, equilibramos hormônios e restauramos as funções cognitivas. É também no sono profundo que a mente consegue organizar as experiências do dia e reduzir os impactos do estresse acumulado.
Muitas vezes, a insônia ou o sono de má qualidade são vistos como problemas isolados, mas na verdade são sinais de desequilíbrios mais profundos. “O sono é um termômetro da saúde emocional. Quando algo está em conflito dentro de nós — mesmo inconscientemente — o corpo responde, e o sono é um dos primeiros afetados”, diz Roni.
Mais do que contar horas na cama, é preciso cuidar da qualidade desse repouso. Criar uma rotina noturna, evitar estímulos digitais antes de dormir, desacelerar o corpo e a mente, e entender a origem do estresse são passos importantes para quem busca mais equilíbrio na vida.
Por isso, cuidar da saúde mental também passa por cuidar do sono. Dormir bem é uma forma silenciosa — mas extremamente poderosa — de fortalecer a mente, prevenir transtornos psicológicos e viver com mais clareza, energia e bem-estar.
Saúde
Risco de morte em pessoas com obesidade sarcopênica aumenta em 80%

O acúmulo de gordura abdominal, associado à perda de massa muscular, condição conhecida como obesidade sarcopênica, aumenta em mais de 80% o risco de morte, se comparado a pessoas que não apresentam essas duas condições combinadas. A conclusão é de um estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior paulista, em parceria com a University College London, no Reino Unido.
Segundo os pesquisadores, pode-se definir como obesidade abdominal a circunferência do abdômen maior que 102 centímetros para homens e 88 centímetros para mulheres. Já a condição muscular é verificada a partir de um índice de massa muscular esquelética.
Uma das pesquisadoras do estudo, a professora do Departamento de Gerontologia da UFSCar, Valdete Regina Guandalini, explica que a obesidade sarcopênica está relacionada também com a terceira idade, ligada a fatores como perda de autonomia da pessoa idosa e a piora na qualidade de vida nessa faixa etária.
Valdete Guandalini ressalta que, embora a perda muscular seja normal a partir dos 40 anos de idade, alguns fatores podem acentuar ou retardar o processo.
“A prática de atividade física, o consumo alimentar, o não consumo de bebida alcoólica, o uso de cigarro e o sono irão influenciar nesse declínio, tornando-o mais rápido ou não”.
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A pesquisadora salienta que hábitos saudáveis reduzem a incidência de obesidade sarcopênica. Ela aponta outros dados do estudo, como a redução em 40% do risco de morte entre aqueles com baixa massa muscular, mas sem obesidade abdominal. O que também se observa em indivíduos com obesidade abdominal, mas massa muscular adequada.
Saúde
CFM proíbe anestesia para a realização de tatuagens

O Conselho Federal de Medicina proibiu a utilização de anestesia para a realização de tatuagens, “independentemente da extensão ou localização” do desenho. Os médicos estão vedados de fazer tanto anestesia geral como local, e também sedação.
A resolução foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (28) e libera o uso de anestesias apenas em “procedimentos anestésicos destinados a viabilizar a tatuagem com indicação médica para reconstrução”, como a pigmentação da aréola mamária após cirurgia de retirada das mamas, em mulheres que passaram por tratamento de câncer de mama.
Mesmo nessas situações, o CFM determina que o procedimento deve ocorrer em ambiente de saúde “com infraestrutura adequada, incluindo avaliação pré-anestésica, monitoramento contínuo, equipamentos de suporte à vida e equipe treinada para intercorrências.
A resolução considera o crescimento recente da participação de médicos, em especial anestesiologistas, na administração de agentes anestésicos para facilitar a realização de tatuagens extensas ou em áreas sensíveis, de acordo com o conselheiro Diogo Sampaio, relator da medida.
“A participação médica nesses contextos, especialmente envolvendo sedação profunda ou anestesia geral para a realização de tatuagens, configura um cenário preocupante, pois não existe evidência clara de segurança dos pacientes e à saúde pública. Ao viabilizar a execução de tatuagens de grande extensão corporal, que seriam intoleráveis sem suporte anestésico, a prática eleva demasiadamente o risco de absorção sistêmica dos pigmentos, metais pesados (cádmio, níquel, chumbo e cromo) e outros componentes das tintas”, explica.
Sampaio também argumenta que “a execução de qualquer ato anestésico envolve riscos intrínsecos ao paciente” e que o uso de anestesia para a realização de tatuagens, sem finalidade terapêutica “colide frontalmente” com a avaliação criteriosa da relação risco benefício. Além disso, diz que os estúdios de tatuagem não cumprem os requisitos mínimos para a prática anestésica segura.
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A decisão do CFM recebeu o apoio da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). Em nota, a entidade destacou que “o uso de técnicas anestésicas, mesmo em situações consideradas simples ou estéticas, envolve riscos que exigem preparo, ambiente apropriado e protocolos rigorosos de segurança.”
Para isso, de acordo com a SBA, é preciso que o paciente passe por avaliação pré-anestésica detalhada e seu consentimento seja livre e esclarecido, após receber informações claras sobre os riscos e benefícios do procedimento. O procedimento também deve ser feito em “ambiente com estrutura adequada, monitorização, equipamentos de suporte à vida e equipe preparada para eventuais complicações.”
Saúde
Alta Performance Mental: Por que descansar é essencial para alcançar o seu melhor

Por Dr. Roberto Roni, psicólogo e especialista em neurociência e comportamento
Vivemos em uma era em que a palavra “produtividade” se tornou sinônimo de valor pessoal. É como se estar sempre ocupado fosse sinal de sucesso. Mas a ciência nos mostra que o verdadeiro desempenho de alta performance, principalmente no aspecto mental, exige mais do que esforço constante — exige equilíbrio.
A alta performance mental não é apenas trabalhar mais, mas trabalhar melhor. E isso só é possível quando o cérebro tem tempo e espaço para se recuperar. “O descanso não é perda de tempo, é parte estratégica do processo. A mente precisa de pausas para reorganizar informações, consolidar aprendizados e recuperar energia emocional e cognitiva”, explica o psicólogo Roberto Roni, especialista em neurociência e comportamento.
Estudos demonstram que o excesso de estímulos e a ausência de pausas geram um estado de fadiga mental crônica. Isso compromete a memória, o foco, a tomada de decisões e até mesmo a criatividade — funções cruciais para quem busca alta performance em qualquer área da vida.
Segundo Dr. Roberto, é preciso abandonar a ideia de que descansar é um luxo. “O descanso é uma ferramenta poderosa de desempenho. Quando respeitamos nossos limites e incorporamos momentos de pausa no dia a dia, estamos dando ao cérebro o que ele precisa para operar no seu melhor nível”, afirma.
Sono de qualidade, pausas ao longo do expediente, atividades de lazer e até momentos de ócio são elementos essenciais de uma rotina de alta performance mental. Eles ajudam a regular o estresse, equilibrar emoções e manter a clareza mental necessária para decisões assertivas.
A chave está no equilíbrio: produtividade com propósito, foco com leveza e esforço com autocuidado. “A mente humana é como um músculo: precisa ser treinada, sim — mas também precisa descansar para crescer”, conclui o especialista.