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Dos 10 milhões de surdos brasileiros, 32% não têm grau de instrução e 63% estão fora do mercado de trabalho

A população de surdos no Brasil, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) em 10 milhões de pessoas, ainda enfrenta grandes desafios de inclusão. Estudo do Instituto Locomotiva mostra que 32% dos surdos do país não têm nenhum grau de instrução e apenas 37% deles estão inseridos no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, 7% dos surdos brasileiros concluíram o ensino superior, 15% contam com ensino médio, 46% frequentaram o ensino fundamental e a grande maioria, 63%, não têm ocupação profissional.
Alguns passos estão sendo dados para promover maior inclusão dessa população no ensino e no trabalho. Projeto em tramitação na Câmara dos Deputados altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) para incorporar Libras nos currículos da educação básica.
Em 2021, a Educação Bilíngue de Surdos deixou de ser parte da educação especial e foi incluída na LDB como modalidade de ensino independente. Com isso, a educação bilíngue passa a ter a língua brasileira de sinais (Libras) como primeira língua para os estudantes surdos e o português escrito como segunda.
A Escola Lumiar Pinheiros está desenvolvendo uma série de iniciativas em Libras para envolver os estudantes na educação inclusiva e no aprendizado da linguagem. Eles estão conduzindo este ano três diferentes projetos, um dicionário virtual em Libras para divulgar brincadeiras regionais, uma peça de teatro bilíngue e uma entrevista com atletas surdas do time de futebol do São Paulo. No ano passado, estudantes da Lumiar criaram um vídeo institucional para apresentar toda a estrutura da escola em Libras. As crianças contam com apoio dos tutores da escola e da mestre de artes e Libras Sylvia Sato.
“A Lumiar se interessa ativamente pelas pautas de diversidade e inclusão, buscando ampliar repertórios, incluir todo o tipo de estudantes e educadores na escola, e sempre pautar essas discussões. A orientação educacional da escola cuida para que consigamos lidar com as inclusões da melhor maneira possível, elaborando planos educacionais individuais (PEIs)”, afirma a tutora Fernanda Gasparini. Segundo ela, a Lumiar conta com estudantes com deficiência física e intelectual, assim como educadores.
No ano passado, a Lumiar desenvolveu um projeto de Libras para criar um novo vídeo institucional da escola, mais inclusivo. Crianças de 8 a 10 anos realizaram o projeto, junto com a tutora Camila Novaes. “O vídeo se tornou uma ferramenta para nossa escola. Pais e crianças puderam conferir o resultado no projeto logo na recepção da Lumiar Pinheiros, onde ele é exibido. Isso foi muito bacana. Criamos um projeto dentro da nossa metodologia de fazer algo que vai contribuir para a comunidade. A escola ficou mais acessível”, comenta Camila.
Segundo Camila, a turma criou o roteiro em português para apresentar toda a estrutura da escola em linguagens de sinais. Na sequência, as próprias crianças adaptaram o roteiro para Libras. A captação das imagens também foi feita pelos estudantes, que ajudaram a editar o vídeo, escolheram trilha sonora, definiram todas as passagens, efeitos especiais e modelo da legenda em português. “Tivemos uma mostra de projetos no final do ano e já colocamos o vídeo em Libras na recepção da escola, para mostrar a unidade para pais, estudantes e visitantes”, comenta Camila.
Sobre a Escola Lumiar
Fundada em 2003, a escola Lumiar surgiu como uma iniciativa de educadores de vanguarda para transformar a educação. Através de uma metodologia que prioriza a autonomia e a individualidade de cada estudante, o aprendizado se fundamenta em seis pilares: tutores e mestres; currículo em Mosaico; aprendizagem ativa; avaliação integrada; possibilidade de multietariedade e gestão participativa.
Outras
Chuvas continuam no Rio Grande do Sul, mas perdem força

As chuvas que desde o início da semana vêm atingindo parte do Rio Grande do Sul começaram a perder força nesta quinta-feira (19), mas as condições climáticas seguem instáveis em grande parte do estado.
Segundo a Climatempo, as chuvas devem persistir por mais alguns dias em determinadas regiões, como a Serra Gaúcha, Missões e Campanha, porém a tendência é que continuem perdendo intensidade ao longo desta sexta-feira (20) e do sábado (21).
“Já há indicação de enfraquecimento das precipitações a partir de hoje, quando as pancadas devem perder força primeiro onde os acumulados [nos últimos dias] foram mais expressivos”, informou a empresa em um boletim divulgado às 15h51.
Devido à instabilidade e à persistência da chuva, a Defesa Civil estadual manteve o alerta para que quem mora ou esteja passando pelas regiões norte e nordeste do estado se mantenham atentos às eventuais consequências das chuvas e evitem áreas de risco, pois há risco moderado de alagamentos.
O balanço divulgado no fim da tarde de hoje aponta que as chuvas dos últimos dias desalojaram ao menos 2.993 pessoas em todo o estado e deixaram outras 1.583 desabrigadas.
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É considerado desalojado quem teve que deixar o local onde mora devido às consequências das chuvas e se alojou temporariamente na casa de parentes ou amigos, hotéis ou pousadas. Já os desabrigados são aqueles que precisaram ir para abrigos públicos ou de instituições assistenciais.
As chuvas também já causaram ao menos duas mortes e deixaram uma pessoa desaparecida.
De acordo com o governo gaúcho, as equipes do Corpo de Bombeiros, da Brigada Militar, da Polícia Civil e do Instituto-Geral de Perícias (IGP) estão mobilizadas em todo o estado, sobretudo nas cidades ribeirinhas, onde os níveis dos rios estão sendo monitorados.
Uma destas cidades ribeirinhas é Lajeado, localizada no Vale do Taquari, a cerca de 110 quilômetros da capital gaúcha, Porto Alegre.
Ali, o nível do Rio Taquari atingiu a cota de inundação, de 19 metros, na manhã desta quarta-feira (18), obrigando a prefeitura a, preventivamente, remover as famílias de áreas abaixo da cota dos 21 metros, acionar o plano de contingência municipal e decretar estado de alerta.
O nível do rio continuou subindo até chegar a 22,63 metros por volta das 13h de hoje, mas, a partir daí, começou a baixar lentamente. Às 16h45, o nível estava em 22,29 metros, conforme medição do Serviço Geológico do Brasil.
Outras
Marcha para Jesus mantém tom político com milhares de pessoas em SP

A edição de 2025 da Marcha Para Jesus, em seu 33º ano, foi marcada novamente por participação de políticos ligados a congregações evangélicas, entre eles o governador de São Paulo e o prefeito da cidade.
Estevam Hernandes, presidente da Marcha para Jesus, teve Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes ao seu lado desde o começo do evento, pela manhã, na região da Luz, centro de São Paulo.
Em entrevista à Agência Brasil, Hernandes afirmou ter a expectativa de uma marcha muito especial e de um evento com orações pela paz e pela nação. “Temos basicamente dois públicos, as famílias, principalmente na caminhada, e jovens na faixa dos 20 anos para os shows”, explicou.
Os políticos desfilaram ao lado do líder religioso. Freitas colocou aos ombros uma bandeira de Israel, uma entre as diversas levadas pelos participantes.
Governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes participam da Marcha para Jesus. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
A solidariedade aos judeus sionistas esteve presente em diversas falas durante o evento, principalmente das lideranças religiosas, que algumas vezes fizeram menções mais belicosas, usando termos como “benção para a vitória” e “vitória divina”. Ao mesmo tempo, houve cautela em relação a posicionamentos mais diretos sobre os povos islâmicos. Nos discursos mais importantes também não houve referência aos bombardeios e ações de assassinato de lideranças iranianas durante os confrontos entre os dois países.
Liderança da comunidade judaica brasileira, o empresário Claudio Lottemberg também participou da marcha, destacando a proximidade entre judeus e cristãos.
Segundo a organização do evento, 2 milhões de pessoas, em mais de 20 mil caravanas, fizeram parte da caminhada até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, próxima ao Campo de Marte, na Zona Norte da cidade, e aos shows que começaram por volta das 12h e continuam até o começo da noite.
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Jovens durante a Marcha para Jesus. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Lula
O presidente Lula enviou uma carta para os participantes da marcha através do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, que representou o presidente no evento. Na mensagem, Lula lembrou da sanção da lei que criou o Dia Nacional da Marcha para Jesus, em 2009, durante seu segundo governo.
“Como cristão, me emociono com a alegria que brota da fé do nosso povo. E como presidente da República, reafirmo, em cada gesto de governo, meu compromisso com a liberdade religiosa e com o respeito à diversidade de crenças, porque a pluralidade religiosa é uma das maiores riquezas da nossa democracia”, escreveu o presidente.
* Colaborou a repórter Flávia Albuquerque
Outras
Campus Party Brasil 17 movimenta Brasília até domingo

Esta é a primeira vez que a 17ª Campus Party Brasil (CPBR17) – edição nacional do evento – é realizada em Brasília, depois de a capital ter sediado etapas regionais em anos anteriores. A estimativa é que cerca de 150 mil pessoas visitem a Arena BRB Mané Garrincha até domingo (22), segundo da organização.
No espaço de 6 mil metros quadrados do ginásio, o público tem a oportunidade de conferir inovações tecnológicas durante o evento, que começou nesta quarta-feira (18). Entre os temas programados estão a internet das coisas e robôs, palestras de 500 influenciadores e especialistas no tema e no universo geek, e atividades imersivas e da cultura maker , no conceito do “faça você mesmo”.
O objetivo é aprender sobre tecnologia de forma prática, com abordagem acessível, além de torcer por equipes em arenas de diversas competições, como a primeira edição nacional da Printer Chef, na capital federal. Inspirada em reality shows de culinária, a batalha gastronômica usa alimentos impressos em 3D (tridimensional), a partir de ingredientes comestíveis.
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O diretor da Campus Party, Tonico Novaes, detalhou à Agência Brasil as novidades desta edição. Entre elas, o maior campeonato de robótica da América Latina, promovido pela Robocore; o Fórum sobre Inteligência Artificial que vai debater regulamentação e uso no Brasil; oficinas de montagem e pilotagem de drones. Também será realizada a Olimpíada de Energias Nucleares, promovida por uma das comunidades da sociedade civil que participa Campus Party.
Estudantes, acadêmicos e empresários são aguardados no estádio.
“Temos atrações tecnológicas para todas as idades e todos os níveis de conhecimento. Há atividades lúdicas, para quem está começando, até atividades mais engajadas e de conteúdos mais densos”, anuncia Tonico Novaes.
Outro destaque são os Hackathons, maratonas de desenvolvimento de soluções inovadoras para desafios propostos, em curto período. A partir da parceria entre o evento e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, pessoas com diferentes habilidades devem apresentar respostas tecnológicas em torno de três desafios: cidade mais segura; segurança para cidadãos e erradicação do feminicídio. “São desafios que os campuseiros vão participar e que vão ficar como legados para toda a sociedade”.
Campuseiros
Para enfrentar a empreitada de 24 horas emcinco dias, 2 mil campuseiros – como são chamados os participantes de Campus Party – estão acampados no estádio, em barracas-iglu enfileiradas.
Um deles é o indígena Eliezer Mariano Jorge, professor em duas escolas de Dourados (MT), a Escola Municipal Indígena Tengatui Marangatu – Polo e a Escola Estadual de Ensino Médio Indígena Guateka Marçal de Souza.
O docente sul-mato-grossense está acompanhado de outras 14 pessoas – entre estudantes e professores – que querem integrar tecnologias modernas a saberes tradicionais. No mundo atual, ele admite que não é possível ficar sem acessar o celular, notebook e as redes sociais é preciso se manter atualizado.
“Viemos para trazer a experiência de que não existe só o mundo que a gente conhece lá. Há outras perspectivas de transformação de futuro, de vida e de oportunidades. O propósito é que os estudantes possam aprender e melhorar o conhecimento. Alguma coisa eles vão levar de importante para casa”, disse Eliezer Mariano.
A professora Lidimara Francisco Valéria, colega de Eliezer, concorda que é importante participar para aprender sobre novas ferramentas e conceitos. “Levar conhecimento para nossa comunidade indígena é uma coisa muito boa. A tecnologia, independentemente se é na cidade ou na aldeia, é sempre boa.”
A estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas Gabriela Silva, de 21 anos, já participou de edições da Campus Party em Goiânia, Manaus e Brasília. Como líder da comunidade Matilha, ela conseguiu convencer os pais de três adolescentes (Hugo, Enzo e Arthur) a deixá-los sob sua responsabilidade nos cinco dias do evento.
“Trazê-los para esse mundo, além de disseminar tecnologia e conhecimento, é estimulá-los a escolher o que querem ser no futuro. E até quando eles estiverem em uma roda de conversas e em projetos na escola, vão conseguir falar e fazer algo bom.”
A tradicional área de camping também abriga os voluntários do evento, como a recém-graduada em Tecnologia da Informação (TI), Alessandra Pereira, de 27 anos. Com a experiência de campuseira em outras duas edições, é a primeira vez que ela trabalha no evento.
A jovem do Distrito Federal quer mergulhar de cabeça nesta experiência. Para virar as próximas noites, está munida de barras de chocolate, pipocas e copos de macarrão instantâneo. “A campus me ajuda na área de tecnologia. Espero levar daqui aprendizado e fazer muitas amizades também”, disse, empolgada.
Programação
A programação da Campus Party Nacional Brasília (CPBR17) está dividida para as seguintes áreas:
- Arena: área paga, com acesso exclusivo para 20 mil campuseiros e que concentra a programação mais técnica da Campus Party;
- Camping 24h: para 2 mil campuseiros pagantes de barracas duplas e simples;
- Arena Open: aberta e gratuita ao público visitante com atividade educativa e de empreendedorismo.
A Arena será palco de palestras com nomes como Iberê Thenório, criador do canal Manual do Mundo; Muca Muriçoca, Camila Farani, Caito Maia, o professor Gustavo Guanabara, sobre IA; e o astrônomo Sérgio Sacani, que discutirá a possibilidade de vida fora da Terra.
Outros destaques são os painéis do comunicador Marcelo Tas, Maíra Donnici, Tiago Mochileiro, Gordox, Gabriela Bilá, Bruno Playhard, Carlos Afonso, entre outros.
Para ter acesso e acompanhar a programação completa, os interessados podem baixar o aplicativo Campus Party Brasil para dispositivos móveis, como tablets e smatphones.
Serviço
Datas e horários:
- Arena: de 12h de quarta-feira (18) às 17h de sábado (22).
- Arena Open: de quarta-feira a sábado de 10h30 às 20h, e domingo (22), das 10h30 às 16h.
Local: Arena BRB Mané Garrincha, no centro de Brasília.
Ingressos à venda no site.