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Educação digital é desafio para o povo Rikbaktsa

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© Fernando Frazão/Agência Brasil

Queda do rendimento escolar; falta de interação entre os alunos; problemas de ansiedade e insegurança; desigualdades sociais e exclusão; problemas de postura. A lista, que tem mais oito itens, foi feita pelos estudantes da Escola EstaduaI Indígena Pé de Mutum e colocada na parede da sala de aula para alertar sobre as desvantagens do uso do celular na escola.

Neste ano, o uso do celular passou a ser restrito em todas as escolas do país, e não foi diferente na escola da aldeia Pé de Mutum, na Terra Indígena (TI) Japuíra, no noroeste do estado de Mato Grosso.

Na aldeia, os aparelhos estão nas mãos dos indígenas das mais diversas idades, assim como os benefícios e os riscos que a tecnologia pode trazer. Um deles é o endividamento em jogos e apostas online. Diante desse cenário cada vez mais conectado, tanto escola quanto projetos que ali são desenvolvidos buscam orientar a população.

O professor de ciências da natureza do ensino médio Edson Utumi diz que, mesmo com a proibição e com as orientações, muitas vezes, os alunos usam o celular. “Se você circular aqui pelo espaço da escola, até mesmo no período de aula, vai achar algum aluno distraído no celular”, diz. Segundo ele, são os jogos online os que mais distraem os estudantes: “Muitas vezes, está pelo celular jogando e conversando com o outro [aluno] que está ao lado, mas pela internet”.

>>> Conheça mais sobre a luta do povo Rikbaktsa:

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Dívidas em apostas online

Os desafios extrapolam a escola e chegam à comunidade. Uma jovem, que terá a identidade preservada nesta reportagem, conta que perdeu mais de R$ 3 mil em apostas online.

“Não vou mentir para você, não. De vez em quando, eu jogo, sim. Apostei já uns R$ 4 mil, 5 mil. E ganhei R$ 1 mil”, diz. “Fica difícil para a gente, porque, às vezes, a gente tem um uma conta para pagar e gasta naquele joguinho”.

Outra jovem, que também não será identificada, perdeu pelo menos R$ 300 de uma só vez. “Eu jogo de vez em quando e acho que perdi muito, perdi muito mais do que ganhei. Teve uma vez que eu gastei R$ 300 e perdi tudo. É porque todo mundo tava jogando e falando que dava dinheiro. Dá dinheiro, mas, depois, se você continua apostando, você perde tudo”, diz.

Na aldeia Barranco Vermelho, na Terra Indígena (TI) Erikpatsa, a Escola Estadual Myhyinymykyta também conversa com os estudantes sobre o uso da tecnologia. Segundo o professor Givanildo Bismy, os estudantes têm respeitado as regras. Eles têm acesso a laptops na escola, onde aprendem a usar a tecnologia.

“Os alunos respeitam muito”, diz. “A gente tem a aula com eles com o Chromebook, então, eles não precisam levar. Até os pais também ajudam e falam assim: ‘Ah, você não pode. Na escola, sua obrigação é estudar, e não ficar mexendo no celular’. Com isso, eles nos ajudam muito. Hoje, a gente não alfabetiza mais o aluno para ficar em casa, a gente forma para o mercado do trabalho. A gente pede a eles que terminem [os estudos], que façam uma graduação”. 

Jovens comunicadores

A tecnologia também traz benefícios. Um deles é possibilitar que os indígenas sejam protagonistas dos próprios discursos, das próprias histórias e divulgações, principalmente nas redes sociais. A ação Jovens Comunicadores, desenvolvido na terra indígena, nasce com esse objetivo.

“A ideia é ajudá-los a ter autonomia no que eles produzem de conteúdo a respeito deles próprios. A nossa intenção é capacitá-los para que eles possam falar da realidade que eles vivem”, explica a responsável pela equipe de comunicação do Biodiverso, Paula Lustosa, uma das organizadoras do Jovens Comunicadores.

De acordo com ela, a intenção é também que eles possam comunicar os impactos ambientais que têm sofrido. “É importante saber falar das mudanças climáticas, como quem está vivendo dentro de um território, dentro de uma reserva”.

A ação é voltada para cerca de 20 indígenas e ribeirinhos que participam de aulas online e presenciais sobre a importância dos territórios e da comunicação. As aulas são ministradas por profissionais de comunicação, sendo uma delas a jornalista indígena Helena Corezomaé, do povo Balatiponé de Mato Grosso.

Josilaine Barkui, de 20 anos, é uma das integrantes do projeto. “Eu decidi participar desse projeto para compreender sobre a comunicação, para divulgar nossas culturas, nossos saberes, como a gente vive aqui dentro da aldeia. E já aprendemos bastante coisa, como editar vídeo, sobre ética, sobre a comunicação”, diz.

Um dos aprendizados foi como identificar as chamadas fake news, notícias falsas. “Tem chegado bastante fake news. A gente procura saber se está em todos os sites [confiáveis], se alguém da aldeia ficou sabendo, se é verdade ou não. A gente procura saber primeiro para depois divulgar”, explica.

Projeto Biodiverso 

O projeto Biodiverso é desenvolvido pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Pacto das Águas, com o objetivo promover o uso sustentável da sociobiodiversidade, com povos indígenas e comunidades tradicionais no noroeste do estado de Mato Grosso. O projeto é patrocinado pela Petrobras e faz parte da estratégia de mitigar o aquecimento global e as mudanças climáticas pela defesa da conservação da floresta.

A ação Jovens Comunicadores é uma das desenvolvidas no âmbito do projeto, que tem como meta dar suporte a 300 extrativistas na produção de 800 toneladas de castanha, 90 toneladas de borracha e 15 toneladas de óleo de copaíba, com boas práticas de produção padronizadas e com assistência técnica periódica, até 2027. Com isso, espera-se garantir a conservação de 1,4 milhão de hectares no bioma amazônico.

A convite da Petrobras, a equipe da Agência Brasil visitou as aldeias Barranco Vermelho e Beira Rio, na TI Erikpatsa e Pé de Mutum, na TI Japuíra, nos dias 8 e 9 de abril. 

*A equipe da Agência Brasil viajou a convite da Petrobras, patrocinadora do projeto Biodiverso

Galeria 02 – Terra Indígena Erikpatsa, do Povo Rikbaktsa (MT) – Fernando Frazão/Agência Brasil

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Crianças participam do 2º Circuito de Educação Ambiental com oficinas e atividades interativas

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Evento reuniu mais de 300 crianças em um circuito interativo com foco em fauna, flora e sustentabilidade

A maior cachoeira da América Latina, construída com materiais recicláveis, foi palco, na manhã desta sexta-feira (17/10), da segunda edição do Circuito de Educação Ambiental, uma ação que combinou aprendizado, diversão e conscientização ecológica. Com 25 metros de altura, a cachoeira do Eco Resort Castelinho, em Santo Aleixo (Magé/RJ), foi erguida a partir de 40 toneladas de resíduos recicláveis coletados na Baía de Guanabara por pescadores do Projeto Águas da Guanabara, incluindo cerca de 3 mil pneus de caminhão, garrafas PET, isopor e outros materiais. Os próprios pescadores estiveram presentes no evento, reforçando o vínculo entre comunidade, sustentabilidade e educação ambiental. A água que abastece a cachoeira vem de um sistema próprio de captação de chuva, garantindo um espetáculo sustentável e educativo para crianças e visitantes.

A atividade, realizada das 8h às 11h30, reuniu mais de 300 alunos das redes municipal e estadual de Magé e Petrópolis, que participaram de um circuito composto por 11 estações educativas voltadas para temas como fauna, flora, conservação e sustentabilidade.

O evento começou com um café da manhã coletivo oferecido pelo Eco Resort Castelinho, seguido de uma sequência de vivências práticas e interativas, conduzidas por instituições ambientais parceiras. Cada estande ofereceu uma experiência diferente, despertando nas crianças o senso de curiosidade e cuidado com a natureza.

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A ação reforçou o compromisso do Eco Resort Castelinho com a educação ambiental contínua e o engajamento social. Famoso por abrigar a maior cachoeira artificial do Brasil construída com materiais recicláveis, o resort reafirma seu papel como um espaço de aprendizado, sustentabilidade e transformação comunitária.

“Nosso objetivo é plantar sementes de consciência nas crianças, que são os verdadeiros guardiões do futuro. Queremos que elas sintam na prática o valor de cuidar da natureza e descubram que sustentabilidade é uma escolha possível e inspiradora”, afirmou André Marinho de Moraes, idealizador do Eco Resort Castelinho.

“Quando aproximamos a conservação da natureza das crianças, estamos garantindo o futuro da nossa biodiversidade. Este circuito é um exemplo de como o turismo ecológico e a educação ambiental podem caminhar lado a lado em prol de um mesmo propósito”, ressaltou Victor Valente da Silva, chefe da APA Petrópolis/ICMBio.

Pescadores do Projeto Águas da Guanabara participam do evento e reforçam a sustentabilidade da cachoeira

Os próprios pescadores, que coletaram cerca de 40 toneladas de resíduos da Baía de Guanabara — incluindo pneus de caminhão, garrafas PET, isopor e outros materiais — para a construção da cachoeira, estiveram presentes no evento. “A participação dos pescadores no Projeto Águas da Guanabara reflete nosso compromisso com a preservação ambiental e a conscientização das futuras gerações. Este evento é um exemplo claro de como a união entre comunidade e natureza pode gerar resultados positivos para todos”, afirmou Luiz Claudio Stabille Firtado, presidente da Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ).

O Circuito de Educação Ambiental é uma realização conjunta do Eco Resort Castelinho, APA Petrópolis e ICMBio, com participação de importantes parceiros ambientais e apoio da empresa Sequóia de Santo Aleixo, demonstrando a força das parcerias público-privadas para gerar impacto positivo.

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A complexidade e a liderança por trás dos grandes projetos submarinos

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O setor de óleo e gás permanece como um dos pilares estratégicos da economia mundial, responsável por movimentar trilhões de dólares e impulsionar a inovação tecnológica em escala global.Nesse cenário, a exploração offshore, especialmente em águas profundas e ultraprofundas, tornou-se fundamental, exigindo o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais complexas e seguras.

Empresas que atuam com tecnologia submarina têm papel decisivo nesse ecossistema. Elas desenvolvem sistemas integrados de produção submarina, válvulas, bombas, compressores, árvores de natal molhadas e equipamentos de controle de fluxo capazes de operar sob condições extremas de pressão e temperatura. O objetivo é aumentar a eficiência da produção, reduzir custos operacionais e garantir a segurança ambiental das operações.

Nos últimos anos, a digitalização e a automação transformaram profundamente o setor. Sensores inteligentes, sistemas de monitoramento remoto e análise de dados em tempo real permitem prever falhas, otimizar a produção e aumentar a vida útil dos equipamentos. Essa integração entre engenharia, automação e inteligência artificial redefiniu o conceito de eficiência operacional no fundo do mar.

Liderança e Estratégia em Projetos Submarinos

Nesse ambiente altamente técnico e competitivo, profissionais de liderança exercem papel essencial para o sucesso de cada operação. À frente de projetos complexos está Bruno Rompkovski, executivo com sólida trajetória internacional no setor, que atua como responsável pelas áreas de Licitações, Propostas, Operações Comerciais e Projetos em uma das maiores empresas globais de tecnologia submarina.

Rompkovski liderou projetos submarinos de grande porte em diversas regiões do mundo, unindo conhecimento técnico e visão estratégica. Em sua função como Western Hemisphere Tender Manager, ele supervisiona o portfólio de propostas para produtos, sistemas e serviços submarinos no Hemisfério Ocidental, assegurando consistência global, conformidade e alinhamento com os objetivos corporativos.

Sua atuação envolve definir e implementar estratégias de licitação, gerenciar propostas complexas e desenvolver soluções competitivas que impulsionam receitas e destravam casos de negócios desafiadores junto a grandes operadores do setor. O papel que desempenha exemplifica a importância de uma liderança técnica e comercial integrada, capaz de conectar engenharia de ponta, inovação e resultados financeiros sustentáveis.

Os desafios enfrentados por gerentes comerciais e diretores de projetos nesse setor são notáveis. “O ciclo de vendas de soluções submarinas é longo, técnico e envolve contratos de alto valor, frequentemente em múltiplas jurisdições, exigindo uma combinação rara de visão estratégica, domínio técnico e capacidade de negociação”, afirma Bruno.

Atuando em posições que exigem tanto visão comercial quanto conhecimento técnico aprofundado, Bruno gerencia negociações complexas e coordena equipes multidisciplinares. A experiência de Rompkovski ilustra como o sucesso no setor depende de uma atuação integrada, em que gestão, engenharia e estratégia comercial caminham lado a lado para garantir resultados sustentáveis e inovadores.

O futuro do mercado de óleo e gás, em especial no segmento de tecnologia submarina, aponta para uma integração cada vez maior entre inovação, sustentabilidade e automação. A busca por operações mais seguras, eficientes e com menor impacto ambiental orienta novos investimentos em inteligência artificial, robótica submarina e soluções energéticas híbridas.

Assim, o setor continua sendo um dos mais desafiadores e fascinantes do mundo industrial. Profissionais como Bruno Rompkovski exemplificam o perfil de liderança que impulsiona essa transformação — combinando excelência técnica, gestão estratégica e visão global em um ambiente onde inovação e resiliência são essenciais para o sucesso.

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Zurich Seguros anuncia Thales Amaral como novo diretor comercial regional RJ/ES/N/NE

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A Zurich Seguros anuncia Thales Amaral como novo diretor regional responsável pelas operações do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Norte e Nordeste. O executivo, que está na Zurich desde 2021 e possui sólida trajetória no mercado segurador e ampla experiência em cargos de liderança comercial, assume a diretoria regional com a missão de fortalecer a presença da companhia nessas regiões e intensificar o relacionamento com corretores, parceiros e clientes locais. 
A Diretoria Comercial Regional RJ/ES/N/NE reúne mercados estratégicos para o plano de expansão nacional da Zurich. Além de atuar em capitais altamente competitivas, como Rio de Janeiro, Recife e Salvador, a regional também abrange polos em crescimento acelerado no Norte e Nordeste e municípios em desenvolvimento no Espírito Santo e Rio de Janeiro. A Zurich tem intensificado sua atuação nesses mercados com foco em soluções customizadas, excelência no atendimento e inovação nas ofertas, especialmente nas linhas de seguros voltados ao varejo. 
“As regiões sob responsabilidade do Thales são fundamentais para o nosso crescimento sustentável e ampliam nossa presença em mercados que valorizam relacionamento, confiança e soluções sob medida. Temos convicção de que sua experiência e proximidade com os parceiros locais serão fundamentais para darmos continuidade aos excelentes resultados que temos alcançado, sempre com foco na geração de valor de longo prazo”, destaca Marcio Benevides, diretor executivo de Distribuição da Zurich Seguros. 
Com essa movimentação, a Zurich reforça sua estratégia de continuidade de uma liderança próxima, técnica e orientada ao cliente, alinhada à missão da companhia de oferecer proteção com excelência e antecipar as necessidades de um mercado em constante transformação. 

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