Estamos a menos de dez dias de descobrir quem ocupará a Casa Branca: Trump ou Kamala Harris. A disputa acirrada atrai olhares do mundo todo, e os eleitores norte-americanos analisam com atenção as declarações e posturas dos candidatos. Ao longo da campanha, cinco temas dominaram a agenda de ambos: economia, imigração, aborto, relações internacionais e meio ambiente.
Para nós, brasileiros, o tema da imigração reveste-se de particular importância. Milhares de brasileiros buscam oportunidades de vida nos Estados Unidos a cada ano, seja por meio de processos legais ou, em alguns casos, de maneira não documentada. O impacto das políticas de imigração na vida desses imigrantes pode ser profundo, especialmente quando um dos candidatos, Donald Trump, coloca a situação na fronteira com o México como prioridade máxima. Durante seu primeiro mandato, ele prometeu construir um muro para reforçar a segurança fronteiriça, e agora, em sua nova campanha, ele propõe a maior operação de deportação de imigrantes ilegais da história americana.
Do lado democrata, Kamala Harris mantém uma postura cautelosa. Embora se oponha à retórica inflamada de Trump, Harris apoia uma abordagem firme, defendendo que aqueles que cruzam ilegalmente a fronteira enfrentem consequências legais. Ela também demonstrou apoio a um projeto de lei de Biden que visa endurecer certas medidas migratórias, com maior investimento em barreiras físicas na fronteira.
Especialistas como o Dr. Vinicius Bicalho, advogado de imigração e membro da American Immigration Lawyers Association (AILA), apontam que, para quem busca imigrar legalmente, o cenário pouco muda independentemente de quem vencer a eleição. “É crucial reconhecer que os imigrantes que seguem os processos legais são uma peça-chave para o sucesso econômico dos EUA”, afirma o Dr. Bicalho. Ele acrescenta que esses imigrantes “trazem habilidades inovadoras, criam empresas e impulsionam a inovação em diversos setores da economia americana”.
O Dr. Bicalho também ressalta a diversidade de opiniões entre imigrantes legais quanto às propostas de cada candidato. “É interessante notar que os imigrantes legais se dividem entre ambos os lados. Medidas mais rígidas tendem a focar na imigração ilegal, e muitos brasileiros, por exemplo, preferem as políticas de Trump, enquanto outros se identificam mais com a proposta de Kamala Harris”, analisa o advogado. Essa diversidade reflete a complexidade da realidade imigrante nos EUA, onde as perspectivas de cada comunidade variam, moldando assim as escolhas políticas.
Independentemente de quem for o próximo presidente, o que está em jogo é a definição de um cenário que impactará profundamente tanto a segurança das fronteiras quanto a política migratória dos Estados Unidos.