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Educação

Entenda críticas ao PL do ensino médio no Congresso Nacional

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Sala De Aula
© Arquivo Agência Brasil

Especialistas e organizações ligadas à educação elogiaram a previsão de 2,4 mil horas de formação básica comum incluída no novo relatório do projeto de lei (PL) que pretende revisar o atual ensino médio. O relatório foi apresentado nesta quarta-feira (20).

No entanto, organizações ligadas ao setor consultadas pela Agência Brasil pedem mudanças no texto. A expectativa é que a matéria seja votada nesta semana no plenário da Câmara dos Deputados, antes de ir ao Senado Federal.

O relator da matéria, deputado Mendonça Filho (União-PE), retomou a carga horária de 2,4 mil horas para a formação geral básica (FGB), conforme previsto no projeto original enviado pelo Executivo, mas abriu exceção com carga horária básica menor (1,8 mil horas) para aqueles que optarem por seguir formação técnica profissional. Mendonça era ministro da Educação em 2017, no governo de Michel Temer quando o novo ensino médio foi aprovado.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) defende a formação básica de 2,4 mil horas, mas mantém críticas ao projeto, especialmente no que diz respeito à não obrigatoriedade do ensino do espanhol e à manutenção da figura do professor por notório saber, o que permitiria a contratação de profissionais sem formação específica em licenciatura.

“Por mais que ainda tenha problemas no PL enviado pelo governo federal, nós consideramos que ele é mais próximo do que reivindicamos do que o relatório do Mendonça”, disse à Agência Brasil o presidente da CNTE, Heleno Araújo.

Para o representante dos trabalhadores em educação, a exclusão do espanhol é absurda. “Situação colonizadora em relação aos Estados Unidos e à língua inglesa. Isso quebra a possibilidade de integração do Brasil com a América Latina”, afirmou.

A CNTE também criticou a possibilidade de contratação de profissionais com notório saber, sem formação em licenciatura, para disciplinas técnicas e profissionalizantes. Para a confederação, a medida visa baratear a mão de obra ao incluir no mercado muitos profissionais sem formação de professor.

“O notório saber descaracteriza a profissão do professor”, criticou Heleno, para quem existem outros instrumentos legais que permitem utilizar profissionais de áreas técnicas na educação básica.

Fórum Nacional de Educação

Em nota publicada nesta quarta-feira (20), o Fórum Nacional de Educação (FNE) concordou com as críticas da CNTE à ausência da obrigatoriedade da língua espanhola e ao notório saber. O fórum pede aos deputados e senadores que escutem as vozes representadas na Conferência Nacional de Educação de 2024.

Criado em 2010, o FNE reúne 50 entidades e órgãos da sociedade civil e do Poder Público e tem a missão de acompanhar o Plano Nacional de Educação.

Na nota, o fórum defendeu as 2,4 mil horas de formação básica, alegando que a reforma de 2017 ampliou as desigualdades entre escolas públicas e privadas. “A implementação da Lei 13.415/2017 [novo ensino médio] já demonstrou que escolas particulares criam formas alternativas de garantir a formação básica, o que não acontece nas escolas públicas”, destacou.

Educação técnica e profissional

O FNE defendeu ainda a obrigatoriedade de 13 disciplinas científicas mais a língua espanhola. Para a entidade, é preciso ampliar o investimento na educação técnica e profissional para não sobrecarregar as escolas públicas.

“A proposição de articular a formação técnica profissional nas escolas que ofertam o ensino regular é atraente”, diz a nota, alertando, porém, para o “risco de, ao tensionar para que as gestões escolares estejam obrigadas a ofertar uma trajetória profissional, os arranjos não sejam os mais adequados, gerando formações insuficientes ou inadequadas. O caminho para a formação profissional técnica de nível médio é o investimento nas reconhecidas escolas técnicas”.

Dualidade

O professor Daniel Cara, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), destacou que o acordo para as 2,4 mil horas de formação básica foi um avanço, “diminuindo o desperdício de tempo dos estudantes com disciplinas inúteis dentro dos itinerários formativos”.

Daniel é membro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, organização que reúne sindicatos, movimentos sociais, estudantis e comunitários contrários à reforma do ensino médio de Temer.

O professor considera que a retomada das 2,4 mil horas de formação básica “desestrutura a reforma profundamente”, mas lamenta que o texto tenha mantido o que chama de “dualidade” no ensino, separando a formação técnica e profissional da formação básica geral.

“Um profissional que não tem uma formação estruturada em ciências humanas, em ciências da natureza, ele tem pouca capacidade crítica e analítica para, de fato, realizar a sua profissão. E o relatório do Mendonça Filho, acordado com o ministro Camilo Santana, retoma a questão da dualidade, o que é uma pena”, destacou Daniel, para quem o correto seria garantir formação geral básica somada à educação profissional num modelo integrado.

Meio termo

Já a organização não governamental (ONG) Todos pela Educação, que teve um posicionamento mais favorável à reforma de Temer, comentou que o acordo entre o governo e os parlamentares foi positivo e representou um meio termo entre a proposta do MEC e o texto substitutivo do deputado Mendonça Filho.

“[O acordo] preserva os princípios da reforma e ao mesmo tempo traz modelagem melhorada frente à reforma original”, afirmou Priscila Cruz, presidente do Todos Pela Educação, organização que informa que é financiada apenas por recursos privados.

Por sua vez, a União Brasileira dos Estudantes Secundarias (Ubes) defende a revogação integral da reforma do ensino médio de 2017, com a exclusão dos itinerários e a obrigatoriedade da oferta da língua espanhola.

“Nenhum passo atrás! Em defesa das 2.400 horas da formação geral básica, pelo fim dos itinerários formativos e pelo espanhol como 13ª disciplina obrigatória”, publicou a Ubes em uma rede social, informando que está presente na Câmara para pressionar parlamentares.

 

Fonte: Agência Brasil

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Educação

Professores paulistas podem ter acesso gratuito a capacitação em Inteligência Artificial

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Divulgação - IA
Divulgação - IA

Curso tem carga horária de 19 horas, incluindo videoaulas, lives e exercícios práticos

O Santander, em parceria com a plataforma de educação aberta DIO, anuncia o lançamento do Santander EducaIA. O programa oferece 15 mil bolsas gratuitas destinada a professores e profissionais da educação.  O curso irá capacitar docentes para o uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) com foco em otimizar o planejamento pedagógico, automatizar tarefas administrativas e personalizar a experiência de aprendizagem dos alunos. Para participar, basta ser professor em qualquer rede de ensino e se inscrever pelo link (https://app.santanderopenacademy.com/pt-BR/program/santander-educaia?utm_source=Imprensa&utm_medium=PressRelease&utm_campaign=SOABR-EducaIA-Imprensa) até 09/11/2025. Os selecionados deverão acessar a plataforma da DIO com o mesmo e-mail utilizado na inscrição no Santander Open Academy.

O programa tem carga horária de 19 horas e combina videoaulas, lives interativas, exercícios práticos e um desafio final, permitindo que os participante apliquem imediatamente os conhecimentos adquiridos em sua rotina docente. “Dominar técnicas de IA permite ampliar o conhecimento e fortalecer o pensamento pedagógico. Com o Santander EducaIA, os educadores poderão impulsionar o ensino por meio de ferramentas que possibilitam focar na formação dos alunos”, diz Marcio Giannico, senior head de Governos, Instituições, Universidades e Universia do Santander no Brasil.

Os participantes aprenderão a usar a Inteligência Artificial para otimizar aulas, automatizar correções, organizar rotinas e personalizar conteúdos, sempre com foco em ética e boas práticas, utilizando ferramentas como Microsoft Copilot e ChatGPT. A jornada contribui para que os educadores aumentem sua produtividade e enriqueçam o processo de aprendizagem dos alunos. O Santander EducaIA é destinado a professores, coordenadores pedagógicos e outros profissionais da educação que buscam inovar suas práticas e ter mais tempo para focar na experiência de aprendizado dos alunos.

O processo seletivo do programa será realizado até novembro de 2025, seguindo os seguintes prazos:

  • Liberação da primeira lista de aprovados para aceite da bolsa de 13 a 19 de novembro;
  • Liberação da segunda lista de aprovados para aceite de bolsas: 21 a 23 de novembro;
  • Liberação da trilha de estudos: 1º de dezembro;
  • Conclusão e certificação: até 31 de janeiro de 2026.

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Educação

Kits de robótica impulsionam criatividade e pensamento computacional e chegam a novos contextos além dos grandes centros

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Imagem: Divulgação / Educacional
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Parceria do Educacional com a LEGO® Education possibilita o uso dessas ferramentas em escolas de diferentes regiões do Brasil; estímulo levou alunos de uma comunidade indígena no Pará a criar equipes para participar de competições de robótica

A robótica educacional tem se consolidado como uma ferramenta poderosa para desenvolver competências essenciais. Se antes ela estava restrita a grandes centros urbanos, agora vem ganhando espaço em diferentes realidades e democratizando o acesso à ciência, tecnologia e inovação. O Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, área de negócios da Positivo Tecnologia dedicada à educação, atua como agente desse movimento, e em parceria com a LEGO® Education possibilita que escolas de todo o Brasil ampliem oportunidades de aprendizado que estimulam criatividade, pensamento computacional, resolução de problemas e colaboração, além de possibilitar que os estudantes desenvolvam projetos de programação e engenharia aplicados ao seu cotidiano.

O uso de kits LEGO® Education favorece a aprendizagem prática baseada em projetos, aproximando os estudantes de situações reais. Essas ferramentas também estimulam a autonomia e a colaboração entre colegas, com o auxílio de materiais didáticos como peças de montagem, sensores, motores e softwares que permitem a construção e a programação de robôs de uma maneira didática e lúdica.

Um exemplo significativo pode ser visto em Vitória do Xingu (PA), onde alunos da escola Francisca de Oliveira Lemos Juruna, localizada em uma comunidade indígena, tiveram acesso aos kits por meio de uma iniciativa em parceria com o SESI.

A experiência despertou o interesse dos jovens pela ciência e pela tecnologia. Essa movimentação, por sua vez, motivou a instituição a criar uma equipe e participar da categoria Challenge da FIRST® LEGO® League. E uniu saberes tradicionais com inovação, mostrando como a tecnologia pode dialogar com diferentes contextos culturais e sociais.

De acordo com Alex Paiva, head de Produtos do Educacional, o impacto da ação vai além da sala de aula. “Nosso propósito é democratizar o acesso à tecnologia e oferecer oportunidades iguais para todos. Ver estudantes indígenas construindo robôs, resolvendo problemas e competindo na FIRST® LEGO® League é uma prova de que a educação pode gerar transformação real e inclusão”, diz ele.

A parceria entre o Educacional e a LEGO® Education não se limita à disponibilização da tecnologia. Ela promove a formação docente, o suporte pedagógico e o acesso a metodologias que permitem às escolas explorarem todo o potencial da robótica educacional. Assim, a empresa atua como agente de transformação e promove a inclusão digital para preparar os estudantes de diferentes regiões para os desafios do futuro. 

“O trabalho em parceria com a LEGO® Education nos permite levar às escolas muito mais do que kits de robótica. Com ele, entregamos uma metodologia estruturada, suporte a professores e condições para que os alunos aprendam de forma criativa, prática e colaborativa. Esse é um passo essencial para preparar os jovens para o século XXI”, destaca Paiva.

Com iniciativas como essa, o Educacional reforça o seu compromisso de preparar jovens para os desafios do futuro ao promover a inclusão digital e fortalecer o protagonismo de comunidades em todo o país.

Mais informações sobre o Educacional e suas soluções podem ser obtidas no site oficial da marca. 

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Educação

Afya promove aulão gratuito para o Enem com transmissão online

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AFYA
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Nesta sexta-feira, 17, das 13h às 18h, a Afya, que está presente em Itaperuna (Afya Centro Universitário Itaperuna), promove um aulão gratuito de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O evento contará com transmissão online aberta, permitindo a participação de estudantes de todo o país, independentemente da instituição em que estudam.

O aulão reunirá professores reconhecidos nacionalmente, que se destacam pela produção de conteúdo nas redes sociais e pela ampla experiência em ensino médio. Durante o encontro, eles farão revisões das principais disciplinas cobradas no exame, além de compartilharem dicas e estratégias para ajudar os participantes a potencializarem seus resultados.

Com essa iniciativa, a Afya  reforça seu compromisso com a educação de qualidade em todas as etapas da jornada de aprendizagem, não apenas para quem já é aluno e vivencia um ensino de excelência, mas também para quem está se preparando para ingressar no ensino superior. A instituição acredita que investir na formação dos futuros universitários é também investir no futuro da educação brasileira.

A Afya está presente na região noroeste Fluminense na instituição Afya Centro Universitário Itaperuna (antiga Uniredentor) que, além de oferecer cursos de graduação, como medicina, também oferta pós-graduação médica em áreas como pediatria, psiquiatria e dermatologia.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo link: https://info.afya.com.br/aulao-enem/.

 

Sobre a Afya   

A Afya, maior hub de educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em http://www.afya.com.br  e ir.afya.com.br.

 

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