Cultura
Entenda por que a busca por significado e acolhimento ganha cada vez mais adeptos na era digital

Conteúdos espirituais e mensagens de fé, como os compartilhados por Jessica Sensitiva, têm conquistado seguidores nas redes sociais, refletindo uma nova forma de buscar equilíbrio e apoio emocional
Nos últimos anos, o interesse por espiritualidade tem ganhado força nas redes sociais. De conteúdos sobre astrologia e autoconhecimento a previsões envolvendo figuras públicas, práticas antes restritas a círculos mais íntimos hoje circulam amplamente, e despertam atenção especial entre influenciadores e artistas.
Um dos nomes que mais se destacam nesse cenário é o da astróloga Jessica Sensitiva, que reúne mais de 300 mil seguidores no Instagram e concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal O Globo. Reconhecida por compartilhar mensagens intuitivas, previsões sobre personalidades conhecidas e reflexões sobre fé e mediunidade, ela construiu uma comunidade fiel e vem atraindo a atenção de diversas celebridades.
“Vejo muita gente, famosa ou não, em busca de acolhimento e direção. Às vezes, a previsão não é sobre o futuro, mas sobre entender o presente com mais clareza. É isso que tento oferecer”, diz Jessica.
A presença frequente desse tipo de conteúdo nas redes sociais coincide com o aumento do interesse por espiritualidade entre os usuários. Lives com rituais energéticos, mensagens de fé e conselhos intuitivos são temas recorrentes no cotidiano digital de pessoas que buscam práticas ligadas ao bem-estar.
“Mesmo com tanta informação circulando, muita gente se sente sozinha. A espiritualidade entra como um respiro. Não é fórmula mágica, mas ajuda a dar sentido ao caos”, afirma a sensitiva.
Previsões envolvendo a vida de celebridades, por sua vez, costumam ter grande engajamento, uma faceta do fenômeno que mistura curiosidade, entretenimento e crença. Termos como “limpeza espiritual” ou “mapa astral” se popularizaram, mesmo entre quem não segue caminhos religiosos tradicionais.
Jessica reconhece que o formato digital tem um apelo visual e midiático, mas reforça a responsabilidade de quem compartilha esse tipo de conteúdo. “Claro que tem um lado que chama atenção, porque previsão virou quase um espetáculo. Mas procuro sempre lembrar que estou lidando com sentimentos. Nem tudo precisa virar post. Espiritualidade, para mim, é também respeito e escuta”, declara.
Segundo ela, a procura por atendimentos espirituais por parte de famosos também tem crescido. “O mundo da fama é muito exposto, tudo acontece muito rápido. Às vezes, eles só querem alguém que olhe pra alma, não pra imagem”, explica.
Enquanto temas ligados à fé, intuição e energia conquistam mais espaço na internet, vozes como a de Jessica mostram que o universo espiritual também pode habitar o digital, e oferecer, ainda que por alguns instantes, acolhimento, escuta e sentido.
Cultura
Improvisação em dança e estéticas periféricas são tema de oficina no Dia da Mulher Negra Latino-Americana

No mês em que se comemora o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, o Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro convida para a Oficina de Improvisação em Dança, com a bailarina Lais Castro, que acontece neste sábado (26/7), às 13h. Com inscrições abertas e gratuitas, a atividade faz parte da residência “Fabulações, Corpo e Cidade”, promovida pela Associação Cultural Peneira, liderada por mulheres artistas.
Inscreva-se gratuitamente: https://forms.gle/YRR8Cv86aUYqQpgf9
A Oficina de Improvisação em Dança conecta a reflexão sobre corpo, memória e oralidade com a linguagem da improvisação em dança. Voltada para artistas e não-artistas da região metropolitana do Rio interessados na improvisação em dança, a atividade busca levar aos participantes uma experiência prática de criação coletiva.
“A oficina propõe a criação de partituras corporais tendo como base a articulação entre memória, corpo e cidade como dispositivos de criação. A oficina busca estimular reflexões sobre corpo, memória, oralidade, questões de gênero, territorialidade e estéticas negras periféricas, valorizando saberes populares e manifestações tradicionais que dialogam com a improvisação”, explica Lais Castro, responsável pela oficina.
A atividade gratuita faz parte de uma série de experimentações artísticas criadas a partir da residência artística “Fabulações, Corpo e Cidade”, promovida pela Associação Cultural Peneira. Apresentar e aprofundar pesquisas em dança contemporânea – e demais linguagens artísticas – faz parte da Associação que entende o território como ponto de partida para a criação, valorizando experiências, memórias e saberes que emergem das periferias e dos sujeitos que constroem a cidade.
Durante a residência, é articulado o método Fabulações do Território, desenvolvido pelo grupo com a improvisação em dança, ainda pouco explorada no Rio de Janeiro sob uma perspectiva periférica. Assim, a Peneira reforça seu compromisso de tecer redes, compartilhar saberes e fomentar processos artísticos colaborativos.
A residência “Fabulações, Corpo e Cidade” acontece desde maio, em encontros semanais, com um grupo que foi selecionado através de uma convocatória. Além da atividade deste sábado, no próximo mês, em 30 de agosto (sábado) acontecerá a Mostra de Processos; em seguida, durante o mês de setembro, será realizada a última oficina aberta ao público.
Sobre a Associação Cultural Peneira
Instituição sem fins lucrativos, criada na cidade do Rio de Janeiro. Atua na área da cultura, entendendo-a de forma ampla e de suma importância para o desenvolvimento social e econômico. Reconhecida pelo Ministério da Cultura (MinC) como Ponto de Cultura, a Peneira desenvolve formas inovadoras de compartilhar conhecimento e potencializar criações artísticas e culturais, valorizando a memória e saberes daqueles que constroem a cidade cotidianamente, fabulando outras territorialidades. Mais informações sobre o projeto e demais ações da instituição no www.peneira.org ou @peneira_org
Serviço
Oficina de improvisação em dança com Laís Castro
Data: 26 de julho de 2025 (sábado)
Horário: 13h
Entrada: Grátis
Inscrições: https://forms.gle/YRR8Cv86aUYqQpgf9
Local: Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro
Endereço: R. José Higino, nº 115 – Tijuca (Anexo ao Assaí Atacadista da Av. Maracanã) – Rio de Janeiro/RJ
Classificação etária: 14 anos
Duração: 3h
Exposição
Ava Galleria Rio promove exposição comemorativa dos 150 anos do Jockey Club de São Paulo

A Ava Galleria Rio promove uma exposição especial, em homenagem aos 150 anos do Jockey Club de São Paulo, com curadoria de Edson Cardoso, destacando a importância histórica desse patrimônio cultural, não só para a identidade de São Paulo, mas de todo o Brasil.
Cultura
Canvas Galeria de Arte reabre no Rio com exposição de Mazeredo e Alceu Lisboa

Mostra Diálogos reúne esculturas e pinturas, a partir de 31 de julho, no Shopping da Gávea
Com mais de quatro décadas, a Canvas Galeria de Arte está de volta ao Rio de Janeiro. Depois de sete anos de atuação apenas em São Paulo, onde mantém a sede no Jardins, o espaço inaugura seu novo endereço carioca, em ampla área no Shopping da Gávea. Para comemorar a novidade, o público pode conferir a exposição Diálogos, com obras inéditas dos artistas Mazeredo e Alceu Lisboa, de 31 de julho a 16 de agosto.
Alceu Lisboa – Acrílica sobre tela
Artista carioca com obras que integram o cenário urbano de cidades como Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Cairo, Nova York, Lisboa, Miami, Paris e Madri, Mazeredo, nome artístico de Marli Crespo Azeredo, apresenta mais de 40 esculturas inéditas de médio e pequeno porte. Da série Diálogo, iniciada em 2012, os trabalhos são feitos em ferro, alumínio, resimármore, bronze e técnica mista. Sua produção transita entre o abstrato e o figurativo como um jogo construtivo, serial e modular, com temas ligados à natureza, movimento, espiritualidade e comunicação.
Alceu Lisboa – Acrílica sobre tela
Os módulos tridimensionais representam a boca humana, que quando interconectadas no espaço fazem surgir outras imagens como borboletas ou pombas e, se encadeadas, podem ser vistas como as curvas ondulantes da paisagem carioca. “O que mais precisamos hoje no mundo é de diálogo. Esse tema é mais atual do que nunca”, explica a artista. “Com base na emoção, na criatividade lúdica e na pesquisa formal, passei a vivenciar um desdobramento das formas no espaço que percebo como infinito, com a sensação maravilhosa de estar estilizando a própria vida”, completa.
Mazeredo Babel – técnica mista
Artista conhecida internacionalmente, com participação na Bienal de Veneza de 2019, Mazeredo estará em Paris para três eventos no mês de outubro, pelo Ano do Brasil na França. Sua escultura Diálogo, de mais de dois metros em técnica mista, estará na Praça Mahsa Amini, que será inaugurada em homenagem à jovem morta pela polícia do Irã em 2022 por não usar corretamente o hijab (véu islâmico). Ela ainda participará do Salão Internacional de Arte Contemporânea, no Carrossel do Louvre, e terá exposição individual na Marci Gaymu Gallery.
Mazeredo Paz – Resimármore
Com 12 pinturas em acrílico sobre tela, Alceu Lisboa faz sua estreia no Rio de Janeiro. O artista baiano, com formação em Física e Matemática, apresenta obras inéditas produzidas desde o início pandemia, em 2020. Seus trabalhos tem a geometria como ponto de partida e as linhas curvas evocam fenômenos físicos como ondas e campos de energia. As peças equilibram rigor estrutural e sensibilidade cromática numa paleta vibrante e texturas suaves que dão profundidade aos desenhos.
“Comecei com o geométrico por conta da minha formação, mas depois fui encolhendo as formas e inseri as linhas. A linha curva me dá mais liberdade”, explica o artista, que tem trajetória marcada por uma transição notável. Depois de mais de 30 anos dedicados à educação, desde 2007 se dedica exclusivamente à pintura e vem se destacando no cenário da arte contemporânea brasileira.
Alceu é disciplinado. Trabalha diariamente por horas em seu ateliê, montado no próprio apartamento, em Salvador. Lê, estuda e faz cursos com frequência. “Sempre fui um colecionador, comprava muitas obras, por isso fiz amizade com muitos artistas. Hoje busco aprender tudo o que posso. É a minha religião”, conta.
Sobre os artistas
Mazeredo – Artista conhecida internacionalmente, participa desde os anos 1990 de exposições em cidades como Cairo, Atenas, Paris, Nova York e Miami. Foi destaque na Bienal de Veneza, em 2019. No Brasil, expôs em instituições como Museu Nacional de Belas Artes e Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro, e no Fórum Global da Rio 92.
Com três livros publicados sobre sua trajetória, a artista tem esculturas no mundo e no Brasil. No Rio de Janeiro, cidade em que vive e trabalha, são destaques Nijinsky, com 4 metros, localizada no Museu Parque da Catacumba; Vitória, com a mesma dimensão, exposta na Praça do Lido; Harmonia, de 7 metros, no Aterro do Flamengo; Monumento a Zuzu Angel, de 5 metros, em São Contado; Solidária, com 3M, na Lagoa; e Ícaro, 2 metros, no Museu Histórico e Cultural.
Alceu Lisboa – Nascido na Bahia, em 1947, ocupou importantes cargos na educação de Salvador. Foi professor no Colégio Antônio Vieira e diretor fundador do Curso Nobel e do Colégio Alfred Nobel, além da Escola de Administração, Marketing e Comunicação (ESAMC). Estudou com Waldo Robatto, na capital baiana, e Sérgio Fingeram, em São Paulo, e fez os cursos de técnicas em pintura na Casa do Restaurador, também em São Paulo. Em 2014 fez sua primeira exposição individual na Galeria ACBEU, no Corredor da Vitória, em Salvador.
Serviço – Diálogos
Abertura: 31 de julho, às 18h
Visitação: até 16 de agosto, diariamente, das 14h às 20h
Canvas Galeria de Arte – Shopping da Gávea – Rua Marquês de São Vicente, 52, Lj: 322.
contato@canvasgaleriadearte.com.br
Entrada gratuita