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Saúde

Entidades médicas pedem faixa etária maior para mamografia de rastreio

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© Rodrigo Nunes/MS

Entidades médicas apresentaram à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) um parecer defendendo a mamografia de rastreio para todas as mulheres entre 40 e 74 anos. O documento tenta mudar o critério a ser usado pela ANS para certificar planos de saúde em seu novo programa de valorização às boas práticas no tratamento do câncer.

Em dezembro do ano passado, a Agência lançou uma consulta pública para receber contribuições sobre o programa, e divulgou a cartilha preliminar com orientações e critérios para os planos de saúde que desejarem obter a certificação. Mas acabou sendo alvo de protestos.

Um dos principais critérios é a realização de rastreamento organizado, ou seja, a convocação das usuárias para realizarem exames regularmente, mesmo sem sintomas. No caso do câncer de mama, a cartilha seguiu o protocolo do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca): mamografias a cada dois anos para as mulheres com idades entre 50 e 69 anos.

Mas para as entidades médicas, essa faixa etária exclui uma parcela importante da população. Após os protestos, a ANS concedeu um prazo de um mês para que as organizações apresentassem um parecer com evidências científicas, o que foi feito na semana passada.

Aumento de casos

Elaborado em conjunto pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Sociedade Brasileira de Mastologia e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, o parecer argumenta que em 2024, 22% das mulheres que morreram por câncer de mama no Brasil tinham menos de 50 anos, e 34% tinham mais de 70.

Os estudos reunidos no documento também apontam que houve crescimento de casos de câncer em mulheres mais jovens, e que esses tumores geralmente são mais agressivos e tem mais risco de metástase.

Para as entidades médicas, a mamografia deve incluir essas pessoas, porque o diagnóstico de câncer em pessoas assintomáticas, a partir de exames de imagem, demanda tratamentos que impactam menos a qualidade de vida da paciente, e tem menos risco de recidivas, metástases e mortalidade.

“No grupo do rastreamento, o tumor é detectado no estágio inicial e apresenta características biológicas menos agressivas, permitindo maior número de cirurgias conservadoras da mama. Essas pacientes também possuem menos indicação de quimioterapia, consequentemente com menores efeitos colaterais do tratamento” diz o parecer.

E as entidades complementam: “o diagnóstico precoce também é custo-efetivo e se associa a benefícios econômicos, porque reduz os custos do tratamento, ao evitar terapias caras para cânceres em estágios avançados”.

Efetividade

Mas de acordo com o diretor-geral do Inca, Roberto Gil, não há discussão sobre os benefícios do diagnóstico precoce, mas sim sobre a efetividade de aumentar a idade dos exames de rastreamento, que devem ser feitos por todas as mulheres, quando não há sintomas ou suspeita.

“Nossa questão não está baseada na incidência da doença abaixo dos 50 anos, mas nas fortes evidências de que o rastreamento abaixo de 50 anos não tem sensibilidade, aumentando o risco de sobrediagnóstico e de maior número de intervenções, sobrecarregando todo o sistema de Saúde”, afirmou Gil na quinta-feira (27).

Em entrevista anterior à Agência Brasil, Gil enfatizou: “A informação científica que temos hoje não é da opinião de um especialista, é da literatura médica, avaliada com o nível de evidência 1, meta-análise e estudo randomizado, que é o maior nível de evidência que se tem. Grande parte dos trabalhos não conseguiu mostrar nenhum aumento de sobrevida na faixa dos 40 aos 50 anos. Só houve aumento de sobrevida na faixa de 50 a 69 anos.”

De acordo com ele, isso se explica pela maior densidade da mama de mulheres mais jovens, o que aumenta as chances de um resultado falso positivo, que precisará ser descartado por exames adicionais, ou até por cirurgias desnecessárias.

<<Cerca de 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS

Cobertura

Teste de mamografia realizado na Campanha Outubro Rosa: Sesc-DF. Foto: José Cruz/Agência Brasil – José Cruz/Agência Brasil

Mas tanto o Inca quanto as entidades médicas defendem o rastreamento organizado, apontado como um dos principais responsáveis pela queda nos casos de câncer em alguns países desenvolvidos.

No Brasil, a cobertura da mamografia ainda é um desafio. A última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, mostrou que menos de 60% das mulheres de 50 a 69 anos tinham feito mamografia há menos de dois anos da data da entrevista.

Para Roberto Gil, esse é mais um argumento contra o aumento da faixa etária, porque a inclusão de mais pacientes pode dificultar o acesso das mulheres que já estão cobertas pelo protocolo: “Se eu estivesse fazendo um salto em altura, eu botei o meu sarrafo em 2 metros e não estou conseguindo pular. A minha próxima medida vai ser tentar melhorar e treinar muito para pular os 2 metros, ou elevar o sarrafo para 2,50?”

Mas as sociedades médicas temem que, se o protocolo do Inca for mantido como critério pelo programa de acreditação da ANS, os planos de saúde passem a negar exames de rotina em pacientes fora da faixa etária, ainda que eles estejam cobertos pelo rol obrigatório.

O parecer ressalta que o cenário do rastreamento é melhor na rede privada, onde “53% dos tumores são detectados pela mamografia, em pacientes assintomáticas, e 40,6% são diagnosticados no estágio I (menos agressivo)”, logo não há risco de prejuízo para as usuárias que já têm indicação, caso mais mulheres sejam incluídas.

A ANS informou que recebeu o documento no dia 26 de fevereiro. “Neste momento, a proposta do Manual de Certificação de Boas Práticas em Atenção Oncológica passa pela análise das mais de 60 mil contribuições recebidas durante a Consulta Pública 144, sem previsão de conclusão”, disse a ANS em nota.

A agência complementou que as análises vão embasar a proposta final de Certificação Oncológica, que será objeto de nova audiência pública.

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Saúde

Andreia destaca-se no apoio a mulheres portuguesas com dificuldades para engravidar através da cura energética

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Em Portugal, a infertilidade atinge milhares de casais e representa um desafio cada vez mais discutido em consultas médicas e também em abordagens complementares. Neste contexto, Andreia, de 44 anos e mãe de oito filhos, tem vindo a ganhar destaque pelo trabalho dedicado a mulheres que enfrentam obstáculos para alcançar a maternidade, através de um método que define como “Cura de Luz”.

A especialista defende que nem todos os casos de infertilidade podem ser explicados pela medicina convencional. A sua atuação centra-se na dimensão espiritual e energética, partindo da premissa de que o equilíbrio da energia vital pode influenciar diretamente a fertilidade. “A energia do corpo é determinante. Quando desbloqueada, pode abrir espaço para que a conceção aconteça”, explica Andreia.

O método de cura que desenvolve não substitui o acompanhamento médico, mas funciona como uma prática complementar, dirigida exclusivamente ao restabelecimento energético da mulher. Trata-se de um processo individualizado, realizado caso a caso, no qual Andreia aplica técnicas que procuram alinhar a energia vital e criar condições favoráveis à gestação.

Profissionais da área da saúde reconhecem que ainda existem lacunas nas explicações sobre determinados casos de infertilidade, nos quais não são identificadas causas clínicas aparentes. É neste espaço que métodos como o de Andreia encontram recetividade, oferecendo alternativas espirituais e energéticas para mulheres que não encontram respostas apenas na medicina tradicional.

O trabalho de Andreia reforça uma tendência crescente em Portugal: a procura por práticas complementares que abordam a fertilidade de forma ampla e multidimensional. Ao centrar-se na dimensão energética, apresenta uma perspetiva que, embora distinta da abordagem médica, surge como um caminho adicional para mulheres que desejam concretizar o sonho da maternidade.

Para mais informações acesse – Instagram: https://www.instagram.com/andreialuz__

(Fotos: Divulgação)

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Saúde

Prefeitura de São Paulo vai ampliar oferta de canabidiol pelo SUS

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© Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (25) que passará a usar medicamentos à base de canabidiol, substância química da cannabis, para o tratamento de mais de 30 tipos de doenças ou transtornos na rede pública.

Os pacientes, que anteriormente recorriam à via judicial para conseguir o tratamento, agora poderão obter prescrições médicas de forma mais acessível na rede pública da capital. 

O tratamento à base de canabidiol será destinado inicialmente para pacientes com quadros graves ou refratários. Entram na lista das doenças e condições de saúde que poderão receber o tratamento:

  • epilepsias,
  • dores crônicas,
  • doenças neurodegenerativas,
  • transtorno do espectro autista,
  • patologias reumatológicas.

Prescrição

Os médicos legalmente habilitados e capacitados são os únicos que podem prescrever o uso da cannabis medicinal. A secretaria informou que profissionais da rede estão sendo capacitados para oferecer o uso terapêutico do medicamento.

As farmácias municipais de referência serão responsáveis pela venda da medicação. Os pacientes que pretendem utilizar o canabidiol devem apresentar prescrição médica, notificação de receita B1 (do tipo azul), cartão SUS ou CPF e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As farmácias habilitadas na venda dos produtos podem ser consultadas na plataforma Remédio na Hora.

Cinco apresentações orais de canabidiol serão disponibilizadas na rede municipal: Full Spectrum 200mg/ml e 100mg/ml (com até 0,2% THC); Broad Spectrum 200mg/ml, 100mg/ml e 50mg/ml (isentas de THC).

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, as orientações sobre o uso medicinal da cannabis seguem a legislação vigente e a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

*Estagiário sob supervisão de Eduardo Luiz Correia

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Saúde

Nova regra limita private labels em medicamentos e desafia redes de varejo

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Emenda veda lançamento de medicamentos sob marcas próprias em supermercados, impactando inovação, competição e estratégias do setor de consumo

Uma emenda ao Projeto de Lei 2.158/2023, apresentada pelo senador Efraim Filho (União-PB), voltou a colocar em pauta a presença de farmácias dentro de supermercados. Segundo o texto, os supermercados poderão operar farmácias, de forma direta ou em parceria com drogarias licenciadas, desde que respeitadas todas as normas de segurança, armazenamento e a presença obrigatória de farmacêutico em tempo integral. A novidade mais relevante é que a proposta impede que esses estabelecimentos lancem medicamentos sob suas próprias marcas, mantendo a atividade restrita à indústria farmacêutica.

“Essa é uma decisão de grande impacto porque atinge um segmento que cresce rapidamente: o de private labels”, afirma Antônio Sá, sócio-fundador da Amicci, maior plataforma B2B especializada no desenvolvimento de marcas próprias do continente. “Nos últimos cinco anos, o faturamento do setor de farmácias com marcas próprias mais que dobrou, passando de R$ 2,1 bilhões em 2020 para R$ 4,6 bilhões em 2024. Em apenas um ano, o volume de negócios cresceu 14,9%”, completa Sá.

O levantamento da Amicci mostra ainda que marcas próprias estão presentes em 85% das categorias de consumer health e autocuidado, e projeções indicam expansão de 16% em 2025. Redes como a RD Saúde (Raia Drogasil) já refletem esse movimento: a receita com marcas próprias cresceu 40% em 2022 e 30% em 2023, atingindo R$ 1 bilhão.

Enquanto setores como alimentos, higiene e beleza consolidam o avanço das private labels, a emenda limita essa possibilidade nos medicamentos. “Em termos estratégicos, a medida pode reduzir a capacidade de diferenciação das redes e diminuir a pressão sobre preços e inovação”, comenta Sá. “Para o consumidor, ainda haverá conveniência com farmácias em supermercados, mas a variedade de produtos será menor. Proibir marcas próprias em medicamentos, tanto para supermercados quanto farmácias, tem um impacto grande para o consumidor que deixa de ter o benefício do seu produto de qualidade a preço baixo. Nos grandes mercados, como Estados Unidos, as marcas próprias em medicamentos têm uma participação significativa no mercado”, completa.

O especialista reforça: “As private labels deixaram de ser vistas apenas como alternativas mais baratas. Hoje, carregam confiança, qualidade e identidade. Excluir medicamentos desse movimento pode frear inovação e competição no setor de saúde e bem-estar.”

De acordo com dados da Nielsen, empresa global de pesquisa de mercado, 45% dos lares brasileiros já consomem marcas próprias, número que deve crescer à medida que categorias de alto valor agregado, como maquiagem, skincare e cuidados pessoais, ganham espaço.

 O lugar das marcas Próprias

A Francal, maior promotora e ecossistema para eventos da América Latina, une forças com a Amicci, para realizar um encontro único no setor, com objetivo de potencializar o universo de marcas próprias e terceirização em toda região.  O PL Connection 2025 é o principal evento da América Latina voltado para marcas próprias e terceirização e acontece nos dias 26 e 27 de agosto, no Expo Center Norte.

“O PL Connection é o momento ideal para discutir essas transformações. O evento reúne marcas e especialistas do setor de consumo para debater estratégias, inovação e o futuro das private labels no Brasil”, acrescenta Sá. O encontro também será palco para apresentação de cases de sucesso, novas tendências e insights que ajudam a tornar o mercado de consumo mais competitivo e inovador.

Serviço da feira

Datas: 26 e 27 de agosto de 2025 – Das 11h às 19h

Local: Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo (Portão 6), Av. Otto Baumgart, 1000 – Vila Guilherme, São Paulo – SP

Entrada: a visitação é gratuita para profissionais com CNPJ ativo. Menores de 16 anos não têm entrada permitida, salvo lactentes até 24 meses

Credenciamento para imprensa em: https://plconnection.com.br/imprensa/

Confira a programação: https://plconnection.com.br/

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