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Saúde

Epidemia de dengue assusta: como proteger sua casa dos insetos durante o verão

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Epidemia de dengue assusta: como proteger sua casa dos insetos durante o verão
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*Por Michelle Falciano

 
O verão é uma das estações mais aguardadas por muitas pessoas, inclusive por mim. O calor, o sol e as atividades ao ar livre proporcionam uma energia revigorante. No entanto, esse período do ano também traz desafios significativos, especialmente no que diz respeito ao aumento da presença de insetos. Moscas, baratas, pernilongos e mosquitos transmissores de doenças como dengue e chikungunya tornam-se mais prevalentes, exigindo uma atenção especial para garantir um ambiente doméstico saudável e seguro.

Recentemente, as autoridades de saúde emitiram um alerta preocupante sobre a detecção de uma nova variante do vírus da dengue no Brasil, intensificando a necessidade de atenção redobrada. Em 2024, o país enfrentou sua pior epidemia de dengue da história, com mais de 6,6 milhões de pessoas infectadas pelo mosquito Aedes aegypti. Anteriormente, os recordes de casos foram registrados em 2015 e 2023, com mais de 1,649 milhão de notificações cada ano.

De acordo com o Ministério da Saúde, até 7 de outubro de 2024, foram contabilizados impressionantes 6,5 milhões de casos prováveis de dengue, representando um aumento alarmante de 107% em relação ao mesmo período de 2023. Dados do painel de arboviroses do governo de São Paulo reforçam a gravidade do cenário: até 18 de janeiro de 2025, o estado já havia registrado 43.817 casos, um aumento expressivo de 51% em comparação aos 29.042 casos registrados no início de 2024, sinalizando o avanço preocupante da doença.

O Aedes aegypti, mosquito transmissor de dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana, encontra no verão as condições ideais para sua proliferação. Infelizmente, nossas residências possuem diversos locais propícios para sua reprodução.

Em minha atuação como diretora administrativa na Termipest Controle e Pragas, torna-se evidente para mim o impacto significativo que esses pequenos intrusos indesejados podem causar. Além de serem um incômodo, muitos desses insetos representam sérios riscos à saúde. Este cenário evidencia a importância de adotar medidas preventivas eficazes para controlar sua proliferação.

Como mãe, dona de casa e empresária no setor de controle de pragas, posso afirmar com segurança que a prevenção é a melhor abordagem para evitar esses desafios. Para aqueles que, como eu, desejam prevenir esses transtornos, sugiro algumas estratégias simples e eficazes que podem ser extremamente benéficas:

  1. Manter a Limpeza do Ambiente: Resíduos de comida e lixo acumulado atraem moscas e baratas. Recomenda-se limpar as superfícies regularmente e descartar o lixo diariamente.
  2. Eliminar Água Parada: Esta dica é clássica, mas crucial. Vasos de plantas, pneus e recipientes com água acumulada são criadouros do mosquito Aedes aegypti. Verifique o quintal semanalmente para prevenir infestações.
  3. Usar Telas de Proteção: Instalar telas nas portas e janelas é uma solução simples e eficaz para impedir a entrada de mosquitos e outros insetos.
  4. Guardar Alimentos Corretamente: Mantenha sempre os alimentos em recipientes fechados. Isso é eficiente para evitar contaminação por moscas e baratas.
  5. Investir em Dedetização Profissional: Muitas vezes, as medidas caseiras não são suficientes, especialmente em determinadas épocas do ano. A dedetização profissional, realizada por uma empresa devidamente regularizada, é a maneira mais eficaz de combater infestações, garantindo segurança e tranquilidade.

Desfrutar do verão é essencial, mas igualmente importante é cuidar da nossa saúde e bem-estar. Pequenas mudanças na rotina cotidiana podem fazer uma grande diferença. Proteger nossa casa contra insetos vai além do conforto; trata-se de cuidar da saúde e da segurança da família.

Como profissional da área de controle de pragas, reforço que a prevenção é sempre mais fácil do que lidar com um problema já estabelecido. Recomendo agir proativamente, adotando medidas preventivas que permitam aproveitar plenamente as vantagens do verão, garantindo um lar tranquilo e seguro.

 *Michelle Falciano é uma empresária e especialista em administração de empresas, com mais de 23 anos de experiência no setor. Sua trajetória empreendedora teve início aos 20 anos, após seis anos de experiência como funcionária CLT, evidenciando desde cedo sua coragem e determinação. Reconhecida por sua gestão estratégica e inovadora, Michelle desenvolveu planos eficazes mesmo em períodos de crise, consolidando sua empresa como referência em qualidade e excelência no controle de pragas.

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Saúde

Casos respiratórios graves seguem em alta após volta às aulas

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Casos respiratórios graves seguem em alta após volta às aulas
© Paulo Pinto/Agência Brasil

Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG – entre crianças e adolescentes de até 14 anos permanecem em alta após a volta às aulas no Distrito Federal e em cinco estados: Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.

É o que aponta a última edição do Boletim Infogripe, divulgado nesta quinta-feira (20), no Rio de Janeiro, pela Fiocruz. O termo SRAG designa os casos de síndrome gripal que evoluem com comprometimento da função respiratória, geralmente exigindo hospitalização.

“As crianças passam mais tempo em ambientes fechados e em maior contato, favorecendo a transmissão dos vírus respiratórios”, explica a pesquisadora Tatiana Portella. O boletim acende também um alerta para as infecções por vírus sincicial respiratório – VSR – no Distrito Federal e em Goiás, o que tem provocado aumento de casos de SRAG entre bebês de até 2 anos.

Geralmente, o VSR circula mais durante o inverno, mas somente este ano foram registrados mais de 460 casos de SRAG motivados pelo vírus em todo o país, com 16 mortes.

Covid-19

No entanto, a covid-19 continua sendo a infecção viral mais letal: as mortes por SRAG este ano passam de 1 mil e mais de 81% dos óbitos com diagnóstico confirmado de algum vírus foram causados por covid-19. A maioria das vítimas eram idosos.

Em quatro estados, a pesquisa observou aumento de casos com sinais característicos de covid-19: Mato Grosso, Roraima, Sergipe e Tocantins. Neste último, chama a atenção a quantidade de ocorrências entre jovens e adultos.

Além disso, sete unidades federativas apresentam níveis de alerta ou risco nas tendências de curto e longo prazo, independentemente da causa: Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins.

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Saúde

Prepare-se para o Carnaval com dicas de alimentação e exercícios para curtir com energia e disposição

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Prepare-se para o Carnaval com dicas de alimentação e exercícios para curtir com energia e disposição
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O Carnaval chegou, e com ele os primeiros sinais de festa. As ruas começam a se encher de energia, blocos surgem por todos os cantos, e as pessoas se preparam para dias intensos de muita diversão. Mas não basta apenas entrar na folia: é preciso também garantir que o corpo esteja pronto para aguentar a maratona de festas.

Lucas Barreto, nutricionista da Selfit, destaca que a alimentação é um pilar essencial para quem quer curtir o Carnaval com disposição. “Os carboidratos são os alimentos essenciais para o fornecimento de energia. Prefira os complexos, como cereais integrais, leguminosas e tubérculos, por serem absorvidos de forma mais lenta pelo corpo, garantindo energia por mais tempo”. O nutricionista recomenda, antes das aulas de dança ou dos treinos, refeições leves com frutas, que fornecem carboidratos, vitaminas e hidratação. “Além disso, durante o Carnaval, alimentos práticos, como barras de proteína, sanduíches naturais e bebidas isotônicas, ajudam a manter a energia nos blocos. Para quem exagerar nas bebidas alcoólicas, a hidratação com água de coco e o consumo de alimentos equilibrados são essenciais para a recuperação”, reforça.

Outro ponto fundamental para aproveitar o Carnaval ao máximo é preparar o corpo com exercícios que fortalecem e aumentam a resistência. O educador físico da Selfit, Artur Brissantt, reforça: “Exercícios que trabalham o core (região do corpo que se estende do abdômen até a pelve, passando pela região lombar), como agachamentos e passadas, ajudam a evitar lesões e garantem resistência. Já atividades como pular corda, andar de bicicleta e dançar são ótimas para o condicionamento cardiorrespiratório, melhorando o fôlego e o pique para os blocos”. A combinação de força, resistência e dança é ideal para quem quer aproveitar ao máximo a folia, sem perder o ritmo e com muita energia.

Dicas Selfit para quem vai curtir o Carnaval

Antes dos blocos: Faça uma refeição balanceada com proteínas magras, frutas e alimentos integrais. Por exemplo: frango, ovos e carne vermelha.

Durante a festa: Mantenha a hidratação com água, água de coco ou isotônicos e tenha sempre opções práticas para comer.

Depois da folia: Hidrate-se bem, invista em uma alimentação equilibrada e volte à rotina de treinos para manter o corpo saudável.

Sobre a Selfit Academias:
Em 2012, os fundadores inauguraram em Salvador (BA), a primeira unidade do que se tornaria a Selfit Academias – uma das maiores redes da América Latina. Em 2015, já com cinco unidades, a empresa se associou ao fundo H.I.G. Capital, elevando o negócio a uma nova escala e acelerando o seu crescimento. A Selfit é uma rede de academias que dobra de tamanho a cada ano. Está presente em quase todos os estados do Brasil, incluindo academias em implantação que totalizam 156 unidades. O principal propósito da marca é estar conectada à jornada de vida de cada pessoa. O objetivo da empresa é despertar em todos a paixão pelo movimento, respeitando as metas individuais. A Selfit Academias possui um time com sinergia, obstinado em entregar resultados com esmero e atenção aos detalhes, assegurando as melhores experiências em seus empreendimentos.

Em julho de 2021, a Selfit realizou um aporte na startup Weburn, considerada a “Netflix” da vida saudável. O aplicativo já oferecia treinos, dicas de alimentação e videoaulas, agora investe em uma linha própria de produtos nutricionais. A Weburn começou sua história em 2017, com o objetivo de levar uma melhor qualidade de vida para o maior número de pessoas através de conteúdos fitness, saúde e bem-estar. Atualmente, a startup conta com mais de 500 mil usuários. No segundo semestre de 2024, a Selfit conquistou o selo Great Place to Work, chancela também conhecida como GPTW. A certificação, considerada uma das principais referências mundiais em cultura organizacional, oferece a possibilidade de os colaboradores das empresas avaliarem a companhia por meio de pesquisas de diagnóstico.

Mais informações: www.selfitacademias.com.br
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Saúde

Luta contra alcoolismo envolve suporte do Estado e da sociedade

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Luta contra alcoolismo envolve suporte do Estado e da sociedade
© Arquivo/Agência Brasil

Ao ouvir experiências de outras pessoas, Bernardino Freitas, de 60 anos, descobriu que não estava sozinho. Nem havia motivo para se envergonhar. O homem, nascido em Miracema do Norte (TO) e que vive há sete anos em Brasília (DF), queria mesmo que a lembrança do copo com aguardente ficasse no passado. “Fui procurar ajuda no Caps (Centro de Atenção Psicossocial) quando tinha passado do limite”.

Ele percebeu o “limite” quando se viu de manhã até a noite nas mesas de bares e sentindo a saúde se deteriorar. Somaram-se aí os sentimentos da esposa e dos filhos. O aposentado procurou ajuda de profissionais de saúde e está há dois anos longe do vício. A vida sem álcool ganhou outro sabor. 

“Hoje eu me sinto muito melhor”, afirma Bernardino. Nesta quinta (20), Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, ele tem na rotina a participação em grupo terapêutico, em que se identifica com outras histórias. “Os profissionais de saúde do Caps fizeram com que eu me envolvesse com o tratamento”. 

O aposentado Bernardino Teixeira faz tratamento contra o alcoolismo no Capes do Guará, região administrativa do DF. Foto Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A bebida, segundo Bernardino, ganhou importância quando se viu sem poder trabalhar como jardineiro, profissão da maior parte da vida. Uma cirurgia na coluna fez com que se aposentasse aos 45 anos. “Isso me empurrou para o vício. Eu fiz bem em pedir ajuda”.

Papel do SUS

No Brasil, o tratamento contra a dependência em álcool é especializado, gratuito e universal (nas unidades básicas e nos Caps). Questionado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que os cuidados para pacientes com alcoolismo e outras drogas no Sistema Único de Saúde (SUS) são realizados pela Rede de Atenção Psicossocial (Raps), que totalizam 6.397 unidades em todo o país, entre elas 3.019 centros de Atenção Psicossocial (Caps).

“Essa estrutura faz do Brasil um dos países com a maior rede de saúde mental do mundo”, acrescentou o ministério. Os serviços incluem intervenções psicossociais para cada caso, que podem ser realizadas de forma individual ou coletiva, o que inclui o acolhimento da família.

O ministério disse que os Caps têm acesso livre, não precisam de agendamento prévio para realizar o primeiro atendimento e têm equipes multiprofissionais. Essas unidades atendem pessoas de todas as faixas etárias. Existem unidades com essa característica que funcionam 24 horas e contam com camas para acolhimento noturno dessas pessoas por até 15 dias no mês.

Serviço é gratuito, mas tem desafios

Além de a rede de serviços ser gratuita e do acesso a toda a população, o que é fundamental para combater o problema do alcoolismo, há desafios no dia a dia dessa política pública, afirma a socióloga Mariana Thibes. Ela, que é coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), organização da sociedade civil de interesse público e referência em pesquisas sobre o tema, entende, porém, que “muitos desafios” permanecem nos trabalhos de prevenção às doenças causadas pelo etilismo. 

Para a pesquisadora, seriam importantes, nessa luta dos profissionais de saúde, maior qualificação para identificação precoce do problema nas abordagens de rotina, ampliação da disponibilidade de tratamento medicamentoso especializado na maioria dos municípios e aumento do número de profissionais de saúde especializados, como psiquiatras e psicólogos nos Caps-AD (tratamento contra a dependência em álcool e drogas). 

“Além disso, podemos destacar as barreiras de acesso por conta do estigma que a doença ainda tem, o que retarda a busca por ajuda”, alertou Mariana em entrevista à Agência Brasil. Ela entende que, dessa forma, embora o Brasil tenha avançado nos principais pilares do combate ao alcoolismo nas últimas décadas, ainda resta muito a ser feito.

Efeitos da pandemia

A pandemia de covid-19 (que, como medida sanitária, fez com que as pessoas precisassem se isolar em casa) representou um desafio para quem sofre com o alcoolismo. “Muitas pessoas passaram a beber mais para enfrentar as dificuldades do momento”, lembra a socióloga. 

Ela explica que pacientes ficaram sem tratamento por causa da superlotação dos serviços de saúde em vista das prioridades com a pandemia. “Houve aumento no número de mortes por alcoolismo, não só no Brasil, mas no mundo. Alguns estudos vêm mostrando que esses problemas ainda não foram totalmente revertidos. Esforços em políticas públicas precisarão ser feitos para isso acontecer”. 

Racismo e machismo

Um dos dados que a pesquisadora cita é que 72% das mulheres vítimas de transtornos causados por dependência ao álcool são negras. Mariana Thibes explica que esse número não está relacionado ao maior consumo abusivo por essa população. São mais vítimas porque há desigualdade no acesso a serviços de saúde de qualidade. 

“Muitas pessoas negras residem em áreas com infraestrutura deficiente, escassez de recursos médicos e falta de profissionais capacitados, o que limita o acesso a cuidados de saúde adequados”, afirmou.

Outro elemento trazido pela coordenadora do Cisa é que a discriminação racial no sistema de saúde pode resultar em diagnósticos tardios, tratamentos inadequados e menor qualidade no atendimento, prejudicando a saúde da população negra.

 “O estresse crônico, decorrente da discriminação racial, pode acarretar problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão, traumas psicológicos e abuso de substâncias, incluindo o álcool”. Além disso, no caso das mulheres, os impactos são maiores porque convivem com a discriminação de gênero. 

Publicidade abusiva

A legislação brasileira (Lei 9.294), hoje, impõe restrições à publicidade de bebidas alcoólicas. Entre as limitações, estão a permissão de propaganda apenas entre as 21h e as 6h, e a obrigatoriedade de advertências sobre os malefícios e riscos do consumo. No entanto, conforme explica Mariana Thibes, os canais de influenciadores e as redes sociais no Brasil não são regulamentados.

O alerta da pesquisadora é comprovado por pesquisa de 2021 feita pela publicação especializada Journal of Studies on Alcohol and Drugs (dos EUA), que mostrou que 98% das publicações sobre álcool no Tik Tok retratavam a substância de forma positiva.

Sinais e sintomas

A psiquiatra Olivia Pozzolo avalia que a prevenção das doenças relacionadas ao consumo de álcool é papel do Estado, mas as famílias também podem desempenhar apoio fundamental. “As famílias são essenciais, tanto na identificação precoce de um comportamento de risco, no suporte emocional, quanto no encorajamento à busca de tratamento adequado e na manutenção também do tratamento”, afirma a especialista, que também é pesquisadora do Cisa. 

Ela explica que a dependência do álcool pode ser reconhecida por sinais e sintomas característicos, como a incapacidade de reduzir ou controlar o consumo, o uso contínuo, apesar de ter consequências negativas na vida de alguém, e o aumento da tolerância. 

“Algumas formas de auxiliar são oferecer um ambiente de escuta sem julgamento, encorajar a pessoa a buscar tratamento especializado, participar de grupos de apoio para a família, onde é possível compartilhar experiências e estratégias e evitar situações que podem incentivar o consumo de álcool”. A recuperação é, segundo avalia, um processo contínuo e o suporte pode fazer diferença para quem enfrenta essa condição.

Alcoólicos anônimos

Além do suporte do Estado e da família, um serviço consolidado no Brasil (e também no mundo) partiu da sociedade organizada, a Irmandade de Alcoólicos Anônimos. Em 2025, essa iniciativa completa 90 anos de história e está presente em 180 países. No Brasil, há atualmente 3.802 grupos que realizam 8.665 reuniões todas as semanas. Ao todo, 93 grupos realizam 449 reuniões a distância. Segundo a presidente da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil (Junaab), Lívia Pires Guimarães, para que a pessoa possa ingressar na atividade o único requisito é o desejo de parar de beber. 

“Apenas isso. Havendo esse desejo, ela já está apta para ser membro. Não há restrição de idade ou de gênero, classe social e nenhuma outra questão complementar”, afirmou. Ela explica que a irmandade tem característica comunitária. Todo o serviço de AA é feito por alcoólicos que fazem parte do programa de recuperação. “Tudo sugerido, nada é imposto. Aqueles que querem, que se identificam, se voluntariam para poder servir. Não há profissionais contratados na Irmandade de Alcoólicos Anônimos”.

No AA, há pessoas não alcoólicas na estrutura de serviços administrativos. “A irmandade não é secreta, mas guarda o anonimato dos seus membros”. Ela afirma que se trata de um programa que transcende o tratamento do alcoolismo. “Uma vez ingressando na Irmandade, a pessoa não será diagnosticada ou rotulada”. O serviço pode ser acessado pela internet e linhas de whatsapp.

Uma pessoa que vive no Rio de Janeiro, identificada nesta reportagem como Ana, recorda que começou a consumir álcool aos 12 anos de idade. “Eu lidava frequentemente com apagões, comportamentos desmoralizantes, por vezes agressivos. A minha interação com o álcool me levou realmente ao fundo do poço”, recorda.

Ana* lembra ainda que, aos 17 anos, a relação dela com o álcool passou a ser intensa e crônica. “Aos 18 anos, comecei a depender de estimulantes na tentativa de passar no vestibular, o que se transformou num ciclo de estudos e uso abusivo de substâncias”. 

Na faculdade, as pessoas não consumiam álcool. Assim, aos 19 anos, ingressou no AA. “Salvou minha vida. Consegui me graduar e conheci meu marido na irmandade. Celebramos um casamento lindo, sem envolvimento do álcool”. O casal faz projetos de longo prazo e vive um dia de cada vez, com a consciência de evitar o primeiro gole.

Um homem, também integrante do AA e carioca, diz que tem consciência de que a regularidade nas reuniões fez com que experimentasse nova vida. “Esse espaço é fundamental para a minha permanência sem beber e para a minha vida continuar funcionando como funciona hoje. Eu ter restituído emprego, família, saúde, sanidade, propósitos objetivos, sonhos, enfim, tudo me foi devolvido”.

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