Saúde
Estado de São Paulo registra primeiro caso de sarampo neste ano

A Secretaria da Saúde de São Paulo confirmou o registro do primeiro caso de sarampo no estado em 2025. A vítima é um homem, de 31 anos, morador da capital, que estava vacinado e não precisou de internação. Ele já está recuperado e sem sintomas da doença.
Apesar de o homem ser residente na capital, a secretaria ainda está investigando o local onde ele pode ter sido infectado. Segundo a pasta, o último caso autóctone [contraído na própria cidade onde a vítima reside] do estado de São Paulo ocorreu em 2022.
Vacinação
O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa e já foi uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo. A transmissão do vírus ocorre de pessoa para pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. A doença é tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunizadas. Por isso, a vacinação contra o sarampo é extremamente importante. A vacina é a principal forma de prevenção da doença.
Os principais sintomas do sarampo são manchas vermelhas no corpo e febre alta, acima de 38,5ºC, acompanhadas de tosse, conjuntivite, nariz escorrendo ou mal-estar intenso. Os casos podem evoluir para complicações graves e causar diarreia intensa, infecções de ouvido, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro). Algumas dessas complicações podem ser fatais.
Certificado
Em 2016, o Brasil recebeu a certificação da eliminação do vírus que causa o sarampo.
Segundo o Ministério da Saúde, nos anos de 2016 e 2017 não foram confirmados casos da doença. No entanto, em 2018, com o grande fluxo migratório associado às baixas coberturas vacinais, o vírus voltou a circular e, em 2019, o Brasil perdeu a certificação de “país livre do vírus do sarampo”, ao registrar mais de 21,7 mil casos.
Em junho de 2022, o Brasil registrou o último caso endêmico de sarampo, no Amapá. Com isso, em novembro do ano passado, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) voltou a certificar o Brasil como livre da circulação do vírus.
Saúde
Cirurgião buco-maxilo-facial alerta sobre os perigos da extração inadequada dos dentes sisos

Dr. Bruno Chagas destaca a importância de procurar profissionais especializados para evitar complicações graves
O que para muitos pode parecer um procedimento simples, a retirada dos sisos pode representar uma cirurgia complexa que exige cuidados específicos. O alerta vem do Dr. Bruno Chagas, cirurgião buco-maxilo-facial formado pelo Hospital Federal de Bonsucesso e chefe de serviço do Hospital Municipal Albert Schweitzer.
O especialista tem observado um aumento preocupante de complicações graves e até óbitos relacionados à extração inadequada dos sisos. “Eu sempre digo isso para meus alunos e mentorados: cirurgias do siso devem ser levadas muito a sério, pois são muito complexas, dependendo do caso, pois trata-se de um dente que se localiza na parte posterior da boca, onde qualquer complicação pode evoluir rapidamente para outras estruturas nobres”, explica.
Riscos que podem ser fatais
Os riscos de um procedimento mal executado são graves: “Riscos de fratura da mandíbula ou da maxila, alergia medicamentosa, infartos, avc, infecções graves, parestesia (dormência) no lábio ou língua, disfunção da articulação temporomandibular (ATM), hemorragias e edemas graves, além de óbito”, enumera Dr. Bruno.
O especialista alerta para conexões perigosas: “Uma infecção no siso debaixo, por exemplo, pode desencadear uma endocardite bacteriana (infecção da camada interna do coração) ou até mesmo um siso superior pode levar a uma meningite (infecção das membranas que revestem o cérebro) e deixar sequelas graves”.
Protocolo adequado é essencial
Para uma extração segura, o primeiro passo é “procurar um profissional experiente e que seja cirurgião buco-maxilo-facial”. O protocolo deve incluir sempre raio-x panorâmico e, em muitos casos, tomografia computadorizada, além de exames pré-operatórios quando necessário.
Dr. Bruno, que coordena a área em diversos hospitais no Rio de Janeiro, observa que “a maioria dos casos temos que realizar protocolo medicamentoso profilático, ou seja, prescrever antibiótico e corticóide antes do procedimento, especialmente em casos que os sisos apresentam algum tipo de complexidade”.
O aumento das intercorrências está relacionado ao crescimento de clínicas irregulares, que funcionam sem responsáveis técnicos, sem alvarás e procedimentos feito por profissionais sem experiência na área. “Essas intercorrências também têm acontecido muito pelo aumento de clínicas irregulares e procedimentos feitos por profissionais sem experiência ou sem formação adequada”, pontua.
O pós-operatório é crucial
O especialista enfatiza que os cuidados continuam após a cirurgia. “O pós-operatório deve ser levado muito a sério pelos pacientes, retornando nas consultas de revisão, fazendo uso dos medicamentos prescritos, seguindo as orientações de higiene bucal e dieta”, orienta.
Para pacientes com comorbidades, Dr. Bruno esclarece que “sempre devem ser tratados com exames pré-operatórios, medicação profilática e até avaliação de risco cirúrgico”. Ele ressalta que “não há contraindicação, porém, é um procedimento que, apesar de parecer simples, requer muitos cuidados no pré e pós-operatórios”.
O Dr. Bruno atende no Recreio dos Bandeirantes e Campo Grande. Para entrar em contato, envie uma mensagem para o WhatsApp (21) 98059-1591 ou procure seu perfil no Instagram @drbrunochagas.
Saúde
Brics aprova parceria para eliminar doenças socialmente determinadas

Os países do Brics aprovam o desenvolvimento da Parceria para Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas. A iniciativa, que foi discutida nas reuniões que antecederam a Cúpula de Líderes do grupo, agora está na Declaração Final da 17ª Reunião de Cúpula, a Declaração do Rio de Janeiro, divulgada neste domingo (6).
“Ao priorizar respostas integradas e multissetoriais, buscamos combater as causas profundas das disparidades em saúde, como a pobreza e a exclusão social, aprimorando a cooperação, mobilizando recursos e fomentando a inovação para garantir um futuro mais saudável para todos”, diz o documento.
O tema foi uma das oito prioridades escolhidas pela presidência brasileira do Brics na área da saúde e teve como inspiração o Programa Brasil Saudável, que tem como objetivo enfrentar problemas sociais e ambientais que afetam a saúde de pessoas em maior vulnerabilidade social.
A ideia é que os países se unam para eliminar doenças que muitas vezes não afetam países ricos e, portanto, não são consideradas em pesquisas nesses países, que são consideradas as doenças da pobreza, como tuberculose, hanseníase, malária, dengue e febre amarela.
Além dos 11 países do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia – Malásia, Bolívia e Cuba, países parceiros do fórum também aderiram à medida.
Em comunicado, comentando os destaques da declaração final, a presidência do Brasil no Brics comemorou o lançamento.
“Estamos muito satisfeitos com o lançamento da Parceria para a Eliminação das Doenças Socialmente Determinadas, que é um marco para o avanço da equidade em saúde e demonstra nosso compromisso em combater as causas profundas das disparidades em saúde, como a pobreza e a exclusão social”.
Na declaração final, os países também reconhecem que “a cooperação do Brics no combate à tuberculose e à resistência antimicrobiana, bem como o fortalecimento das capacidades de prevenção de doenças transmissíveis e não transmissíveis e outros problemas de saúde, o compartilhamento de experiências, incluindo sistemas de medicina tradicional e saúde digital, contribuem significativamente para relevantes esforços internacionais”.
Além da tradicional declaração de líderes, foram aprovados três outros documentos:
- Declaração Marco dos Líderes do BRICS sobre Finanças Climáticas;
- Declaração dos Líderes do BRICS sobre Governança Global da Inteligência Artificial e
- Parceria do BRICS para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas.
O documento da Parceria deverá ser divulgado nesta segunda (7), quando ocorrerá a sessão plenária Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global. Sob a presidência do Brasil, a reunião da Cúpula de Líderes do Brics ocorre neste domingo (6) e segunda (7), no Rio de Janeiro.
Saúde
Mutirão Agora tem Especialistas faz mais de mil cirurgias em todo país

O mutirão Agora tem Especialistas Dia-E realizou de forma simultânea, em 24 estados brasileiros, mais de 1,1 mil cirurgias, além de 10 mil procedimentos, consultas e exames especializados, neste sábado (5), em 45 hospitais universitários federais administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), em uma parceria dos ministérios da Saúde e da Educação.
O objetivo da iniciativa é ampliar a capacidade de atendimento da rede pública a fim de reduzir o tempo de espera por serviços especializados.
“É o maior mutirão do SUS já feito no Brasil inteiro e mais diverso. Já teve situação de fazer mutirão de uma cirurgia, [um tipo] de um procedimento. Hoje nós fizemos em todo o Brasil de Norte a Sul com 45 hospitais, que envolveram mil tipos diferentes de cirurgias, 10,3 mil procedimentos de diagnóstico, de consulta e é um movimento que não para hoje”.
“Os hospitais universitários federais vão continuar fazendo mutirões, atendendo em terceiro turno os procedimentos de exames eletivos, não só urgência, para a gente reduzir o tempo de espera das cirurgias e dos exames em nosso país”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, após visitar o mutirão no Centro Cirúrgico do Hospital Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
Prioridades
Padilha orientou que a prioridade dos atendimentos fosse aos pacientes oncológicos.
“A gente tem grande prioridade no câncer, porque no câncer tempo é vida. Fazer o diagnóstico o mais rápido possível, começar a cirurgia o mais rápido possível, pode significar a vida ou a morte daquele paciente”, observou.
Ainda segundo o ministro, em todo o país existem prioridades também para demandas que têm maior tempo de espera e impactam mais na população.
“São os problemas de saúde da mulher e toda a parte de ginecologia; a oncologia que é a parte do câncer; os problemas de visão, a gente envelhece cada vez mais e cada vez mais tem cirurgias e exames para tratar da visão; os problemas de ortopedia; de otorrino na parte da audição; são as grandes prioridades, além do câncer”, explicou.
Para o ministro é necessário acelerar o atendimento de saúde pública em todo o Brasil, mesmo em capitais que dispõem de mais médicos e hospitais. Ele citou um exemplo no Rio de Janeiro, onde foi identificado um paciente que esperava há dez anos para fazer uma cirurgia.
“Enquanto não vira urgência acaba não passando na frente de outros procedimentos e acaba ficando de lado. Essa ação do Agora tem Especialistas tem esse papel de identificar pacientes que estão há muitos anos esperando”, completou.
Atendimentos
O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, destacou que os atendimentos do programa Agora tem Especialistas podem começar com a consulta médica. “É isso que mobiliza para que a gente possa ajudar esse esforço do Brasil de garantir – da consulta à cirurgia – as necessidades da população”, comentou.
Chioro informou que em uma ação que começou em março foram feitas 89 mil cirurgias. Segundo ele, deve haver mais dois mutirões Dia-E até o fim deste ano, um em setembro e o outro em dezembro.
A orientação para os hospitais universitários federais, segundo Chioro, é para que ampliem o horário de funcionamento com um terceiro turno, incluindo atendimentos aos sábados e domingos.
“No nosso caso, na medida em que a gente aumentar a oferta de atendimento para a população, estamos envolvendo os novos alunos residentes, portanto, formando melhor os nossos futuros profissionais de saúde. É exatamente isso que diferencia o hospital universitário no compromisso com o ensino e a pesquisa, mas também com o SUS”, concluiu.
Parceria
A secretária de estado de Saúde do Rio de Janeiro, Claudia Mello, comemorou a parceria com os ministérios da Saúde e da Educação, porque também será acelerado o tratamento de pacientes do estado.
Segundo ela, quando se consegue verificar a fila interna de uma unidade é possível aumentar o acesso para novos pacientes chegarem ao sistema de saúde.
“A gente está avançando no país como um todo em 45 universidades no mutirão. É importante para nós do Rio de Janeiro e para o Brasil na diminuição de filas. Isso é o SUS avançando a cada dia”, pontuou.
Saúde da mulher
Antes da visita ao Hospital Gaffrée e Guinle, na Tijuca, zona norte do Rio, o ministro da Saúde esteve no mutirão do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão e na sequência foi à maternidade Paulino Werneck, Ilha do Governador, zona norte da cidade.
Nos dois, estava acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva, da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e do presidente da Ebserh, Arthur Chioro. Lá, anunciaram medidas de reforço à saúde da mulher.