Casa Cultura Exposição “O Meu Lugar” traz a ressignificação do subúrbio fluminense através de nove artistas visuais, com curadoria de Julia Baker e Rafael Amorim, no SESC São Gonçalo
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Exposição “O Meu Lugar” traz a ressignificação do subúrbio fluminense através de nove artistas visuais, com curadoria de Julia Baker e Rafael Amorim, no SESC São Gonçalo

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Exposição “O Meu Lugar” traz a ressignificação do subúrbio fluminense através de nove artistas visuais, com curadoria de Julia Baker e Rafael Amorim, no SESC São Gonçalo
Divulgação
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Contemplada pelo Edital Sesc Pulsar 2024, a exposição “O Meu Lugar” apresenta uma ressignificação do subúrbio fluminense através da diversidade de estilos e linguagens na produção das artistas visuais: Agrade, Agrippina R. Manhattan, Arorá, Diambe, Joyce Olipo, Mariana Paraizo, Masina Pinheiro & Gal Cipreste e Renata Leoa, oriundas de regiões suburbanas e periféricas do Rio de Janeiro, que criaram diferentes formas de localizar aspectos do subúrbio na produção de Arte Contemporânea Brasileira.

A mostra, com curadoria e concepção de Julia Baker e Rafael Amorim, é de grande importância sócio-cultural, porque traduz a trajetória pessoal desse grupo de artistas na arte, tais como experiências e memórias LGBTQIAPN+, direito à moradia, deslocamento, pertencimento, território e a reivindicação de imagens que não reforcem políticas de violência na representação de seus lugares de origem.

A abertura de “O Meu Lugar” será no dia 14 de setembro e poderá ser visitada até o dia 15 de dezembro de 2024, de terça a domingo, das 9h às 18h, no SESC São Gonçalo, na Av. Pres. Kennedy, 755 – Estrela do Norte. 

 

Texto crítico

A partir de um enunciado disparador – o verso “o meu lugar…” na composição de Arlindo Cruz, o projeto de curadoria, assinado por Julia Baker e Rafael Amorim, selecionou obras que dialogassem não apenas com os espaços nos quais esse grupo de artistas nasceram, mas nas suas relações de pertencimento e exclusão baseadas em narrativas críticas, vislumbrando tais territórios em amplos aspectos.

A exposição apresenta, então, as variadas camadas da própria ideia de subúrbio, propondo os seguintes questionamentos: Que outros subúrbios encontram-se escondidos naquele que conhecemos? Quais corpos vêm sendo representados na História da Arte quando se fala em subúrbios e periferias? Como descentralizar as narrativas que subalternizam e exploram aquilo que não está no espaço chamado de centro?

Esse projeto é uma iniciativa que pretende expor as formas e discursos que compõem o terreno sensível de quem nasceu ou viveu em algum subúrbio no Estado do Rio de Janeiro, registrando os percursos de artistas que apresentam seus territórios e interesses de pesquisa por meio de perspectivas menos literais, apostando na ressingularização de seus espaços, tendo a arte como uma das muitas urgências em suas trajetórias de vida. Arlindo Cruz, em sua música “Meu Lugar” entoa os versos: O meu lugar/ É cercado de luta e suor/ Esperança de um mundo melhor / E cerveja para comemorar/ O meu lugar/ tem seus mitos e seres de luz/ É bem perto de Osvaldo Cruz/ Cascadura, Vaz Lobo e Irajá.

O imaginário sobre os subúrbios e as periferias é comumente cercado de imagens caricaturais limitantes. Criações pictóricas retratando esses estereótipos são frequentes na mídia e no campo das artes visuais, sendo compartilhadas sob a forma de corpos hipersexualizados, violência excessiva e, muitas das vezes, aludindo a uma felicidade típica. Tais visões reduzem esses territórios a chaves de leitura simplificadas. Na canção, Arlindo Cruz afirma que existem mitos sobre o seu lugar, e esse mitos são retratados inúmeras vezes em uma história da arte não expandida. No entanto, quando pensamos nas histórias das artes, vemos que a representação dos territórios recebe visões múltiplas, especialmente de corpos que habitam ou habitaram tal espaço de formas não convencionais. Com novas possibilidades, novas histórias se criam e o espaço do “Meu Lugar” se transforma. Seja em termos concretos ou de representação.

A exposição aqui proposta caminha por tais vias, desejando mostrar a pluralidade da produção artística ligada às zonas não centrais do Estado. O grupo de artistas aqui apresentado reafirma o interesse poético e político de co-criar, a partir de trajetórias e envolvimentos, com o que de mais plural há em nossos subúrbios. São artistas que seguem se destacando no circuito artístico nacional e internacional, e que já passaram por espaços e instituições culturais como o Museu da História e da Cultura Afro-brasileira (MUHCAB), o Museu de Arte do Rio (MAR), a Escola de Artes Visuais do Parque Lage e por outras unidades do SESC espalhadas pelo Brasil. Desse modo, “O Meu Lugar”, com seus mitos e seres de luz, aponta para a co-criação de um espaço onde o subúrbio fluminense é (re) apresentado ao público sob perspectivas de artistas que se expandem para além das limitações geográficas e transformam o singular em plural. O nosso lugar. 

 

Serviço

Exposição: O Meu Lugar

Artistas Convidadas: Agrade, Agrippina R. Manhattan, Arorá, Diambe, Joyce Olipo, Mariana Paraizo, Masina Pinheiro & Gal Cipreste e Renata Leoa.

Curadoria: Julia Baker e Rafael Amorim

Local: SESC São Gonçalo

Endereço: Av. Pres. Kennedy, 755 – Estrela do Norte, São Gonçalo

Visitação: de 14 de setembro a 15 de dezembro

Dias e horários: de terça a domingo, das 9h às 18h

Abertura: 14 de setembro a partir das 9h

Realização: Bomba Criativa

Produção Executiva: Gustavo Canella

Expografia: Clara Canella

Design e identidade visual: DesignLinhadas

Assessoria de imprensa: Paula Ramagem 

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