Cultura
Filhos do Coração: Até Onde Vai o Direito Quando o Amor É por um Boneco?

Você conseguiria imaginar um boneco sendo objeto de disputa judicial? E se esse boneco representa um filho perdido, um luto gestacional ou até mesmo uma solidão silenciosa e persistente?
O fenômeno dos bebês reborn bonecos hiper-realistas que simulam recém-nascidos com impressionante perfeição vai além da arte e do colecionismo. Hoje, eles ocupam um lugar simbólico importante na vida de muitas pessoas, tornando-se companheiros terapêuticos, filhos simbólicos e, em alguns casos, motivo de disputas emocionais e até legais.
O que antes era um hobby se transformou em um fenômeno social complexo, que desafia os limites da Psicologia, da Medicina e, agora, também do Direito.
Confeccionados artesanalmente, geralmente em vinil ou silicone, os bebês reborn são pintados à mão e confeccionados com características que imitam um recém-nascido real: pele com textura, veias visíveis, peso corporal compatível com o de um bebê e, nos modelos mais sofisticados, respiração simulada, batimentos cardíacos e até choro.
A origem desses bonecos remonta à Segunda Guerra Mundial, quando mães alemãs passaram a personalizar bonecas para consolar suas filhas diante das perdas da guerra. Décadas depois, o que começou como arte se transformou em suporte emocional. Hoje, os reborns são utilizados por pessoas que vivem lutos gestacionais, lidam com a infertilidade, enfrentam solidão profunda ou precisam de conforto emocional diante da perda de filhos.
Além disso, os reborns têm sido empregados por profissionais da saúde em terapias com idosos com demência, pacientes em depressão, ansiedade e outros quadros emocionais. O vínculo simbólico que se forma entre o boneco e o paciente tem potencial terapêutico comprovado. A neuropsicóloga Marina Drummond explica: “O contato com o reborn ativa áreas cerebrais ligadas ao cuidado parental e pode ajudar a aliviar sentimentos como abandono, tristeza e desamparo.”
Quem São as “Mães” e “Pais” de Bebês Reborn?
O perfil é amplo e variado entre os principais grupos estão mulheres em luto pela perda de um filho ou de uma gravidez pessoas com infertilidade ou que optaram por não ter filhos idosos em casas de repouso ou vivendo com doenças degenerativas e indivíduos em situação de isolamento social depressão ou ansiedade
Em todos os casos, o vínculo emocional estabelecido com o reborn pode ser profundo, real e carregado de significado. Alguns o vestem, alimentam simbolicamente, o levam para passear e cuidam com zelo exatamente como fariam com um bebê vivo.
Entre o Afeto e a Justiça: Quando o Amor Entra no Campo Jurídico
Embora os bebês reborn não sejam considerados sujeitos de direito já que são objetos , o vínculo afetivo construído com eles levanta questões importantes no âmbito do Direito das Famílias.
Para esclarecer esse cenário, ouvimos a advogada Cláudia Roberta Gomes Ferreira, especialista em Direito das Famílias e Sucessões, com foco em advocacia preventiva humanizada. Segundo ela, o afeto simbólico merece atenção da Justiça: “O Direito precisa compreender que, onde existe sofrimento legítimo, pode haver também uma necessidade de proteção jurídica. A afetividade não se limita ao que é visível ou tradicional.”
Cláudia observa que, assim como animais de estimação já são reconhecidos como bens de valor afetivo em disputas judiciais, os reborns podem seguir o mesmo caminho.
“Em casos de separação, rompimentos familiares ou mesmo falecimentos, a discussão sobre quem fica com o reborn pode surgir. Ainda que ele seja tecnicamente um bem, seu valor emocional é incontestável para quem o considera um ‘filho do coração’.”
A legislação brasileira ainda não possui jurisprudência específica sobre bebês reborn, mas especialistas apontam alternativas viáveis para lidar com esse novo tipo de afeto. Entre elas:
* Reconhecimento como bem de valor afetivo: Pode ser tratado como um item simbólico em inventários, partilhas ou separações, com a devida sensibilidade.
* Contratos particulares com cláusulas específicas: Casais podem incluir cláusulas sobre o destino do reborn em pactos de união estável ou contratos de convivência.
* Mediação com apoio psicológico: Litígios que envolvam vínculos emocionais simbólicos requerem escuta qualificada e, em alguns casos, perícia psicológica.
* Provocação judicial: A atuação de advogados pode provocar a construção de jurisprudência ao levar esses casos aos tribunais com embasamento afetivo e ético.
Cláudia Roberta Gomes Ferreira reforça que o papel do Direito de Família vai além da letra da lei: “Nosso sistema precisa aprender a enxergar o invisível. Não se trata de dizer que um boneco é um filho. Mas sim de reconhecer que, para alguém, ele representa amor, perda, consolo. E o Direito não pode ignorar isso.”
Vivemos em uma sociedade cada vez mais diversa em suas formas de amar, de sofrer e de se relacionar. O surgimento de afetos simbólicos, como o vínculo com reborns, exige que as instituições jurídicas, médicas e sociais adotem posturas mais empáticas e adaptáveis.
Porque, no fim das contas, o que parece surreal para uns, pode ser uma forma legítima de amar e existir para outros.
Para mais informações sobre Direito das Famílias e Sucessões, acompanhe o conteúdo da Dra. Cláudia Roberta Gomes Ferreira no YouTube: “Claudia Gomes Advogada | Familiarista” e no Instagram: @claudiargf
Para saber mais e acompanhar as novidades do especialista, acesse: https://www.instagram.com/claudiargf?igsh=MTUydGo3dTB0MW81ag==
Cultura
Cantora Adriana Quadros faz única apresentação no Blue Note Rio com tributo a Tom Jobim

Estreia dia 29 de outubro, às 20h, em única apresentação, o show da cantora carioca, que mora em São Paulo, Adriana Quadros no Blue Note Rio com as músicas de Tom Jobim. Devido ao grande sucesso, o show “Adriana Quadros, As Cores do Tom, um tributo a Tom Jobim” foi convidado pela quinta vez a se apresentar no Blue Note Rio.
A ideia vem da necessidade de reverenciar e reviver um dos maiores ícones da nossa música e um dos precursores da Bossa Nova. Com uma obra tão expoente, não só no Brasil, como internacionalmente. “Garota de Ipanema” mantém a liderança das músicas brasileiras mais regravadas da história e “Águas de março”, uma das músicas brasileiras mais executadas no mundo inteiro.
O tributo resgata sua obra com um quarteto – além da voz de Adriana Quadros, temos a direção musical, arranjos e violões de João Cantiber; Cyd Alvarez, ao piano; baixo acústico com Dodo Ferreira e Luisinho Sobral na bateria. Um quarteto de primeira, para apresentar pérolas da obra de Tom Jobim. E ainda contamos com a participação especial de Iago Freitas, percussionista e multi-instrumentista.
O repertório traz Corcovado, Chega de Saudade, Garota de Ipanema, Eu Sei que vou te Amar, Dindi, Desafinado, A Violeira, Luiza, Retrato em Branco e Preto, Wave, Samba de uma nota só, Só danço samba, Piano na Mangueira, Eu sei que vou te amar, Modinha e Águas de Março, entre outros sucessos.
FICHA TÉCNICA:
Realização: AB Quadros Produções e Eventos Ltda.
Direção Artística: Adriana Quadros
Voz: Adriana Quadros
Direção musical, arranjos e violões: João Cantiber
Piano: Cyd Alvarez
Baixo acústico: Dodo Ferreira
Bateria: Luisinho Sobral
Participação especial na percussão: Iago Freitas
Luz e Som: Blue Note Rio
Produção Executiva: Gabriela Calainho
Redes Sociais: Sofia Quadros
Foto: Guga Melgar
Assessoria de Imprensa: Maria Fernanda Gurgel
SERVIÇO:
ADRIANA QUADROS, AS CORES DO TOM, UM TRIBUTO A TOM JOBIM
Quarta-feira, 29 de outubro de 2025, às 20 h.
Blue Note Rio
Av. Atlântica, 1910 – Copacabana, Rio de Janeiro
Assessoria de Imprensa: Maria Fernanda Gurgel – (21) 99999-9263 – mfgurgel.assessoria@gmail.com
Contato de produção: Gabriela Calainho, cel: (21) 98895-0770
Contato: (21) 96775-2100
Capacidade: 204 pessoas
Classificação etária: 18 anos | menores apenas acompanhados dos pais ou tutores legais.
Inteira: R$ 120 – Meia: R$ 60
Ingressos: Eventim
Cultura
Cortejo com Caixeiras marca abertura da Segunda Mostra de Arte Híbrida da Cia da Hebe

Grupo de percussão formado por mulheres percorre as ruas de Espírito Santo do Pinhal e convida a população para participar da Mostra
Pela primeira vez, Espírito Santo do Pinhal (SP) recebe o cortejo das Caixeiras das Nascentes, que vai reunir 30 mulheres e moradores da cidade para percorrer o trajeto pela Rua Direita entre o Coreto da Praça Matriz e a Cia da Hebe neste domingo, dia 19 de outubro, a partir das 17h. A iniciativa marca a abertura oficial da Segunda Mostra de Arte Híbrida da Cia da Hebe. O grupo popular feminino de percussão, que é de Campinas, fará uma congada pelo centro da cidade, reverenciando a memória das comunidades negras, e será conduzido pela Mestra Caixeira Cristina Bueno.
No sábado, dia 18, a partir das 10h, Cristina e Inês Vianna, fundadoras das Caixeiras, irão conduzir na Cia da Hebe a imersão “Tambores: cantar, tocar e dançar”, com o tambor conhecido como “caixa de folia” ou “caixa do divino”, além de outros instrumentos como o xequerê e agogô, que acompanham o toque de tambor durante as festas. Os participantes terão a oportunidade de aprender toques básicos e cantigas de manifestações culturais afro-brasileiras, como coco, cacuriá, afoxé e congada, e participarão do cortejo no domingo. A imersão é gratuita e com inscrições limitadas pelo site da Cia da Hebe (informações abaixo).
Para divulgar o cortejo, a Cia da Hebe levará às ruas da cidade um carro de som, chamando a população para participar. “A Mostra é mais do que um evento anual: é o reflexo de tudo o que desenvolvemos, reunido com coerência e potência. E a população de Pinhal e região tem participado ativamente deste e de outros eventos gratuitos que promovemos”, explica Mônica Sucupira, coordenadora da Cida da Hebe.
Síntese da trajetória construída ao longo de 10 anos da Cia da Hebe – comemorados em setembro último – a Mostra traduz o pensamento artístico da associação, que cultiva a liberdade de transitar entre linguagens, misturá-las e trazer um novo significado para essas ações. “Durante uma década, nossas ações aconteceram em diferentes formatos e momentos. Agora, elas convergem em uma proposta que celebra essa fusão, onde o híbrido não é exceção, mas essência”, explica Mônica.
Vídeo Dança
Já no dia 25 de outubro, a partir das 10h, Mariana Sucupira, formada em Dança e Cinema e integrante do “Núcleo Cinematográfico de Dança”, conduzirá a imersão de Vídeo Dança na Cia da Hebe. Há mais de 20 anos, Mariana produz vídeos para dança, teatro e música e irá orientar os participantes sobre o processo de criação e realização de uma “dança para tela”, mostrando como abordar uma coreografia ao realizar um vídeo, o desenho da câmera acompanhando o movimento junto ao corpo e a edição auxiliando a construir o ritmo, entre outros aspectos.
Até o começo do próximo ano, a Mostra reunirá convidados de diversas áreas em apresentações, oficinas, encontros e experiências de troca entre práticas artísticas diversas. Com um número de atividades superior ao do ano passado, o evento se consolida como um espaço vibrante de convergência e experimentação. “É uma iniciativa da Cia da Hebe para fortalecer projetos artísticos contemporâneos, beneficiando moradores, visitantes e turistas e estimulando o debate público sobre arte e cultura”, afirma a coordenadora.
Cia da Hebe
Associação de arte e cultura sem fins lucrativos que ocupa um casarão com 122 anos no centro de Espírito Santo do Pinhal, a Cia da Hebe oferece gratuitamente oficinas, encontros, conversas e outras atividades, promovendo a formação, informação, criação e convivência por meio da arte. Ao longo do tempo, a iniciativa conquistou o público. “Tanto o CineHebeClube quanto a Mostra contam com uma comunidade diversa e vibrante. A cada atividade, novos rostos aparecem, especialmente entre os jovens, e a pluralidade se revela, pois temos um espaço aberto e acolhedor, onde diferentes práticas e pessoas se encontram”, diz Mônica.
Serviço:
2a. Mostra de Arte Híbrida da Cia da Hebe
Abertura: 19 de outubro, domingo, às 17h – com o cortejo das Caixeiras das Nascentes pelas ruas de Espírito Santo do Pinhal
Início do cortejo: Coreto da Praça Matriz
Público e gratuito.
Endereço da Cia da Hebe – Rua Capitão João Batista Mendes Silva, 175, no centro de Espírito Santo do Pinhal / SP
Reserva de Ingressos para a Imersão de Tambores das Caixeiras, a Imersão de Vídeo Dança e programação completa da Mostra de Arte Híbrida: https://ciadahebe.com.br/
Cultura
Circuito poético da escritora Will Moreira leva poesia concreta e experimental a Pouso Alegre e Varginha

Autora apresenta “Substanciar – circuito poético” com rodas de conversa e oficinas que convidam o público a explorar novas formas de leitura e escrita
A escritora e artista Will Moreira, de Poços de Caldas, realiza em 2025 o “Substanciar – circuito poético”, uma ação de circulação que leva a potência da poesia concreta e experimental para bibliotecas públicas do Sul de Minas. Os encontros acontecem em Pouso Alegre (18/10) e Varginha (29/11), com atividades gratuitas que articulam roda de conversa e oficina de criação.
O circuito nasce do livro Substanciar (Estância Projetos Editoriais, 2023), resultado de quatro anos de pesquisa intensa em torno da relação entre palavra, página e visualidade. Inspirada por tradições da poesia concreta brasileira, Will transforma a palavra em objeto gráfico e sensorial, propondo uma leitura que é também experiência estética.
Cada encontro combina:
-
🌀 Roda de conversa (1h) sobre poesia concreta e processos criativos
-
✍🏽 Oficina de experimentação poética (2h30), em que participantes são convidados a desaprender a leitura linear e a criar poemas que exploram ritmo, traço, imagem e corpo no papel.
“Em Substanciar, a palavra é também objeto: ritmo, traço e imagem. O público é convidado a desaprender a leitura linear e a habitar outras relações entre texto e olhar”, explica Will Moreira, cuja produção ultrapassa 600 poemas e tem se consolidado na cena contemporânea pela investigação poética radical.
Para Will, trabalhar com poesia concreta e experimental é um gesto de invenção e liberdade:
“Depois de anos estudando cada detalhe de Substanciar, é gratificante poder compartilhar essa linguagem tão brasileira e pouco difundida. Quero que as pessoas se divirtam, mas também que se abram para olhar a palavra e a escrita de formas diferentes, fora da norma da poesia tradicional — da esquerda para a direita, de cima para baixo, verso após verso”, afirma.
📌 Serviço – “Substanciar – circuito poético”
Pouso Alegre
🗓 18/10/2025 (sáb), 14h
📍 Biblioteca Municipal – Praça Senador José Bento, 2 – Centro
Atividades: Roda de conversa (1h) + Oficina de experimentação poética (2h30)
📚 Gratuito | Classificação: a partir de 15 anos | ♿ Acessibilidade em LIBRAS
Varginha
🗓 29/11/2025 (sáb), 14h
📍 Biblioteca Municipal – Praça Gov. Benedito Valadares, 141 – Centro
Atividades: Roda de conversa (1h) + Oficina de experimentação poética (2h30)
📚 Gratuito | Classificação: a partir de 15 anos | ♿ Acessibilidade em LIBRAS
👥 Equipe de realização
Substanciar – circuito poético
Will Moreira (autora e artista) • Dani Vilas Boas (produção executiva) • Tamiris Alves (fotografia) • Jéssica Balbino (assessoria de imprensa e comunicação)