Educação
Gabarito preliminar da primeira etapa do Revalida 2025 está disponível

As versões preliminares do gabarito da prova objetiva da primeira etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) de 2025 estão disponíveis na página do participante no Sistema Revalida no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A instituição responsável pela aplicação das provas também publicou o padrão de resposta da prova discursiva, aplicada no último domingo (23).
Para visualizar os gabaritos, os candidatos devem acessar obrigatoriamente a conta Gov.br, com Cadastro de Pessoa Física (CPF) e senha cadastrados.
A prova teórica tem 100 questões de múltipla escolha. Os participantes que discordarem das respostas preliminares divulgadas no gabarito têm até 1º de abril para interpor recursos.
O Inep divulgará os resultados definitivos da prova objetiva e os provisórios da discursiva em 9 de maio. O resultado final da 1ª etapa será publicado no dia 3 de junho.
A participação na segunda etapa, com as provas práticas, depende da aprovação na primeira.
Edição de 2025
A primeira etapa do Revalida 2025/1 contou com a participação de 93,63% dos 17.778 inscritos no exame, no domingo (23),
O Inep aplicou as provas em 11 capitais: Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Revalida
O Revalida avalia profissionais formados em medicina fora do Brasil que querem exercer a profissão em território nacional. O objetivo do exame é garantir a qualidade do atendimento médico prestado no Brasil, tanto por estrangeiros como por brasileiros que estudaram medicina no exterior.
Desde 2011, o Inep aplica o exame que autoriza aos aprovados obter o diploma revalidado no Brasil. A revalidação é de responsabilidade das universidades públicas do Brasil que aderiram ao exame.
Anualmente, as provas são divididas em duas etapas (teórica e prática), que abordam, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, e medicina da família e comunidade (saúde coletiva).
A segunda e última etapa, a da prova prática, avaliará as habilidades clínicas em cenários de prática profissional, como atendimento de atenção primária, ambulatorial, internação hospitalar, pronto-socorro para casos de urgência e emergência, além da medicina comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina, nas normas e na legislação profissional.
Para mais informações sobre o Revalida, o Inep tem o site.
Educação
Nove em cada dez estudantes LGBTI+ sofreram agressão verbal na escola

Nove em cada dez estudantes adolescentes e jovens LGBTI+ [lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, intersexuais e outras orientações sexuais e identidades de gênero] afirmaram ter sido vítimas de algum tipo de agressão verbal em 2024.
O dado é da Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro, apresentada nesta quarta-feira (16), na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília.
O levantamento foi realizado pela organização da sociedade civil Aliança Nacional LGBTI+ em parceria com o Instituto Unibanco e com o apoio técnico do Plano CDE, a Aliança, ao longo de 2024.
O diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis, citou a definição de bullying homofóbico como intimidação sistemática por meio de violência física ou simbólica, com atos de humilhação ou discriminação e apontou que tem muito bullying nas escolas.
“O bullying no nosso país é estrutural e a gente vai ter que se reestruturar quando se trata dos outros. Nós precisamos trabalhar isso com uma política pública estrutural, não algo de doutrinação, mas algo de convivência harmoniosa e democrática.”
Ativista LGBTI+ há mais de 40 anos, Tony Reis defendeu uma relação saudável, de respeito e com empatia entre crianças, adolescentes e professores.
“Nós estamos dando elementos e evidências para serem trabalhados nas escolas. Vamos ter uma escola protegida, uma escola democrática, uma escola em que todo mundo possa conviver harmonicamente”, declarou Toni Reis.
Pesquisa nacional
O questionário da pesquisa foi respondido por 1.349 estudantes da educação básica (acima de 16 anos) do ensino regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) entre agosto de 2024 e janeiro de 2025. O relatório considerou exclusivamente as respostas dos 1.170 participantes que se identificam como LGBTI+, com diversas identidades de gênero e orientações sexuais.
Participaram matriculados em escolas públicas e privadas de todas as 27 unidades da federação.
A coordenadora de projetos da Coordenação Geral de Políticas Educacionais em Direitos Humanos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC), Maraisa Bezerra Lessa, admite que faltava pesquisa baseada em evidências e dados mais atualizada sobre este tema. “Experiências e vivências que a gente ouve vários relatos no cotidiano da Secadi e que faltavam trazer para esse debate.”
Insegurança e violências
De acordo com os dados sobre as formas de violência, 86% dos estudantes entrevistados se sentem inseguros na escola por alguma característica pessoal, como a própria aparência. Entre pessoas trans/travestis, esse número sobe para 93%.
O levantamento revelou, por exemplo, que a escola é um ambiente pouco ou nada seguro para estudantes trans (67%); para meninos que não se encaixam nos padrões de masculinidade (59%); estudantes gays, lésbicas, bissexuais ou assexuais (49%); meninas que não se encaixam nos padrões de feminilidade (40%); além de pessoas que tenham o corpo considero como “fora do padrão” (40%).
Além da violência verbal, 34% dos entrevistados foram vítimas de violência física, em 2024, nas instituições de ensino ao longo de 2024, sendo que expressão de gênero (20%), orientação sexual (20%) e aparência (19%) foram fatores mais mencionados como supostos gatilhos para a violência sofrida.
O percentual de violência física contra LGBTI+ aumenta para 38% quando se trata de estudantes trans/travestis e de pessoas negras. Sete pontos percentuais a mais em relação aos seus pares cisgênero (cis) (31%), pessoas cuja identidade de gênero corresponde ao sexo biológico que lhes foi atribuído ao nascer.
Quando se trata de assédio sexual no ambiente educacional, 4% dos estudantes LGBTI+ já sofreram este tipo de violência, sendo que 5% sofreram de forma recorrente.
Agressores
As vítimas de comentários ofensivos, bullying ou LGBTIfobia apontaram que as agressões são praticadas, em sua maior parte, por estudantes (97%). Como os alunos LGBTI+ podem ter sido agredidos mais de uma vez e por mais uma pessoa, eles ainda reconheceram que 34% dos agressores são docentes e educadores; 16% são membros da gestão ou da diretoria da escola; e outros 10% são outros profissionais da unidade de ensino.
A integrante da organização não-governamental Mães pela Diversidade no Distrito Federal, Elis Gonçalves, conhece de perto essa realidade praticada por quem deveria educar. Ela é mãe de um menino trans de 13 anos identificado pelo nome social Ayo, que significa alegria, na língua africana iorubá. “Quando o profissional escolhe chamar o meu filho pelo nome morto, sabendo o nome social, ele está expondo o meu filho para a sala, para a escola inteira”, relatou a mãe.
“Quando o professor ou o diretor é o agressor da sua criança é pior. Porque é alguém em uma relação de poder, intimidando e expulsando seu filho todos os dias daquele ambiente. E por este profissional ser considerado um exemplo, ele está dizendo para os outros: está liberado o bullying, está liberado o desrespeito, porque eu sou o primeiro [a fazê-lo]”, constata Elis.
Apoio
Os estudantes LGBTI+ responderam que, após sofrerem as agressões nas dependências da instituição de ensino, 31% procuraram a escola, porém, destes 69% relatam que nenhuma providência foi tomada pela instituição.
Entre aqueles que relataram alguma ação por parte da instituição de ensino, 86% avaliaram as medidas como pouco ou nada eficazes.
Outros 39% dos estudantes que já sofreram bullying alegaram nunca terem conversado com alguém sobre a situação ocorrida; 44% buscaram conversar com amigos(as), enquanto (10%) uma parcela pequena buscou familiares.
Saúde mental
Diante do cenário percebido pela pesquisa de escolas como lugares hostis, os dados sugerem que esses estudantes enfrentam um quadro negativo de saúde mental: 94% dos entrevistados LGBTI+ se sentiram deprimidos no mês anterior ao levantamento. Dos estudantes impactados, 88% afirmaram ter vivenciado esse sentimento duas vezes ou mais no período. O que agravaria o sofrimento das pessoas LGBTI+.
Os estudantes trans apresentam indicadores de saúde mental piores do que seus pares cis, em quase todos os aspectos avaliados.
Os responsáveis pela pesquisa sugerem que as escolas promovam espaços de diálogo e sensibilização, como palestras e rodas de conversa, para os problemas encontrados.
Outra proposta é o fortalecimento de vínculos do estudante com a escola com o objetivo de garantir e promover ambientes mais seguros e acolhedores para reduzir impactos do isolamento e da falta de redes de apoio aos estudantes.
Evasão escolar
A pesquisa sobre bullying apresenta dados que indicam riscos elevados de evasão escolar dos estudantes LGBTI+ em razão da insegurança no ambiente educacional. “Os riscos se mostram altos para a comunidade LGBTI+ e particularmente, elevados para estudantes que se identificam como transgênero”, resume a nota sobre a pesquisa.
- 47% dos(as) estudantes LGBTI+ faltaram pelo menos um dia à instituição de ensino, no mês anterior à pesquisa, por se sentirem inseguros na escola ou no caminho até a instituição
- Entre estudantes trans, 57% perderam pelo menos um dia letivo no mês anterior à pesquisa, 15% mais em relação aos seus pares cis (42%);
- Pessoas trans também relataram ter perdido mais dias letivos: 18% dos jovens trans perderam seis dias ou mais; essa proporção cai para 12% entre estudantes cis.
Durante o lançamento da pesquisa nacional, a professora Jaqueline Gomes de Jesus, a primeira transexual a entrar para o doutorado na Universidade de Brasília (UnB), contou que se deparou com uma realidade similar desde muito nova, em escolas da Ceilândia e de Taguatinga, no Distrito Federal.
“Não foram meus professores que me salvaram. Não foi a escola, porque eu não existia na escola. Eu sofri bullying, discriminação, perseguição, assédio de cunho sexual todos os dias. E professoras, coordenadoras, diretoras, as freiras não faziam nada, porque era uma criança transviada e diziam: ‘não quero me meter nisso’.
Políticas públicas
Para mudar essas realidades e enfrentar os desafios no combate à discriminação sofrida pelos estudantes LGBTI+ das redes de ensino brasileiras, a coordenadora do MEC, Maraisa Bezerra Lessa, explicou que as políticas públicas adotadas pelo MEC estão baseadas na Constituição Federal de 1988; nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC); nos princípios do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, além do parecer do Conselho Nacional de Educação, que obriga a adoção do nome social dos estudantes.
Segundo Maraisa, os objetivos são promover a democracia, cidadania, justiça social e respeito às diversidades nos sistemas de ensino.
A coordenadora detalhou que as ações do governo federal estão focadas na formação de pessoas para ter capacidade de entender quais são seus direitos e, ainda, na formação continuada de educação em direitos humanos dos profissionais da educação.
“A gente parte do pressuposto que a educação é um direito fundamental e que possibilita o acesso a todos os demais direitos. A educação de direitos humanos, no momento em que ela tenta contribuir para conscientizar sobre esses direitos, possibilita aos educandos e às educandas que tenham condições de luta para isso.”
Sugestões
A Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro 2024 propõe a criação de políticas públicas que incluam no currículo escolar os temas: formas de violência, respeito, convivência democrática, conforme a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.668 [que determina que as instituições de ensino combatam o bullying homofóbico em suas unidades]; a Lei 13.185/2015, de combate ao bullying, e a Lei 14.811/2024, que institui medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência nos estabelecimentos educacionais.
Outras sugestões do levantamento nacional são:
- a proteção ao educador que tratam da temática;
- medidas legais para garantir segurança de estudantes que sofrem violência na família;
- sensibilização e capacitação da rede de proteção de crianças e adolescentes.
O secretário-executivo do Conselho Nacional de Educação (CNE), Christy Ganzert Pato, defende que os desafios a serem enfrentados na educação brasileira são mais amplos e vão além da reformulação da educação básica e dos investimentos na formação dos docentes brasileiros.
“A mudança estrutural não é só da escola, não é só na formação [de professores], a mudança deve ser da estrutura da sociedade. Isso envolve um esforço muito além de só pensar na atuação do gestor, em leis de punição, leis de educação, leis de formação. Este é um processo muito mais de conhecimento nacional. Como é que você muda o espírito de nação?”, questionou o secretário-executivo do CNE.
Educação
Introdução da Inteligência Artificial como disciplina na China poderá impactar positivamente a Educação do Brasil

Liderança do grupo Vitae Brasil esteve recentemente no país para conhecer novas tecnologias e ampliar os mercados de atuação.
A partir de setembro deste ano, estudantes das escolas públicas e privadas de Pequim, capital da China, passarão a ter aulas obrigatórias de Inteligência Artificial já no ensino fundamental.
A medida, anunciada pela Comissão Municipal de Educação de Pequim, é parte de uma ampla estratégia nacional que visa consolidar a posição do país como protagonista no desenvolvimento e uso de tecnologias emergentes.
Com crianças de apenas seis anos aprendendo conceitos básicos de IA, a proposta pode representar uma grande mudança estrutural no modelo educacional chinês. Ao menos oito horas por ano letivo serão dedicadas ao conteúdo, que poderá ser ministrado em disciplinas autônomas ou integrado às matérias já existentes, como ciências e informática.
A Inteligência Artificial já faz parte dos negócios e os profissionais que quiserem ingressar no mercado de trabalho precisarão dominar uma série de ferramentas. Mas o Brasil ainda está “engatinhando” no quesito Educação Pública. Em muitas localidades ainda falta o básico em termos de infraestrutura e capacitação de profissionais para que a tecnologia possa, de fato, ser integrada ao ensino.
A Gerente Executiva da Planneta Educação, Jessyca Jennifer do Nascimento, tem uma visão otimista sobre a conjuntura e acredita que, embora o Brasil tenha avançado, ainda há muito a ser feito.
“Nossa educação pública é gigante e nossa diversidade geográfica e cultural também. Em outubro de 2022 tivemos um complemento da nossa Base Nacional Comum Curricular, que é chamada de BNCC da Computação, onde essas habilidades voltadas à tecnologia, cultura digital e pensamento computacional foram amplamente divulgadas e incorporadas nos currículos de todas as redes de ensino do país. É importante destacar que não existe resultado efetivo em curto prazo para uma educação que atinge mais de 180 mil escolas e 47 milhões de alunos pelo país. Precisamos pensar a médio e longo prazo e principalmente garantir a continuidade de ações que dão certo, reconhecendo estratégias e disseminando boas práticas”, avalia a especialista.
Jessyca reconhece que apenas uma diretriz não é suficiente, mas é o primeiro passo para que as redes de ensino comecem a se adaptar e planejar para incorporar as mudanças no dia a dia escolar. “Obviamente a infraestrutura conta e muito para garantir avanços na tecnologia, por isso, precisamos garantir além de escolas mais modernas e bem construídas, que a conectividade faça parte do dia a dia da escolar—e não como algo isolado. professores engajados, que sejam usuários ativos de tecnologia no cotidiano e suporte para garantir a efetividade dessas ações ao longo do tempo”.
Recentemente Jessyca esteve na China com o objetivo de ampliar os mercados de atuação do grupo Vitae Brasil. Durante a visita, ela teve a oportunidade de conhecer grandes fornecedores de recursos para Educação em seu sentido mais amplo: desde mobiliário, papelaria até tecnologia educacional.
“É claro que vimos tanto recursos básicos como tecnologia de ponta, o que amplia nosso olhar sobre possibilidades de negócios aqui no Brasil. Foi uma experiência enriquecedora e ampliamos nosso relacionamento com empresas que podem nos dar mais subsídio para continuarmos sendo referência em inovação para educação pública. Em relação a IA podemos ver iniciativas aplicadas desde crianças de 4, 5 anos até jovens de 15 a 17. Eles aprendem robótica, programação em diversas linguagens, pilotagem e navegação guiada por drones, internet das coisas aplicada à vida real, como também laboratórios de criação e desenvolvimento de soluções. Tudo alinhado a metodologia e propósito de fim educacional, ampliando as habilidades como resolução de problemas, lógica e análise crítica. Naquele país a IA faz parte do dia a dia, não é algo desalinhado com a realidade que se vive, e grande parte das tecnologias já estão integradas com a ferramenta para potencializar sua função. A IA não é vista como algo isolado e sim um complemento que potencializa as tecnologias já existentes”, pontua a Gerente Executiva.
Inteligência Artificial na prática
Com base em sua experiência, Jessyca explica que existem várias formas plurais de se introduzir a Inteligência Artificial no universo da Educação, impactando positivamente os alunos que receberão esse conteúdo dentro de várias disciplinas. A especialista destaca algumas delas:
Matemática: Incluir conceitos básicos de algoritmos, pensamento computacional e modelagem matemática usada em IA. A lógica sendo aplicada na prática. Com recursos que utilizem a lógica como forma de resolver problemas e claro potencializado pela IA.
Ciências: Explorar aplicações de IA em áreas como biologia (análise de dados genéticos), física (simulações) e química (descoberta de novos materiais). Também é possível ensinar os alunos a levantar dados estatísticos e analisá-los com uso da IA.
Língua Portuguesa: Discutir ética, impacto social da IA, viés algorítmico e produção de textos com ferramentas de IA (como chatbots). Como também compreender a IA como uma nova linguagem. Utilizando como ferramenta de revisão e correção de atividades que auxiliem o aluno a evoluir em seus estudos.
Artes e Criatividade: Usar ferramentas de IA para criação artística como (geração de imagens, música, poemas etc.) e refletir sobre autoria e originalidade e ampliar o repertório cultural com base na IA e seu potente poder de apoio.
A liderança defende que ainda que é possível criar um componente curricular que aborde a Inteligência Artificial em sua essência, como: fundamentos da tecnologia e machine learning, aplicações práticas (como chatbots, reconhecimento de imagens) programação básica (Python, por exemplo) para entender modelos de IA, discussões sobre privacidade, ética e futuro do trabalho”, pontua.
Jessyca vislumbra um cenário positivo para o Brasil a partir da experiência da China, e de outros países, que estão se preparando para o futuro com bastante cautela.
“Acredito que existem perspectivas promissoras, mas os investimentos precisam seguir a mesma velocidade que os estudos. Com minha experiência acumulada, consigo perceber que a China não iniciou seu processo de implementação do dia para a noite e nem em grande escala. Vários pilotos e experiências foram sendo realizadas, e agora com a implementação em Pequim, percebe-se que esse é o marco inicial de um projeto que será replicado em todo o país. Ou seja, um modelo que podemos adotar aqui no Brasil, buscar localidades para que as primeiras experiências e práticas sejam realizadas, depois regionalizá-las, para somente depois massificá-las pelo território, de forma coerente e responsável, envolvendo professores, gestores, alunos e comunidade, como também ajustando a rota do que não deu certo e disseminando as práticas que deram”, conclui a especialista.”
Sobre a Planneta Educação
A tecnologia passou a ser uma das rotas para desenvolver e compartilhar habilidades. O lugar de aprender já não é mais apenas a sala de aula, e sim qualquer lugar.
E se ensino não tem limites, muito menos fronteiras, precisamos entender que crianças e jovens precisam desenvolver habilidades essenciais para prosperarem em um mundo que, definitivamente, é digital.
A Planneta Educação acredita no poder da educação como instrumento de transformação de toda a sociedade. E é com esse pensamento que difunde a sua missão, com o objetivo de oferecer sempre o melhor.
A empresa do grupo Vitae Brasil desenvolve diversas soluções educacionais inovadoras e tecnológicas para escolas, redes de ensino e municípios, para que, juntos, possam revolucionar a Educação.
Durante sua trajetória, a companhia obteve reconhecimentos nacionais e internacionais, como o título Top 5 melhores do Brasil em Qualidade de Vida no trabalho pelo PNQV – Prêmio Nacional de Qualidade de Vida, Top 100 empresas do país que mais contribuem para o desenvolvimento dos estudantes brasileiros pelo Prêmio CIEE Melhores Programas de Estágio, Parceiro do Ano – Região da América Latina e Caribe (Latin America and Caribbean Regional Partner of the Year) na categoria Setor Público pela Microsoft, Top 50 melhores empresas para estagiar em todo estado de São Paulo e também foi reconhecida pelo United Nations Development Business, órgão responsável por fomentar e divulgar projetos financiados pela ONU, Banco Mundial, BID, BIRD, entre outros.
Educação
Programa que oferta bolsas de estudo a negros tem inscrição até dia 30

O programa Black STEM, que seleciona estudantes negros para concorrer a bolsas de estudo no exterior, está com inscrições abertas até o dia 30 deste mês. Pelo programa, os selecionados podem receber até R$ 35 mil em bolsas para cursos nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês). A iniciativa é do Baobá – Fundo para Equidade Racial, com apoio da B3 Social e parceria do Brasa, uma associação de estudantes brasileiros no exterior.
A lista com os resultados dos estudantes classificados será divulgada dia 11 de julho, no portal Baobá.
O Baobá é um fundo voltado para o incentivo à promoção da equidade racial para a população negra e ações de combate ao racismo no Brasil.
Na primeira edição do Black STEM, cinco estudantes foram selecionados: Camilla Ribeiro, de Vitória, que está em Portugal cursando pilotagem; Diovanna Stelmam, de São Paulo, que faz na China o curso de computação; Melissa Simplício, do Rio de Janeiro, que estuda ciência da computação nos Estados Unidos; Rilary Oliveira, de Diadema, São Paulo, que faz medicina na Argentina; e Eric Ribeiro, de Caieiras, São Paulo, aluno de engenharia aeroespacial e física na Universidade de Notre Dame, em Indiana, Estados Unidos.
Eric Ribeiro (foto) ficou sabendo do programa de bolsas por meio de uma analista do Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos – Ismart. Ele conta que ter suporte da família foi fundamental nesse processo.
“Minha família sempre apoiou muito minha conexão com o Baobá – eles se envolveram bastante no processo, encantados com a proposta do programa e tudo o que ele representa”, disse o estudante, que enfrentou dificuldades com o clima e a saudade da família. “A adaptação é um processo longo. O clima, a comida e a distância da família foram os maiores desafios. Acredito que neste semestre já esteja mais acostumado ao frio de Indiana e à falta do arroz e feijão de casa – coisas que, com o tempo, vão pesando menos, à medida que encontramos novos amigos e nos adaptamos à culinária local.
“No entanto, a saudade continua sendo um ponto difícil. A distância é uma constante: não dá para contornar, só para encurtar – e isso só acontece de meses em meses, quando tenho a chance de voltar”, afirmou o estudante.
Por outro lado, os pontos positivos têm sido incríveis, destacou Eric. “Estar em um campus onde todas as minhas atividades acontecem me permite criar laços profundos. Acredito que os amigos que fiz aqui são para a vida toda, pelo tempo e intensidade que vivemos juntos. E, além disso, a proximidade com os professores e a chance de aprender com eles no dia a dia têm sido fundamentais para o meu crescimento acadêmico e profissional.”
Além da bolsa de estudos, o estudante conta com iniciativas de suporte proporcionadas pelo Fundo Baobá e pela Associação B3 Social. “Tmbém recebo suporte neoemocional e psicológico, o que tem sido essencial para minha saúde mental longe de casa. As mentorias, as oportunidades de networking e a rede de apoio formada por outros bolsistas também fazem diferença. Sentir que não estou sozinho na jornada e que há um coletivo torcendo por mim transforma toda a experiência”, afirmou.
O estudante escolheu estudar engenharia aeroespacial e física nesta universidade por se identificar depois de ter contato com alunos. “Sobre a Universidade Notre Dame, foi uma escolha que uniu coração e estratégia. Desde as primeiras conversas com alunos e professores, percebi que era um lugar onde eu poderia crescer em todas as dimensões – acadêmica, pessoal e social. E foi exatamente isso que encontrei aqui.” A presença negra na ciência é relevante para a humanidade
Em nota, a diretora de Programa do Fundo Baobá, Fernanda Lopes, explica o propósito do Black STEM e de que forma o projeto pode apoiar estudantes negros no propósito de entrar e permanecer em instituições de ensino superior.
“Por isso, afirmamos que o Black STEM não é ‘apenas’ um programa de bolsas complementares para apoiar a permanência de estudantes negros em cursos de graduação completa em instituições estrangeiras. Por exemplo, a primeira médica da história da humanidade era uma egípcia; o pai da engenharia no Brasil, André Rebouças, foi um homem negro. O Baobá, ao instituir o Black STEM recupera a memória das contribuições negras para a ciência e tecnologia mundial e reitera que, no futuro, grandes descobertas e avanços também poderão ser protagonizados por pessoas negras”, explica.
*Estagiária sob supervisão de Marcelo Brandão