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Saúde

Gestores de clínicas de saúde ignoram a gestão e pagam caro por isso

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Sem planejamento, indicadores e estratégia, clínicas enfrentam desperdício, baixa rentabilidade e alto risco de colapso. Especialista alerta: o Brasil forma excelentes técnicos, mas quase nenhum gestor em saúde.

O setor de saúde suplementar no Brasil movimenta quase 10% do PIB nacional, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O número de clínicas privadas e consultórios cresceu significativamente na última década, impulsionado pela maior demanda por reabilitação, estética, saúde preventiva e terapias integrativas. Mas, por trás dessa expansão, um dado chama atenção: mais da metade dessas estruturas opera com prejuízo ou estagnação crônica.

De acordo com levantamento do Sebrae e dados compilados pelo CFM e pelo IBGE, 60% das clínicas de pequeno e médio porte não utilizam KPIs básicos de desempenho. Quase 70% não têm metas financeiras claras. E um número ainda maior, cerca de 80%, não possui plano estratégico de crescimento ou fidelização de pacientes.

Para Gabriela Vizioli, terapeuta ocupacional, docente de pós-graduação e especialista em gestão de clínicas com base em evidências, essa realidade revela uma falha estrutural na forma como os profissionais de saúde gerenciam seus negócios. “O Brasil forma excelentes clínicos, mas quase nenhum gestor. A maioria dos donos de clínicas continua pensando como técnico. Eles cuidam do atendimento, mas negligenciam finanças, marketing, processos e experiência do paciente e isso cobra um preço alto”, afirma.

Segundo Gabriela, é comum encontrar clínicas que atendem com qualidade, mas têm prejuízo — por não saberem precificar, calcular custo por serviço ou ajustar o mix de atendimento à demanda real. “Há quem tenha agenda cheia e saldo negativo no fim do mês. Ou que pague com capital pessoal os erros da gestão”, observa.

Além disso, a ausência de planejamento estratégico trava decisões importantes como expansão, formação de equipe, investimento em tecnologia ou reposicionamento de marca. “Gestores da saúde que não dominam o próprio negócio acabam reféns do improviso. Vivem no modo reativo, correndo atrás de paciente, apagando incêndio, lidando com evasão e sem margem para inovar”, diz.

Gabriela aponta que esse cenário se repete com frequência tanto em clínicas pequenas quanto em estruturas de médio porte. Um de seus estudos de caso recentes mostrou que, após mapear os gargalos de atendimento e aplicar um modelo mínimo de gestão, uma clínica em São Paulo aumentou a taxa de conversão em 87,5% e aumentou o faturamento em 53% em apenas um mês após o início do treinamento.

“É um setor que cresce, mas sem profissionalização, o risco é crescer de forma frágil. Uma clínica pode fechar mesmo tendo bons profissionais, simplesmente porque ninguém está olhando os números, o fluxo de caixa, os indicadores de satisfação. E quem não mede, não gerencia”, reforça.

Para ela, o próximo salto do setor não está só na formação técnica, mas na criação de líderes capazes de pensar a clínica como empresa e o cuidado com um serviço que exige estrutura, sustentabilidade e gestão inteligente. “Cuidar de uma clínica é tão estratégico quanto cuidar de um paciente. E exige preparo, decisão e responsabilidade.”

Saúde

8 Mitos e verdades sobre a hipertensão, a doença silenciosa que mais mata no Brasil

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Dr. Iran Gonçalves Júnior, cardiologista e diretor médico da EMS, esclarece informações equivocadas sobre a hipertensão e reforça como hábitos simples podem salvar vidas

As doenças cardiovasculares seguem como a principal causa de morte no Brasil e no mundo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), são mais de 400 mil óbitos anuais no país — o equivalente a um a cada 90 segundos, superando todas as outras causas, como câncer, doenças respiratórias, acidentes e violência. Para mudar esse cenário, especialistas defendem um novo olhar sobre a prevenção e o enfrentamento da hipertensão arterial, uma condição silenciosa que atinge mais de 30% da população adulta brasileira e que frequentemente passa despercebida.

“Apesar de ser altamente prevalente, a hipertensão ainda é mal compreendida. Existem muitos mitos que dificultam o diagnóstico precoce e o controle adequado. Desmistificar esses pontos é essencial para ampliar o acesso à informação e reduzir o risco de eventos graves, como infarto e AVC”, afirma o Dr. Iran Gonçalves Júnior, cardiologista e diretor médico da EMS.

A seguir, o especialista esclarece os principais mitos e verdades sobre os cuidados com o coração e a pressão arterial:

  1. A hipertensão é uma doença crônica que exige controle contínuo – VERDADE

Não existe “cura” definitiva para a hipertensão. É uma condição permanente, que pode e deve ser controlada ao longo da vida. O sucesso do tratamento depende da adesão ao acompanhamento médico, da regularidade no uso de medicamentos — quando prescritos — e da adoção de hábitos saudáveis. “Mesmo quando a pressão está sob controle, o tratamento deve continuar. É um compromisso com a própria saúde a longo prazo”, afirma Dr. Iran.

  1. Se estou me sentindo bem, não preciso me preocupar com a pressão – MITO

A hipertensão é chamada de “doença silenciosa” justamente por não causar sintomas na maioria dos casos. “A pessoa se sente bem, mas a pressão pode estar alta há anos. A única forma de saber é fazendo checkups e aferindo sua pressão”, explica o médico.

  1. Alimentação saudável ajuda na prevenção e no controle da hipertensão – VERDADE

Uma dieta equilibrada, com menos sal e alimentos ultraprocessados, é uma aliada no controle da pressão arterial. Incluir frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras boas favorece a saúde vascular e reduz a sobrecarga no coração. “Frutas, legumes, grãos integrais e gorduras boas fazem parte de uma rotina que protege o coração e os vasos”, destaca Dr. Iran.

  1. Hipertensão é problema só de pessoas estressadas – MITO

O estresse pode influenciar os níveis de pressão em alguns momentos, mas está longe de ser a única causa. “Sedentarismo, obesidade, genética, tabagismo e excesso de sal são fatores bem mais determinantes. Culpar só o estresse mascara o real perigo da doença”, alerta o especialista.

  1. Medicamentos anti-hipertensivos são seguros e salvam vidas – VERDADE

Com indicação correta e uso contínuo, os remédios controlam a pressão e previnem eventos graves. “Abandonar o tratamento por conta própria, mesmo se a pressão estiver boa, é um erro que pode custar caro”, afirma o diretor médico da EMS.

  1. Mulheres têm menos risco de pressão alta e infarto – MITO

O risco cardiovascular aumenta significativamente após a menopausa, quando há queda dos níveis de estrogênio. Além disso, os sintomas de infarto em mulheres costumam ser menos evidentes, o que pode atrasar o diagnóstico. “Esse mito atrasa o cuidado e pode custar vidas. O coração feminino também precisa de atenção redobrada”, afirma Dr. Iran.

  1. Bebidas alcoólicas, cigarros e energéticos aumentam a pressão e sobrecarregam o coração – VERDADE

Essas substâncias afetam diretamente a função cardiovascular. O uso contínuo ou em excesso favorece o aumento da pressão, arritmias e inflamações nos vasos sanguíneos. “O impacto é ainda maior quando associadas entre si. Moderação e consciência são fundamentais”, reforça Dr. Iran.

  1. Fazer exercícios eleva a pressão e pode ser perigoso para quem é hipertenso – MITO

A prática regular de atividade física é indicada tanto na prevenção quanto no tratamento da hipertensão. Quando realizada com orientação profissional, ajuda a reduzir os níveis de pressão, melhora a função cardíaca e contribui para o bem-estar geral. “Com liberação médica e acompanhamento, os exercícios ajudam a reduzir a pressão, controlar o peso e melhorar a função vascular”, afirma o especialista.

É de Coração

 A EMS criou, há um ano, a campanha É de Coração, com o objetivo de ampliar o acesso à informação de qualidade sobre a hipertensão e promover ações de conscientização em parceria com médicos, farmacêuticos e profissionais da saúde em todo o país. Desde seu lançamento, a campanha vem realizando mutirões de aferição de pressão arterial em dezenas de cidades brasileiras, em parceria com redes de farmácia, clínicas e pontos de venda. A atuação envolve profissionais de saúde capacitados e distribuição de materiais informativos para reforçar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

“Nosso objetivo é apoiar médicos e farmacêuticos na conscientização da população sobre a importância de prevenir e tratar a hipertensão. Como líderes de mercado, temos o compromisso de contribuir com ações educativas que gerem impacto real na saúde dos brasileiros”, afirma Joaquim Lopes, diretor da unidade de Prescrição Médica da EMS.

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Saúde

Você conhece os benefícios da ortopedia na prevenção de contusões e no tratamento de lesões?

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A ortopedia representa uma especialidade médica de fundamental importância para a promoção da saúde, da qualidade de vida e do bem-estar geral, especialmente durante o envelhecimento, fase em que o sistema musculoesquelético — composto por ossos, músculos, ligamentos e articulações — torna-se mais suscetível a processos degenerativos e a disfunções funcionais.

 

Essa especialidade é responsável pelo diagnóstico, tratamento, reabilitação e prevenção de distúrbios que acometem o aparelho locomotor. A traumatologia, por sua vez, é uma subespecialidade da ortopedia que se dedica ao manejo de traumas que afetam esse mesmo sistema, como fraturas, entorses e luxações.

 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 80% da população mundial apresentará algum tipo de dor na coluna ao longo da vida. No contexto brasileiro, informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que aproximadamente 1 em cada 5 adultos convive com uma condição crônica relacionada à coluna vertebral, sendo as mais prevalentes: cifose, lordose, hérnia de disco, artrose e escoliose.

 

Diante desse cenário, torna-se evidente a relevância das consultas periódicas com um médico ortopedista, recomendadas ao menos uma vez ao ano, com o intuito de preservar a integridade do sistema musculoesquelético e, consequentemente, contribuir para a manutenção da autonomia, funcionalidade e longevidade do indivíduo.

 

📍 Tratamento de Lesões

 

No contexto de traumas e lesões musculoesqueléticas, a atuação do ortopedista é imprescindível. Somente esse especialista está capacitado para realizar uma avaliação clínica minuciosa, complementada por exames de imagem, a fim de estabelecer o diagnóstico preciso e indicar a conduta terapêutica mais adequada, seja ela conservadora ou cirúrgica.

 

📍 Acompanhamento do Desenvolvimento Estrutural

 

A ortopedia também desempenha um papel essencial no monitoramento do desenvolvimento do sistema musculoesquelético desde a infância até a senescência. A realização de consultas regulares possibilita a detecção precoce de alterações estruturais, como deformidades ósseas ou disfunções articulares, viabilizando intervenções precoces e tratamentos específicos — como a fisioterapia ortopédica — que evitam a progressão das condições patológicas.

 

Em síntese, o acompanhamento com um profissional especializado em ortopedia é determinante não apenas para o tratamento de lesões, mas também para a prevenção de quadros crônicos, os quais muitas vezes se iniciam com sintomas leves e evoluem para limitações significativas, comprometendo a qualidade de vida, especialmente em pacientes idosos.

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Saúde

Mulheres e dor lombar: o peso invisível que sobrecarrega o corpo feminino

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Fisioterapeuta explica como a rotina feminina sobrecarrega o corpo — e o que fazer para aliviar dores frequentes

A dor lombar é uma velha conhecida de muitas mulheres brasileiras. Mais do que um incômodo pontual, ela pode ser reflexo de uma rotina intensa, marcada por múltiplas jornadas, sobrecarga emocional e dificuldade de entender sinais do corpo. Não à toa, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde, cerca de 34,4% das mulheres adultas no Brasil relatam dores frequentes na região das costas, número superior ao observado entre os homens (26,5%).

Embora fatores como sedentarismo e padrões posturais repetitivos sejam frequentemente associados à dor lombar, eles não explicam toda a complexidade do quadro. De acordo com a fisioterapeuta Luciana Geraissate, especialista em reabilitação funcional e Pilates clínico, muitos casos de dor lombar têm origem multifatorial — e afetam principalmente mulheres por conta de características hormonais, comportamentais e sociais.

“É muito comum atender pacientes que não sofreram nenhum trauma ou lesão, mas que convivem com uma dor constante na lombar. Quando investigamos mais a fundo, percebemos que o corpo está respondendo a anos de sobrecarga, estresse, má respiração,   falta de fortalecimento adequado e distúrbios do sono,” explica.

Estudos científicos confirmam essa percepção. Uma pesquisa publicada pela Revista Brasileira de Epidemiologia aponta que mulheres com múltiplos filhos têm até 2,8 vezes mais probabilidades de desenvolver dor lombar crônica. Outros fatores associados incluem a idade superior a 50 anos, tabagismo, obesidade, insônia e depressão. O impacto é real: em 2017, mais de 25 milhões de brasileiros sofreram com dor na coluna, uma das principais causas de incapacidade no país, segundo dados do Global Burden of Disease.

O quadro pode se agravar por uma combinação de fatores, incluindo hábitos como o uso prolongado de salto alto, longos períodos sentada e alterações hormonais — especialmente quando não há preparo físico ou suporte muscular adequado. Além disso, a carga mental, frequentemente associada à sobrecarga de responsabilidades no trabalho e em casa, pode levar à negligência dos próprios sinais de alerta.

“O corpo vai se adaptando da forma que consegue, até que os mecanismos de compensação deixam de ser eficazes, e a dor se torna persistente,” diz Luciana. Segundo a especialista, o atendimento fisioterapêutico precisa ir além da técnica. Escutar o paciente, entender sua rotina e propor um plano individualizado é essencial para interromper o ciclo da dor.

É nesse contexto que o Pilates clínico tem ganhado destaque. Diferente das aulas genéricas, voltadas ao condicionamento físico, a prática terapêutica é adaptada às necessidades de cada paciente e trabalha o fortalecimento da musculatura profunda, a mobilidade das articulações e a consciência corporal. “Ao promover melhor alinhamento postural, consciência corporal e controle motor, pode contribuir significativamente para a redução da dor e prevenção de recorrências”, destaca Luciana.

Apesar da eficácia do tratamento, muitas mulheres só procuram ajuda quando a dor já está limitando as atividades do dia a dia. Sensações como rigidez ao acordar, incômodo ao permanecer sentada por muito tempo ou episódios de travamento da lombar não devem ser ignorados. “O corpo sempre avisa. A gente é que, muitas vezes, não escuta”, reforça.

Luciana defende uma abordagem que una ciência e acolhimento. Para ela, fisioterapia é também um espaço de escuta. “Toda dor tem uma história. E toda história merece ser ouvida.”

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