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Comportamento

Ideias que transformam — Por Valquir Correa

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Entre grandes conquistas e conversas corporativas difíceis, uma especialmente deixou marcas profundas na minha vida profissional. Essa história começa em um famoso hotel no México, onde atuava como controller financeiro.

Em um dia ensolarado de janeiro, após tomar café da manhã, recebi uma ligação — já esperada — do meu chefe corporativo. Momentos antes, tinha enviado à sede um forecast muito ruim para os próximos meses. Mais uma vez, o hotel não atingiria o orçamento. Como é possível imaginar, a conversa não foi tão agradável. Do outro lado da linha e visivelmente frustrado, ele deixava claro seu descontentamento com a performance do negócio e da equipe executiva.

Minha primeira reação interna foi de questionamento: Por que eu seria o responsável por gerar receita? Minha função era garantir que as despesas estivessem alinhadas com a realidade do negócio, e isso vinha acontecendo. Então, por que ele estava tão irritado comigo?

Apesar desses pensamentos, mantive a calma e, em vez de justificar ou culpar outros departamentos, apenas escutei. Escutei ativamente e esperei uns 15 minutos até ele se acalmar um pouco. Fiz, então, algumas perguntas diretas para entender exatamente quais eram as expectativas dele em relação a mim e, depois disso, prometi que atingiríamos as metas e que não descansaria até alcançá-las.

Unindo a Equipe

No dia seguinte, reuni a equipe executiva e expliquei a gravidade da situação. Usei palavras duras, mas diferentemente do meu chefe, transmiti a mensagem com paixão, buscando engajamento e comprometimento. Minha ideia era conversar com todos os colaboradores para entender suas ideias e preocupações. Expliquei a estratégia com energia e entusiasmo, mas a resposta inicial foi apática. A equipe executiva estava cansada de tantas derrotas e alegava que já tentara aquilo antes. Diante disso, decidi então que faria aquilo sozinho.

Preparei sessões para a semana seguinte e convidei todos os funcionários, divididos em grupos de 20 pessoas, de diferentes turnos e departamentos, para participar. Estipulei algumas regras de comportamento e bolei perguntas simples sobre como poderíamos gerar mais receita, economizar nos custos e melhorar a experiência dos hóspedes.

Os dois primeiros grupos foram fantásticos. A energia era palpável! Porém, no terceiro grupo, surgiu o primeiro desafio: um membro criticou a ideia de um colega. Pedi educadamente que ele saísse da sala, já que uma das regras era o respeito a todos. Esse ato garantiu a confiança daquele time.

Após as sessões, coletamos mais de 200 ideias e as classificamos em níveis, de fácil implementação a alto investimento.

Transformação

Dentre as ideias mais impactantes, destacaram-se:

– Mix de Vendas no Bar

Nosso hotel era famoso na região por suas festas e pelo consumo elevado de um determinado champanhe. Parecia um sucesso, mas o custo da bebida representava 33% do preço de venda. Ou seja, nossa margem de lucro estava sendo drasticamente impactada por conta do foco exclusivo naquele item.

Analisando o mix de vendas do bar e mapeando as margens de lucro de cada produto, vimos uma oportunidade gigantesca: outras bebidas, como vodca, tequila e uísque, tinham um custo de apenas 8%, o que representavam opções mais lucrativas para o hotel. Assim, realizamos uma série de treinamentos com a equipe de alimentos e bebidas para ensinar a importância do mix de vendas e como redirecionar o foco para bebidas de menor custo e maior margem. Mostramos que simples estratégias, como sugerir tequilas premium em vez de champagne, poderiam impactar diretamente a lucratividade do nosso negócio.

O resultado foi um marco histórico do hotel! Reduzimos o custo geral de bebidas de 22% para 15%. Poucos meses depois, essa estratégia já gerava US$ 250 mil adicionais em impacto.

– Tacos no Menu

Numa simples conversa com o nosso mensageiro, soube que, diariamente, os hóspedes perguntavam onde poderiam comer tacos na cidade. Não à toa. O México é conhecido por sua culinária e os tacos são uma referência óbvia. No entanto, o restaurante do hotel não oferecia o prato por achar que não se adequava ao estilo sofisticado do ambiente.

Ao imaginar o quanto poderíamos estar perdendo ao ignorar um desejo tão básico dos hóspedes, pedimos ao chef que criasse uma versão sofisticada e alinhada com o conceito do nosso restaurante. Com o feito incrivelmente pronto, fomos tentar convencer o gerente de quão benéfico para o empreendimento como um todo seria adaptar nossa oferta. Após algumas reuniões, finalmente tivemos o apoio necessário e os tacos foram incluídos no menu.

Sucesso absoluto no menu, a novidade gerou US$ 200 mil em receita adicional, apenas porque escutamos os hóspedes e encontramos uma solução criativa para atender à demanda.

– Promoção do SPA

Em um hotel conhecido pelas festas e pelo alto consumo de bebidas alcoólicas, seu SPA sentia dificuldades para atrair clientes. A taxa de ocupação era baixa e os hóspedes raramente demonstravam interesse em sequer conhecer a área de relaxamento. Foi quando decidimos adotar uma abordagem diferente, focada no comportamento dos hóspedes. Logo percebemos que, antes das festas alcançarem seus auges, o clima era mais calmo e, portanto, este poderia ser o momento perfeito para promover o SPA.

Criamos, então, serviços de “recuperação de ressaca”, voltados para hóspedes que ainda sentiam os efeitos da noite anterior. Além disso, a equipe do SPA passou a interagir diretamente com os hospedes, indo até a área da piscina, devidamente trajada e alinhada com o conceito de festa, para apresentarem seus serviços e benefícios, criando uma conexão mais próxima.

Essa abordagem mudou completamente o jogo. Quando os hóspedes finalmente entravam no SPA, a experiência era tão positiva que muitos acabavam contratando outros serviços. Em poucos meses, a taxa de ocupação subiu de 7% para 15%, gerando US$ 250 mil adicionais em receita. Essa estratégia mostrou que, às vezes, a solução está em adaptar o serviço ao comportamento do cliente, em vez de esperar que ele se ajuste ao serviço.

– Parcerias com Concierges de Outros Hotéis

Como nosso hotel era o único na região que não seguia o modelo all inclusive, percebemos que havia uma oportunidade de nos tornarmos o ponto de referência para festas e eventos na cidade. Assim, implementamos uma estratégia ousada: oferecer comissões aos concierges dos all inclusives sempre que enviassem seus hóspedes ao nosso hotel. Era uma situação vantajosa para todos, pois quando um hóspede all inclusive consome fora do seu hotel, gera economia significativa nos custos de alimentação e bebidas naquele estabelecimento.

Tão logo os concierges começaram a nos ligar solicitando reservas em cabanas e eventos especiais, tornando-nos o centro das melhores festas da região, atraindo hóspedes da concorrência e criando uma reputação ainda mais forte como destino de entretenimento. Essa ideia gerou US$ 350 mil adicionais em receita apenas no aluguel de cabanas, além de fortalecer a marca do hotel como o mais desejado da cidade.

Resultados Extraordinários e uma lição valiosa

Em poucos meses, essas iniciativas geraram mais de US$ 1 milhão em impacto adicional, mas o verdadeiro triunfo foi a transformação cultural que aconteceu no hotel. O clima mudou completamente. Pela primeira vez, cada funcionário, independentemente da posição, sentia que fazia parte de algo maior. Todos queriam saber se já estávamos perto de atingir o orçamento, se o trabalho deles estava contribuindo para o sucesso do hotel e até se poderiam ajudar ainda mais. Os diversos times, que antes se sentiam desanimados, agora estavam orgulhosos, sorridentes e cheios de energia. Era um hotel inteiro trabalhando em sincronia, com o mesmo objetivo e visão. Cada pessoa sabia que seu esforço individual fazia diferença e que sua contribuição tinha um significado real.

Essa experiência me ensinou uma valiosa lição — ouvir ativamente a equipe pode transformar não apenas os números, mas a energia e o propósito de um negócio. Quando damos voz às pessoas e demonstramos que suas ideias e esforços realmente importam, não há limites para o que pode ser alcançado.

*Valquir Correa é fundador da Ascendere Group, palestrante e especialista em finanças corporativas, automação baseada em IA e estratégias de otimização operacional.

 

Jornalista com mais de 20 anos de atuação no mercado de Comunicação/Relações Públicas, com expertise na redação de textos diversos e no atendimento de contas de empresas nacionais e internacionais de diferentes portes e segmentos, como economia, jurídico, cultura, gastronomia e beleza.

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Advogado de Gaby Spanic é acusado por influenciadora de não cumprir acordo em ação contra o Facebook para recuperação de conta no Instagram

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A influenciadora Suellen Carey afirma que contratou o advogado Diego Figueiredo, em meados de dezembro de 2022, para atuar em uma ação contra o Facebook/Meta, com o objetivo de recuperar sua conta do Instagram e reverter restrições na plataforma. Segundo Suellen, o serviço não foi cumprido como prometido.

 

Diego Figueiredo se apresenta publicamente como advogado da atriz venezuelana Gaby Spanic, participante de A Fazenda 17, conforme nota de repúdio publicada por ele em rede social em 6 de outubro de 2025, assinada com sua identificação profissional.

 

De acordo com as conversas de WhatsApp apresentadas por Suellen, houve agendamento de atendimentos, trocas sobre “protocolo”, “relatório inicial do processo” e confirmação de envio de documentos referentes às restrições na rede social. Em uma das mensagens, o advogado escreve: “Assim te envio até o último protocolo sobre as restrições e problemas com sua rede social, tá?”.

 

Constam ainda notificações extrajudiciais em papel timbrado “Diego Figueiredo Advogado”, datadas de 22/05/2024, endereçadas a Facebook Serviços Online do Brasil Ltda., com o título “Notificação Solicitação Retirada SHADOWBAN e Denúncias” e carimbo de recebimento. Os documentos trazem o nome, contato e perfil de Instagram de Suellen Carey, além do endereço profissional do advogado em São Paulo.

 

“Eu paguei pelos serviços dele para recuperar a minha conta do Instagram, mas nada foi resolvido. Fiquei esperando meses e ele não me dava retorno”, afirma Suellen. “Toda vez que eu procurava, ele dizia que estava cuidando, mas nunca apresentou resultado. Foi frustrante ver que nada andava”, completa.

 

A influenciadora diz que decidiu tornar o caso público por se sentir enganada e desejar evitar que outras pessoas passem pela mesma situação. “Vejo que ele representa vários famosos e não quero que outras pessoas passem o mesmo que eu passei. Eu paguei por um serviço e esperava que fosse cumprido. Só quero respeito e transparência”, concluiu.

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Ex-sogra mantém assinatura mesmo após o fim do relacionamento: “Acho que sogra é pra sempre”, diz criadora de conteúdo

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A criadora de conteúdo Babi Palomas, de 24 anos, do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, revelou que uma de suas assinantes mais fiéis é a ex-sogra. O caso chama atenção porque o relacionamento chegou ao fim justamente por causa do tipo de conteúdo que Babi produzia, algo que, na época, gerava desconforto na família do ex-companheiro.

 

Ela conta que, no início do namoro, tentava equilibrar a vida pessoal e o trabalho, mas a exposição nas redes acabou se tornando um ponto de conflito. “Na época, minha sogra não aceitava muito bem o conteúdo que eu fazia. Dizia que era exagerado, que não combinava comigo. Isso acabou pesando na relação, porque eu não quis abrir mão do meu trabalho”, lembra.

 

Algum tempo depois do término, Babi teve uma surpresa ao checar a lista de assinantes em uma de suas plataformas. Entre os nomes, reconheceu o da ex-sogra. “Fiquei sem reação. A última pessoa que imaginei que continuaria ali era ela. Foi estranho no começo, porque nosso convívio não terminou bem. Mas depois virou curiosidade. Acho que sogra é pra sempre”, contou.

 

Para Babi, o episódio reflete a forma como as relações estão mudando, inclusive na internet. “As pessoas se observam, se conectam e até se acompanham de maneiras diferentes. Às vezes o que começa como julgamento se transforma em curiosidade. No fim, preferi encarar de forma leve e rir da situação.”

 

Hoje, ela enxerga o episódio como um retrato das novas dinâmicas entre mulheres e da forma como a exposição digital cria vínculos inesperados. “Mesmo com o distanciamento, pode existir algum tipo de conexão. E, nesse caso, literalmente, sogra é pra sempre”, conclui.

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Por que o amor de mulheres com homens mais jovens ainda causa tanto incômodo?

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CO - Assessoria / @anapaulaoliveira.oficial
CO - Assessoria / @anapaulaoliveira.oficial

“Percebo que muitas vezes os maiores julgamentos vêm de outras mulheres, o que mostra como o machismo estrutural também se reproduz entre nós”, diz Ana Paula Oliveira.

O casamento de Ana Paula Oliveira, de 50 anos, com um homem 17 anos mais jovem expõe como o etarismo digital reforça preconceitos de gênero e transforma escolhas íntimas em pauta pública. O tema, embora atual, não é novo. Nos capítulos recentes de Vale Tudo, a briga entre Consuelo e Aldeíde levantou discussões semelhantes: ao se defender, Aldeíde lembrou que ninguém questionou quando se casou com um homem 20 anos mais velho, mas que as críticas apareceram justamente porque, dessa vez, era ela a mulher mais velha. O episódio evidenciou como o machismo e o etarismo continuam determinando a forma como relações são vistas.

Aos 50 anos, a ex-participante de A Grande Conquista voltou a ser alvo de questionamentos após oficializar a união. Para ela, o duplo padrão é evidente. “Quando um homem de 60 aparece com uma mulher de 30, isso é tratado como charme, conquista. Quando é uma mulher que se casa com alguém mais novo, como eu fiz, parece que o amor precisa de justificativa. Eu não vejo ninguém cobrando explicações dos homens, mas comigo o julgamento foi imediato”, afirmou.

Ana Paula contou que, diante desse cenário, prefere se blindar. “Eu não quero gastar energia com quem tenta desqualificar a minha escolha. Amar é simples, mas a sociedade ainda insiste em complicar quando se trata de mulheres”, disse.

Para ela, a crítica que vem de outras mulheres chama ainda mais atenção. “Percebo que muitas vezes os maiores julgamentos vêm delas, e isso mostra como o machismo estrutural também se reproduz entre nós. É triste, porque revela que ainda falta união para que possamos romper de vez com padrões que só nos limitam.”

Apesar dos ataques, Ana Paula disse que encara a relação como uma forma de quebrar barreiras. “Eu não quero que a idade defina a forma como eu amo. Esse casamento é sobre liberdade, não sobre julgamento”, concluiu.

📸 Créditos: CO – Assessoria / @anapaulaoliveira.oficial

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