Economia
Indústria criativa movimentou R$ 393,3 bilhões em 2023 no país

Aos 47 anos, o escritor e editor Cesar Bravo começou a se dedicar à indústria criativa em 2011, quando passou a publicar seus livros de forma independente.
Há cerca de cinco anos, decidiu largar sua carreira como farmacêutico bioquímico para viver exclusivamente de seu trabalho no mercado editorial.
“Sou muito grato e feliz por conseguir viver do que eu gosto. Não sou um cara do mercado tradicional, não adianta. Eu servi ao mercado tradicional por muito tempo [indústria farmacêutica], mas nunca foi onde eu me senti feliz. Eu trabalho em casa, minha filha está sempre comigo. Minha filha tem 8 anos e ela é minha leitora, é minha fã. Só de ter uma filha que admira o trabalho do pai, da maneira com que a minha filha admira, já pagaria todas as contas”, conta Cesar, que tem seis livros publicados e trabalha para uma grande editora.
Ele é um entre centenas de milhares de brasileiros que trabalham na chamada indústria criativa, setor da economia que reúne não apenas o mercado artístico e cultural, como também segmentos como tecnologia da informação; pesquisa e desenvolvimento; moda e publicidade.
A indústria criativa, na verdade, é separada em quatro grandes segmentos. O principal deles é o consumo, que reúne atividades de publicidade e marketing; arquitetura, design e moda.
Os outros três são: tecnologia (pesquisa e desenvolvimento, biotecnologia, e tecnologia da informação e comunicação); mídia (editorial e audiovisual); e cultura (expressões culturais, patrimônio e artes, música e artes cênicas).
No país, a indústria criativa movimentou R$ 393,3 bilhões em 2023, segundo levantamento feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
O setor respondeu por 3,59% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, no período, de acordo com a pesquisa. O resultado representa alta na comparação com o ano anterior (2022), quando essa indústria respondeu por 3,21% do PIB.
A pesquisa, feita com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que a indústria criativa cresceu de 2008 a 2015, caiu em 2016 e 2017, e voltou a crescer a partir de 2018.
Em quatro unidades da federação, a indústria criativa respondeu por mais de 4% do PIB estadual. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, o setor representava 5,3% e 5,2% da economia local, respectivamente. No Distrito Federal, eram 4,9%, enquanto em Santa Catarina, a indústria criativa chegou a 4,2% do PIB estadual.
Em cinco unidades da federação, o setor representou menos de 1% da economia local: Maranhão (0,6%), Tocantins (0,7%), Rondônia, Acre e Alagoas (com 0,9%, cada um).
Trabalhadores
Em 2023, a indústria criativa empregava 1,26 milhão de pessoas, sendo a maioria em publicidade e marketing (348 mil), pesquisa e desenvolvimento (212 mil), tecnologia da informação e comunicação (TIC – 209 mil), arquitetura (116 mil) e design (105 mil).
Nos segmentos de mídia e cultura, destacam-se o mercado editorial (52 mil), expressões culturais (47 mil) e audiovisual (45 mil).
Os postos de trabalho na indústria criativa cresceram 6,1%, já que, em 2022, o setor empregava 1,19 milhão de trabalhadores, também distribuídos principalmente nas atividades de publicidade e marketing, TIC, pesquisa e desenvolvimento, arquitetura e design. O crescimento foi o dobro do apresentado pelo mercado de trabalho como um todo no período (3,6%).
“Isso é muito interessante porque não são trabalhadores somente em empresas criativas, mas são trabalhadores criativos em diversas outras empresas, mostrando como esse trabalhador criativo pode trazer valor para outras indústrias do Brasil”, explica a coordenadora da pesquisa, Júlia Zardo.
As carreiras com maior crescimento em 2023, na comparação com o ano anterior, foram analista de e-commerce (alta de 224,9%), profissional de mídias digitais (74,3%), produtor cultural (39,3%) e apresentador de eventos (36,6%).
Segundo Júlia Zardo, a expectativa é de que o segmento cresça ainda mais devido às políticas de estímulo a setores criativos depois da pandemia de covid-19.
“Esses dados são até 2023. Isso quer dizer que a gente ainda espera um aumento relevante depois do impacto nos municípios dessa descentralização de recurso público, por exemplo, com a Lei Paulo Gustavo. A gente tem diversas ações que foram tomadas, principalmente públicas, que ainda vão reverberar, com certeza, positivamente na indústria criativa nos próximos anos”.
Economia
Pagamento especial do saque-aniversário do FGTS continua hoje

Cerca de 8,1 milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e foram demitidos sem justa causa de janeiro de 2020 até o fim de fevereiro deste ano continuam a receber, nesta quarta-feira (18), o saldo acima de R$ 3 mil dos depósitos dos antigos empregadores. Ao todo, a Caixa Econômica Federal liberará R$ 6,4 bilhões nesta rodada.
Recebem nesta quarta-feira os trabalhadores nascidos em maio, junho, julho e agosto. Nesta etapa, os trabalhadores com saldo retido maior que R$ 3 mil recebem a diferença entre esse valor e o restante dos depósitos retidos até 1º de junho deste ano.
A Caixa esclarece que, na nova rodada de saque, será paga a remuneração dos valores de março, abril e maio. O FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano.
O pagamento será feito na conta cadastrada no aplicativo FGTS até 28 de maio, que corresponde a 85% do público-alvo. Quem se cadastrou depois precisará ir a uma agência da Caixa, a uma casa lotérica ou a um terminal de atendimento eletrônico do banco.
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Primeira etapa
A primeira etapa, com o pagamento de saldos até R$ 3 mil, ocorreu em março. Segundo o balanço mais recente da primeira fase, até 28 de maio, 10,1 milhões de trabalhadores tinham sacado R$ 5,3 bilhões, de um total de 12,2 milhões de pessoas com direito a receber.
O trabalhador que teve o saque oferecido nas agências na primeira fase tem até 27 de junho para retirar o dinheiro. Após esse prazo, voltam a valer as regras tradicionais do saque-aniversário.
O dinheiro dos trabalhadores demitidos de 2020 a fevereiro deste ano estava bloqueado para quem optou por essa modalidade de saque, mas foi liberado por uma medida provisória (MP) no fim de fevereiro. O governo esclareceu que a MP é excepcional e retroativa, não beneficiando os futuros demitidos.
Os trabalhadores dispensados sem justa causa a partir de março e que optaram pelo saque-aniversário continuarão a ter o saldo retido, recebendo apenas a multa rescisória de 40%. As demais regras do saque-aniversário não foram alteradas.
Dos 12,2 milhões de trabalhadores beneficiados nas duas etapas, apenas 2,5 milhões vão ter direito ao saldo integral dos depósitos feitos pelos antigos empregadores no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os 9,6 milhões restantes terão descontada a antecipação do saque-aniversário, tipo de empréstimo oferecido por instituições financeiras.
Calendário
Valores até R$ 3 mil
- 6 de março: nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril e quem vinculou a conta bancária ao aplicativo FGTS;
- 7 de março: nascidos em maio, junho, julho e agosto;
- 10 de março: nascidos em setembro, outubro, novembro e dezembro.
Valores acima de R$ 3 mil
- Diferença entre os R$ 3 mil sacados em março e o restante do saldo bloqueado;
- 17 de junho: nascidos janeiro, fevereiro, março e abril e nascidos em janeiro, fevereiro, março e abril e quem vinculou a conta bancária ao aplicativo FGTS;
- 18 de junho: nascidos em maio, junho, julho e agosto;
- 20 de junho: nascidos em setembro, outubro, novembro e dezembro.
Entenda a nova rodada de saques do FGTS para quem tem saque-aniversário
Economia
Programa Raízes abre inscrições para qualificação profissional

Estão abertas as inscrições para o curso gratuito de qualificação profissional em assistente de serviços de comércio exterior, voltado para pessoas negras, a partir de 16 anos, que tenham ensino médio completo ou em andamento e renda familiar per capita de até dois salários mínimos. Ao todo, são 220 vagas distribuídas em dez municípios de nove estados, com aulas presenciais e certificado reconhecido nacionalmente.
O curso tem foco na prática e na empregabilidade em empresas de diversos portes e faz parte do Programa Raízes Comex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Todas as informações sobre documentação, critérios de seleção e inscrições estão disponíveis no site do MDIC.
O curso tem 160 horas de carga horária e oferece formação prática para quem deseja atuar nos setores de importação e exportação. As inscrições podem ser feitas em dois períodos, conforme o local: de 3 a 30 de junho em Rio Grande (RS), Fortaleza, Joinville e Itajaí (SC), Santos (SP), no Recife, Rio de Janeiro e Salvador e de 1º a 31 de julho em Paranaguá (PR) e Vitória.
Cada turma conta com 20 vagas. As datas de início das aulas e os horários variam conforme o município. Se as vagas não forem preenchidas pelo público-alvo, elas serão disponibilizadas para a comunidade em geral, mantendo os mesmos critérios de renda e escolaridade.
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A formação capacita profissionais para atuar como assistentes no setor de comércio exterior. Entre os conteúdos oferecidos aos estudantes estão logística internacional, despacho aduaneiro, gestão de custos e documentação de exportação e importação.
“O Raízes Comex reconhece a diversidade como ativo econômico. É uma ponte para reduzir desigualdades, conectar talentos e fortalecer a competitividade do comércio exterior brasileiro”, afirma Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC.
Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, “a iniciativa está alinhada à missão do Senac de promover educação profissional inclusiva e inovadora, ampliando as oportunidades de inserção da população negra em um setor estratégico para o desenvolvimento do país”.
*Estagiária sob a supervisão de Marcelo Brandão
Economia
São João 2025: Setre promove ações para catadores (as), ambulantes e artesãos (ãs)

Catadores (as) de material reciclável, ambulantes e artesãos (ãs) serão beneficiados com ações promovidas pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) durante o São João da Bahia 2025, que acontece em Salvador entre os dias 18 e 23 de junho, no Parque de Exposições da Bahia, Paripe e no Pelourinho. No caso dos catadores, a ação se estende a outros 13 municípios onde ocorrem festejos juninos.
O objetivo é dar visibilidade e condições dignas de trabalho às categorias, além de possibilitar a geração de renda justa durante a festa.
Serão 3.566 catadores e catadoras de resíduos sólidos atuando nos festejos juninos. Similar às ações que ocorrem durante o Carnaval, os trabalhadores contarão com Centrais de Apoio ao Catador, geridas por 11 cooperativas de reciclagem que compram o material coletado, praticando preços justos. O investimento da Setre será de quase R$ 1 milhão e os catadores receberão fardamento, água e Equipamentos de Proteção Individual (botas e luvas).
A ação ocorre em Salvador, Barreiras, Itaetê, Castro Alves, Cruz das Almas, Santo Antônio de Jesus, Jequié, Lauro de Freitas, Camaçari, Ilhéus, Itabuna, Senhor do Bonfim, Porto Seguro e Eunápolis. Em 2024, as centrais recolheram mais de 12 toneladas de materiais recicláveis no São João na capital e no interior. Do total, mais de nove toneladas (9.164,75 kg) foram coletadas só em Salvador.
*Ambulantes* – Um total de 475 trabalhadores entre as ambulantes, barraqueiros, baianas de acarajé, carrinho de alimentos e baleiros, cadastrados por meio do SineBahia Casa do Trabalhador, estarão comercializando seus produtos durante os dias de evento no Parque de Exposições. São 300 ambulantes de bebidas (e ajudante); 15 baleiros (as); 60 vendedores em carrinho de alimentação (e ajudante); e 10 baianas de acarajé (com dois ajudantes).
Vendedores de bebida terão direito a um isopor (cedido pela Itaipava) e, além disso, tanto ambulantes quanto barraqueiros receberão pulseiras de identificação diariamente, coletes e crachá.
*Artesanato* – Quem for curtir o forró no Parque de Exposições poderá visitar o ‘Espaço Artesanato da Bahia no São João’, decorado pela arquiteta Ana Kalil, onde serão expostos e comercializados objetos artesanais, com espaço instagramável. Além disso, os artistas que se apresentarem na festa receberão, cada um, uma peça do Artesanato da Bahia.
O espaço acaba sendo, ainda, um ponto de encontro de artesãos e dos amantes da produção desses artífices vindos das diferentes regiões do estado, além de gerar renda para a categoria. A ação é uma iniciativa da Setre em parceria com a Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Sufotur).