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Lenine é confirmado no Festival Timbre 2025 e leva sua obra atemporal ao palco em Uberlândia

Artista consagrado da música brasileira se junta a Samuel Rosa, Duda Beat, CPM 22, BK’, FBC e Di Ferrero no line-up mais plural da história do festival
O Festival Timbre 2025 acaba de anunciar mais uma atração que promete emocionar o público e ampliar ainda mais o alcance artístico de sua programação. Trata-se do cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor Lenine, um dos nomes mais respeitados da música popular brasileira. Com uma carreira consagrada por sucessos, prêmios e parcerias memoráveis, o artista sobe ao palco do festival, que acontece nos dias 9 e 10 de agosto, em Uberlândia (MG), para apresentar um show que passeia por décadas de sua trajetória musical.
A presença de Lenine no Festival Timbre 2025 confirma o compromisso do festival com a diversidade estética, sonora e geracional. O cantor se une a um time que já conta com nomes como Samuel Rosa, Duda Beat, CPM 22, BK’, FBC e Di Ferrero, reforçando o caráter plural de um evento que é, ao mesmo tempo, palco de revelações e de ícones da música nacional.
Nascido em Recife, no dia 2 de fevereiro de 1959, Oswaldo Lenine Macedo Pimentel – ou apenas Lenine – é um artista completo. Filho de um pai que homenageava ideias revolucionárias no nome do filho, Lenine cresceu em meio à música e ao pensamento crítico, elementos que moldaram tanto sua estética quanto suas letras ao longo do tempo. Desde criança, desenvolveu seu talento com o violão, ainda que de forma autodidata, e mais tarde despontou nacionalmente no Festival MPB 81, da TV Globo, com a canção “Prova de Fogo”.
Sua discografia reúne mais de 500 canções gravadas, além de diversas composições feitas para outros intérpretes. Entre seus álbuns mais emblemáticos estão Baque Solto (1983), Olho de Peixe (1993), Falange Canibal (2002) – vencedor do Grammy Latino –, além do marcante MTV Acústico Lenine (2006), que ajudou a eternizar sucessos como “Paciência”, “Jack Soul Brasileiro”, “Hoje Eu Quero Sair Só” e “Leão do Norte”.
Lenine é reconhecido também por sua atuação como produtor musical, diretor musical e até ator. Já participou de trilhas sonoras, projetos audiovisuais e colaborou com artistas de diversas gerações e estilos, sempre mantendo sua assinatura sonora única – uma mistura inventiva de ritmos regionais, eletrônica, rock, samba e poesia.
Prêmios e reconhecimentos
Ao longo da carreira, Lenine acumulou um verdadeiro arsenal de premiações. São seis Grammys Latinos, dois prêmios da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e nada menos que nove Prêmios da Música Brasileira, consolidando-se como um dos mais premiados artistas da sua geração. Sua obra é estudada, reinterpretada e, acima de tudo, vivida intensamente por fãs de todas as idades.
Mesmo com décadas de estrada, Lenine segue em plena atividade, com shows lotados por todo o Brasil e reconhecimento internacional. Seu nome no line-up do Festival Timbre 2025 não apenas celebra sua história, como também reafirma sua relevância no cenário musical contemporâneo.
Ingressos à venda
Com um line-up que reúne Samuel Rosa, Duda Beat, CPM 22, BK’, FBC, Di Ferrero e agora Lenine, o Festival Timbre 2025 reafirma sua vocação como um encontro de gerações, sonoridades e histórias que, juntas, constroem um legado vivo para a música brasileira.
Os ingressos para o Festival Timbre 2025 estão disponíveis pela plataforma Ingressolive, com pagamento via PIX ou cartão de crédito, e parcelamento em até 3x sem juros. Além da venda online, o público também pode adquirir os ingressos presencialmente na Loja da Cultura FM, localizada no Terminal Central de Uberlândia. No ponto físico, além do parcelamento facilitado, os compradores ainda podem adquirir o ingresso sem a taxa de conveniência. Os valores partem de R$ 25,00.
Um festival que marca história
Com mais de uma década de história e mais de 170 shows realizados, o Festival Timbre é um dos maiores festivais de música do interior do Brasil. É o principal evento de música independente do Triângulo Mineiro e um importante fomentador da cultura nacional.
Pelos palcos do evento já passaram artistas de todas as regiões do país, com destaque para nomes como Elza Soares, Duda Beat, Baco Exu do Blues, Anavitória, Zeca Baleiro, Pitty, Tiago Iorc, Marina Sena, Emicida, Rael, Nação Zumbi, Karol Conká, Criolo, Maria Gadú, Armandinho, Bayana System, Maneva, Detonautas e Criolo, além de diversos artistas em início de carreira que tiveram no Timbre a oportunidade de se apresentar para grandes públicos.
O Timbre é mais do que um festival; é um movimento que promove a diversidade, a inclusão e o fortalecimento da cultura. Desde 2018, o evento assume o compromisso de uma line-up composta por pelo menos 50% de artistas mulheres, além de valorizar artistas negros, LGBTQIA+ e talentos mineiros. Também investe em iniciativas sociais, ambientais, reafirmando seu papel como um evento transformador para a cidade e para o país.
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Leo Dias deixa o SBT após dois anos no Fofocalizando

Legenda: Caríucha, Leo Dias, Gaby Cabrini e Gabriel Cartolano nos bastidores do Fofocalizando (SBT): programa consolidou o quarteto como referência do entretenimento vespertino.
São Paulo, 25.jul.2025 – O jornalista Leo Dias anunciou nesta quinta-feira (25) sua saída do SBT, após dois anos à frente do programa Fofocalizando. Em nota pública, ele confirmou que a decisão foi tomada em comum acordo com a direção da emissora e ressaltou o sentimento de gratidão pela trajetória vivida no canal.
“Está tudo bem e saio desta emissora grato, da mesma forma que entrei”, afirmou Leo, mencionando conversas diretas com Daniela Beyruti, Rinaldi Faria e Leon Abravanel, executivos da casa. Ele destacou que foi no SBT que consolidou sua imagem nacional e que a visibilidade adquirida foi determinante para novas oportunidades.
Ao longo do comunicado, o jornalista reconheceu o papel da emissora em sua projeção recente. “Jamais teria sido notado pela Band se não estivesse diariamente no ar no SBT”, disse, em referência às especulações sobre seus próximos passos na televisão aberta.
Durante o período em que esteve no Fofocalizando, Leo Dias contribuiu para o reposicionamento da atração, que voltou a registrar crescimento de audiência. “Nós viramos o jogo. Não fiz sozinho, mas ao lado do incrível diretor Márcio Esquilo e dos meus companheiros de palco Gaby Cabrini, Gabriel Cartolano, Caríucha e toda a equipe de produção. Vencemos juntos.”
Leo concluiu o texto reafirmando seu respeito pela família Abravanel e dizendo-se motivado para novos desafios profissionais: “Digo adeus feliz pelo que construímos, grato e com a mesma sede de desafio de sempre.”
A saída de Leo Dias marca o fim de um ciclo no SBT e abre espaço para novos projetos em TV e plataformas digitais. O jornalista permanece à frente do Portal LeoDias e da LeoDias TV, com foco em cultura pop e jornalismo de celebridades.
Leia abaixo a nota na íntegra:
“É hora de dizer adeus e muito obrigado ao SBT, uma emissora que me proporcionou ser conhecido nacionalmente e onde eu me realizei profissionalmente. Acho importante começar este texto dizendo que eu conversei com a Daniela Beyruti, com Rinaldi Faria e Leon Abravanel e para todos o sentimento é de gratidão pelo o que vivemos até aqui. Está tudo bem e saio desta emissora grato, da mesma forma que eu entrei.
Reconheço, também, que eu jamais teria sido notado pela Band se não estivesse diariamente no ar em um programa do SBT. Nesses últimos dois anos eu lutei para entregar o meu melhor para o Fofocalizando e a maior prova disso foi a resposta da audiência: e nós viramos o jogo. Não fiz sozinho, mas ao lado do incrível diretor Márcio Esquilo, meus amados companheiros de palco Gaby Cabrini, Gabriel Cartolano, Caríucha e toda a equipe de produção do Fofocalizando. Vencemos juntos. Vocês moram pra sempre no meu coração.
Eu serei eternamente grato por tudo que a família Abravanel fez por mim e o que estar nesta emissora me proporcionou. Digo adeus feliz pelo o que construímos, grato e com a mesma sede de desafio de sempre.”
Leo Dias
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Mais uma vez Gurumê Parkhopping é indicado ao Prêmio Encontro Gastrô

Legenda: Chefs Ieda e Renato Araújo, do Gurumê ParkShopping, são indicados na categoria “Chef Revelação” do Prêmio Encontro Gastrô 2025, que reconhece novos talentos da gastronomia brasiliense.
Em uma cidade concebida como manifesto de arte e geometria, o Gurumê escreve mais um capítulo de sua história, agora reconhecido por sua sofisticação e fidelidade à tradição oriental com assinatura brasileira. Pelo segundo ano consecutivo, o restaurante, localizado no ParkShopping, é indicado ao Prêmio Encontro Gastrô – um dos mais prestigiados reconhecimentos da cena culinária nacional – nas categorias “Melhor Restaurante Japonês” e “Chefs Revelação”, com Ieda e Renato Araújo.
Mais do que uma premiação, o Encontro Gastrô celebra o gesto, a técnica e a intuição por trás de cada criação. Ser indicado entre mais de 750 mil marcas é, para o Gurumê, a confirmação de um compromisso silencioso: oferecer ao público brasiliense experiências que não apenas alimentam, mas comovem. “Estar entre os finalistas é ver o nosso propósito refletido na jornada do cliente, no silêncio que precede a primeira garfada, na memória que o sabor deixa depois”, afirma Wilkys O’Hara, restaurateur da casa.
Na cozinha do Gurumê, o fazer é arte. Os indicados Ieda e Renato representam uma geração de chefs que traduzem heranças culturais em criações contemporâneas. Suas mãos moldam uma estética própria, que combina leveza carioca, rigor oriental e tempero do cerrado. A indicação à categoria “Chefs Revelação” é, portanto, um tributo à elegância do gesto técnico e ao afeto que sustenta a cozinha de excelência.
Mais do que um restaurante, o Gurumê é um ateliê onde cada prato é um haicai servido em porcelana. A indicação ao Encontro Gastrô ecoa como uma reafirmação desse propósito: ocupar um espaço de referência na cena gourmet sem jamais perder o vínculo com os detalhes, com o silêncio das texturas e com a alquimia dos ingredientes.
A votação popular está aberta até 31 de julho no site oficial da Encontro Gastrô. Para os que reconhecem a cozinha como linguagem de afeto e arte, é tempo de celebrar essa conquista com o Gurumê.
“Convidamos nossos clientes e amigos da gastronomia a nos ajudar a chegar à final. Toda indicação faz diferença em nossa trajetória”, acrescenta Wilkys.
Votação: até 31 de julho no site oficial da Encontro Gastrô (link na aqui)
Sobre o Gurumê:
O Gurumê é um consagrado restaurante de culinária oriental contemporânea, conhecido por sua qualidade excepcional e ambiente sofisticado. Com uma variedade de pratos deliciosos e uma experiência gastronômica única, o Gurumê conquista o paladar de seus clientes em todo o país.
Serviço
Gurumê Brasília
Onde: ParkShopping Brasília-Setor de Áreas Isoladas (SAI/SO) Área 6580-Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA Sul) Brasília – DF
Horário de funcionamento:
De segunda a quinta das 12h às 23h
Sexta e sábado, das 12h às 00h
Domingo, das 12h às 22h
Site: www.gurume.com.br
Instagram: @gurume_oficial
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Escândalo no Parque Nacional do Itatiaia: possíveis crimes ambientais, fraudes em mapas e até uso irregular de casa de luxo em reserva

A regularização fundiária do Parque Nacional do Itatiaia (PNI), na região sul do Rio de Janeiro, tem gerado tensão desde que foi iniciada, em 2005. A polêmica ganhou novos contornos recentemente, com denúncias que envolvem perseguições a moradores, adulteração de mapas e até por suposto crime ambiental e suspeita de grilagem de terras praticados pelo coordenador da regularização, Walter Behr. No centro da controvérsia está o Ministério do Meio Ambiente, atualmente comandado por Marina Silva e também responsável por trazer o analista ambiental Walter Behr para o PNI em 2005.
O escolhido da Ministra foi exonerado em 2012, quando se viu envolvido num escândalo de um evento internacional, o ECOMOTION/Pro em 2006, autorizado unilateralmente pelo Walter Behr. Foi aberto dois inquéritos civis contra ele, envolvendo crimes contra o meio ambiente dentro do parque. O resultado da investigação dos inquéritos civis foi a abertura de uma Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa em 2015, que foi arquivada de forma controversa em 2023, tendo como defesa o advogado Roberto Podval, um dos mais caros do país.
O público local e os conselheiros do parque não ficaram sabendo do escândalo praticado pelo Walter Behr no caso da ECOMOTION/Pro e nada foi dito sobre o novo suposto crime ambiental de Walter Behr em Bananal, quando foi autuado em 30 de setembro de 2020 pela prática ocorrida em sua própria RPPN Rio Vermelho, processo que tramita no foro de Bananal/SP. Em 6 de janeiro de 2021, ele compareceu à Delegacia de Polícia de Bananal para prestar esclarecimentos, em razão da denúncia já oferecida ao Ministério Público. Contudo, após 2021, Walter Behr deixou de ser citado no processo por um longo período, sob a justificativa de que estaria em trabalho remoto fora do país na Alemanha — uma justificativa, porém, que pode ser contestada: a parceria entre o Brasil e o Parque Nacional da Floresta Negra só começou a ser formalizada em 2025.
E mais, parece ter havido conluio de seus superiores, pois mantiveram fora do país por muitos anos um servidor investigado no Brasil. Foi somente em 25/9/2024, quando o Juízo de Bananal/SP oficiou a Justiça Federal de Resende/RJ visando obter seu paradeiro, que ele foi finalmente citado no processo.
Ainda relacionado à Bananal, foi noticiado no começo desse ano uma outra potencial e grave denúncia protocolada no Ministério Público Estadual e Federal. Foram encontrados fortes indícios envolvendo a propriedade do Walter Behr, com base em documentos oriundos do cartório de registro de imóveis em Bananal, que envolvem possivelmente grilagem de terras, falsificação de documento público, dentre outros, todos relacionados à apropriação indevida de terras. Segundo as matrículas do cartório, a RPPN de Walter Behr triplicou sem qualquer justificação documental, exceto um documento obtido junto ao ICMBio em 11/11/2021, onde quem assina é ele próprio e um seu superior.
O MPE de Bananal encaminhou o processo para a delegacia e está efetuando diligências e já virou um Processo de Investigação Criminal no MPF de Taubaté, pois os crimes potenciais são também de ordem federal. No meio das investigações, o presidente do ICMBio, Mauro Pires, publicou um despacho em 17/6/2025, autorizando Walter Behr a participar de atividades no Parque Nacional da Floresta Negra na Alemanha entre os dias 18 a 29 de julho desse ano.
Walter Behr ficou à frente do contrato do PNI com a Toposat
Em maio, a Polícia Federal deflagrou uma operação em Mato Grosso do Sul que teve como alvo a empresa Toposat, investigada por “grilagem” em áreas da União. A empresa, que não é desconhecida entre os moradores do parque, atuou entre 2015 e 2020, e prestou serviços técnicos no processo de regularização fundiária do PNI, sob a coordenação de Behr. O único contrato disponível é de quase um milhão de reais válido apenas por dois meses, embora tenha trabalhado por seis anos para realizar levantamentos georreferenciados da área, após a ampliação do parque determinada pelo Decreto Federal nº 87.586, de 1982.
O dono da empresa também foi condenado por crimes ambientais: Mário Maurício Vasques Beltrão, segundo matéria de Campo Grande News de 8/5/2025 foi obrigado a pagar R$ 440 mil por desmatamento no Pantanal. Outra matéria da UOL Midiamax publicada no dia 9/5/2024, mostra que Beltrão também foi alvo também de multa pesada contra incêndio no Pantanal. Péssimo para imagem de um órgão ambiental como o ICMBio.
Segundo matéria publicada pelo jornal Correio Sul Fluminense, do Grupo Correio da Manhã, os limites definidos pela Toposat não batem com o decreto oficial do PNI, nem com os estudos técnicos de 1982. A mesma matéria também aponta erros nos memoriais descritivos das propriedades atingidas. Conselheiros do parque chegaram a solicitar, sem sucesso, cópia do contrato firmado com a Toposat.
Além disso tudo, Walter Behr, que chefiou o parque entre 2005 e 2012, e seu parceiro Gustavo Tomzhinski, que chefiou o parque de 2012 a 2020, são acusados por moradores da parte baixa da reserva de perseguição e difamação ao utilizar um mapa de origem duvidosa para alegar que as terras ocupadas pelas famílias da Associação dos Amigos de Itatiaia (AAI) já pertenciam à União desde 1914. Baseando-se nesse argumento, os moradores foram chamados de “proprietários ilegais, veranistas, especuladores imobiliários”, conforme documento distribuído para lista de e-mails e publicado em um site como “Esclarecimentos da Chefia do PNI” e em várias reportagens. Até a Ministra Marina Silva em 2009 fez as mesmas acusações contra essas famílias. Walter e Gustavo continuam trabalhando no PNI até hoje.
Essas acusações, incluindo a suspeita de fraude cartográfica e campanha difamatória, foram arquivadas sem diligências pelo Ministério Público Federal em Resende-RJ, mas agora estão sob investigação em outros estados. Segundo a fonte ouvida pelo veículo do Grupo Correio da Manhã: “– Em 2008 os servidores fizeram um amplo uso de um mapa apócrifo com aba dobrada, uma simples cópia de outro mapa nunca apresentado, para alegar que os dois núcleos agrícolas federais de 1908 (uma vasta área urbana hoje de Visconde de Mauá e três bairros na parte sul) já faziam parte da área do PNI de 1937. Na verdade, tem que ser desde 1914, porque a área do PNI de 1937, de 11.943 hectares, é a mesma da Reserva Florestal de 1914.”
Com base nessa desinformação, várias famílias foram tratadas como proprietárias irregulares e invasoras do parque, mesmo todas tendo matrículas na prefeitura (pagantes de IPTU) e escritura de registro de imóvel. Sem falar que os mapas e documentos oficiais dos órgãos gestores provam que essa premissa do Walter Behr, defendida também por Gustavo Tomzhinski, é um grande engodo, mas a autarquia e o MMA nunca tomaram providências contra essa informação sob denúncia de falsidade ideológica introduzida nos seus órgãos e na Justiça Federal.
Luxo em área de reserva
Em 2015, a polêmica ganhou um novo capítulo. Após a desapropriação da casa da família Bodini, próxima ao histórico Hotel Donati, o imóvel passou a ser reformado com dinheiro do próprio Walter Behr e usado como residência pela sua família. Ali, ele viveu até 2023, em uma estrutura que incluía salão de festas, horta, piscina e caramanchão, além de várias suítes, tudo dentro dos limites do parque.
O caso gerou revolta entre os moradores, que viram suas casas desapropriadas sob a justificativa de conservação ambiental. Em 2023, o imóvel usado pelo Walter Behr foi entregue para a concessionária do PNI e está sendo alugado para festas e eventos, como mais uma forma de obtenção de lucros para essa empresa.
ICMBio e direção do parque se defendem
Em nota enviada ao mesmo veículo jornalístico, a direção do PNI esclareceu que a contratação da Toposat foi feita via processo licitatório nacional, conduzido na sede do ICMBio. “O contrato com vigência entre 2015 e 2020 previu a realização de serviços relativos à regularização fundiária, tais como levantamentos topográficos de propriedades públicas e privadas e relatórios de vistoria em diversas unidades de conservação no Brasil, incluindo o Parque Nacional do Itatiaia”.
Ainda segundo a nota, a Toposat venceu o certame regionalmente e alguns dos produtos entregues foram rejeitados após fiscalização técnica. Sobre a reforma da casa, a direção do parque afirmou: “Essa questão da casa funcional já foi objeto representação apresentada pela AAI junto ao MPF de Resende, e arquivada por ausência de qualquer ilegalidade apontada pela representada. A decisão referendada pela 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal”.
Em relação aos limites do parque, o ICMBio reafirma que a delimitação oficial está no Decreto nº 87.586/82 e que a Toposat não tinha autorização para definir novos limites. O mapa oficial está disponível no site da autarquia (link: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/dados_geoespaciais/mapa-tematico-e-dados-geoestatisticos-das-unidades-de-conservacao-federais)
Quanto aos mapas, o instituto reforça que os limites oficiais são os do Decreto 87.586/1982 e que ações judiciais movidas pela AAI foram “julgadas improcedentes”, inclusive no STJ. O MPF também se manifestou nos autos afirmando: “Finalmente, quaisquer dúvidas que eventualmente existiram sobre os limites do parque foram totalmente superadas pelo Decreto 87.586/82, que é o marco legal vigente que deve pautar a gestão do Parque Nacional do Itatiaia”.
A decisão do processo 004766875.2012.4.02.5101 foi confirmada definitivamente pelo Superior Tribunal de Justiça em 2024.
A defesa do ICMBio é fraca
Embora não haja legislação que impeça que um coordenador de regularização fundiária não possa residir com a sua família em um imóvel luxuoso por tantos anos, a contradição é evidente: os imóveis são desapropriados pela autarquia pelo argumento que provocam dano ambiental pelos seus moradores. Não faz sentido a autarquia alegar um dano ambiental, dando como exemplo um servidor praticando o mesmo dano ambiental e mais, drenando um riacho para manter a piscina para seu uso próprio. Isso em termos jurídicos chama-se tredestinação.
Em relação à manifestação do MPF sobre a questão dos mapas, a afirmação que isso teria sido resolvido nos autos dos processos, sem apresentar qualquer sentença a esse respeito, é totalmente imprecisa. Na verdade, nem o MPF nem a Justiça Federal jamais fizeram uma produção de provas e nunca deram direito ao contraditório nesse caso. É um claro exemplo de parcialidade inadmissível. No caso do MPF, a procuradora Izabella Marinho Brant a frente desses processos, foi alvo de ação de suspeição por falta de imparcialidade.
Já o Decreto 87.586 deveria ter reproduzido as coordenadas do estudo técnico que o precedeu, um documento oficial do IBDF, antigo ICMBio, conforme a vigência da lei na época. No entanto, das 84 coordenadas produzidas no estudo, só existem 57 no Decreto. Somando os erros e omissões, o Decreto 87.586 possui 42 erros que representam metade de todo o estudo feito. Além do limite geográfico do Decreto ser diferente do estudo técnico, a Toposat foi capaz de gerar um novo limite diferente e eles só podem ser incontroversos se for possível assumir que os limites de uma unidade de conservação podem ser feitos sem qualquer embasamento técnico e legal.
Sobre as sentenças apresentadas pelo ICMBio como tendo teor definitivo, falta apreciar o contexto: algumas ações falavam apenas de caducidade temporal para desapropriar, algo que não é mais discutido e outras são tramitação de liminares, onde ainda não foi feito o julgamento de mérito. Uma das ações foi extinta sem julgamento do mérito. Enquanto o mérito das ações não for julgado dentro das causas de pedir atuais, o ICMBio apenas faz uso do poder gigantesco para jogar a opinião pública contra famílias honestas.
O que ainda está em jogo
Enquanto o MPF de outros estados retoma as investigações das denúncias arquivadas em Resende (RJ), moradores seguem pressionando por respostas. O caso expõe não só falhas na gestão ambiental, mas um padrão de conflitos fundiários que, segundo os atingidos, “transformou suas vidas em um inferno e um desastre social”, aparentemente uma prática encontrada em várias outras unidades de conservação do Brasil. Essa política não é só contra comunidades históricas, mas também contra comunidades tradicionais, como seringueiros, caiçaras, indígenas, quilombolas e pequenos agricultores. E a um custo do erário público altíssimo, o que mostra a ineficiência de uma política de visão única – a da expulsão das famílias das comunidades, tradicionais ou não, mesmo que protetoras da natureza – via perseguição e compra de imóveis que depois são abandonados ou entregues para exploração econômica de empresas privadas. E o mais peculiar de tudo: ICMBio nunca recuperou nenhuma área degradada, só criou parques mal fundamentados, quase sempre em áreas florestadas já protegidas pelas comunidades que ali viviam e que, depois disso, são tratadas como inimigas.