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Cultura

Lorena Guimarães, mãe atípica, luta pelos direitos de seu filho autista, empoderando outras mães e se tornando referência em Belo Horizonte

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Lorena Guimarães relata a EMEI Jardim Vitória 3 de maus-tratos, negligência alimentar e falta de inclusão; corpo docente teria bloqueado a mãe após hematoma na criança e não dá retorno sobre o caso.

Belo Horizonte (MG), agosto de 2025 – A mãe Lorena Guimarães denuncia que seu filho, B. G. M., de 5 anos, diagnosticado com transtorno do espectro autista nível 3 de suporte não verbal, foi vítima de maus-tratos, negligência e capacitismo na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Jardim Vitória 3, em Belo Horizonte.

No dia 22 de julho, a criança apresentou hematomas pelo corpo, episódio confirmado em exame de corpo de delito, que atestou agressões por meio contundente. O fato foi considerado o estopim da crise entre família e escola. Lorena afirma que não recebeu nenhuma explicação oficial e, ao procurar a direção, foi bloqueada pela corpo docente, que estaria de férias pela segunda vez em menos de dois meses.

Antes disso, em 10 de julho, a mãe já havia registrado boletim de ocorrência por maus-tratos, denunciando que o filho não estava recebendo a alimentação adequada conforme determinado em laudo médico. Lorena também afirma ter aberto denúncia junto à Ouvidoria da Prefeitura de Belo Horizonte, mas até agora não recebeu retorno. Além disso, segundo relato, houve episódios de capacitismo, quando uma professora teria afirmado que o aluno não participou das atividades por “não ser capaz”.

“Meu filho precisa de cuidados, de inclusão e de acolhimento. No lugar disso, ele sofreu violência, discriminação e negligência. E quando busco respostas, o corpo docente da escola simplesmente não me dá explicações sobre os hematomas. Estou desesperada, mas não posso deixá-lo fora da escola porque o Conselho Tutelar pode tirar minha guarda caso ele não frequente a escola regular”, desabafa Lorena Guimarães.

A mãe destaca que outras famílias também relatam problemas com a instituição, mas considera que seu caso expõe de forma ainda mais grave a falta de inclusão e a violência contra crianças neurodivergentes.

Além da denúncia, Lorena também compartilha em suas redes sociais a rotina de uma mãe atípica dedicada, mostrando a relação próxima e de afeto com o filho. Ela já vinha desabafando há meses sobre a insatisfação com a falta de inclusão na escola. Em vídeos, registra momentos de superação do menino e sua luta diária por acolhimento. Em um deles, durante a festa junina da escola, relata que Benício não conseguiria dançar como os colegas. Para que ele não se sentisse excluído, Lorena o acompanhou dançando com o filho, repetindo os movimentos dos coleguinhas, garantindo que ele se sentisse parte da turma e que a memória fosse registrada como todas as mães gostariam.

Esse episódio simboliza, segundo Lorena, a dedicação e entrega de uma mãe que busca constantemente espaços de inclusão para o filho, frente a um ambiente escolar que, em sua visão, não está preparado para acolher crianças com deficiência.

Atualmente, já há um processo investigativo em andamento, e o caso reacende o debate sobre a falta de preparo das escolas públicas para receber alunos com deficiência e a urgência de maior fiscalização contra casos de violência, negligência e capacitismo no ambiente escolar.
Onde está a Inclusão ?

Cultura

Segunda semana do VI Festival de Ópera de Pernambuco traz ‘O Refletor’ ao Teatro Santa Isabel

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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Recife se consolida como um polo da música de concerto com a realização do VI Festival de Ópera de Pernambuco, um evento que celebra os 90 anos de Maurício de Sousa e José Alberto Kaplan, e os 200 anos de Johann Strauss II. Sob a direção artística do Maestro Wendell Kettle, o festival traz três grandes produções ao palco do Teatro de Santa Isabel.

Após a estreia com a ópera infantojuvenil “A Turma da Mônica em ‘Amizade é tudo'”, o festival entra em sua segunda semana de programação. A partir desta sexta-feira, o público poderá conferir a ópera de câmara ‘O Refletor’, de José Alberto Kaplan. A obra, que está sendo orquestrada e editada pelo próprio Maestro Kettle em homenagem ao 90º aniversário do compositor, promete uma sátira afiada sobre a hipocrisia social.

Baseada na peça ‘Lux in tenebris’ de Bertolt Brecht, a ópera acompanha João, um suposto reformista moral que, por meio de palestras, tenta combater as doenças sexualmente transmissíveis. Sua cruzada, no entanto, esconde ambições obscuras e uma enorme dose de hipocrisia, especialmente quando confrontado com a Cafetina, dona do bordel local. A trama, que também inclui figuras como uma Repórter e um Capelão, questiona a diferença entre certo e errado e até onde a moralidade pode ser usada para mascarar a exploração.

As apresentações de ‘O Refletor’ acontecem no Teatro Santa Isabel nas seguintes datas e horários:

Sexta-feira (22 de agosto): 20h
Sábado (23 de agosto): 20h
Domingo (24 de agosto): 19h

O festival é uma iniciativa colaborativa da Academia de Ópera e Repertório (AOR) e da Sinfonieta UFPB, projetos criados pelo Maestro Wendell Kettle. Os projetos visam não apenas oferecer uma experiência estética completa ao público, mas também impulsionar o mercado cultural e turístico da região.

A programação do festival se encerra na próxima semana, com a opereta ‘O Morcego’, de Johann Strauss II, nos dias 29, 30 e 31 de agosto.
Para mais informações e compra de ingressos para os espetáculos, acesse o site oficial do evento.

SERVIÇO

VI Festival de Ópera de
Pernambuco

Sexta-feira (22 de agosto): 20h
Sábado (23 de agosto): 20h
Domingo (24 de agosto): 19h
Local: Teatro Santa Isabel (Praça da República – Santo Antônio, Recife – PE)
Ingressos a partir de R$ 40 disponíveis no site: https://www.guicheweb.com.br/vi-festival-de-opera-o-refletor—22-ago-19h30_45618
Informações: @festivaloperape

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Cultura

Luiza Repsold França se destaca como curadora de importantes exposições nos Estados Unidos

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Brasileira está na equipe curatorial do Philadelphia Museum of Art

A arte brasileira está cada vez mais valorizada internacionalmente, com grandes mostras em museus e galerias em países europeus e nos Estados Unidos. Em paralelo, uma nova geração de curadores também vem se destacando em grandes instituições norte-americanas, conquistando posições em conceituadas instituições. 

Entre esses profissionais está a carioca Luiza Repsold França. Graduada em História da Arte pela Universidade da Pensilvânia e Mestre em História da Arte pelo Williams College e The Clark Art Institute, Luiza tem uma extensa pesquisa sobre o papel da costura nas obras têxteis dos artistas brasileiros Arthur Bispo do Rosário, Rosana Paulino e Sonia Gomes. Além de realizar projetos curatoriais com grandes nomes da cena contemporânea global, seu olhar para a história da arte é voltado para o Brasil e América Latina, como foco na valorização de artistas e narrativas historicamente marginalizadas, em especial a importância histórica da preservação e transmissão de conhecimento por meio do manual. 

Atuando na equipe de curadores do Philadelphia Museum of Art, um dos mais importantes museus dos Estados Unidos, seu mais recente trabalho é a mostra “Pauline Boudry/Renate Lorenz: Moving Backwards”, uma instalação de vídeo imersiva que combina dança urbana e coreografia moderna com a cultura underground queer e táticas de guerrilha. Está em visitação no Museu até 29 de setembro.

Luiza também é co-curadora de uma instalação monumental do artista ganês El Anatsui, composta por mais de 200 elementos suspensos, feitos a partir de lacres de alumínio reciclados. A obra aborda temas como o comércio global, identidades pós-coloniais e os impactos do consumo excessivo sobre o meio ambiente. 

Seu currículo no mundo da arte impressiona para uma profissional tão jovem, com passagens pelos El Museo del Barrio e Cooper Hewitt Smithsonian Design Museum, ambos em Nova Iorque, e Museu de Arte do Rio – MAR. 

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Cultura

Casa do Choro celebra 10 anos com turnê em Goiás: concertos didáticos gratuitos chegam a Bela Vista, Senador Canedo e Bonfinópolis

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Concertos aproximam jovens e comunidades do universo do choro com acesso gratuito e caráter formativo

A Casa do Choro, principal centro de difusão, pesquisa e ensino do gênero no Brasil, comemora 10 anos de fundação em 2025 e leva para Goiás uma parte especial de sua celebração: a turnê da Orquestra Portátil, que realiza três concertos didáticos gratuitos nas cidades de Bela Vista de Goiás (26/08), Senador Canedo (27/08) e Bonfinópolis (28/08), sempre às 15h30, em auditórios públicos parceiros.

As apresentações fazem parte de uma agenda comemorativa que também celebra os 25 anos da Escola Portátil de Música (EPM) e os 20 anos da Orquestra Portátil, três marcos que consolidam a trajetória da instituição carioca como referência internacional no ensino e preservação do choro. A iniciativa é do Instituto Casa do Choro, com patrocínio da Transpetro, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), do Ministério da Cultura.

Com entrada livre e apoio das prefeituras locais, os concertos têm forte caráter formativo e educativo. A proposta é aproximar crianças, adolescentes e estudantes da rede pública do universo do choro, gênero que surgiu no Rio de Janeiro no século XIX, mas que rapidamente se espalhou por todo o país, enraizando-se também em Goiás.

Cada concerto contará com a presença de 19 músicos no palco, entre professores, alunos e ex-alunos da EPM, reunindo instrumentistas de destaque nacional e internacional. Além de executar obras de grandes mestres da música brasileira, os artistas compartilham com o público informações sobre os instrumentos, a linguagem musical e a história do choro, proporcionando uma experiência interativa e acessível a diferentes idades.

Uma orquestra de choro no palco

A Orquestra Portátil nasceu em 2005 como prática de conjunto para os alunos da Escola Portátil de Música. Desde então, tornou-se um dos grupos mais importantes do gênero no país, mesclando a potência sonora de uma orquestra com a espontaneidade e a delicadeza características do choro.

Entre os nomes que integram a formação estão o violonista e arranjador Paulo Aragão, o cavaquinista Jayme Vignoli e jovens instrumentistas como os irmãos Everson e Aquiles Moraes, que começaram sua trajetória na EPM e hoje acompanham grandes artistas, como Ney Matogrosso. A regência fica a cargo do maestro e bandolinista Pedro Aragão, professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e pesquisador do choro.

À frente da coordenação do projeto está a cavaquinista Luciana Rabello, uma das personalidades mais respeitadas do choro brasileiro e fundadora da Casa do Choro. Para ela, a circulação nacional é um gesto simbólico e necessário:

“O choro é carioca, mas está presente em todo o país desde o século XIX, inclusive em Goiás. Levar a Orquestra Portátil a cidades do interior é um ato de amor à nossa cultura. Queremos descentralizar o acesso e valorizar o choro como expressão viva e contemporânea. A cada apresentação, reafirmamos nosso compromisso de formar músicos e públicos em todo o Brasil”, afirma Luciana.

Goiás e a Casa do Choro

A relação com Goiás ganha ainda mais força com a presença de artistas do estado entre os alunos da instituição. A cantora e compositora Débora Di Sá, goiana de família tradicional de Pirenópolis, é um exemplo dessa ponte cultural. Com carreira marcada pela pesquisa de repertórios autorais e pela ligação com as tradições musicais goianas, ela ingressou na Casa do Choro em busca de aprofundar seus estudos de piano e acordeon.

“Estudar na Casa do Choro tem sido uma renovação para o meu trabalho. Os professores são referências e, ao mesmo tempo, há espaço para desenvolver nossas próprias composições. Essa abertura fortalece a cena local em Goiás e cria um diálogo vivo entre o choro carioca e a música feita aqui”, afirma Débora.

Celebração da cultura brasileira

Mais do que uma série de concertos, a turnê da Orquestra Portátil em Goiás é parte de um projeto maior de circulação nacional, que inclui apresentações também em comunidades periféricas do Rio de Janeiro. A iniciativa reforça o compromisso da Casa do Choro com a democratização do acesso à música instrumental e a valorização da diversidade cultural brasileira.

“Com a comemoração simultânea dos 10 anos da Casa do Choro, dos 20 anos da Orquestra Portátil e dos 25 anos da Escola Portátil de Música, a programação reafirma a vocação da instituição de formar músicos, formar público e manter viva a tradição do choro em diálogo com o presente”, enfatiza Luciana.

Programação em Goiás*
26 de agosto (terça-feira), 15h30 – Bela Vista de Goiás
Auditório da Câmara Municipal

27 de agosto (quarta-feira), 15h30 – Senador Canedo
Auditório do Paço Municipal

28 de agosto (quinta-feira), 15h30 – Bonfinópolis
Auditório Municipal José Cândido de Amorim

Fotos: Pablo Carrilho

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