Moda
Mais de 2 mil visitantes marcam presença no primeiro dia do Febratex Summit 2025

O Febratex Summit 2025 iniciou sua programação em grande estilo no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC), reunindo mais de 2 mil visitantes no primeiro dia de evento. Reconhecido como um dos principais encontros da indústria têxtil nacional, o Summit consolida-se como palco de inovação, tecnologia, debates e conexões de negócios, unindo empresários e profissionais do setor em torno das melhores práticas na indústria têxtil.
“O Febratex Summit 2025 é muito mais do que um encontro da indústria têxtil: é um espaço de inovação, troca de experiências e conexão entre empresários e profissionais de todo o país. A cada edição, o evento reforça seu papel estratégico na transformação digital e sustentável da moda, mostrando como criatividade e tecnologia estão caminhando juntas para construir o futuro do setor”, afirma Giordana Madeira, diretora-executiva do Febratex Group.
O primeiro dia da Arena do Conteúdo trouxe debates sobre inovação na moda. Eduardo Christian abriu a programação refletindo sobre como transformar desafios em oportunidades na confecção, enquanto painéis mediado por Priscila Faiad reuniram especialistas da Impulgest, ZDHC e BluWin sobre o impacto de produtos químicos nos ecossistemas aquáticos, e da UNIFI, que apresentou a jornada sustentável da REPREVE.
“O Febratex Summit 2025 é um espaço único de conexão e colaboração na indústria têxtil. Estamos muito felizes com a visitação qualificada do primeiro dia, que trouxe empresas e marcas realmente interessadas em soluções mais sustentáveis para a cadeia. Para nós, é muito gratificante já sair do evento com reuniões marcadas e mostrar como podemos oferecer poliéster reciclado, com dados concretos sobre água, carbono e reaproveitamento de garrafas pós-consumo”, afirma Daniella Massabki Azevedo, Head de Marketing & Brand Sales da UNIFI do Brasil.
Outro ponto alto foi o painel Super Usuários CLO, com Mariana Araújo (Renner), Raquel Cavalcanti (Hering) e André Boff (Lunelli), que mostraram como tecnologias digitais estão transformando a produção de moda.
Ao longo do dia, outras palestras exploraram temas como digitalização do B2B, inteligência artificial aplicada à criação de coleções, eficiência energética, rastreabilidade do algodão e estratégias para empresas familiares e empreendedores criativos, com a participação de importantes players do setor, como TOTVS, VTEX, Malwee, Dalila Têxtil, C&A, Cotton Move e FIESC.
O evento também contou com podcasts ao vivo, reunindo grandes nomes da moda em conversas inspiradoras sobre soluções inovadoras, tendências de consumo, previsões de coleções com inteligência artificial, logística, personalização de produtos e práticas sustentáveis.
Para fechar o primeiro dia, o desfile final do concurso Brasil Fashion Designers – Profissionais 2025 (BFD – Profissionais) destacou os dez finalistas e consagrou Samuel Riechel, de Franca (SP), como grande vencedor. O BFD – Profissionais valoriza o design nacional e novos talentos da moda, integrando-os à cadeia têxtil e incentivando a criatividade aliada à sustentabilidade. Os finalistas apresentaram coleções autorais com materiais sustentáveis e soluções inovadoras, refletindo as tendências da moda nacional e a preocupação com responsabilidade ambiental e técnica de produção.
O Febratex Summit segue até o dia 21 de agosto, mantendo uma programação repleta de palestras, painéis, desfiles e experiências que conectam tecnologia, inovação e sustentabilidade, reforçando o papel do evento como referência na indústria da moda no Brasil.
Moda
O fim da moda escondida: como o online libertou o plus size das araras do fundo da loja

Do canto invisível da loja física à vitrine digital com horário nobre, o e-commerce devolveu escolha, linguagem de moda e autonomia para quem veste acima do 46. No Brasil, a curadoria online virou ferramenta de estilo — e de autoestima
Por muito tempo, existia um mapa não escrito para quem buscava moda plus size no varejo físico: seguir até o fim do salão, dobrar à esquerda e encontrar duas ou três araras com o que “dava para vestir”. A mensagem implícita era clara — aquelas peças resolviam um problema prático, não um desejo estético. O provador era um lugar de concessões.
A internet virou essa coreografia de cabeça para baixo. No ambiente digital, o caminho começa pela vitrine principal: páginas iniciais que exibem tendências, cartelas de cor, modelagens do momento e corpos plurais. No lugar da sensação de favor, entra o direito à escolha. E, quando a escolha muda, o corpo muda de lugar em relação à moda.
“O online tirou o plus size do improviso”, diz Gabi Anjos, fundadora da Lotus Week, loja 100% online que atua como curadoria de marcas plus size. “A cliente não precisa mais aceitar o que sobrou de uma coleção. Ela compara, salva referências, conversa com a equipe, entende tecido e caimento. Escolhe com desejo, não por falta de opção.”
Mais do que ampliar grade, a virada digital trouxe linguagem de moda para um público historicamente empurrado ao básico. A dinâmica de curadoria — o olhar que seleciona, edita e traduz tendências — preencheu um vazio que o varejo tradicional raramente encarava: informação de moda aplicada a corpos reais.
Quando a curadoria acerta, a vida aparece
Lara, 34, Recife, precisava de um vestido para um casamento no campo e temia o déjà vu do provador. Encontrou um modelo acetinado em verde-pântano no site da Lotus Week. “A diferença foi o contexto”, conta. “Havia foto frontal, lateral e costas em corpo real, com altura, manequim e medidas informadas. O atendimento por WhatsApp sugeriu tamanho com base nas minhas medidas e explicou o caimento do tecido. Eu não comprei um número — comprei um caimento.” O vestido chegou, e foi ao evento com decote seguro e barra no ponto. “Foi a primeira vez em anos que eu amei o que vesti em um evento.”
Dani, 41, Porto Alegre, trocou o pretinho curinga por um conjunto alfaiataria em tangerina. “Eu só topei porque vi uma modelo do meu tamanho usando”, diz. O styling sugerido no site — regata de malha mais estruturada, blazer levemente oversized, calça com pregas frontais — funcionou de primeira. “No escritório, ouvi ‘que look!’, não ‘emagreceu!’. Eu não quero parecer menor. Quero parecer eu.”
Em Belém, Michele, 27, fez um movimento simbólico: “Comprei minha primeira calça branca”. A descrição técnica falava de gramatura, transparência e elasticidade; o guia de medidas indicou um número acima do habitual. “Chegou e assentou. Não marcou, não apertou. A calça branca virou peça de estilo, não uma prova de coragem.”
O que o online consertou (e o físico não quis ver)
Há uma mudança silenciosa e profunda: a experiência de compra virou serviço. Em vez de cabide solto, contexto: fotos em diferentes corpos, tabela de medidas realista, explicação de tecido e elasticidade, comparação entre marcas, vídeos curtos mostrando movimento. “Curadoria não é empilhar produtos; é tomar decisões no lugar da cliente e dar transparência ao que a peça faz no corpo”, diz Gabi. “A gente descreve onde a modelagem abraça, onde ela sobra, onde alonga. Sem promessas mágicas.”
O modelo de negócio também é diferente. Como varejo multimarca online, a Lotus Week edita coleções de várias etiquetas — do básico bem cortado ao statement que pede presença — e derruba a lógica da ‘linha separada’: tudo entra na mesma conversa de tendência. “As nossas páginas de coleção não são um ‘plus size à parte’. São moda”, enfatiza Gabi.
Essa edição exige método. Nos bastidores, a equipe criou um “Mapa de Caimento” por marca (e às vezes por peça): dados internos de modelagem, elasticidade percebida, altura de gancho, largura de braço e comprimento útil. “É um dossiê de prova, construído com devolutivas de clientes e testes da equipe. Quando a cliente pergunta sobre um vestido, não respondemos ‘veste bem’. Respondemos como veste bem e em quem.”
Representatividade sem data de validade
Agosto traz o Dia da Visibilidade Plus Size (10/08), mas o calendário editorial não dá conta do recado sozinho. “Representatividade não pode ser feriado móvel”, diz Gabi. “Ela precisa aparecer na foto do produto, na linguagem, no pós-venda, na política de troca. Do contrário, vira só marketing de ocasião.”
Essa consistência muda o comportamento. A cliente que vê seu corpo na vitrine virtual arrisca cor, busca estampa, testa comprimentos. E volta — não porque faltou opção, mas porque sobrou autonomia. “A recompra acontece quando a peça cumpre o que promete. É confiança, não empolgação”, resume Gabi.
O serviço que educa (e fideliza)
O varejo digital que funciona para o plus size tem três pilares — clareza, contexto e cuidado:
- Clareza: guia de medidas honesto (em centímetros), descrições francas de tecido/gramatura/elasticidade, fotos 360º no corpo.
- Contexto: styling possível (com peças que já estão no armário), indicação de ocasiões de uso, comparativos entre marcas.
- Cuidado: primeira troca facilitada, canais humanos (chat/WhatsApp), resposta específica para perguntas específicas.
“Não vendemos um mito de ‘corpo certo’. Vendemos pertinência”, diz Gabi. “Quando a cliente entende que a roupa se ajusta a ela — e não o contrário —, alguma coisa importante se realinha.”
No fim, “o fundo da loja” virou uma memória de arquitetura. Na vitrine do navegador, a moda plus size ganhou tempo, linguagem e palco. O clique que fecha a compra é o mesmo que abre um espaço: o da autoria. E a autoria, na moda, sempre foi o verdadeiro luxo.
Box de serviço:
Como acertar a compra plus size online
• Meça hoje, não confie no seu número de ontem. Use fita, anote busto/cintura/quadril/altura.
• Leia o tecido. Malha com elastano abraça; alfaiataria pede precisão. Gramatura evita transparência.
• Procure fotos em corpos reais. Altura e manequim informados mudam a decisão.
• Pense em looks, não em peças. Se combina com três itens do seu armário, vale mais.
• Troca sem drama. Políticas claras são parte do produto — não bônus.
Moda
Samuel Riechel é o grande vencedor do Brasil Fashion Designers – Profissionais 2025

O Brasil Fashion Designers – Profissionais 2025 (BFD Profissionais), primeira edição do concurso voltado a designers e profissionais de moda, consagrou Samuel Riechel, de Franca (SP), como grande vencedor. A fase final aconteceu no primeiro dia do Febratex Summit 2025, que vai até o dia 21 deste mês, no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC).
O BFD Profissionais recebeu inscrições de todo o Brasil e teve como tema “Terra – Planeta Água”. Os dez finalistas apresentaram coleções que exploraram criatividade, inovação e sustentabilidade, utilizando tecidos sustentáveis fornecidos pelos patrocinadores. Participaram do desfile os designers Betto Gomes (RJ), Bruna Sibilio (SC), Dai Vaz Miotto (SC), Eduarda de Souza (SC), Isabela Teixeira (GO), Juliano Michelli (SC), Laryssa Perdiz (SP), Letícia Ghisi (SP), Maria Laura (RJ) e Samuel Riechel (SP). Entre eles, os três primeiros colocados foram Samuel Riechel (1º lugar), Dai Vaz Miotto (2º) e Maria Laura (3º), que receberam destaque especial na premiação.
“É uma satisfação ver essas criações dos designers brasileiros, confeccionadas com matérias-primas mais sustentáveis. Conseguimos perceber a beleza dos looks feitos com materiais reciclados, que refletem a sustentabilidade. Nesse sentido, conseguimos aliar beleza e responsabilidade ambiental”, afirmou Giordana Madeira, diretora-executiva do Febratex Group.
“As coleções foram lindíssimas, com matérias-primas usadas de formas nunca antes imaginadas, trazendo inspirações diversas, da religiosidade ao corpo humano, sempre conectadas ao tema ‘Terra – Planeta Água’ e à sustentabilidade. Fiquei muito feliz com o resultado; foi realmente memorável”, comenta Ricardo Gomes, gerente de Projetos Especiais do Febratex Group.
O concurso contou com o patrocínio da Audaces, Andrade Máquinas, Dalila Ateliê Têxtil, Grupo EuroFios, MaxiTex, Nil.Arte, SEBRAE, Silmaq e Sticle, além do apoio institucional da ABIT, Sinditêxtil SP e FeiraTur.
Coleção vencedora: “Mistérios do Fundo do Oceano”
A coleção de Samuel Riechel apresentou quatro looks inspirados nas profundezas do oceano, explorando corais, algas e criaturas bioluminescentes, com foco em sustentabilidade e inovação. Cada peça combinou técnicas criativas de manipulação de tecidos com estética e funcionalidade, traduzindo em moda a complexidade do oceano e promovendo a consciência ambiental.
“Eu fiquei em êxtase quando recebi a notícia que fiquei em primeiro lugar. Todos os concorrentes estavam impecáveis, trabalhos incríveis. Pra mim, está sendo surreal; ainda não consigo assimilar direito. Participar de um concurso desse nível no Brasil tem sido uma experiência incrível e, com certeza, um grande peso no meu currículo”, afirmou Samuel.
Como prêmio, ele embarcará para uma imersão de cinco dias na Itália pelo programa Fashion Express, visitando ateliês, fábricas e museus de moda em Milão e Florença, com todas as despesas custeadas pelo Febratex Group.
Júri e reconhecimento do setor
O júri foi formado por profissionais renomados do setor, incluindo Carlos Silva, consultor em sustentabilidade e especialista em conformidade química da Bluwin e Impulgest Brasil; Eduardo Viveiros, jornalista de moda, colunista da Revista Bravo e fundador do portal Calma; Francine Bacelar, gestora de moda do SEBRAE Nacional; Kátia Suzuki, diretora comercial da CLO; Marcelo Logo, gerente regional da ZDHC América Latina e Caribe; e Simone Rech, fundadora da New&Now e especialista em economia comportamental.
Febratex Summit 2025: o encontro da indústria com a moda do futuro
O Febratex Summit, único evento do Brasil voltado à transformação digital e sustentável na indústria da moda, reforça, nesta edição, o papel da inovação e da tecnologia como motores do futuro do setor têxtil. Além do desfile, os visitantes puderam conferir as últimas tendências em tecidos sustentáveis e soluções tecnológicas, conectando designers, empresários e profissionais a oportunidades concretas de negócios.
Moda
Parceria entre Setre e marca de moda Meninos Rei leva artesanato de Maragogipinho para a passarela da SPFW 2025

_Assinatura do Termo de Colaboração acontece no próximo dia 20 com a presença dos estilistas baianos da MR e o secretário Augusto Vasconcelos_
*FOTOS: Ricardo Filho*
A aproximação da moda de passarela com os saberes tradicionais do artesanato é a proposta do curso que está ensinando 40 mulheres artesãs da localidade de Maragogipinho, na Bahia, a criar biojoias em cerâmica. Parte das peças será desenvolvida em conjunto com a marca baiana de moda autoral, Meninos Rei (MR), e incorporada ao desfile que fará durante a edição de 2025 da São Paulo Fashion Week – SPFW, maior evento de moda da América Latina, em outubro.
O projeto é uma iniciativa da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), por meio da Coordenação de Fomento ao Artesanato (CFA), em parceria com a marca dos irmãos estilistas, Céu Rocha e Junior Rocha. A assinatura do Termo de Colaboração acontece no próximo dia 20, em Maragogipinho, com a presença do secretário Augusto Vasconcelos.
O objetivo da ação é promover a formação das artesãs ao mesmo tempo que impulsiona a geração de renda por meio da comercialização das biojoias durante e após o evento de moda. Serão brincos, colares, pulseiras e outros acessórios que comporão os looks da MR, emprestando holofotes ao artesanato de Maragogipinho, maior polo de cerâmica da América latina, com mais de 150 olarias.
Para o secretário Augusto Vasconcelos, a ação movimenta a economia e é uma vitrine para a cultura da Bahia. “Estaremos mais uma vez na São Paulo Fashion Week, levando o artesanato de Maragogipinho com as nossas ceramistas e também a cultura popular do nosso estado para a maior passarela da América Latina. Isso gera renda, promove a nossa cultura e fortalece a nossa ancestralidade”, disse.
*Imersão* – Entre os dias 12 e 29 de agosto as artesãs participam do curso de Biojoias em Cerâmica – Módulo II, ministrado pela Associação Beneficente Ilê Axé Oju Onirê, que contará com a consultoria da MR para o desenvolvimento da coleção de acessórios. Céu e Junior realizam uma imersão na comunidade de Maragogipinho, nos próximos dias 19 e 20, compartilhando croquis e técnicas para experimentação de materiais naturais do território, como o barro e a piaçava, para a confecção dos objetos de moda.
As peças resultantes do trabalho das artesãs com os estilistas serão apresentadas no desfile da SPFW 2025. Após um processo de curadoria, as peças passarão por avaliação e seleção para posterior encaminhamento aos centros de comercialização, ampliando as oportunidades de geração de renda e inserção das artesãs em mercados qualificados.
É a segunda vez que a Setre e a Meninos Rei trabalham em parceria. Em 2024, eles realizaram oficinas para artesãs no Quilombo Pitanga dos Palmares (Simões Filho) que resultaram em peças de piaçava e madeira exibidas em desfile na SPFW daquele ano. As peças foram todas vendidas.
Além da Setre, também fazem parte da ação a Associação Beneficente Ilê Axé Ojú Onirê; Instituto Brasileiro de Desenvolvimento do Esporte – IBDE; Comunidade Cidadania e Vida – COMVIDA; Instituto Curupira da Bahia; Prefeitura Municipal de Aratuípe e Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho – AAMOM.
*Serviço*
*Solenidade – Assinatura Termo de Colaboração da Setre com a marca Meninos Rei*
20/08, às 9h
Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragogipinho (AAMOM). Praça da Matriz, Maragogipinho (Aratuípe – BA)
*Ascom Setre*