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Marisqueiras afetadas por crime da Braskem pedem apoio do governo

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© Cibele Tenório/Agência Brasil

Marisqueiras e pescadoras alagoanas que tiveram a vida impactada pelo crime ambiental da mineradora Braskem pediram apoio, nessa quinta-feira (20), à ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, para enfrentar danos que foram causados pela exploração de sal-gema. Há sete anos, houve afundamento de bairros inteiros de Maceió, causando impacto na vida de cerca de 60 mil pessoas, incluindo quem trabalha com a pesca do marisco.

A presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores de Alagoas (Fepeal), Maria Silva Santos, de 41 anos, disse, em entrevista à Agência Brasil, que o encontro com a ministra foi muito importante para levar as reivindicações de políticas públicas de todas as trabalhadoras diretamente afetadas. “O impacto ambiental para as mulheres marisqueiras causou, por exemplo, a obrigatoriedade de precisar trabalhar em local a mais de duas horas daquele em que tiravam seu sustento”, disse.

A ministra ouviu que mulheres perderam, além da moradia, a autorização para trabalhar em seus territórios, sofreram os efeitos da contaminação da água e também houve perda de renda para as famílias. 

“Sofremos vários tipos de violência e não é só do tipo de ‘violência normal’, é também o racismo ambiental, a poluição dos nossos rios e mares”, disse a pescadora Ana Paula Santos, Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais.

Tradição

A ministra Cida Gonçalves garantiu que o governo fará o que for preciso, inclusive integrar outros ministros, para acelerar as soluções. Maria Silva Santos, que participou do encontro, disse que muitas dessas trabalhadoras são mães e responsáveis por cuidar dos filhos e do sustento da família. “Muitas escolheram essa profissão porque gostam, respeitam a tradição dos pais e dos avós e foram criadas nesses territórios”

Em Alagoas, existem 20.643 pescadores artesanais, sendo 58% mulheres, de acordo com dados do Sistema de Registro Geral da Atividade Pesqueira (2023). A estimativa é que existam 12 mil mulheres na pesca, inclusive em atividade informal, com renda média menor que um salário mínimo. Maria Santos, da Fepeal, afirma que está em processo um novo levantamento da realidade da categoria no estado.

Mudanças do clima

Além da dificuldade de ter que se afastar do local de trabalho anterior, em vista da contaminação da lagoa, a representante da categoria afirma que as mudanças climáticas também impactam o dia a dia da pesca. “A gente tem uma diminuição de pescados dentro da região”. Ela cita, por exemplo, a diminuição do sururu. “Por causa da alteração do regime de chuvas, a água está mais salobra e o sururu não consegue reproduzir. São vários fatores em relação a essa redução.

A secretária estadual da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria Silva, afirmou que no atendimento das demandas dessas mulheres são observados, pelo poder público, fatores como dignidade, respeito, segurança, educação e saúde para trabalhar e criar os filhos.

Casa da Mulher

Além do encontro com as trabalhadoras marisqueiras, a ministra Cida Gonçalves assinou, com o governador de Alagoas, Paulo Dantas, o contrato de repasse de recursos para a construção da Casa da Mulher Brasileira (CMB) de Maceió, no valor de R$ 19 milhões. 

Segundo o ministério, o recurso será destinado à construção e à equipagem da unidade, que já tem terreno indicado pelo governo estadual. O equipamento contará com serviços de acolhimento e triagem, apoio psicossocial, delegacia, juizado, Ministério Público, Defensoria Pública, promoção de autonomia econômica, cuidado das crianças, alojamento de passagem e central de transportes.

Na ocasião, a ministra afirmou que o investimento vai garantir o atendimento integrado e humanizado às mulheres de Alagoas. O governador assinou a adesão ao Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios (PNPF), lançado em 2024.

“Precisamos unir forças para promover mudanças culturais, fortalecer políticas públicas e responsabilizar aqueles que insistem em perpetuar a violência”, frisou a ministra sobre a adesão ao pacto.  A secretária Maria Silva disse que a casa é um “verdadeiro refúgio” para que as mulheres possam reconstruir suas vidas.

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Profissionais com 50 anos ou mais estão na mira das contratações dos supermercados

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Dados recentes mostram que apenas 5% das contratações realizadas nos últimos dois anos foram destinadas a trabalhadores com mais de 50 anos. Foto: Divulgação

No ano passado, as empresas contrataram, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), quase 1,7 milhão de novos profissionais, o que contribuiu para que o número de desempregados chegasse ao patamar de 6,1%.

 

Apesar destes números positivos, há um segmento da população que ainda encontra uma certa dificuldade para retornar ao mercado de trabalho, principalmente aqueles que têm 50 anos ou mais. Muitas dessas pessoas, desta faixa etária, alegam que, além da grande concorrência com os jovens, há ainda a prática do etarismo praticada por algumas empresas. O etarismo é a discriminação contra alguém em função de sua idade. Dados recentes mostram que apenas 5% das contratações realizadas nos últimos dois anos foram destinadas a trabalhadores com mais de 50 anos.

 

Porém, há um setor que vem agindo na contramão desta filosofia em relação aos 50+. Empresas como a Nestlé, Coca-Cola, O Grupo Pereira e muitas redes de supermercados, na hora de contratar novos funcionários, usam a política da diversidade, abrindo vagas também para aqueles que já passaram dos 50 anos.

 

Grupos supermercadistas como o Pão de Açúcar, os cariocas Supermercados Mundial e o Serra Azul, esse último localizado na cidade de Nova Friburgo, região serrana do estado do Rio, são alguns exemplos de estabelecimentos que vêm abrindo postos de trabalho para as pessoas que têm mais de 50 anos. O Supermercados Mundial, por exemplo, mantém, desde 2017, o programa “Todo Mundo no Mercado”, que busca a inclusão de profissionais com mais de 60 anos em diversas áreas da companhia.

 

O presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio (ASSERJ), Fábio Queiróz, acredita que este tipo de iniciativa é muito importante, principalmente para aquelas pessoas que estão encontrando uma certa dificuldade em retornar ao mercado de trabalho, em função da idade. “A idade é apenas um número, não pode ser item de exclusão na hora de uma possível contratação. Tradicionalmente, o setor de supermercados é considerado porta de entrada para o mercado de trabalho formal, e agora, também para o regresso de profissionais experientes, que podem contribuir fortemente na formação de novos colaboradores”, sentencia.

 

Para ele, o mercado de trabalho precisa se modernizar não apenas em tecnologia, mas também em mentalidade. “A valorização da diversidade geracional é uma necessidade urgente. Profissionais acima dos 50 anos trazem experiência, comprometimento e um atendimento diferenciado, características essenciais para o varejo”, finaliza o presidente da ASSERJ.

 

Sobre a ASSERJ

Foi com um pequeno número de associados que nasceu a Associação de Supermercados do Rio de Janeiro – ASSERJ, mais precisamente em 1969, um ano após a atividade supermercadista ser definida e regulamentada no País. Criada com o intuito de fortalecer e defender a cadeia supermercadista do Estado, a ASSERJ atendeu bem ao seu objetivo principal. Há mais de cinco décadas representando e defendendo os interesses do setor, a ASSERJ adquiriu know-how no setor supermercadista, oferecendo aos seus associados cursos de aperfeiçoamento, palestras, consultoria e assessoria na área jurídica, gestão, recursos humanos, prevenção de perdas, alimentos seguros e marketing, além de muitas outras atividades relevantes para o setor.

 

Mais informações: https://asserj.com.br/

Instagram: @asserjsupermercados

LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/asserjsupermercados/

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Pequim+30: sociedade civil vê retrocesso na igualdade de gênero

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© Paulo Pinto/Agência Brasil

Instituições que representaram a sociedade civil na delegação oficial brasileira durante a 69ª Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW69), em Nova York, apontam retrocessos na declaração política acordada entre os países.

A conferência, ocorrida na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) nas duas últimas semanas, é o principal fórum global sobre igualdade de gênero e empoderamento de mulheres e meninas. Este ano, as sessões foram dedicadas a avaliar e revisar a Declaração e a Plataforma de Ação de Pequim, maior tratado multilateral sobre o tema, que completa 30 anos.

Segundo uma das representantes da sociedade civil na delegação brasileira, Manuela Thamani, coordenadora executiva do Observatório da Branquitude, um dos pontos de maior descontentamento para a delegação brasileira foi a supressão de um dos parágrafos da declaração política, em relação ao ano passando, quando o documento trouxe o reconhecimento da contribuição significativa das mulheres e meninas afrodescendentes para o desenvolvimento da sociedade.

Manuela Thamani lembra que o parágrafo suprimido “destacava ainda a importância de garantir a participação plena, equitativa e significativa em todos os aspectos da sociedade, incluindo o enfrentamento da pobreza e o fortalecimento das instituições e do financiamento como perspectiva de gênero, e aí também colocava a questão interseccional”.

De acordo com Manuela, o trabalho do movimento das mulheres negras foi intenso e também teve o apoio do governo brasileiro, a partir da ideia de manter o conteúdo em uma perspectiva de mulheres diversas, contemplando indígenas, trans e outras representatividades e em notas de rodapé. 

“Por fim não concretizou a expectativa de aumentar o que tinha sido conquistado em relação ao ano anterior. Foi o contrário. A gente lutou para evitar o retrocesso, mas nossa conquista foi retirada sem a mínima explicação”, lamenta.

Na avaliação da diretora executiva da plataforma social Força Meninas, Déborah De Mari, que também atuou na delegação brasileira, além dessa visão, que classificou de “generalista”, a declaração final também retrocedeu quanto aos direitos sexuais e reprodutivos

“Isso envolve todas as medidas e políticas que vão desde, por exemplo, uso de anticoncepcional, até prevenção de gravidez, educação sexual e outras mais polêmicas, como o acesso ao aborto legal em todos os casos”, explica.

A omissão do tema pelos países signatários da Declaração de Pequim reflete a dualidade extremada da atual política global, afirma Déborah. 

“Isso é um ponto bem preocupante, porque a gente sabe que esse é um tema que aflige, sobretudo, as mulheres e meninas em maior vulnerabilidade. Mostra realmente um sinal dos nossos tempos, que, em pleno 2025, a gente regride em algumas partes do texto que foram contempladas 30 anos atrás.”

Débora afirma que não houve apenas retrocessos, a declaração política do ano passado também reforçou compromissos de promoção dos direitos e proteção de mulheres e meninas. 

“Menciona a importância de ampliar o acesso à educação de qualidade, de investir nos sistemas de cuidado, na economia do cuidado, de combater as diversas formas de violência contra mulheres e meninas. Ela traz também um fator, que para a gente é crucial, porque está no coração do nosso trabalho, que é garantir a participação plena de mulheres na ciência, na inovação e na tecnologia”, destaca.

Segundo a diretora executiva da plataforma social Força Meninas, esses aspectos são importantes de serem reforçados porque demonstram que a luta pela igualdade de gênero e pelo exercício de direitos de mulheres e meninas não é uma causa perdida. 

“A gente viu países que sempre tiveram uma posição muito conservadora se mantendo nesse lugar. Viu algumas figuras novas nesse cenário com grande influência, como os Estados Unidos. Mas ao mesmo tempo, a gente ainda tem países como a Espanha, Suécia, Noruega, o México muito forte, e o Chile e Brasil, com grande importância e representatividade, acreditando e trabalhando para que a gente possa avançar nessas temáticas importantes”, avalia.

Confira a declaração política na íntegra, em inglês.

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PF repatria bebê que estava em Portugal e foi vítima de tráfico humano

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© Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) concluiu nesta segunda-feira (24) Operação Pérola, que resultou na repatriação de um bebê que fora levado para Portugal no final de 2023, pouco após o nascimento, vítima de tráfico humano.

A investigação, conduzida pela Delegacia da PF em Campinas (SP), começou após o órgão ser acionado pela Promotoria de Justiça em Valinhos, no interior paulista. 

Em ação conjunta com a Polícia Judiciária de Portugal, o bebê foi encontrado na região de Porto.

Segundo nota, a criança foi localizada e encaminhada à Assistência Social de Portugal, que a destinou a uma família acolhedora no país, “tendo lá permanecido até se confirmar que efetivamente não se tratava de criança portuguesa, pois os registros haviam sido falsificados quanto à sua nacionalidade e naturalidade”.

Após a confirmação da identidade e com intervenção do Ministério Público Federal em Campinas, policiais federais brasileiras foram até Portugal para trazer a criança, que já tem um ano e quatro meses, de volta ao Brasil.

De acordo com a PF, a criança está sob os cuidados de uma instituição brasileira, e as famílias acolhedoras em Portugal e no Brasil estão em contato para compartilhar informações.

“O vínculo criado durante esse período será respeitado, e as famílias continuarão em comunicação, mantendo um elo que visa o melhor interesse da criança”.

O processo para repatriação seguiu o Protocolo de Palermo, de 2004, que combate o tráfico internacional de pessoas.

“O retorno deste bebê ao Brasil simboliza não apenas o sucesso da cooperação entre os órgãos envolvidos, mas também a esperança renovada de um futuro seguro e protegido, com a crença de um recomeço de uma nova história com acolhimento e reconstrução”, complementa a nota da PF.

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