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Economia

Milhares de cargos vagos na Auditoria-Fiscal do Trabalho agravam violações e reduzem arrecadação

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Mesmo sendo uma das carreiras mais estratégicas para a arrecadação e a defesa de direitos no Brasil, a Auditoria-Fiscal do Trabalho segue negligenciada pelo governo federal. Quase 2 mil cargos seguem vagos, enquanto o país enfrenta cortes de R$ 31,3 bilhões no Orçamento e aumento do IOF para reforçar o caixa. Em contraste, a nomeação de Auditores-Fiscais do Trabalho — já aprovados em concurso realizado em 2024 — poderia garantir retorno financeiro imediato aos cofres públicos e proteção a trabalhadores em situação de vulnerabilidade.

A Comissão Nacional de Aprovados e Excedentes do Concurso AFT 2024 cobra do governo a nomeação imediata dos candidatos prontos para atuar. “É um contrassenso: há déficit de fiscalização, aumento de violações, queda na arrecadação, e a solução está à disposição do Estado”, afirma Pedro Lucas, representante da Comissão no Rio Grande do Sul.

Mais de 2 mil resgates por trabalho análogo à escravidão em 2024

Somente nos primeiros meses de 2024, mais de 2.100 pessoas foram resgatadas de condições análogas à escravidão no Brasil, segundo dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. Os números evidenciam a urgência de fortalecer o corpo de Auditores-Fiscais, que atuam diretamente no combate à escravidão moderna, presente inclusive em áreas urbanas.

Rodrigo Oliveira, representante da Comissão em Goiás, ressalta: “A fiscalização do trabalho é a presença concreta do Estado na defesa da dignidade humana. Cada AFT na ativa é um agente de transformação social que resgata, protege e reconstrói vidas”.

Presença invisível, impacto imensurável

Apesar de pouco visíveis para a sociedade, os Auditores-Fiscais do Trabalho atuam diretamente na qualidade dos serviços, na segurança dos ambientes laborais, na formalização do emprego e no equilíbrio da Previdência. “A atuação do AFT transforma o dia a dia de milhões de brasileiros”, reforça Alícia Soares, representante na Bahia.

A Comissão destaca que, com a nomeação dos aprovados, o Estado estaria investindo diretamente na justiça social e no desenvolvimento econômico. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram que cada Auditor nomeado gera mais recursos à União do que o custo com sua remuneração, seja por meio de multas, recuperação de FGTS e Previdência ou formalização de vínculos.

O Brasil opera com o menor número de Auditores-Fiscais em 35 anos

Atualmente, cerca de 1.800 cargos de Auditor-Fiscal do Trabalho estão vagos. Isso significa que apenas 3% dos estabelecimentos fiscalizáveis são efetivamente inspecionados. Em estados como Acre, Roraima e Amapá, há menos de dez Auditores-Fiscais ativos, o que compromete a execução das políticas públicas de trabalho decente.

Enquanto a Organização Internacional do Trabalho (OIT) recomenda um Auditor para cada 10 mil trabalhadores, o Brasil opera com apenas um para cada 33 mil vínculos formais. O cenário compromete a proteção dos trabalhadores, a segurança jurídica das empresas e a própria arrecadação da União.

Diversidade, qualificação e representatividade: o novo perfil da carreira

O Concurso AFT 2024 selecionou um grupo diverso e altamente qualificado: 41% são mulheres, 46% vêm de escolas públicas, 20% são beneficiários de programas sociais, mais de 70% têm menos de 40 anos e 66% possuem pós-graduação ou mestrado. Aprovados de todos os estados brasileiros estão prontos para atuar em todo o território nacional.

Mobilização ativa e compromisso com a reconstrução do Estado

A Comissão dos Aprovados e Excedentes não tem se limitado à espera. Com forte articulação junto ao Congresso Nacional, Poder Executivo e sociedade civil, os aprovados defendem a valorização da Auditoria-Fiscal do Trabalho como instrumento de reconstrução do Estado, combate às desigualdades e garantia de direitos.

“Não se trata apenas de um direito nosso, mas de uma urgência nacional. O trabalho decente, a proteção da infância, a igualdade de oportunidades e a recuperação econômica passam diretamente pela atuação de mais auditores em campo”, afirma Celso Henrique, coordenador da Comissão em Minas Gerais.

Com conhecimento técnico, engajamento social e representatividade, os aprovados estão prontos para contribuir com um Brasil mais justo, sustentável e comprometido com a dignidade de quem trabalha.

Redes da Comissão de Aprovados do Concurso AFT 2024
Instagram: @aprovadosaft2024
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Site: Comissão de Aprovados AFT 2024

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Economia

Dólar cai para R$ 5,49 com derrubada de alta do IOF e inflação menor

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© Valter Campanato/Agência Brasil

No dia seguinte à derrubada do decreto que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o mercado financeiro teve um dia de tranquilidade. O dólar caiu e voltou a ficar abaixo de R$ 5,50. A bolsa de valores subiu quase 1%. A queda da inflação e o cenário internacional também contribuíram para a diminuição das tensões.

O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (26) vendido a R$ 5,498, com queda de R$ 0,055 (-1,02%). A cotação abriu próxima da estabilidade e passou a cair ainda nos primeiros minutos de negociação, até fechar próxima das mínimas do dia.

Com o desempenho desta quinta, a moeda norte-americana cai 3,88% apenas em junho. Em 2025, a divisa recua 11,01%.

O mercado de ações também teve um dia de recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 137.114 pontos, com alta de 0,99%. Praticamente todas as principais ações subiram, devolvendo a queda da quarta-feira (25).

A bolsa brasileira acumula alta de apenas 0,06% em junho. Em 2025, o Ibovespa sobe 13,99%.

A derrubada do decreto que subia o IOF, aprovada na noite de quarta pela Câmara e pelo Senado, foi bem recebida pelo mercado. Apesar de provocar perda de R$ 12 bilhões nas receitas do governo, segundo números divulgados nesta quinta pela Receita Federal, a revogação, no entendimento dos investidores, pressionará o governo a cortar gastos.

O segundo fator que ajudou o mercado financeiro nesta quinta foi o recuo da inflação. Beneficiado pelo recuo dos preços dos alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, ficou em 0,26% em junho.

O número veio abaixo do previsto. Isso beneficiou principalmente a bolsa de valores, porque a queda da inflação abre espaço para que o Banco Central comece a reduzir a Taxa Selic (juros básicos da economia) antes do previsto.

No cenário externo, a manutenção do cessar-fogo entre Israel e Irã e a divulgação de dados que mostram a desaceleração da economia norte-americana animaram os investidores. Isso porque aumentaram as chances de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) cortar os juros básicos dos Estados Unidos antes do fim do ano. Taxas menores em economias avançadas estimulam a migração de recursos para países emergentes, como o Brasil.

*Com informações da Reuters

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Economia

Aerolíneas Argentinas não poderá ter novas bases no Brasil

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© Agência Télam

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou, no Diário Oficial da União desta quarta-feira (25) uma portaria que proíbe a Aerolíneas Argentinas de implantar novas bases de operação no Brasil. A empresa também não poderá aumentar a frequências de voos em cinco aeroportos onde opera atualmente: 

  • Brasília (DF), 
  • Galeão (RJ), 
  • Salvador (BA), 
  • Curitiba (PR) e 
  • Florianópolis (SC)

A empresa manterá as bases operacionais já autorizadas e as frequências vigentes. 

“A ação, de caráter provisório, foi adotada em razão de não conformidades apontadas em fiscalizações feitas pela Agência, que não foram corrigidas pela operadora aérea”, explica a Anac.

A medida será mantida até que a situação levantada pela fiscalização da Anac seja regularizada pela empresa.

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Economia

Vendas do Tesouro Direto batem recorde para meses de maio

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© José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Impulsionadas pelo vencimento recorde de títulos corrigidos pela Selic (juros básicos da economia), as vendas de títulos públicos a pessoas físicas pela internet bateram recorde para meses de maio, divulgou nesta quinta-feira (26), em Brasília, o Tesouro Nacional. No mês passado, o Tesouro Direto vendeu R$ 6,86 bilhões em papéis.

O valor é 3,28% menor que o de abril, quando as vendas do Tesouro Direto somaram R$ 7,09 bilhões. No entanto, ele é 35,03% maior que o de maio de 2024.

O recorde de vendas para todos os meses foi registrado em março deste ano, quando foram vendidos R$ 11,69 bilhões.

Juros básicos

Os títulos mais procurados pelos investidores em setembro foram os vinculados aos juros básicos, cuja participação nas vendas somou 53%. Os papéis corrigidos pela inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) corresponderam a 26,8% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, totalizaram 11,8%.

Destinado ao financiamento de aposentadorias, o Tesouro Renda+ – lançado no início de 2023 – respondeu por 6,6% das vendas. Criado em agosto de 2023, o novo título Tesouro Educa+, que pretende financiar uma poupança para o ensino superior, atraiu apenas 1,8% das vendas.

O interesse por papéis vinculados aos juros básicos é justificado pelo alto nível da Taxa Selic. A taxa, que estava em 10,5% ao ano até setembro de 2024, foi elevada para 15% ao ano.

Papéis atrativos

Com a expectativa de novas altas, os papéis continuam atrativos. Os títulos vinculados à inflação também têm atraído investidores por causa da expectativa de alta da inflação oficial nos próximos meses.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 176,112 bilhões no fim de maio, alta de 3,1% em relação ao mês anterior (R$ 170,86 bilhões), mas alta de 26,1% em relação a maio de 2024 (R$ 139,63 bilhões). Essa alta ocorreu por causa da correção pelos juros e porque as vendas superaram os resgates em R$ 3,62 bilhões no último mês.

Investidores

Em relação ao número de investidores, 291.472 participantes passaram a fazer parte do programa no mês passado. O número total de investidores atingiu 32.494.855. Nos últimos 12 meses, o total de investidores acumula alta de 13,4%. A soma dos investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 3.013.961, aumento de 15,1% em 12 meses.

A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas de até R$ 5 mil, que correspondeu a 79,3% do total de 823.877 operações de vendas ocorridas em maio. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 56,6%. O valor médio por operação atingiu R$ 8.324,32.

Os investidores estão preferindo papéis de curto prazo. As vendas de títulos de até cinco anos representam 41,3% do total. As operações com prazo entre cinco e dez anos correspondem a 39,7% do total. Os papéis de mais de dez anos de prazo representaram 18,9% das vendas.

O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Transparente.

Captação de recursos

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional – via internet – sem intermediação de agentes financeiros.

O aplicador só precisa pagar uma taxa para a B3 (Bolsa de Valores), descontada nas movimentações dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.

A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis pré-fixados.

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