Música
MIMOSA coloca sonoridade afrobrasileira em primeiro plano no álbum de estreia
MIMOSA é música, mas vai além. É antropologia e arqueologia musical que resgata a sonoridade e o movimento dos corpos negros brasileiros, seus ritmos e linguagens múltiplas. O álbum de estreia do projeto que une os artistas Mbé, Leyblack Beats e Luiz Felipe Lucas surge como fruto de um mergulho sobre as origens de seus criadores, ainda que realizado a grande distância, durante a imersão em uma residência artística na Espanha. O resultado é um disco-manifesto sobre a potência dos ritmos afro brasileiros: do terreiro ao samba, passando pelo hip hop, drum’n’ bass e pelas diversas vertentes do funk. O lançamento do álbum “Mimosa” é do selo QTV, já disponível nas principais plataformas.
Ouça “Mimosa”: https://found.ee/cabezadenegombeleyblack_mimosa
Ouça “Mimosa” no Bandcamp: https://qtvlabel.bandcamp.com/album/qtv064-mimosa
É a partir da criminalização do funk que os artistas se debruçaram sobre a opressão histórica às manifestações artísticas afro-descendentes no Brasil. Retornando aos preconceitos sancionados pelo Estado – como uma lei anti-vadiagem que se traduzia, na verdade, na ilegalidade da capoeira e de outras manifestações culturais – para contar uma história de silenciamento. MIMOSA é um projeto que celebra a resistência e a criatividade da música negra.
“O samba foi tratado como sinônimo de vadiagem até o governo de Getúlio Vargas. Na época, andar com um pandeiro ou outro instrumento de percussão podia dar até 30 dias de cadeia. No MIMOSA encontramos a conexão direta com a atualidade da criminalização do funk com a história das opressões voltadas para as manifestações artísticas afro descendentes no Brasil”, os artistas analisam.
Para personificar essa pesquisa sonora, MIMOSA introduz um personagem que representa a negritude em suas diversas formas. Estampado na capa do disco, cabezadenego é brincalhão, transgressor e desafia estereótipos, criando uma nova narrativa. Criado inicialmente para manifestações de rua com sua tanga, pintura facial e camisa amarrada à cabeça, ele foi pensado para colocar uma lupa nos estereótipos que o corpo carrega, seja o da da bicha preta ou o do homem negro, relacionadas com o medo e com o desejo.
cabezadenego é uma conexão de mundos, uma espécie de Exú. Aparece, some, faz artimanhas inimagináveis, conecta, leva, traz, gira, brinca, se diverte. Não é bom e nem mau, é meio humano e meio entidade, um super-herói. Assim, conecta o ancestral e o moderno na pesquisa sonora de MIMOSA.
“Começamos nossa investigação para construção de samples, que contam essa tentativa sistêmica fracassada de acreditar que essa repressão fosse possível. Essas canções existem até hoje e fazem parte do imaginário coletivo cultural na identidade do Brasil. Trabalhamos a partir de uma cronologia que começa pela saída dos primeiros sons dos terreiros de macumba pra fora daquele ambiente até os bpms acelerados que movimentam as redes sociais de agora”, eles resumem.
As três cabeças de MIMOSA se uniram no final de 2020, quando Luiz Felipe Lucas (o cabezadenego) encontrou uma crítica no jornal El País Brasil sobre o álbum “Rocinha”, de Luan Correia, o Mbé. Após se conectarem online no auge da pandemia, Luan apresentou o projeto ao beatmaker Wesley Souza, AKA Leyblack Beats.
Suas trajetórias pregressas somaram-se em um projeto coletivo que reúne diversas vivências artísticas. Mbé traz sua formação em cinema, música e engenharia de som, com uma carreira que começou com produções para o coletivo de rap Justa Causa, passou pelo duo de noise O Só e culminou no álbum solo “Rocinha”, onde explorou a experimentação com boa recepção da crítica no Brasil e exterior.
Já Leyblack Beats começou sua carreira artística como guitarrista em shows e festivais. Em seguida, passou a produzir beats para o coletivo Justa Causa, onde conheceu Luan. Hoje, Leyblack Beats é um produtor musical versátil, que trabalha com artistas de reggaeton, R&B, rap e também produz temas comerciais. Por fim, Luiz Felipe Lucas é um artista performático brasileiro-espanhol, especializado na técnica física de Jerzy Grotowski. Em sua carreira, trabalhou com artistas renomados como Marina Abramovic e é membro fundador dos coletivos Legítima Defesa no Brasil e Tinta Negra na Espanha. Atualmente, Lucas está trabalhando na representação de sua performance “El Tiro”, que estreou em 2020 em Barcelona e foi continuada em Viena.
Foi através da Convocatória Aberta Permanente do Etopia Centro de Arte e Tecnologia, situado em Zaragoza (Espanha), que os três se dedicaram exclusivamente à concepção e realização de “Mimosa”, o disco de estreia. A ideia inicial era realizar uma mixtape sobre a cultura funk dos anos 2000 e recriar, com a visão dos três artistas, o período em que o gênero ganhou mais exposição midiática e passou por transformações tecnológicas.
“Quando nós chegamos nos laboratórios do Etopia, as novas ideias começaram a pipocar, e entendemos que não podiamos falar de funk sem falar dos ritmos negros na historia do país e de uma maneira que ainda não tinha sido explorada”, relembram.
MIMOSA se estabelece como uma celebração da história e da diversidade da música negra, oferecendo uma nova perspectiva sobre a cultura funk carioca. O trio coloca-se como um trabalho centrado na negritude, em que três homens negros se reapropriam de sua música e cultura e transformam em som o candomblé, a favela e várias formas de negritude visíveis e invisíveis.
“É um projeto sobre um movimento. Sobre movimentar. O funk é um um movimento constante, a música preta é um movimento constante, a diáspora também é um movimento constante, não tem fim, não se finda na geografia ou em fatos históricos. Então a última música não é o final do projeto. Depois dela, tem a continuação na cabeça de quem escuta, nas cabeças de quem criou”, eles resumem.
Ficha técnica:
direção musical: cabezadenego
produção musical: Leyblack e Mbé
intérprete: cabezadenego
mixagem: Mbé e Renato Godoy nas faixas 1, 6 e 10
master: Igor Ferreira e Renato Godoy na faixa 1
fotos capa/contra capa: Jordi Otix
projeto gráfico: Lucas Pires
texto: Bernardo Oliveira e cabezadenego
produção qtv: Bernardo Oliveira, Luan Correia e Mariana Mansur
teaser e curta-metragem: Julio Limiro
visualizers: pinheirin
Projeto realizado no Laboratório de sonido LIA en Etopia Centro de Arte y Tecnología — Zaragoza/España 2022/2023
Acompanhe Mimosa:
http://instagram.com/leyblackbeats
http://instagram.com/luizfelipelucas
Música
Clariá, a nova surpresa da MPB e do pop, se apresenta no Palco Flash Sounds, dia 02/12, na Trends Brasil Conference, com as 3 músicas de seu EP Uma Parte de Mim
A mais recente surpresa da MPB e do pop, a cantora e compositora carioca Clariá, é uma das quinze escolhidas para se apresentar no Palco Flash Sounds, no dia 02 de dezembro, às 12h30, durante a 10ª edição da Trends Brasil Conference, evento de grande importância para a música. Nesse dia, Clariá apresentará seus três primeiros singles autorais – ’21’, ‘Astral’ e ‘Maresia’, acompanhada ao violão do seu produtor musical, Luiz Lopes.
As três músicas formam o EP ‘Uma Parte de Mim’, que será lançado no dia 13 de dezembro, nas plataformas e YouTube, chegando ao mercado no momento em que a MPB atravessa fronteiras, é redescoberta pelo público jovem e ganha ousadia na voz de Clariá. Com produção musical de Luiz Lopes, e produção executiva de Paula Ramagem, o EP será lançado pela Caravela Records.
Links pré-save EP Uma Parte de Mim –
https://hypeddit.com/xeqw9j. Escolher a opção de ingresso DAY PASS 2 DEZEMBRO (ou outra data), e aplicar o cupom CLARIA20TRENDS, exclusivo para Clariá e seu público, com 20% de desconto. Válido para Day Pass em qualquer dia e Passaportes também.
A Trends Brasil Conference acontece entre os dias 2 e 4 de dezembro, na Expo MAG, Cidade Nova, Rio de Janeiro, RJ.
Música
Amanda Mendonça retoma o single ‘Casa de Memórias’, em todas as plataformas, para confirmar sua busca pela brasilidade e ancestralidade
Desde criança, a cantora Amanda Mendonça sempre foi apaixonada por música. Seu pai ouvia um pouco de tudo e a música sempre esteve muito presente. O amor e carinho com que seu pai tratava e cuidava dos vinis, depois dos cds, sempre a fez ver a música como um acalanto, uma calmaria para alma, em meio aos problemas de saúde dele em casa.
Fez teatro desde cedo e logo se encantou por musicais (principalmente os brasileiros), e começou a se dedicar aos estudos na música. Em 2015, iniciou aulas de canto e teoria musical, a partir daí, nunca mais parou de estudar e se preparar. Sempre amou escrever e, com isso, passou a reparar melodias no que escrevia. Por muitas vezes não eram só poemas, já vinham acompanhados de uma ideia melódica na cabeça.
Agora, traz de volta ‘Casa de memórias’. “As palavras sempre vieram para mim como forma de desabafo, de dizer algo, de contar uma história, onde cada palavra tem o seu significado e um porquê de estar ali. Casa de Memórias veio como um desabafo sobre ser lar para algumas pessoas e não receber o mesmo carinho de volta, mas que apesar do que acontece, as memórias sempre ficam (mesmo quando “esquecidas” na mente em caso de traumas, elas continuam ali no nosso corpo, na nossa vivência). As minhas composições surgem das minhas experiências, do que eu sinto e observo do mundo”, explica Amanda.
Na arte encontra um refúgio, um lugar em que pode ser quem é sem julgamentos, sem comparações, só fazendo o que ama e se fortalecendo nisso.
Cantar e compor é vida, é uma necessidade para ela, colocar para fora, estar no palco, porque se uma pessoa for tocada pelo que está dizendo, a missão será cumprida. A cada olhar, a cada um que se identifica comigo, sinto que posso estar fazendo a diferença de alguma forma.
Sobre Amanda Mendonça
Amanda Mendonça é cantora, compositora e atriz alagoana, natural de Maceió/AL. É apaixonada por vários estilos musicais brasileiros, e com isso, vai criando a sua textura musical, contando histórias, por meio de uma MPB contemporânea alternativa. A artista conta com mais de 2 mil ouvintes mensais no Spotify.
“Acho que por eu ser nordestina, por ter vivido muita coisa, eu tenho muito essa mistura de ritmos, eu gosto de muita coisa, meu pai sempre ouviu de tudo, então tem essa amplitude. E no lugar da escolha das músicas, assim como eu quero que as pessoas se identifiquem com o que eu estou cantando, eu me identifico muito com letras e melodias que conversam com a minha vida, sabe? Que dialogam com o que eu sinto, então todas as músicas que eu escolho, que eu trago, são músicas que cabem na minha boca, sabe? São músicas que eu consigo sentir cada palavra que eu estou dizendo, que aquilo ali faz parte de mim de alguma forma, de alguma vivência, de algo que eu sinto e também, claro, pelas linhas melódicas, né? Pelo que eu acho bonito, que soa interessante como história contada mesmo. Vai por aí, né? São músicas que conversam com o que eu acredito, que é isso, cabem na minha boca, né? É bom de cantar, de falar, de dizer.
Também, desde que eu entrei para uma religião de matriz africana, entendi de fato quem me cuidava, a minha mediunidade e etc., eu sinto mais esse chamado de cantar sobre, de trazer as raízes ancestrais brasileiras, fazer essa mistura de ritmos, trazer o tambor, trazer o atabaque, trazer o timbau, trazer referências de ijexá. Então, acho que também o samba, o forró, todos os ritmos que um dia já foram considerados “marginalizados”, e que ainda são, pois existe um limite de fronteira para esses ritmos, principalmente quando você sai da região de onde aquele ritmo ali surgiu, enfim, veio esse chamado, tem vindo mais essa vontade. A vontade de dizer, sabe? De cantar esse respeito, essa gratidão, essa fé e proteção.”
Sobre o show
O show “Xodó em Flor” traz a brasilidade pulsando na voz e no corpo. A artista dá a sua interpretação em canções já conhecidas pelo público, com versões diferentes, intercaladas com poemas e músicas autorais.
O espetáculo conta uma história sobre amor, dores e vivências da artista nordestina. Nomes como Gilberto Gil, Elba Ramalho, Cartola, Gal Costa e Zé Ramalho estão presentes no repertório, além das autorais.
Redes Sociais
Youtube: https://youtube.com/@amandamendonca_?si=joH8caSxDvhZaAkc
Instagram: https://www.instagram.com/__amandamendonca?igsh=MWdmamVmNmZ6OWE3bg==
Spotify: https://open.spotify.com/artist/1s5C2TxIUhi2kpfthNYnZm?si=nTdqv-R-RFWPo2-aQkNmlA
Assessoria de Imprensa: Paula Ramagem
Música
A Banda Peyote lança “Amor Enfermo”, no próximo dia 05 de dezembro, pela Caravela Records, canção que pulsa sobre relacionamentos que se revelam tóxicos, que permanecem apesar de machucarem.
Depois de anos e mudanças de vida, de achar que a banda seria só uma história do passado para contar: “sabia que a gente teve uma banda maneira no passado? Podia ter dado certo!…” Depois de filhos, relacionamentos, da vida mudar algumas vezes, de transições de carreira, e muitas reviravoltas… aquele sonho distante ainda pulsava vivo, e nada combinava com a sensação monótona de estar vivendo como coadjuvantes de suas próprias histórias, mornas, saudosistas, igual tanta gente, indo sabe-se lá para onde, vivendo a vida no automático, sem graça e sem direção.
Foi então que diante de uma pandemia e talvez do fim do mundo, da trágica notícia da partida de um querido amigo e integrante da formação original, que Andrea, Isabella e Adriana tiveram um lapso de: “vamos nos juntar para tocar aquelas canções só mais uma vez?” – e brincar de ser aquelas pessoas que não somos, que fomos, mas que nunca deixamos de ser por dentro! O que seria um simples encontro e jam revival acabou virando uma leva de inspirações para novas músicas, e daí em diante nunca mais se separaram. E nem por isso foi fácil! A barreira do trabalho, de cuidar de todos e às vezes não sobrar tempo para cuidar delas mesmas, os antigos preconceitos e outros novos: com 4 filhos pensa que pode ser artista? Você vai voltar para a música agora? Vai fazer isso com essa idade?
“O entorno não mudou. O que muda é a nossa certeza – e coragem – de ser aquilo que a gente nasceu para ser!”, afirmam.
Voz, vocais e composição: Andrea Fernandes Barça
Guitarra, violão e teclado: Isabella Castilho
Baixo: Adriana Freitas
Bateria: Letícia Santos



