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Ministério do Trabalho faz operação na Cidade do Samba, no Rio

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© Vitor Abdala/Agência Brasil

Auditores Fiscais do Trabalho fazem, nesta terça-feira (18), uma operação, com apoio da Polícia Federal (PF), para analisar condições trabalhistas e verificar possíveis irregularidades na Cidade do Samba, no centro do Rio de Janeiro. No local, funcionam as oficinas de construção de alegorias das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca.

 A inspeção ocorre uma semana depois de um incêndio em uma fábrica de fantasias de escolas da Série Ouro (a segunda divisão do carnaval carioca), na zona norte da cidade, que matou uma pessoa e deixou outras 20 hospitalizadas.

“A gente tem um operativo regular, anual, de fiscalização de tudo que é envolvido na indústria do carnaval carioca. A gente fiscaliza o Sambódromo, a Cidade do Samba e as confecções. E hoje o que a gente vai fazer é mais uma etapa desse operativo regular de fiscalização. Claro que o que aconteceu na semana passada, o incêndio aqui no Rio de Janeiro, é um grande alerta”, explicou a chefe da Seção de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho no Rio de Janeiro, Ana Luiza Horcades.

Improvisação

Segundo a auditora fiscal, o trabalho no carnaval é caracterizado por improvisações e informalidade.

“Costuma-se encontrar trabalhadores sem registro, sem condições mínimas de trabalho, sem treinamento para desenvolver as atividades que eles teriam que desenvolver, máquinas e equipamentos muito precários, questões relacionadas a riscos elétricos, acúmulo de materiais combustíveis ou inflamáveis, produtos químicos. É a conjunção de uma série enorme de fatores favorecendo a ocorrência de acidentes graves”, explicou Ana Luiza.

Caso sejam encontradas irregularidades trabalhistas na Cidade do Samba, o Ministério do Trabalho pode aplicar multas ou, até mesmo, caso haja risco iminente para a segurança do trabalhador, interditar os locais.

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Polícia Civil prende 448 foragidos por roubo, latrocínio e receptação

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© Tomaz Silva/Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou nesta quinta-feira (13) a Operação Espoliador, com a finalidade de cumprir mandados de prisão contra foragidos da Justiça por crimes de roubo, em todas as suas modalidades; de latrocínio; e de receptação. A ação ocorreu em todo o estado e contou com a participação de mais de 700 policiais civis 

Ao todo, 448 criminosos foram presos. Entre os presos está Luiz Carlos Lomba, o Chocolate, apontado como um dos líderes da hierarquia do Terceiro Comando Puro (TCP), que fica baseada no Complexo da Maré, na zona norte. Chocolate tinha feito uma harmonização facial com o intuito de não ser reconhecido pela polícia. 

Ele foi preso no município de Itaperuna, noroeste fluminense, num hospital onde passava por uma consulta de avaliação de um procedimento estético.

Segundo a Polícia Civil, a ação  visa a atacar toda a cadeia criminosa, desde os líderes das quadrilhas, passando pelos colaboradores, executores e receptadores.

O governador Cláudio Castro disse que essa é uma ação estratégica para desarticular organizações que lucram com a violência e o medo. 

“Sabemos que muitas dessas quadrilhas estão diretamente ligadas ao narcotráfico, que não apenas vende drogas, mas também fomenta outros crimes para ampliar seus lucros. Não daremos trégua ao crime. Seguiremos reforçando o trabalho das forças de segurança, investindo em inteligência e combatendo, com rigor, aqueles que insistem em desafiar a ordem e ameaçar a paz dos cidadãos fluminenses”, disse o governador. 

Investigações 

Os mandados de prisão expedidos pela Justiça são decorrentes de inquéritos policiais. As investigações apontam que boa parte dos roubos praticados são fomentados por narcotraficantes que não somente realizam a venda de drogas em comunidades, como exploram o território das mais diferentes formas.

Para aumentar o lucro, as organizações criminosas também emprestam armas e auxiliam em todo processo logístico para a execução de outros delitos, como roubo de cargas, de veículos, pessoas e residências, além de instituições financeiras e a estabelecimentos comerciais. Os recursos oriundos das atividades ilícitas fomentam as disputas territoriais, bem como financiam a “caixinha” das quadrilhas.

Dados de investigação e de inteligência mostram que uma dessas facções, por exemplo, é responsável por cerca de 80% de roubos de veículos e 90% dos roubos de cargas na capital e na região metropolitana do Rio.

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Réus acusados de assassinar o congolês Moïse são julgados hoje

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© Tomaz Silva/Agência Brasil

A 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro começou, nesta quinta-feira (13), o julgamento de Fábio Pirineus da Silva e de Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, acusados de espancar até a morte o imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos. Até as 16h, depoimentos de testemunhas estavam em andamento.

O crime ocorreu no dia 24 de janeiro de 2022, no quiosque Tropicália, localizado na altura do Posto 8 da praia da Barra da Tijuca, no Rio.
 
O terceiro acusado, Brendon Alexander Luz da Silva, o Tota, não será julgado neste mesmo momento .A defesa do réu recorreu da sentença de pronúncia, e o seu nome foi desmembrado do processo originário. O pedido da defesa está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
 
Os três respondem por homicídio qualificado praticado por motivo fútil, emprego de meio cruel e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

A denúncia oferecida pelo Ministério Público narra que Moïse trabalhou no quiosque como freelancer e que, antes de ser espancado, teria discutido com outro funcionário do local.

Segundo o Ministério Público, o trio cometeu homicídio com crueldade e tratou Moïse como se fosse “um animal peçonhento”, desferindo golpes com um taco de beisebol, socos, chutes e tapas.

Ainda de acordo com a denúncia, o crime foi praticado por motivo fútil, decorrente de uma discussão, e foi utilizado recurso que impossibilitou a defesa da vítima, já que Moïse foi derrubado e imobilizado enquanto era espancado. Depois, ele teve amarrados os pés e as mãos.

Ato em memória do congolês Moïse Kabagambe é realizado no quiosque onde ele morreu após ser espancado, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro – Tomaz Silva/Agência Brasil

 

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Brasil perde mais de 2 mil mídias jornalísticas em 10 anos, diz estudo

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© Valter Campanato/Agência Brasil

Levantamento do projeto Mais pelo Jornalismo (MPJ) revela que 2.352 mídias jornalísticas desapareceram do Brasil desde 2014. No período, 10.795 veículos, entre jornais, rádios, TVs e portais foram criados, enquanto 13.147 tiveram as atividades extintas.

O estudo é baseado no cadastro de mídias da plataforma de mailings de imprensa I’Max, financiadora do projeto e idealizadora do MPJ. Também foram analisados dados específicos de veículos impressos e rádios em cidades com até 100 mil habitantes. De 2,4 mil estações de rádio analisadas, 1.248 não possuíam portal de notícias (52%). Já entre 1 mil veículos de mídia escrita, 214 não tinham site próprio (21%).

“O saldo em uma década é negativo e nós não estamos falando de mídias pequenas. São mídias centenárias, que representavam cidades muito populosas e que simplesmente foram descontinuadas porque a transformação digital e a maneira que as pessoas consomem notícia impactou o negócio do jornalismo”, explica a CEO do I’Max, Fernanda Lara.

Fernanda destaca ainda que o período da pandemia de covid-19 foi um fator relevante para o saldo negativo, com os anos de 2021 e 2022 tendo resultados negativos mais expressivos. “A partir de então, vemos uma recuperação. Nos últimos dois anos, 2023 e 2024, a produção jornalística brasileira ganhou fôlego, mas os números acumulados ainda assustam. Apesar dessa leve recuperação, o déficit permanece bem mais elevado do que tínhamos em 2020, quando o acumulado estava em 1.429”, afirma.

De acordo com Fernanda, novos veículos de comunicação vêm surgindo, principalmente porque muitos jornalistas são independentes, os chamados de news influencers, que estão se colocando como especialistas em algum assunto e criando o próprio veículo de comunicação. Entretanto, ainda existe a questão relacionada ao financiamento do jornalismo, que se coloca como uma dificuldade.

“Não é fácil você estabelecer uma publicidade séria para que, mesmo com esse novo fôlego, essas mídias se mantenham ativas comunicando e informando a sociedade no longo prazo. Então, diante de um cenário que ainda se mostra muito negativo, nós, como uma empresa do setor e que entende a importância do jornalismo especialmente pelos lados de democracia, resolvemos fazer esse projeto chamado Mais pelo Jornalismo”, diz a CEO do I’Max.

Transição

Segundo a análise da jornalista e pesquisadora do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho, da ECA/USP, Claudia Nonato, nas últimas décadas, o Brasil passou por uma migração de jornalistas de veículos tidos como tradicionais (jornal, rádio e TV) para as plataformas digitais. Em um primeiro momento, esses profissionais se mantiveram entre os dois, o tradicional e o digital. Ao mesmo tempo, as verbas e apoio publicitário migraram para o digital, fazendo com que os pequenos veículos não sobrevivessem.

“Nesse movimento, o número de impressos foi reduzido, enquanto as rádios se ampliaram (com a facilidade da internet), os veículos digitais (blogs, sites e plataformas) se fortaleceram e se tornaram muito mais atrativos para esses profissionais, que inclusive se motivaram a criar novas mídias”, disse Claudia.

Mesmo assim ela aponta um saldo positivo, como a criação de novos formatos, modelos de financiamento, distribuição de conteúdo, cargos e funções dentro do jornalismo digital. “Houve também, segundo o Atlas da Notícia (iniciativa que mapeia o jornalismo local no país) uma redução de 9,5% no número de municípios considerados desertos de notícias no Brasil, além do crescimento das rádios comunitárias e do jornalismo local nessas regiões”, afirmou.

Já o lado negativo, para a especialista foi a mudança no consumo da informação por parte do público e a consequente difusão da desinformação, que passou a pautar a sociedade e a política nos últimos anos, trazendo grandes desafios para o jornalismo. 

“O profissional também precisou se reinventar: migrou do analógico para o digital, passou a ter novas funções além da escrita. As equipes foram reduzidas, o local de trabalho deixou de existir, passou para o remoto, e o salário se tornou mais baixo”.

Ela destaca que nesse contexto sobrevivem os grandes veículos de comunicação e surgem os novos, a partir do digital. Mas a grande dificuldade está no financiamento desses pequenos veículos, que hoje sobrevivem de apoio de fundações, vaquinha virtual ou de editais públicos.

 “As grandes plataformas, como a Meta e Google, entre outras, viram nessas iniciativas uma oportunidade de investimento, em troca do trabalho, dos dados e informações desses profissionais. A partir dessas dificuldades, novas iniciativas que incentivem a sobrevivência e o financiamento dessas mídias serão sempre bem-vindas’.

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