Saúde
Moradores do Rio são infectados com nova variante do vírus da covid-19
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio informou nessa segunda-feira (14) que foram detectados dois casos da nova linhagem XEC do vírus Sars-CoV-2 da Covid-19. Ambos moram na capital fluminense e não viajaram para fora do país recentemente. Os casos foram detectados a partir de um monitoramento de rotina do Centro de Informação Estratégica e Vigilância em Saúde da SES-RJ, que seleciona amostras aleatoriamente para exames genéticos.

O primeiro paciente é um homem de 45 anos, que começou a apresentar sintomas em 9 de setembro. A segunda é uma mulher de 61 anos que teve os primeiros sinais em 11 de setembro. Ambos se curaram da doença depois de sintomas leves, parecidos com o de um resfriado.
No Centro de Inteligência em Saúde (CIS), a secretaria monitora os , como incidência de sintomas gripais e solicitações de leitos em unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estaduais. A observação desses índices permite anteceder a variação no número de casos.
Fonte: Saúde
Saúde
Dia Mundial da Visão reforça a importância dos cuidados com a saúde ocular para prevenir a cegueira evitável
Comemorado em 9 de outubro, o Dia Mundial da Visão alerta para a prevenção da cegueira evitável e reforça o papel das clínicas oftalmológicas no cuidado ocular
A visão tem impacto direto na forma como as pessoas se relacionam. Vai além de enxergar bem: envolve autonomia, qualidade de vida e inclusão social. No Dia Mundial da Visão, comemorado em 10 de outubro, organizações de saúde reforçam a importância da prevenção da cegueira evitável e do acesso regular a exames oftalmológicos.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma parcela significativa dos casos de deficiência visual poderia ser evitada com diagnóstico precoce e tratamento adequado. Nesse cenário, o trabalho das clínicas oftalmológicas se torna essencial para mudar indicadores de saúde pública e ampliar a qualidade de vida da população.
O que é o Dia Mundial da Visão e qual a sua importância
Criado pela OMS, o Dia Mundial da Visão tem como objetivo conscientizar sobre a importância da saúde ocular e incentivar medidas de prevenção da cegueira. A data surgiu para destacar que enxergar bem não é apenas uma questão individual, mas um elemento essencial da saúde pública, com reflexos diretos na educação, na economia e na inclusão social.
A cada ano, a campanha global aborda diferentes temas relacionados à saúde ocular, sempre com ênfase na prevenção e no tratamento de doenças que comprometem a visão. As principais condições associadas à perda visual podem ser prevenidas ou tratadas quando identificadas no momento certo.
Entre os fatores de risco mais recorrentes, estão as doenças crônicas não tratadas, como diabetes e hipertensão, glaucoma sem diagnóstico precoce, catarata não tratada e erros de refração não corrigidos, como miopia e astigmatismo.
A OMS estima que cerca de 60% dos casos de deficiência visual no mundo podem ser prevenidos ou tratados com intervenções adequadas. Essa estimativa reforça a importância da data como instrumento de mobilização global, capaz de unir campanhas de conscientização, ações educativas e políticas públicas para ampliar o acesso ao cuidado oftalmológico.
Dados preocupantes sobre deficiência visual
Os números sobre deficiência visual em escala global ajudam a dimensionar a urgência do tema. Segundo a OMS, 2,2 bilhões de pessoas vivem com algum grau de deficiência visual ou cegueira no mundo. Desse total, 1 bilhão de casos poderiam ser prevenidos ou tratados com medidas adequadas de prevenção e acesso a serviços oftalmológicos.
O envelhecimento da população, a urbanização acelerada e o aumento da incidência de doenças crônicas, especialmente o diabetes, têm contribuído significativamente para o avanço desses números.
No Brasil, os dados também são alarmantes. Informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, apontam que 7,9 milhões de brasileiros relataram dificuldade para enxergar. Além disso, levantamento realizado em parceria entre a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e o IBGE mostra que mais de 6,5 milhões de pessoas vivem com deficiência visual, sendo cerca de 500 mil em condição de cegueira.
Entre as principais causas da deficiência visual no país, estão:
- catarata não tratada;
- glaucoma;
- retinopatia diabética;
- degeneração macular relacionada à idade;
- falta de correção de erros de refração.
A ausência de consultas regulares contribui para que muitos casos sejam identificados tardiamente, quando as chances de reversão são reduzidas. Isso torna os exames oftalmológicos periódicos uma ferramenta fundamental na prevenção da cegueira.
Como prevenir problemas de visão e a importância das clínicas oftalmológicas
A prevenção de doenças oculares depende, principalmente, da realização de consultas oftalmológicas periódicas e do acesso a tratamentos adequados. Exames de rotina permitem detectar precocemente alterações visuais e condições que, quando tratadas no momento certo, têm evolução favorável. Entre as principais recomendações, estão:
- exames oftalmológicos anuais, especialmente para pessoas com histórico familiar de doenças oculares;
- controle rigoroso de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão;
- correção de erros de refração com óculos ou lentes de contato;
- tratamento oportuno de catarata, glaucoma e retinopatia diabética;
- participação em campanhas de conscientização sobre saúde ocular.
Nesse contexto, as clínicas oftalmológicas têm um papel decisivo. Além de realizarem exames preventivos e tratamentos especializados, esses espaços atuam como pontos de referência para diagnósticos precoces e encaminhamentos adequados.
Ao longo do mês de outubro, campanhas de conscientização reforçam essa mensagem em todo o mundo. Escolas, empresas e comunidades recebem ações educativas que advertem para os sinais de alerta e incentivam o cuidado contínuo com a visão. Essas iniciativas estimulam a busca por atendimento e fortalecem redes de atenção oftalmológica.
Ver bem significa viver com mais independência, segurança e qualidade. O Dia Mundial da Visão representa um chamado global para proteger um dos sentidos mais importantes da vida humana. Com políticas públicas eficazes, campanhas de conscientização e atuação ativa das clínicas oftalmológicas, é possível reduzir os índices de deficiência visual e cegueira.
Saúde
Gestantes de áreas vulneráveis tem risco maior de perder bebê
O risco de um bebê morrer durante a gestação ou parto é até 68% maior em municípios com situação socioeconômica mais vulnerável. 

Os dados são de uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em conjunto com a London School of Hygiene and Tropical Medicine, Universidade de São Paulo (USP) e Western University, no Canadá.
Além disso, os pesquisadores verificaram que ao longo de 18 anos, a taxa de natimortalidade ficou relativamente estável nas cidades com maior vulnerabilidade, apesar de ter caído naquelas com melhores condições.
O estudo analisou nascimentos no Brasil entre 2000 e 2018, com base em registros oficiais do Ministério da Saúde e relacionou ao Índice Brasileiro de Privação – que classifica os municípios em níveis de privação, considerando renda, escolaridade e condições de moradia.
Conforme artigo publicado na revista BMC Pregnancy and Childbirth, o objetivo foi verificar se o declínio nacional no risco de natimortalidade foi semelhante entre os municípios com diferentes níveis de privação para “identificar áreas que necessitam de maior apoio e desenvolver estratégias específicas para diminuir a natimortalidade nessas regiões mais afetadas”.
Dados anteriores já mostravam que a taxa de natimortalidade, no Brasil, caiu 30,7% em 2019, na comparação com o ano 2000, passando de 10,1 a cada 1 mil nascimentos para 7, mas nenhum estudo tinha investigado de forma abrangente as diferenças internas, a nível municipal.
“Agora, as evidências mostram claramente que essa diferença existe e tem impacto real nas taxas de natimortalidade”, enfatiza a pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia, Enny Paixão.
Em 2018, último ano com dados incluídos na análise, o Brasil registrou 28,6 casos de fetos que morreram após a 20ª semana de gestação, ou bebês que faleceram durante o parto.
Isso equivale a uma taxa de 9,6 natimortos a cada mil nascimentos. Mas essa mesma taxa cai para 7,5 nos municípios com melhores condições socioeconômicas e sobe para 11,8 nas cidades com maior nível de privação.
Os pesquisadores acreditam que melhorias gerais nas políticas de saúde e em outras áreas como educação e saneamento básico podem explicar a diminuição da taxa média do país.
“Não está claro por que essas intervenções foram relativamente menos eficazes (…) nos municípios mais carentes”, diz Enny.
Uma das hipóteses é que esses municípios concentram maior proporção de populações rurais vivendo em áreas remotas, que precisam percorrer grandes distância para acessar serviços de saúde, especialmente os de maior complexidade.
A pesquisadora Enny Paixão reforça a contribuição de problemas característicos da desigualdade, “incluindo falta de serviços ou dificuldade de acesso e baixa qualidade dos serviços de saúde disponíveis nessas áreas, o que pode fazer com que a atenção pré-natal e durante o parto não seja ideal”.
A pesquisadora também pontua que investigar a natimortalidade entre municípios segundo o nível de privação “é fundamental” para identificar áreas que demandam melhorias no acesso e na qualidade da atenção perinatal.
Saúde
Sociedade pediátrica é contra projeto que dificulta aborto legal
A Sociedade Brasileira de Pediatria manifestou em uma nota pública “grande preocupação” com o Projeto de Decreto Legislativo 3/2025, aprovado na Câmara dos Deputados, que suspende uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre o atendimento às vítimas de violência sexual. A resolução prevê o aborto decorrente de estupro, previsto em lei desde 1940.

Na nota, a entidade se posiciona contra a aprovação do projeto e defende que as discussões sobre o tema sejam ampliadas.
A sociedade médica diz ainda que a resolução do Conanda “não altera as hipóteses legais de interrupção da gestação, mas busca garantir acolhimento humanizado, proteção integral e atendimento célere, conforme os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e da Constituição Federal”.
A entidade faz um apelo aos senadores, que ainda irão votar o projeto, para que ouçam especialistas, profissionais de saúde, famílias e representantes da sociedade civil antes de qualquer decisão.
“A vida, a saúde e a dignidade de crianças e adolescentes devem estar no centro das discussões e das políticas públicas, considerando que as inequidades aumentam as vulnerabilidades de grupos de adolescentes sob risco de violência sexual, em diferentes contextos de suas vidas. Não podemos aceitar o retrocesso representado pelo cerceamento dos direitos de adolescentes que mais sofrem com essas desigualdades, motivo pelo qual reafirmamos nossa luta pela preservação dos princípios do ECA”, conclui a nota.
Resolução
A resolução do Conanda prevê que uma vítima de estupro ou estupro de vulnerável que tenha engravidado em decorrência da violência não precisa apresentar boletim de ocorrência nem decisão judicial para ter direito ao aborto legal. A resolução orienta também que os casos de violência sexual só precisam ser notificados, com a identificação da vítima, ao Conselho Tutelar, a quem cabe procurar o sistema de Justiça, salvo exceções específicas.
Ainda de acordo com as disposições do texto, a criança ou adolescente vitima deve ser adequadamente informada sobre seus direitos, e sua vontade expressa deve ser priorizada, em casos de divergência com os pais ou representantes legais.
Os deputados favoráveis ao projeto de lei alegam que essas orientações extrapolam a função do Conanda.
Em entrevista à Agência Brasil, a vice-presidente do Conselho, Marina de Pol Poniwas, que assina a resolução, afirmou que todos os itens do documento estão de acordo com a legislação vigente. Segundo ela, o objetivo da resolução foi reforçar as orientações para todos os entes do sistema de atendimento às vítimas, para combater “barreiras ilegais” impostas as crianças e adolescentes que buscam atendimento.



