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MP pede arquivamento de ação contra jovem baleado e mototaxista no Rio

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), pediu nesta quinta-feira (6) o arquivamento da investigação contra o estudante universitário Igor Melo de Carvalho e o mototaxista Thiago Marques Gonçalves pelo roubo de um celular. A medida foi fundamentada na ausência de justa causa para a continuidade da ação penal, após a análise das provas apresentadas.
O caso ocorreu na madrugada do dia 24 de fevereiro, na Rua Irani, no bairro da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Segundo relato de Josilene da Silva Souza, dois homens armados, a bordo de uma motocicleta, roubaram o telefone celular dela. Em seguida, ela e o companheiro, o policial militar reformado Carlos Alberto de Jesus, saíram à procura dos suspeitos. Durante a perseguição, Carlos Alberto efetuou disparos contra Igor e Thiago. Na ação, Igor foi baleado, perdeu um dos rins, e os dois acabaram presos em flagrante.
A análise das provas demonstrou que os indiciados não estavam no local do crime no momento do crime. Thiago, que atua como mototaxista, havia aceitado uma corrida pelo aplicativo no exato horário do roubo, transportando Igor, que acabara de sair do trabalho. Registros eletrônicos do aplicativo, imagens de câmeras de segurança e mensagens de celular confirmaram a versão apresentada pelas defesas.
“Em nenhuma hipótese haveria condição de Igor e Thiago estarem no local do roubo entre 01h15 e 01h20 da manhã, uma vez que estavam comprovadamente trabalhando nesse horário”, destacou a defesa.
Na audiência de custódia em 25 de fevereiro, a prisão em flagrante de Igor e Thiago foi relaxada pela Justiça, diante da fragilidade das provas que vinculavam os dois ao crime. A promotoria de Justiça ressaltou que nenhum dos objetos roubados foi encontrado com os indiciados e que a identificação feita pela vítima foi equivocada, baseada exclusivamente nas vestimentas dos suspeitos.
A promotoria solicitou ainda a devolução da motocicleta apreendida, essencial para o trabalho de Thiago, além da retirada do indiciamento dos envolvidos. O Ministério Público informou que continua acompanhando as investigações sobre a conduta do policial militar reformado Carlos Alberto de Jesus, que confessou ter atirado em Igor.
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Cerca de 11,8 milhões de pessoas vivem em áreas de conservação no país

Cerca de 11,8 milhões de pessoas vivem em áreas de conservação ambiental no país, o que representa 5,82% da população brasileira. O dado inédito faz parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O instituto identificou que o Brasil tem 2.365 unidades de conservação, sendo 1.138 (48,11% delas) habitadas. Em 1.227 não foi identificada a presença de habitantes. Por ser a primeira vez em que o IBGE coleta os dados, não é possível fazer comparações com censos anteriores.
As unidades de conservação visitadas pelos recenseadores se dividem entre unidades de proteção integral – que reúnem áreas como reservas biológica, parques e monumentos naturais – e unidades de uso sustentável – que congregam regiões como florestas, reservas extrativistas, de fauna e áreas de proteção ambiental (APA).
Do total de unidades, 861 são de proteção integral e 1.504, de uso sustentável. A pesquisa identificou que 98,73% dos moradores se situam nas unidades de uso sustentável.
Características
Dos quase 12 milhões de moradores dessas áreas de preservação, 9,3 milhões estão em áreas urbanas (78,71%), e 2,5 milhões (21,29%) em regiões rurais. Para efeito de comparação, na população brasileira como um todo são 87,41% em áreas urbanas e 12,59%, rurais.
As áreas de conversação podem ser administradas nas esferas federal, estadual e municipal. O suplemento do Censo 2022 aponta que a maior parte dos moradores dessas áreas, 66,47%, vivem em região de administração estadual; 20,81%, federal; e 10,94%, municipal. As demais são áreas onde a administração é de mais de uma esfera político-administrativa.
Cor ou etnia
O IBGE apresentou uma classificação étnico-racial da população (cor ou raça, pessoas indígenas e pessoas quilombolas) que vive em área de preservação ambiental. O estudo revela que os pardos são mais da metade dos habitantes dessas áreas:
- Pardos: 51,12%
- Brancos: 35,82%
- Pretos: 11,92%
- Quilombola: 2,39%
- Indígena: 1,12%
O total supera 100% pois indivíduos que se identificam como indígenas ou quilombolas podem também se apontar como integrante de outros grupos.
Para efeito de comparação, percebe-se que, enquanto os pardos são mais da metade (51,12%) dos habitantes dessas áreas, representam 45,34% da população brasileira.
Já os brancos, que são 43,46% da população brasileira, representam pouco mais de um terço dos moradores de áreas de preservação (35,82%).
Focando especificamente na população indígena e na quilombola, o IBGE apurou que 7,84% da população indígena reside em unidades de conservação (132,8 mil pessoas). Entre os quilombolas, são praticamente um em cada cinco (21,22%), agrupando 282,2 mil pessoas.
Condição dos domicílios
Os recenseadores coletaram informações sobre as condições dos domicílios dos moradores das unidades de conservação, de forma a perceber que os lares dessa população apresentam piores características se comparadas à população geral.
A pesquisa mostra que 40,34% dos moradores viviam em domicílios onde havia pelo menos uma precariedade em relação ao abastecimento de água, à destinação do esgoto ou à coleta de lixo. Na população brasileira, essa proporção é de 27,28%.
O estudo mostra anda que 7,31% dos habitantes residiam em lares em que existiam conjuntamente as três formas de precariedade (água, lixo e esgoto). Isso representa mais que o dobro da proporção (3%) do país como um todo.
Especificamente em relação ao abastecimento de água, o Brasil tem 93,95% dos moradores cuja casa está na rede geral de distribuição, tem poço, fonte, nascente ou mina encanada até dentro do domicílio. Nas áreas de conservação, essa marca se reduz para 87,54%.
Em relação ao esgotamento sanitário, 24,26% dos habitantes convivem com precariedade, como fossa rudimentar, buraco, vala, ou sem esgotamento. Nas áreas delimitadas, a proporção sobe para 36%.
Cerca de 90% da população brasileira têm coleta direta ou indireta de lixo. Nas áreas de conservação, são apenas 83,62%.
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Saiba quais são as unidades de conservação mais populosas do país

As dez unidades de conservação mais populosas do país concentram 4,2 milhões de habitantes. Isso quer dizer que abrigam mais de um terço (36%) do total de pessoas que vivem nessas regiões instituídas pelo poder público, com objetivos de conservação e limites definidos.
A constatação faz parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os recenseadores identificaram 11,8 milhões de habitantes (5,82% da população) em 1.138 unidades de preservação espalhadas por 1.375 municípios. Essas regiões delimitadas incluem áreas como reservas biológicas, extrativas, florestas, parques e Áreas de Proteção Ambiental (APA).
Confira a lista das dez unidades de conservação mais populosas – São Paulo e Maranhão se destacam:
- APA do Planalto Central (DF/GO): 601.773 habitantes
- APA da Baixada Maranhense (MA): 583.882 habitantes
- APA de Upaon-Açu / Miritiba / Alto Preguiças (MA): 509.977 habitantes
- APA Sistema Cantareira (SP): 495.859 habitantes
- APA Jundiaí (SP): 449.143 habitantes
- APA Piracicaba Juquerí-Mirim Área II (SP): 430.934 habitantes
- APA da Bacia do Rio São Bartolomeu (DF): 360.760 habitantes
- APA Serra da Ibiapaba (CE): 352.779 habitantes
- APA de Petrópolis (RJ): 242.034 habitantes
- APA das Reentrâncias Maranhenses (MA): 240.498 habitantes
Unidades da federação
O suplemento do Censo 2022 classificou o número de habitantes por unidades da federal (UF). São Paulo é o estado com maior quantidade de pessoas vivendo em áreas de conservação.
Confira a lista das cinco UFs com maior número de pessoas em regiões de preservação:
- São Paulo: 2.483.199 habitantes
- Maranhão: 1.555.668 habitantes
- Bahia: 1.354.144 habitantes
- Rio de Janeiro: 1.118.507 habitantes
- Distrito Federal: 1.103.325 habitantes
Em relação à proporção da população, o Distrito Federal ocupa o topo, seguido pelo Maranhão. Das dez UFs que lideram o ranking, nove se situam acima da proporção do Brasil (5,82%):
- Distrito Federal: 39,16%
- Maranhão: 22,96%
- Bahia: 9,58%
- Alagoas: 8,90%
- Piauí: 8,50%
- Mato Grosso do Sul: 7,96%
- Pará: 7,11%
- Rio de Janeiro: 6,97%
- Amazonas: 6,64%
- São Paulo: 5,59%
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Criança que caiu em cânion no Rio Grande do Sul é encontrada morta

O Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul confirmou a morte da menina Bianca Zanella, de 11 anos, que caiu de uma altura de 70 metros em uma área do Cânion da Fortaleza, no Parque Nacional da Serra Geral, em Cambará do Sul (RS). O resgate ocorreu seis horas após a localização da criança por meio de um drone com câmera térmica.
O acidente ocorreu na tarde dessa quinta-feira (10), durante um passeio turístico da família de Curitiba (PR) ao local. A menina, que estava acompanhada dos pais e de dois irmãos, teria transtorno do espectro autista e a queda ocorreu no momento em que todos lanchavam
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) publicou nota lamentando a morte da criança e informando que as equipes locais da gerência regional do Sul e da Concessionária Urbia Cânions Verdes estão mobilizadas desde os primeiros momentos e que o resgate foi iniciado rapidamente.
“Infelizmente, apesar dos esforços de busca, a criança foi encontrada sem vida. O ICMBio está à disposição das autoridades competentes para cooperar com a investigação sobre o caso”, conclui a nota.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também lamentou o acidente em nota publicada nas redes sociais, na qual coloca o ICMBio à disposição das autoridades competentes para cooperar com a investigação.
“Ao pai, à mãe e aos dois irmãos, com quem ela visitava o parque, meus sentimentos e o mais profundo pesar pela perda tão precoce”, destacou Marina.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, prestou solidariedade à família e agradeceu as forças de segurança pela agilidade e dedicação ao descer 70 metros durante a noite, em condições difíceis, para resgatar a criança.
“Muito obrigado aos homens e mulheres dedicados e obstinados das nossas forças de segurança, em especial do Corpo de Bombeiros, também da Brigada Militar e Polícia Civil, por cumprirem com essa missão e, mais uma vez, aos familiares e amigos da Bianca o nosso abraço, carinho e a nossa solidariedade”.