Saúde
MPF pede suspensão de norma do CFM sobre terapia para jovens trans

O Ministério Público Federal no Acre entrou na Justiça Federal pedindo a suspensão de resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que limita o tratamento para crianças e adolescentes trans.
O procurador da República Regional dos Direitos do Cidadão de Rio Branco, Lucas Costa Almeida Dias, pede também a aplicação de multa de R$ 3 milhões ao CFM por danos morais e informa que “não aceita conciliar em razão da natureza dos direitos defendidos e a posição do Conselho na instrução desse inquérito civil”.
A resolução – publicada em abril deste ano pelo Conselho Federal de Medicina – proíbe o bloqueio hormonal para crianças e adolescentes trans, além de restringir a terapia hormonal cruzada e cirurgias de redesignação de gênero para maiores de 18 anos.
A mesma resolução também estabelece que cirurgias de transição de gênero com efeito esterilizador só podem ser realizadas a partir dos 21 anos de idade.
Saúde
No pedido de tutela de urgência, o MPF afirma que “a resolução do CFM vai na contramão de uma série de recomendações internacionais dos órgãos de proteção de direitos humanos, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o Comitê sobre os Direitos da Criança da ONU, o Perito Independente da ONU sobre Orientação Sexual e Identidade de Gênero e o princípio da competência de Gillick – parâmetro de aferição de decisões sobre saúde de adolescentes utilizados pela Corte de Família da Austrália e pela Câmara dos Lordes na Inglaterra”.
Na ação, o MPF cita o perigo do dano evidente que “advém do fato de que as limitações aos procedimentos de transição de gênero causam graves prejuízos à saúde e ao bem-estar da população trans e travesti, especialmente de crianças e adolescentes, que são impedidas de pleitear tratamentos específicos em um momento crucial do desenvolvimento”.
Impactos
Em outro trecho da ação civil, contendo 101 páginas, a Associação de Mães pela Liberdade de MG e a Associação Nacional de Travestis e Transexuais denunciaram que a publicação da norma do CFM provocou impactos significativos na vida de pessoas beneficiárias de tratamentos médicos de transição de gênero, o que ensejou pânico nas famílias de crianças e adolescentes trans, “de modo que a não suspensão dos efeitos da resolução acarreta prejuízo grave e até mesmo irreparável para a saúde das pessoas trans”.
Saúde
Casos de Alzheimer disparam no Brasil e acendem alerta para diagnóstico precoce

Estimativa de 5,5 milhões de pacientes até 2050 reforça a urgência em reconhecer os sinais iniciais e ampliar o acesso ao tratamento
O número de brasileiros com demência cresce a cada ano. Estima-se que ao menos 1,76 milhão de pessoas com mais de 60 anos já convivem com algum grau da condição. A projeção é de que esse número chegue a 5,5 milhões até 2050, conforme dados do Ministério da Saúde em conjunto com estudos epidemiológicos nacionais. A tendência segue o padrão global apontado pela Organização Mundial da Saúde, que projeta uma triplicação dos casos em todo o mundo até o mesmo período.
O avanço da idade da população brasileira, aliado à maior expectativa de vida, transforma o Alzheimer em uma das principais preocupações da saúde pública. Apesar disso, o país ainda enfrenta graves gargalos no diagnóstico, no acesso a tratamentos eficazes e no apoio a pacientes e cuidadores. O desconhecimento sobre os sinais precoces e o estigma associado à demência muitas vezes retardam o início do acompanhamento médico.
A conscientização sobre os sintomas iniciais, os caminhos para o diagnóstico e as opções de tratamento é essencial para reduzir a subnotificação da doença e garantir cuidados mais eficazes. Médicos, familiares e cuidadores têm papel fundamental nesse processo, que exige preparo técnico, empatia e rede de apoio.
Primeiros sinais: memória, raciocínio e comportamento
Os sintomas iniciais do Alzheimer nem sempre são percebidos com clareza. Muitas vezes, o esquecimento é atribuído ao envelhecimento normal. No entanto, lapsos de memória recente, dificuldade para organizar tarefas simples e mudanças sutis de humor ou comportamento podem indicar o início da doença. Também são comuns dificuldades de linguagem, como a troca de palavras, e episódios de desorientação em ambientes familiares.
Esses sinais tendem a se intensificar com o tempo, afetando a autonomia e a qualidade de vida do paciente. O diagnóstico precoce, portanto, é fundamental para iniciar intervenções que possam retardar a progressão da doença e permitir o planejamento dos cuidados futuros. A avaliação médica inclui testes cognitivos, exames clínicos e, quando necessário, exames de imagem como tomografia ou ressonância magnética.
O papel dos cuidadores, muitas vezes assumido por familiares, também se torna crucial desde os estágios iniciais. Eles acompanham consultas, monitoram sintomas, auxiliam na adesão ao tratamento e garantem segurança e estabilidade no dia a dia do paciente.
Diagnóstico e subnotificação
Embora os sinais estejam presentes desde cedo, muitos casos não são identificados de forma oportuna. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, até 77% das pessoas com demência no Brasil não recebem diagnóstico adequado. Esse índice elevado de subnotificação está relacionado tanto à baixa procura por atendimento quanto à dificuldade dos serviços de saúde em reconhecer os sintomas iniciais, especialmente na atenção básica.
Iniciativas voltadas à capacitação de profissionais e à adoção de protocolos padronizados vêm sendo implementadas para enfrentar esse cenário. A criação de fluxogramas diagnósticos, o uso de instrumentos de triagem cognitiva e a articulação entre diferentes níveis de atenção têm sido apontados como estratégias eficazes para ampliar a identificação precoce. Mesmo assim, especialistas alertam que o estigma e a desinformação continuam sendo obstáculos relevantes à detecção e ao cuidado adequados.
Papel dos médicos e dos cuidadores
O diagnóstico do Alzheimer é feito por médicos neurologistas, geriatras ou psiquiatras, que realizam avaliações clínicas detalhadas, entrevistas com familiares e exames complementares. A confirmação envolve a exclusão de outras causas de demência, além da observação da evolução dos sintomas ao longo do tempo. O envolvimento dos cuidadores nesse processo é essencial, já que são eles que frequentemente percebem as primeiras alterações de comportamento ou memória.
Após o diagnóstico, a rotina de cuidados se intensifica. Administrar medicamentos, acompanhar a evolução da doença, garantir segurança doméstica e manter a qualidade de vida do paciente se tornam tarefas diárias. Muitas famílias enfrentam esse desafio sem apoio estruturado, o que reforça a necessidade de políticas públicas voltadas ao acolhimento e à capacitação dos cuidadores. Além disso, o suporte emocional e psicológico a quem cuida é fundamental para evitar esgotamento físico e mental.
Tratamento: medicamento e seus efeitos
Um dos medicamentos mais prescritos para o tratamento do Alzheimer leve a moderado é a donepezila, que atua inibindo a enzima acetilcolinesterase e elevando os níveis de acetilcolina no cérebro. Essa substância é essencial para funções como memória, raciocínio e aprendizagem. A melhora clínica costuma ser notada após cerca de duas semanas, com estabilização dos níveis da substância no organismo.
A posologia geralmente começa com 5 mg diários, administrados à noite, podendo ser ajustada para 10 mg após quatro a seis semanas. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão náusea, diarreia, tontura, insônia e fadiga. Em situações mais raras, podem ocorrer bradicardia e sangramento gástrico. Como indica a bula da donepizila, o acompanhamento médico regular é fundamental para monitorar possíveis reações adversas, ajustar a dose e otimizar a resposta clínica. Pacientes com doenças cardíacas, pulmonares ou histórico de úlcera devem ser monitorados com atenção redobrada.
Um desafio que exige resposta coletiva
O avanço do Alzheimer no Brasil exige uma resposta coordenada de diferentes setores. O uso da donepezila, conforme orientado na bula, representa um avanço importante no tratamento, mas precisa estar integrado a políticas públicas de acesso equitativo, diagnóstico precoce e formação de cuidadores. O país também deve fortalecer programas de assistência domiciliar e ampliar centros de referência em demência.
Com a expectativa de que 5,5 milhões de brasileiros vivam com a doença até 2050, investir em uma abordagem integral, que envolva saúde, educação e assistência social, é fundamental para garantir que esse contingente de idosos possa envelhecer com dignidade, autonomia e cuidado. O desafio está posto, e é urgente.
Saúde
Saúde aumenta em 30% recursos para programa do teste do pezinho

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou nesta quinta-feira (26) a ampliação de recursos e de medidas do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), que realiza o teste do pezinho.
De acordo com o ministro, os recursos para o programa passarão de R$ 100 milhões para R$ 130 milhões por ano. Metade dos recursos adicionais (R$ 15 milhões) vai para apoiar os programas estaduais de testagem e financiar a construção de um laboratório por região do país.
Correios
Os outros R$ 15 milhões serão para uma parceria com os Correios, que levará as amostras coletadas nas unidades municipais de saúde para os laboratórios. Estima-se que o tempo médio de entrega dos diagnósticos cairá pela metade, que será de até cinco dias.
“Estamos estruturando toda a base necessária para viabilizar a ampliação do teste do pezinho de forma rápida e efetiva. A criação dos centros regionais vai permitir que estados com menor população, que enfrentam maior dificuldade de escala e logística, possam se associar a esses centros, garantindo acesso ao exame com mais qualidade e agilidade”, afirmou Padilha, durante o anúncio em São Paulo.
O que é o teste do pezinho
O teste coleta sangue no calcanhar do bebê e permite rastrear e identificar doenças no recém-nascido, antes mesmo do aparecimento de sintomas.
Na maior parte dos estados, o exame é feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Está disponível também nas maternidades, casas de parto, comunidades indígenas e quilombolas.
* Com informações do Ministério da Saúde
Saúde
Dra. Silvana Correa: Benefícios da placenta no pós-parto ganham destaque

A Dra. Silvana Correa tem se dedicado a estudar e informar sobre os cuidados no período pós-parto, com atenção especial a recursos naturais que contribuem para o bem-estar físico e emocional das mães. Entre os temas mais discutidos recentemente está o papel da placenta, um órgão vital durante a gestação, que agora também é reconhecido por seu potencial terapêutico após o nascimento do bebê.
A placenta é formada com o objetivo de proporcionar as condições ideais para o desenvolvimento fetal, fornecendo nutrientes, oxigênio e proteção imunológica. Após o parto, porém, esse órgão pode ter outras finalidades além do descarte tradicional — e é nesse ponto que a Dra. Silvana Correa chama atenção para seus possíveis usos.
Segundo a Dra. Silvana Correa, ingerir a placenta pode trazer benefícios surpreendentes para o equilíbrio emocional da mulher no puerpério. Estudos e relatos clínicos apontam para diversos efeitos positivos:
- Equilíbrio hormonal: auxilia na estabilização das oscilações hormonais típicas do pós-parto, que muitas vezes são responsáveis por episódios de tristeza, irritabilidade ou ansiedade.
- Aumento de energia: combate o cansaço excessivo comum nas primeiras semanas após o nascimento do bebê, promovendo maior disposição e bem-estar.
- Ação antioxidante: ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, favorecendo clareza mental e estabilidade emocional.
- Fonte de nutrientes essenciais: rica em vitaminas, minerais e hormônios naturais, a placenta pode fortalecer o sistema imunológico e ajudar na purificação do organismo.
A Dra. Silvana Correa enfatiza que o pós-parto é uma fase delicada, e todo apoio é bem-vindo. Utilizar os recursos que a própria natureza oferece pode ser uma forma inteligente e segura de atravessar esse período com mais saúde, equilíbrio e autoestima.
Mães, cuidem de si! O amor e o cuidado com o bebê começam com o seu próprio bem-estar — e como reforça a Dra. Silvana Correa, a placenta pode ser uma grande aliada nesse processo.