Estilo de Vida
Musculação melhora sintomas de depressão e ansiedade em idosos

A prática da musculação por idosos pode ser muito benéfica e promover a diminuição da gordura corporal, o ganho de força e massa muscular, contribuindo para a autonomia funcional e a redução do número de quedas, lesões e fraturas. Além disso, estudos recentes têm demonstrado que o treino de força pode beneficiar também a saúde mental da população idosa, sobretudo no caso de indivíduos que já apresentam transtornos de ansiedade e depressão.
Esses benefícios foram confirmados por um estudo publicado na Revista Psychiatry Reserch, no qual foram revisados mais de 200 artigos sobre o tema. O exercício resistido tem se mostrado uma das melhores estratégias não farmacológicas para um envelhecimento saudável, promovendo inúmeros benefícios à saúde de uma forma geral, incluindo a melhoria da saúde mental. Os resultados encontrados são promissores. Além de melhorar os sintomas de depressão e ansiedade na população em geral, a musculação parece ter um efeito maior nas pessoas que apresentam diagnóstico confirmado desses transtornos. A pesquisa destaca ainda outro benefício importante para a saúde mental: quando realizada em grupo, a musculação permite maior interação social entre os praticantes.
A investigação também revelou quais seriam as melhores formas de estruturar o treinamento para a melhora da saúde mental. Embora existam muitas possibilidades de variação de programas de treinamento resistido para a saúde, autonomia e qualidade de vida do idoso, a maior parte desses programas resulta em melhoria dos sintomas de ansiedade e depressão, de forma direta ou indireta, independentemente da intensidade e do volume aplicado ao treinamento. Outro ponto observado pelos pesquisadores foi que o uso de equipamentos de musculação parece ser mais benéfico para a saúde mental do que métodos de exercício resistido que envolvem o uso de faixas elásticas ou do peso do próprio corpo, por exemplo. “A prescrição do exercício resistido com o uso de equipamentos se mostrou mais indicada, conferindo um melhor resultado sobre a saúde mental dos idosos, tendo em vista que é possível controlar melhor a intensidade e o volume do exercício”, pontuou o professor de educação física da Rede Alpha Fitness, Igor Castro, que tem foco em atividade física para a terceira idade.
Saúde
Receita retida: entenda como fica a venda de canetas emagrecedoras

Farmácias e drogarias de todo o país passaram a reter receitas de medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras. A categoria inclui medicamentos como Ozempic, Mounjaro e Wegovy.
A decisão por um controle mais rigoroso na prescrição e na dispensação desse tipo de medicamento foi tomada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril e entrou em vigor 60 dias depois.
Com a mudança, a prescrição dos medicamentos passou a ser feita em duas vias e a venda só pode ocorrer com a retenção da receita nas farmácias e drogarias, assim como acontece com antibióticos.
A validade das receitas médicas de canetas emagrecedoras, segundo a Anvisa, é de até 90 dias a partir da data de emissão, período durante o qual o pedido pode ser utilizado pelo paciente.
Farmácias e drogarias, por sua vez, devem incluir, no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, a escrituração da movimentação de compra e venda dos medicamentos.
Off label
Ainda de acordo com a Anvisa, a mudança não altera o direito do profissional médico de prescrever canetas emagrecedoras para finalidades diferentes das descritas na bula – prática conhecida como uso off label.
“É uma decisão tomada com responsabilidade pelo médico e sempre com o devido esclarecimento ao paciente, garantindo que ele esteja bem-informado sobre o procedimento”, informou a agência.
Uso indiscriminado
A retenção do receituário de canetas emagrecedoras já era defendida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, pela Sociedade Brasileira de Diabetes e pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
Em nota aberta, as entidades citam que o uso indiscriminado desse tipo desse tipo de medicamento gera preocupações quanto à saúde da população e ao acesso de pacientes que realmente necessitam desse tipo de tratamento.
“A venda de agonistas de GLP-1 sem receita médica, apesar de irregular, é frequente. A legislação vigente exige receita médica para a dispensação destes medicamentos, porém não a retenção da mesma pelas farmácias. Essa lacuna facilita o acesso indiscriminado e a automedicação, expondo indivíduos a riscos desnecessários”, destacou o documento.
Versões manipuladas
Em fevereiro, as entidades divulgaram outra nota na qual alertam sobre “graves riscos” associados ao uso de medicamentos injetáveis de origem alternativa ou manipulados para tratar obesidade e diabetes.
“Medicamentos biológicos, como a semaglutida e a tirzepatida, exigem processos rigorosos de fabricação para assegurar que o organismo utilize e metabolize a substância de forma eficaz e segura. Essas moléculas são administradas por injeções subcutâneas, o que demanda padrões rigorosos de esterilidade e estabilidade térmica.”
O uso de versões alternativas ou manipuladas, segundo a nota, figura como “prática crescente, preocupante e perigosa” e carece de bases científicas e regulatórias que garantam eficácia, segurança, pureza e estabilidade do produto, “expondo os usuários a sérios riscos à saúde, pois não passam pelos testes de bioequivalência necessários, tornando impossível prever seus efeitos no corpo humano”.
Dentre as recomendações que constam na nota está:
– que profissionais de saúde não prescrevam semaglutida ou tirzepatida alternativas ou manipuladas. “Apenas utilizem medicamentos aprovados por agências reguladoras, com fabricação industrial certificada e vendidos em farmácias”;
– que pacientes rejeitem tratamentos que incluam versões alternativas ou manipuladas dessas moléculas – incluindo vendas diretas em sites, aplicativos ou em consultórios – e busquem alternativas aprovadas pela Anvisa;
– que órgãos reguladores e fiscalizadores, em especial a Anvisa e os conselhos de medicina, intensifiquem ações de fiscalização sobre todas as empresas e pessoas envolvidas na prática.
Saúde
Neuropediatra especializada em autismo estabelece residência em Fortaleza

Fortaleza acaba de ganhar uma importante aliada na atenção à infância e ao diagnóstico precoce de transtornos do neurodesenvolvimento. A neuropediatra Angélica Ávila, reconhecida por sua atuação especializada no atendimento a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), fixou residência na capital cearense, ampliando sua presença no estado e fortalecendo laços com as famílias que já acompanhava em sua agenda regular na cidade.
Mais do que uma mudança geográfica, a permanência em Fortaleza representa a consolidação de uma proposta de cuidado que vai além do consultório: segundo a médica, cada consulta é uma oportunidade de oferecer suporte real e construir, junto com os cuidadores, um percurso mais leve, embasado em informação, conexão e acolhimento.
“Meu trabalho é centrado na criança e na família. É comum que, diante do diagnóstico de TEA, surjam muitas dúvidas, angústias e também expectativas. Por isso, considero essencial criar um espaço seguro, onde os pais se sintam escutados e acolhidos. O tratamento começa aí”, explica a neuropediatra.
Um olhar que nasce da experiência
O diferencial de Angélica está em sua abordagem integral, que une rigor científico com empatia e uma escuta qualificada. Mais do que uma escolha profissional, a forma como conduz os atendimentos tem raízes pessoais profundas. “Essa forma de cuidar nasceu da minha própria história. Cresci ao lado do meu irmão, que só foi diagnosticado com autismo na vida adulta. Durante anos, minha família percorreu um caminho difícil, sem direcionamento, enfrentando muito sofrimento que poderia ter sido evitado”, compartilha.
Segundo a médica, muitas das comorbidades que o irmão apresenta hoje poderiam ter sido prevenidas com um diagnóstico precoce e acompanhamento adequado. Essa vivência, conta, transformou sua trajetória médica em uma missão: fazer com que outras famílias não passem pelo mesmo. “Meu objetivo é que ninguém se sinta sozinho diante do diagnóstico. Quando unimos acolhimento e conhecimento, o caminho pode ser mais leve — porque a jornada já é, por si só, bastante complexa.”
Compromisso com o cuidado
Agora estabelecida em Fortaleza, Angélica Ávila pretende ampliar sua atuação local e aprofundar o vínculo com a comunidade, promovendo também iniciativas de formação, orientação e escuta ativa para pais, educadores e profissionais da saúde. “A empatia não pode ser apenas discurso. Ela precisa ser prática, constante, um compromisso real com o cuidado”, reforça.
Com a presença da médica em tempo integral na cidade, Fortaleza passa a contar com uma especialista que une excelência clínica, vivência pessoal e uma abordagem humanizada para atender uma das maiores demandas da infância contemporânea: o acompanhamento qualificado e afetivo para crianças com autismo e suas famílias.
Saúde
Centro de diagnósticos para câncer aumenta capacidade do SUS

Com a inauguração de um centro de diagnósticos do Sistema Único de Saúde (SUS) em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e com o hospital AC Camargo, na capital paulista, o sistema público poderá realizar mais 400 mil exames por ano, analisando amostras para câncer. A doença atinge cerca de 700 mil pessoas por ano no país.
O centro foi inaugurado como parte do programa Agora tem Especialistas, do Ministério da Saúde, e receberá aporte de R$ 126 milhões. Batizado de Super Centro para Diagnóstico do câncer, tem foco em telemedicina e capacidade para realizar até mil laudos por dia, diminuindo o tempo de retorno de laudo de 25 para 5 dias, o que se espera que diminua o tempo para diagnóstico e início do tratamento.
Durante o lançamento, na tarde de hoje, em São Paulo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que o Instituto do Coração (Incor) já tem feito o atendimento por médicos especialistas à distância. Segundo ele, a teleconsultoria pode reduzir em até 70% as filas por atendimento cardiológico.
“Isso desafoga as filas, leva cuidado rápido para quem está esperando e otimiza o uso dos especialistas disponíveis no país”, disse Padilha.
Nesta sexta, o ministro acompanhou a simulação de um diagnóstico por telepatologia no A.C.Camargo Cancer Center, que passou a integrar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Especializada em diagnóstico à distância, a instituição compartilhará sua expertise com o SUS, atendendo unidades de todo o país.
Segundo a pasta, o SUS continua responsável pelos procedimentos de coleta de material para biópsia. A partir daí, as amostras podem tomar dois caminhos até o diagnóstico: logística por transporte especializado ou digitalizado e transmitido remotamente ao centro pelos hospitais da rede pública, inicialmente 20 unidades pólo que receberão treinamento do A.C. Camargo.
Em seguida, o hospital ofertará telelaudo para conferência diagnóstica ao vivo e, ainda, uma segunda opinião, que poderá ser solicitada para confirmação do diagnóstico, esclarecimento de dúvidas e apoio na decisão terapêutica.
Também em agenda na capital paulista, Padilha anunciou repasse de R$ 8,2 milhões ao Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) para a compra de um acelerador linear, equipamento de tratamento para câncer, como parte do financiamento de 121 novos aparelhos, parte do Plano de Expansão da Radioterapia no SUS (Persus II), que investirá R$400 milhões para recompor a capacidade tecnológica da rede pública. Os hospitais interessados em participar deverão aguardar abertura das inscrições, prevista para 14 de julho.
Ainda como parte da agenda do ministro foi feito anúncio de R$ 12 milhões para ampliação de atendimentos no Instituto do Coração.
*Com informações da Agência Saúde São Paulo