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“Ninguém começa do zero quando já carrega uma trajetória”: Fernanda Rocha e a força da experiência na imigração

Diretora de Atendimento da D4U Immigration fala sobre carreira internacional, atendimento humanizado e como transformar a bagagem profissional do Brasil em sucesso nos Estados Unidos
Conquistar o visto americano ou o Green Card é, para muitos imigrantes, um objetivo de vida. Mas o que vem depois da aprovação? Como construir uma nova realidade em um país com regras, cultura e exigências tão diferentes?
É nesse momento de transição que o trabalho de Fernanda Alves Pinheiros Rocha ganha destaque. Diretora de Atendimento da D4U Club e D4U Immigration, ela lidera uma equipe especializada em garantir que o processo imigratório vá além da documentação — e se torne uma experiência estruturada, segura e, acima de tudo, humana.
Com mais de 15 anos de experiência nas áreas de atendimento, gestão comercial, administração e contratos — incluindo uma trajetória de sucesso no setor aeronáutico — Fernanda é um exemplo vivo de que imigrar com preparo e autoconhecimento profissional faz toda a diferença.
Conversamos com ela sobre sua trajetória, os desafios da adaptação nos EUA e como sua experiência anterior tem inspirado outros brasileiros a acreditarem em seu próprio potencial.
Você tem uma carreira sólida construída no Brasil. Como essa experiência contribuiu para sua rápida ascensão nos EUA?
Fernanda: Sem dúvida, minha trajetória no Brasil foi fundamental. Trabalhei por mais de 10 anos no setor aeronáutico, com destaque para minha atuação na Embraer, onde conduzi negociações de contratos multimilionários, inclusive internacionais, seguindo normas regulatórias exigentes como ITAR, FAR e DFAR. Isso me deu uma base sólida em negociação, gestão de contratos e relacionamento com stakeholders — habilidades que pude aplicar diretamente aqui nos Estados Unidos. Quando você chega com esse repertório e sabe como traduzi-lo para o novo mercado, você acelera muito o processo de adaptação e crescimento.
Você acredita que muitos imigrantes não reconhecem o valor da própria bagagem?
Fernanda: Com certeza. É muito comum ver pessoas altamente qualificadas chegando aqui e se sentindo como se estivessem começando do zero. E isso não é verdade. O que falta, muitas vezes, é uma orientação para entender como adaptar suas competências ao novo contexto. A trajetória não se perde — ela precisa apenas ser reposicionada. E é exatamente isso que busco aplicar com meus clientes: mostrar para o cliente que ele já tem valor, só precisa de estratégia e direcionamento.
Como funciona o trabalho da D4U Immigration sob sua liderança na área de atendimento?
Fernanda: A D4U é especializada em assessoria imigratória para brasileiros nos Estados Unidos. Dentro da estrutura, lidera o setor de Atendimento ao Cliente e o D4U Club, uma frente que vai muito além da assessoria do visto. A gente cuida de tudo que envolve a vida do imigrante: moradia, escola para os filhos, questões fiscais, saúde, mercado de trabalho, adaptação cultural. Nosso objetivo é que o cliente se sinta acolhido e orientado em todas as etapas. E isso exige empatia, escuta ativa, clareza na comunicação e muita organização.
Quais são os erros mais comuns que você vê no processo de adaptação dos brasileiros que chegam aos EUA?
Fernanda: O principal erro é não se planejar. Muitas pessoas focam só no processo do visto ou do Green Card, mas não pesquisam o custo de vida da cidade onde vão morar, não sabem como funciona o sistema de saúde, ou até mesmo o mercado de trabalho local. Isso pode trazer frustrações e até dificuldades financeiras logo nos primeiros meses. Por isso sempre reforçamos a importância de planejamento financeiro e informações práticas antes mesmo da mudança.
Você publicou artigos sobre atendimento humanizado. Como essa visão influencia sua atuação?
Fernanda: Eu acredito profundamente que o atendimento ao cliente é — e continuará sendo — um diferencial competitivo, mesmo na era da automação. Publiquei dois artigos sobre isso: “Serviço Humano na Era da Automação” e “A Importância do Atendimento ao Cliente na Manutenção do Emprego Durante Crises Empresariais”. Neles, falo sobre como a tecnologia deve servir às pessoas, e não substituí-las. Na D4U, esse conceito é essencial: tratamos cada cliente como único, com suas próprias dores, sonhos e histórias. A humanização é o que transforma uma simples consultoria em uma experiência transformadora.
Que conselho você daria para um imigrante que está prestes a iniciar essa jornada nos EUA?
Fernanda: Primeiro, reconheça o valor da sua própria história. Sua experiência tem peso, mesmo que venha de um contexto diferente. Segundo, busque apoio especializado — isso evita erros e acelera sua adaptação. E, por fim, esteja aberto: mudar de país exige flexibilidade para se adaptar a um novo cenário, humildade e coragem. Mas também pode ser o começo de uma trajetória ainda mais rica e realizada.
Por fim, qual é o maior aprendizado que sua própria imigração trouxe para você como profissional e como pessoa?
Fernanda: O maior aprendizado foi entender que o sucesso não é geográfico, é construído com consistência e propósito. Quando cheguei nos Estados Unidos, eu me reinventei — não deixando para trás quem eu era, mas encontrando uma nova maneira de expressar minha trajetória profissional. Apenas dei uma nova forma à minha trajetória profissional. E é isso que tento compartilhar todos os dias: você não precisa começar do zero. Tudo o que você viveu até aqui tem valor. É só olhar para essa bagagem com carinho, confiar na sua capacidade e seguir em frente com coragem e sabedoria.
Saiba mais sobre Fernanda Rocha: https://www.linkedin.com/in/fernanda-rocha-27658810a/
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A complexidade e a liderança por trás dos grandes projetos submarinos

O setor de óleo e gás permanece como um dos pilares estratégicos da economia mundial, responsável por movimentar trilhões de dólares e impulsionar a inovação tecnológica em escala global.Nesse cenário, a exploração offshore, especialmente em águas profundas e ultraprofundas, tornou-se fundamental, exigindo o desenvolvimento de tecnologias cada vez mais complexas e seguras.
Empresas que atuam com tecnologia submarina têm papel decisivo nesse ecossistema. Elas desenvolvem sistemas integrados de produção submarina, válvulas, bombas, compressores, árvores de natal molhadas e equipamentos de controle de fluxo capazes de operar sob condições extremas de pressão e temperatura. O objetivo é aumentar a eficiência da produção, reduzir custos operacionais e garantir a segurança ambiental das operações.
Nos últimos anos, a digitalização e a automação transformaram profundamente o setor. Sensores inteligentes, sistemas de monitoramento remoto e análise de dados em tempo real permitem prever falhas, otimizar a produção e aumentar a vida útil dos equipamentos. Essa integração entre engenharia, automação e inteligência artificial redefiniu o conceito de eficiência operacional no fundo do mar.
Liderança e Estratégia em Projetos Submarinos
Nesse ambiente altamente técnico e competitivo, profissionais de liderança exercem papel essencial para o sucesso de cada operação. À frente de projetos complexos está Bruno Rompkovski, executivo com sólida trajetória internacional no setor, que atua como responsável pelas áreas de Licitações, Propostas, Operações Comerciais e Projetos em uma das maiores empresas globais de tecnologia submarina.
Rompkovski liderou projetos submarinos de grande porte em diversas regiões do mundo, unindo conhecimento técnico e visão estratégica. Em sua função como Western Hemisphere Tender Manager, ele supervisiona o portfólio de propostas para produtos, sistemas e serviços submarinos no Hemisfério Ocidental, assegurando consistência global, conformidade e alinhamento com os objetivos corporativos.
Sua atuação envolve definir e implementar estratégias de licitação, gerenciar propostas complexas e desenvolver soluções competitivas que impulsionam receitas e destravam casos de negócios desafiadores junto a grandes operadores do setor. O papel que desempenha exemplifica a importância de uma liderança técnica e comercial integrada, capaz de conectar engenharia de ponta, inovação e resultados financeiros sustentáveis.
Os desafios enfrentados por gerentes comerciais e diretores de projetos nesse setor são notáveis. “O ciclo de vendas de soluções submarinas é longo, técnico e envolve contratos de alto valor, frequentemente em múltiplas jurisdições, exigindo uma combinação rara de visão estratégica, domínio técnico e capacidade de negociação”, afirma Bruno.
Atuando em posições que exigem tanto visão comercial quanto conhecimento técnico aprofundado, Bruno gerencia negociações complexas e coordena equipes multidisciplinares. A experiência de Rompkovski ilustra como o sucesso no setor depende de uma atuação integrada, em que gestão, engenharia e estratégia comercial caminham lado a lado para garantir resultados sustentáveis e inovadores.
O futuro do mercado de óleo e gás, em especial no segmento de tecnologia submarina, aponta para uma integração cada vez maior entre inovação, sustentabilidade e automação. A busca por operações mais seguras, eficientes e com menor impacto ambiental orienta novos investimentos em inteligência artificial, robótica submarina e soluções energéticas híbridas.
Assim, o setor continua sendo um dos mais desafiadores e fascinantes do mundo industrial. Profissionais como Bruno Rompkovski exemplificam o perfil de liderança que impulsiona essa transformação — combinando excelência técnica, gestão estratégica e visão global em um ambiente onde inovação e resiliência são essenciais para o sucesso.
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Zurich Seguros anuncia Thales Amaral como novo diretor comercial regional RJ/ES/N/NE

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Parecer do Senado reconhece que o homeschooling é o direito de educar nasce na família

Autoria: Zizi Martins
A luta pelo reconhecimento da liberdade educacional no Brasil tem raízes que remontam a 1994, quando o Projeto de Lei 4.657 propôs, pela primeira vez, a regulamentação do ensino domiciliar. Desde então, milhares de famílias têm enfrentado perseguições judiciais e administrativas por exercerem o direito mais básico: educar seus filhos conforme seus valores, crenças e convicções. O homeschooling não é uma moda, mas uma expressão legítima de um direito natural dos pais educarem seus filhos, que, além de tudo, lhes permite o desenvolvimento pleno de seu potencial em um ambiente personalizado, seguro e alinhado aos princípios familiares.
Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a constitucionalidade do ensino domiciliar ao decidir que sua ausência de regulamentação não o torna ilegal, mas sim um vácuo legislativo a ser preenchido. Ministros como Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso foram claros: a educação é dever conjunto da família e do Estado, e os pais têm liberdade para escolher a forma de ensino, desde que respeitados os princípios constitucionais Esse marco abriu caminho para a esperança de uma regulamentação justa e equilibrada.
Essa esperança ganhou corpo com a aprovação, em maio de 2022, do PL 1338/2022 pela Câmara dos Deputados. O projeto, que altera a LDB e o ECA para permitir o ensino domiciliar com supervisão estatal, foi aprovado com 264 votos favoráveis, demonstrando amadurecimento político e reconhecimento do direito das famílias. Hoje, tramita no Senado, sob a relatoria da senadora Professora Dorinha, que apresentou parecer, reforçando a necessidade de segurança jurídica para os pais.
O parecer favorável da senadora Professora Dorinha, apresentado em 6 de outubro de 2025, é o fato novo que confirma a necessidade de mudar o rumo do Estado brasileiro em relação ao ensino domiciliar. Como relatora do PL 1338/2022 na Comissão de Educação do Senado, Dorinha não apenas endossou o projeto, mas o fez com um relatório claro, técnico e profundamente alinhado com os princípios da liberdade familiar e da autonomia pedagógica. Ela, que também é especialista em Educação, reconhece que o ensino domiciliar é uma escolha legítima, respaldada por valores constitucionais, e que o Estado tem o dever de regulamentar sem dificultar ou proibir. Esse posicionamento político e jurídico ratifica o que há décadas famílias educadoras buscam em termos de reconhecimento. E que mais de 60 países também já consagraram.
Apesar disso, a perseguição persiste. Em Manhuaçu (MG), o Ministério Público processou cinco famílias por praticarem homeschooling, exigindo matrícula compulsória e ameaçando multas e desobediência. Casos semelhantes ocorrem em diversos estados, revelando um padrão de hostilidade institucional contra pais que buscam apenas o melhor para seus filhos. Essa criminalização da parentalidade é incompatível com uma sociedade democrática e não se sustenta frente às evidências sociais e científicas.
O direito à educação domiciliar é natural, anterior ao Estado, e está protegido por tratados internacionais como o Pacto de San José da Costa Rica, que tem hierarquia constitucional no Brasil. A UNESCO, agência da ONU, em relatório recente, também reconheceu o homeschooling como uma alternativa válida para garantir ambientes educativos seguros, personalizados e inclusivos, alinhados ao direito universal à educação. O mundo avança; o Brasil insiste em punir quem ousa escolher.
A regulamentação do PL 1338/2022 não é um favor, mas uma obrigação. Ela traz regras claras: matrícula em instituições para acompanhamento, avaliações periódicas e qualificação dos responsáveis. Nada disso representa ameaça à sociedade, mas sim responsabilidade e transparência. O que está em jogo é a liberdade educacional: o direito de cada família escolher a melhor forma de ensino, com base em evidências de excelência acadêmica, desenvolvimento integral e valores éticos. O ensino domiciliar tem demonstrado resultados superiores em aprendizagem, formação cívica e preparação para a vida adulta, com alunos mais autônomos, críticos e bem-sucedidos na vida civil.
As famílias que educam em casa não fogem da sociedade. Ao contrário, preparam cidadãos mais autônomos, críticos e resilientes. Estudos internacionais mostram que alunos homeschoolers têm desempenho superior em avaliações e maior taxa de sucesso no ensino superior. No Brasil, a comunidade cresce com eventos, plataformas e materiais didáticos, provando que é possível construir um ecossistema educacional paralelo, plural e eficaz.
É hora de o Brasil reconhecer que a liberdade educacional não é privilégio, mas direito fundamental. O PL 1338/2022 é o caminho para garantir proteção estatal àqueles que já a exercem sob risco. Regular não é permitir, é reconhecer. E proteger não é favorecer, é cumprir a Constituição. A família, não o Estado, é o primeiro e mais importante espaço de formação humana. E esse direito natural merece, finalmente, ser respeitado.
*Zizi Martins é ativista pela liberdade. Vice-presidente do Conselho Administrativo da ANED, membro fundadora e diretora da Lexum, Presidente do Instituto Solidez e membro do IBDR. Procuradora do Estado da Bahia, Advogada. Com mestrado em direito público e especialização em Direito Religioso, Doutora em Educação, Pós-Doutora em Política, Comportamento e Mídia.